quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Gunas - Qualidades da Matéria

    No hino de louvor à Brahma, Deus criador, existe um trecho  que diz:   “Brama está acima do pensamento e é livre das três Gunas.”  Então, no    Bhagavad Gitã, A  Canção do Senhor, Krishna explica a seu discípulo Arjuna: “As três Gunas são as três qualidades da matéria”. Entendemos então que as Gunas são energias que estão por trás de todos os nossos atos materiais, como agir, sentir querer, pensar. Estas três qualidades são chamadas em sânscrito de Thamas, Satwa e Rajas. Como as gunas pertencem ao plano de manifestação, Brahma em sua faceta de Imanifesto está muito acima delas, é livre delas. Tal como é dito no hino. Satwa designa equilíbrio, harmonia, ritmo. Rajas designa atividade , movimento,emoção ambição. Tamas designa inércia, resistência, inatividade e obscuridade. Estes três atributos vinculam Brahma à matéria. Satwa vincula Deus pelo amor ao conhecimento, ao saber à beleza, à arte. Raja vincula-O pelo desejo de agir, pelo apego à ação. Tamas vincula-O preguiça de mudar, pela rotina. Quando se vê a sabedoria, a contemplação ao belo,manifestado em alguém sabemos que é Satwa a Guna que a domina.Quando se vê obstinação, muita agitação, muito desejo, muita ambição, se percebe que Rajas é a Guna dominante.Quando em alguém há muita preguiça, muita inflexibilidade à mudanças de idéias, muita rotina , por certo é Tamas que a domina.  O fruto de uma ação que busca o belo, a sabedoria gera harmonia, paz. O fruto de uma ação levada pela emoção é a dor. O fruto da inércia, da preguiça, da inflexibilidade é a ignorância.
Krishna e seu discípulo Arjuna.
Brahma, porém, Deus criador, está além da matéria e de suas qualidades porque tem a sua face imanifesta. As Gunas são apenas a parte imanifesta da Divindade. Existe, porém uma outra forma de Brahma manifestar-se que não as Gunas. È através do grande mistério do Verbo encarnado, do Filho Divino, o Cristo. Krishna diz também a Arjuna no Bhagavad Gitã:” Todas as vezes que a humanidade quer regredir  Eu renasço no Verbo Divino”
 
    A Guna  em que trabalharemos em uma encarnação irá determinar também o grupo familiar em que nasceremos porque o genes familiar que recebermos nos dará a matéria genética com a sensibilidade nervosa, resistência física limitações etc, para trabalhá-la .As Gunas determinam nossa forma de agir. Duas pessoas poderão ter o mesmo pensamento e sentimento a respeito de algo mas terão formas diversas de os expressarem. Pessoas existem que ao se sentirem tristes se isolam, outras que procuram se ocupar ou agridem.
    Geralmente, a Fé que escolhemos depende das Gunas materiais que estamos trabalhando. A Guna Satwa gera a fé mais contemplativa, mais devocional, mais mística. À interessante notarmos o caso dos cientistas. Geralmente estão deslumbrados pela  complexidade da vida , pela beleza do universo, da complexidade biológica humana etc . Caso um cientista entrar par o campo religioso ele terá uma Fé muito devocional torna-se um ser contemplativo.  Rajas gera a Fé passional, o culto a heróis, líderes, santos, gurus, porque a pessoa de Rajas valoriza o agir. O Budismo Mahayana, que é o budismo ligado aos mestres é de início sempre uma Fé rajásica ,pelo culto ao guru. Somente quando fazemos um discipulado ,uma Iniciação, é que recebemos a energia de Satwa que nos arrasta para atingir a sabedoria.
O Cristianismo tem se mantido como uma Fé rajásica pois é muito passional Apesar de seu líder Jesus ser alguém ligado à Guna Satwa ,que corresponde na Trindade superior a sabedoria do plano búdico, seus seguidores seguem adorando a sua personalidade, o sacrifício d sua vida e muito pouco a sabedoria contida em suas mensagens crísticas.
 
A batalha entre o Bem e o Mal do Bhagavad Gita.
Tamas gera também a Fé voltada ao Xamanismo, à magias, amuletos etc. É nesta consciência que o homem desenvolve o poder, a vontade opostos da inércia. Sabemos que os seres iluminados  dirigentes da nossa evolução, trabalham as forças da Vontade, da Sabedoria e do Amor e suas respectivas Gunas materiais. Sendo também Chamados de Manús, Bodhisatwas e choans respectivamente. Então se no nossos raio egoico na nossa combinação de raios superiores tivermos como dominante a Vontade provavelmente nosso mestre pertencerá a linha dos Manús  que são os dirigentes da Guna Tamas , Contudo como precisamos desenvolver as três Gunas ( apesar de termos uma delas em predominância) , se numa encarnação estivermos desenvolvendo a Guna Satwa podemos estar orientados por uma ser da linha dos Bodhisatwas Exemplificando: podemos estar trabalhando na área da instrução ou da pesquisa (Guna Satwa) orientados por um mestre da linha dos Bodhisatwas,  mas meu raio egoico ser o da vontade  (Guna Tamas).Por isso temos sempre dois mestres. Um provisório, nos auxiliando numa encarnação, e outro que é aquele afim à nossa  Mônada e ao qual nos uniremos quando acharmos o papel que nos caberá na magna Obra.
A Guna mais difícil de nos libertarmos, mesmo quando estivermos num final de nossa evolução,, num final de nossa cadeia planetária é a Satwa pelo deslumbramento que nos causam as belezas do mundo manifestado.
 
    A vitalização destas três qualidades da matéria foi chamada de Quintessência  da Matéria. Os alquimistas medievais achavam que se pudessem manipular esta quintessência vitalizariam por mais tempo a matéria e chegariam à longevidade. Já a Cabala Judáica chama esta essência vitalizadora de Energia Yesôdica, ou apenas de Yesod. As qualidades materiais do nosso agir, sentir, pensar, nossas Gunas são conservadas no além morte pelo que chamamos de “átomos permanentes dos corpos inferiores.” que depois, unindo-se aos genes familiares, tornam possíveis as encarnações que farão evoluir o nosso Eu real, nosso Eu superior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário