quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O Dilúvio Grego

Muito conhecida é a história do dilúvio judaico, quando Noé aporta a sua arca no cume do monte Ararat. Porém, pouco divulgada é aquela do dilúvio grego. Vamos então lembrá-la:
   Quando Prometeu, o grande herói civilizador ensinou aos homens o uso do fogo, tal como previra o deus Zeus, os homens se acharam tão poderosos que esqueceram os deuses, a sua parte espiritual. Passaram a fazer desmandos mais desmandos e corromperam a humanidade.
   Então, os três irmãos olímpicos Zeus, Netuno e Plutão, irritados resolveram unir-se para criar um cataclismo que acabasse com aquela humanidade propiciando a vinda de outra melhor. Zeus, o senhor dos céus, fez despejar das nuvens chuvas torrenciais, Netuno enfiou o seu tridente no fundo dos mares fazendo as águas crescerem e os rios transbordarem e Plutão já preparou seu reino dos mortos para receber as almas que ali chegariam.
   O dilúvio veio. Porém, lá aos pés do monte Parnaso, morava um casal muito devoto e amante dos deuses: Decalião e Pirra. Prometeu o eterno protetor dos homens, então, os ensinou a fazer uma barca. Com ela, eles navegaram nove dias e noites dentro das águas revoltas e foram parar nos altos do monte Parnaso. Ali, desesperados, pediram um oráculo à deusa Geia para saberem o que fariam com aquela terra devastada. Entravam assim num sistema oracular, muito usado na Grécia antiga, onde o consulente fazia uma pergunta que era respondida não claramente, mas com uma proposição a ser decifrada.

Decalião e Pirra atirando pedras sobre
os ombros, dando origem a nova humanidade.

   Geia lhes disse: Sem olharem para trás, atirem os ossos de sua mãe para além dos seus ombros. Muito tempo levaram para interpretá-la, pois nenhum osso de qualquer mãe havia mais.  Acabaram, porém, por compreender que a única mãe que possuíam agora era a Mãe Terra e que seus ossos eram as suas pedras.
   Pegaram pedrinhas e as atiraram para trás das suas costas e logo o limo que fora deixado pelo dilúvio envolveu as pedras tornando-se carne e transformaram-se em homens. Quando o casal virou-se ali viram uma nova humanidade que surgia.
  Contudo, das profundezas da terra, levantou-se uma serpente ameaçadora. Mas logo, lá do alto céu, o deus solar Apolo, que havia reaparecido, a matou flechando-a com os seus quentes raios. Tal serpente é interpretada pelos mitólogos como todos os nossos instintos inferiores que querem nos dominar quando queremos melhorar evoluir, mas que acabam sempre vencidos pela nossa parte espiritual, nossa luz solar interna.
   Na verdade, após o dilúvio grego surge a maravilhosa civilização helenística. Decalião teve um filho de nome Heleno que dará nome de Hélade àquela terra reconstruída e nomeará de Helenos a seus habitantes.
   Assim, temos na Grécia antiga uma incomparável civilização que se espalhou numa vasta área desde o Mediterrâneo à Ásia. Desenvolveu-se no início do reinado de Alexandre o Grande pelo século IV A.C. Este difundiu aquela cultura rica em todos os tipos de Arte, em Filosofia, e Ciência Astronômica.
Esta cultura Helenística, segundo a Mitologia, é um resultante da intermediação punitiva dos deuses imortais através do Dilúvio Grego. No entanto, foi uma das civilizações mais espetaculares que o mundo já conheceu!