segunda-feira, 20 de junho de 2022

Discipulado - Intercâmbio entre Mestre e Discípulo

  


Discipulado é uma das mais caras aquisições que nos proporciona a Espiritualidade. Baseia-se em que a Unicidade entre os seres, que é uma meta nossa, nos possibilita ajudarmos e sermos ajudados uns aos outros a bem de evoluirmos. Alguém mais evoluído que nós pode nos servir de modelo e poderá ser o nosso mestre, orientando-nos no uso de nossos próprios poderes.

   Esta orientação sempre visará nos tornar alguém melhor e mais sábio, pois jamais um bom professor, orientador e mestre ensinará e concordará com algo que prejudique a formação ética do discípulo.

   É lícito neste intercâmbio com bilhões de seres da humanidade, entre os quais nos inserimos, buscarmos a orientação daqueles que já atingiram uma mais perfeita evolução espiritual. Para isso, contamos com o princípio da Telepatia que nos permite apelar por alguém mesmo que se encontre distante de nós.

   Para que tal relacionamento se dê, é necessário que exista uma afinidade de comportamento entre ambos, mestre e discípulo, No caso de uma iniciação espiritual, as atitudes comportamentais do discípulo são importantíssimas, pois elas são o que detectará se é realmente um verdadeiro mestre, alguém que na Espiritualidade chamamos de “Mestres da Luz”, quem está realmente a nos orientar. Tais mestres expressarão através de seus alunos sua própria simplicidade de viver e respeito humano.

   O discípulo passará pouco a pouco a manifestar uma invulnerabilidade ao desejo de domínios financeiros e à vulgarização dos instintos. Também, uma afinidade de propósitos e interesses é necessária a que um relacionamento entre discípulo e mestre mantenha-se. Para este último só existe um objetivo: A evolução espiritual de quem orienta. Para o discípulo é ir conseguindo, com sua ajuda, uma evolução consciente.

   Exemplificando: Suponhamos que o discípulo crie um grupo de ensinamentos esotéricos ou de curas espirituais. Enquanto este conseguir manter o padrão de pureza requerido pelo mestre, o grupo se manterá vivo, mas se passar a desvirtua-lo em atitudes perniciosas, simplesmente o elo entre ambos é rompido, o mestre se afastará, pela falta de afinidade vibratória entre ambos. Eventualmente, pode se dar a continuidade do trabalho grupal e até este tornar-se de proporções notórias, porém será sempre uma ilusão ou em caso mais graves, uma fraude, um embuste, atribuir à orientação de algum “Mestre de Luz” por trás de tal trabalho.

   Cada homem traz em si um dom peculiar a desenvolver a que os espiritualistas chamam de “Raios Individuais”. Sejam eles para uns o da liderança, para outros o da arte, o da ciência, o da cura, o do trabalho social e assim por diante. O mestre, aliás como todo orientador, é um especialista no dom peculiar ao seu discípulo. Contudo, estes serão sempre diminuídos ou paralisados no caso de desvios comportamentais, como por exemplo, o dom da cura: Estas, se conseguidas, virão da Fé que eventualmente os pacientes à curas possuam, geralmente até aumentada pelo poder de persuasão daqueles que já estão desvirtuados e afastados de qualquer verdadeiro mestre. Lembremos sempre a Jesus nos dizendo: “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda direis a este monte: Move-te, e ele se moverá”. 

   Contamos, sobretudo com uma consciência mental abstrata espiritual e superior que, se bem desenvolvida, dominará a forma como tais dons que possuímos serão por nós manifestados O papel do mestre é desenvolvê-la. Caberá a ele nos inspirar e intuir para que o relacionamento entre nós e todos os seres da humanidade nos leve até aquela Unicidade harmoniosa, respeitosa, que o espiritualista busca alcançar.

   Enfim, fazermos um discipulado correto é como subirmos uma encosta íngreme, cheia de tentações que ás vezes nos querem levar aos mais variados desvios, mas tendo a certeza de estarmos dando a mão à alguém que não dos deixa entrar em atalhos perigosos e sem retorno.