segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Livro de Janeiro

Símbolos e crenças como uma expressão do homem
no entendimento de sua realidade e da criação!

Valor: R$ 30,00 cada
Informações e vendas pelo e-mail: helyetterossi@gmail.com 

Discipulado


O intercâmbio entre Mestre e discípulo...


Discipulado é uma das mais caras aquisições que nos proporciona a Espiritualidade. Baseia-se em que a Unicidade entre os seres, que é uma meta nossa, nos possibilita ajudarmos e sermos ajudados uns aos outros a bem de evoluirmos. Alguém mais evoluído que nós pode nos servir de modelo e poderá ser o nosso mestre, orientando-nos no uso de nossos próprios poderes.
   Esta orientação sempre visará nos tornar alguém melhor e mais sábio, pois jamais um bom professor, orientador e mestre ensinará e concordará com algo que prejudique a formação ética do discípulo.
   É lícito neste intercâmbio com bilhões de seres da humanidade, entre os quais nos inserimos, buscarmos a orientação daqueles que já atingiram uma mais perfeita evolução espiritual. Para isso, contamos com o princípio da Telepatia que nos permite apelar por alguém mesmo que se encontre distante de nós.
   Para que tal relacionamento se dê, é necessário que exista uma afinidade de comportamento entre ambos, mestre e discípulo, No caso de uma iniciação espiritual, as atitudes comportamentais do discípulo são importantíssimas, pois elas são o que detectará se é realmente um verdadeiro mestre, alguém que na Espiritualidade chamamos de “Mestres da Luz”, quem está realmente a nos orientar. Tais mestres expressarão através de seus alunos sua própria simplicidade de viver e respeito humano.


   O discípulo passará pouco a pouco a manifestar uma invulnerabilidade ao desejo de domínios financeiros e à vulgarização dos instintos. Também, uma afinidade de propósitos e interesses é necessária a que um relacionamento entre discípulo e mestre mantenha-se. Para este último só existe um objetivo: A evolução espiritual de quem orienta. Para o discípulo é ir conseguindo, com sua ajuda, uma evolução consciente.
   Exemplificando: Suponhamos que o discípulo crie um grupo de ensinamentos esotéricos ou de curas espirituais. Enquanto este conseguir manter o padrão de pureza requerido pelo mestre, o grupo se manterá vivo, mas se passar a desvirtua-lo em atitudes perniciosas, simplesmente o elo entre ambos é rompido, o mestre se afastará, pela falta de afinidade vibratória entre ambos. Eventualmente, pode se dar a continuidade do trabalho grupal e até este tornar-se de proporções notórias, porém será sempre uma ilusão ou em caso mais graves, uma fraude, um embuste, atribuir à orientação de algum “Mestre de Luz” por trás de tal trabalho.
  Cada homem traz em si um dom peculiar a desenvolver a que os espiritualistas chamam de “Raios Individuais”. Sejam eles para uns o da liderança, para outros o da arte, o da ciência, o da cura, o do trabalho social e assim por diante. O mestre, aliás como todo orientador, é um especialista no dom peculiar ao seu discípulo. Contudo, estes serão sempre diminuídos ou paralisados no caso de desvios comportamentais, como por exemplo, o dom da cura: Estas, se conseguidas, virão da Fé que eventualmente os pacientes à curas possuam, geralmente até aumentada pelo poder de persuasão daqueles que já estão desvirtuados e afastados de qualquer verdadeiro mestre. Lembremos sempre a Jesus nos dizendo: “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda direis a este monte: Move-te, e ele se moverá”. 
   Contamos, sobretudo com uma consciência mental abstrata espiritual e superior que, se bem desenvolvida, dominará a forma como tais dons que possuímos serão por nós manifestados O papel do mestre é desenvolvê-la. Caberá a ele nos inspirar e intuir para que o relacionamento entre nós e todos os seres da humanidade nos leve até aquela Unicidade harmoniosa, respeitosa, que o espiritualista busca alcançar.
   Enfim, fazermos um discipulado correto é como subirmos uma encosta íngreme, cheia de tentações que ás vezes nos querem levar aos mais variados desvios, mas tendo a certeza de estarmos dando a mão à alguém que não dos deixa entrar em atalhos perigosos e sem retorno.

O Rigorismo das Deusas

Não é sem razão que a Cabala em sua árvore da vida coloca a essência feminina no lado do rigor e a vê como a força guardiã da moralidade e do comportamento. Também os gregos mitológicos representavam a vingança na figura da deusa Nêmesis.

   Foi Nêmesis que vingou-se do deus mais lindo da Mitologia, Narciso, por este desprezar todas as mulheres que o amavam. Jurou que ele haveria de amar alguém a quem jamais pudesse possuir.
    Levou-o então a uma fonte cristalina para beber. Ali, ao abaixar-se, ele viu sua belíssima imagem refletida. De pronto, se apaixonou por ela, sem saber que enamorava-se de si mesmo. Desejando agarra-la, cada vez que se aproximava para pega-la, a imagem nas águas desaparecia. Ficou ali tentando e tentando possui-la, mas via seus esforços inúteis.  Tanto tempo tentou até ficar esgotado e acabou por morrer nas margens da fonte por amor a si mesmo.  Hoje lembramos esta vingança de Nêmesis, chamando de narcisista a alguém cujo único objeto de amor é ele próprio.
  
   Também Deméter era cruel em suas vinganças. Como senhora da fertilidade da terra que era, amava muito a natureza e exasperava-se quando alguém a desrespeitava.
   Aconteceu que Erisícton, um homem muito rico, cortou para fazer moveis luxuosos um magnífico carvalho do bosque da deusa. Sabemos que o carvalho para os povos pagãos era uma árvore sagrada, reverenciada como tendo poderes mágicos. Quando Erisícton o abateu com o seu machado, Deméter ouviu de longe os gemidos que a árvore dava. Resolveu puni-lo. Para ela, como a Mãe terra que era, que alimentava generosamente a todos, nada melhor para punir alguém do que deixa-lo morrer de fome. Assim, Erisícton passou a ter uma fome voraz. Vendeu tudo o que possuía para comprar alimento, pois nenhum o saciava. Empobrecido, passou a entrar nas cidades para roubar alimentos, mas tudo em vão. Quando as cidades passaram a persegui-lo por seus roubos, ele, desesperado de fome, sem que alimento algum o satisfizesse, olhou o seu próprio corpo de carne e morreu devorando-se.

   A Discórdia vingativa também era representada por uma deusa: Éris.
  Foi Éris que apenas por não ser convidada para um banquete onde compareceriam muitas deusas, como vingança, apareceu repentinamente meio à festa, trazendo em mãos uma maçã de ouro. Ofereceu-a àquela deusa que fosse escolhida a mais bela da festa. Tal maçã foi um autêntico “Pomo de Discórdia”, pois gerou logo uma rivalidade e competição acirrada entre as deusas, todas se achando a mais bela. Esta vingança, feita através de uma discórdia bem planejada, teve como resultado a dramática “Guerra de Troia”.

   Hera, contudo, foi a recordista em rigor. Vingava-se de quem ousasse se intrometer entre ela e seu amado esposo Zeus. Vingou-se de Eco, ninfa de bosque, que tentou esconder dela os namoros de Zeus. Eco, tão tagarela que era, sofreu de Hera o castigo de, para sempre, repetir as últimas palavras que alguém dissesse. Tão envergonhada ficou Eco, ante as outras ninfas, que foi se esconder numa caverna. Então, é sempre em frente a um muro ou locais fechados que ouviremos o repetir humilhado de Eco.
   Já com a sua bela rival Io, Hera foi profundamente impiedosa. Para esconder de Hera a sua amante Io, sempre que a esposa o via com ela, Zeus transformava Io numa bela novilha branca.  Desconfiada, Hera elogiou a beleza da novilha e a pediu de presente a Zeus. Sem poder como recusar-lhe o pedido , ele a deu à esposa .Uma vez na posse  dela, Hera a pôs sob a guarda de Argos ,um ser que tinha cem olhos para vigia-la .
    Incomodado por não poder ver mais a amante, Zeus mandou Hermes matá-lo. Sem o seu guardião de confiança, Heras, contudo, planejou um terrível castigo à rival.
  Conservou o corpo de vaca de Io e mandou cobri-lo com um enxame de insetos terríveis, e de moscardos, espécies de moscas que comiam até a madeira mais rija, para mordê-la o tempo todo. Desesperada pelas constantes mordidas, a vaca Io fugiu da Grécia, tentando se libertar de Hera, mas passou anos a correr por vários lugares e só após muitos anos, com o corpo completamente mutilado, chegou finalmente um dia ao Egito. Foi quando, lá na Grécia, com Io muito distante, Zeus jurou a esposa que já a havia esquecido, que Hera então resolveu transforma-la novamente na forma humana que um dia tivera e suspender o castigo terrível que lhe dera.
   Hera perseguia igualmente os filhos bastardos de seu marido. Bons exemplos disso são Hércules e Dionísio. No berço de Hércules bebê, Hera colocou duas cobras. Porém, prenunciando que seria o homem mais forte da Mitologia, Hércules bebê as estrangulou com seus braços. Mais tarde, quando já estava rapaz, Hera exigiu dele fazer doze tarefas altamente perigosas, na certeza de que ele não iria sobreviver à elas.
    Já com Dionísio ela o desterrou para a longínqua e então desconhecida Arábia, certa de que jamais voltaria à Grécia. Porém, tal como o acontecido com Hércules, este conseguiu também o melhor: Foi na Arábia que ele encontrou a raiz de uma planta desconhecida: A parreira. Provou da uva e criou o vinho, que o tornou famoso. Voltou à Grécia cheio de glórias.

   Athena (Minerva) também não foi isenta do rigor feminino. Athena era a melhor bordadeira do Olimpo. Tecia e bordava com perfeição. Porém, a jovem Aracne também era uma excelente bordadeira. Tinha, contudo, um defeito: A vaidade. Resolveu competir com Atená e propôs um certame para ver quem bordava melhor.
   Athena então disfarçou-se em uma velha e foi até a sua casa e advertiu-a de que aos deuses ninguém devia desafiar. Aracne não lhe deu ouvidos e, ao contrário, fez um enorme desenho onde criticava os erros dos deuses imortais. Isto irritou Athena. O certame veio e a deusa para humilha-la, rasgou em pedaços tal desenho na presença de todos. Tão envergonhada ficou Aracne, que subiu perto ao teto e tentou se enforcar.   
   Athena resolveu então conserva-la viva, mas para sempre pendurada as próprias teias que tecia. Transformou-a numa Aranha. Hoje continuamos vendo Aracne nas alturas, tecendo sem parar, incansavelmente, as teias que a mantêm presa.

  Diana, a virgem casta que desejava sempre ficar virgem, não fugiu ao grande rigor feminino das deusas. Puniu com crueldade Ácteon porque ele inadvertidamente a surpreendeu tomando banho nua numa lagoa.
   Imediatamente ela transformou seus braços e suas mãos em patas, sua cabeça numa galhada. Enfim, num Cervo. Ele um caçador que muitas vezes perseguia fêmeas de Cervos que estavam prenhes, (contrariando um respeito aos animais que Diana exigia), fugiu a correr.  Chegando, porém, de volta à sua própria matilha de cães, estes não o reconheceram. Embora Ácteon quisesse dizer em desespero; Eu sou Ácteon! Eu sou Ácteon! Sua voz humana não mais lhe saía. Seus cães o estraçalharam.
Assim Diana ficou duplamente vingada; Por ter visto o seu corpo nu e por desrespeitar as fêmeas prenhes.