terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O Islã

O início do Islã é muito bonito. Trata-se de um rapaz, Maomé, de 23 anos, empregado em levar caravanas pelos desertos até a Judéia, onde ele contata com ideias do Judaísmo e do Cristianismo. Possui um temperamento místico, e um dia tem a visão do arcanjo Gabriel que lhe diz que ele será o último dos profetas que selará o trabalho dos líderes do Judaísmo e do Cristianismo. O anjo começa a ter encontros com ele e vai lhe passando ensinamentos lhe ditando o que será depois os livros sagrado do Islã, o Corão. Ele quer então implantar estes ensinamentos na cidade onde nasceu: Meca. Encontra porem uma reação muito forte e é perseguido porque a cidade de Meca era politeísta. Nela existia um poço sagrado onde as caravanas passavam para cultuar deuses e se abasteciam de compras dando lucros à cidade. Uma crença monoteísta viria em prejuízo local. 

Meca cidade sagrada, onde tribos politeístas desde
o pré islamismo faziam adoração.

Maomé foge então para Medina e lá se torna um grande administrador político e chefe religioso implantando o Islã. Em 622 começa-se a contar o primeiro ano do calendário islâmico que fica atrasado em 622 anos em relação ao cristão.

Vinte anos após a morte de Maomé o Islã já estava espalhado em muitos territórios. Como Maomé foi estadista e chefe religioso se compreende porque até hoje os islâmicos não conseguem separar o Estado da religião è uma Teocracia. Todas as suas leis são ditadas pelo Corão. Esta é a grande diferença entre nós cristãos e os islâmicos. Para eles todas as atividades diárias são dirigidas pela religião.

Quando Maomé morreu começaram s desavenças por sua sucessão. Desavença que separou o Islã em duas metades que lutam até hoje. A facção Xiita aceita apenas os descendentes de Maomé como sucessores e os sunitas querem apenas os seus amigos.  Hoje os Sunitas são maioria no Islã com exceção do Iraque e Irã países xiitas

Distingo aqui entre as inúmeras lutas entre estas facções duas de grande importância: O chamado “Massacre de Karbala”, na Idade Média onde os Sunitas massacraram toda a família de Hussem neto do profeta sobrando apenas uma criança escondida numa tenda e que deu depois seguimento ao Islã. Esse massacre gerou um dia que é sempre lembrado e teatralizado sobre o sofrimento de Hussem com jejuns e procissões. Os xiitas são os mais emocionais entre os islâmicos.

Outra grande luta esta na Idade Moderna, durou oito anos entre 1980 e 1988 acontecida entre Saddan Hussem e Kohmeini.

Além das obrigações estabelecidas pelo Corão o islã obedece á jihad, isto é, a Guerra Santa. Que na verdade quer dizer “Esforço no caminho de Deus”. O terrorismo  surgiu da má interpretação desta palavra. A Jihad pode ser justificada quando há invasão de território´. É a Jihad militar, justificada por Saladino quando os cristãos tomaram Jerusalém.

Para mais complicar as lutas entre os próprios islâmicos temos no Oriente Médio aquelas entre os filhos de Musa e os de Ismael. Os filhos de Musa se consideram iluminados. Musa desapareceu de modo misterioso. Saiu a passear à cavalo e o cavalo voltou só e com as roupas dele. Então seus descendentes esperam a sua volta como um messias eu espalhará o Islã em todo o mundo.

Mesquita de Omar, em Jerusalém.

Os Sunitas fundaram a cidade de Bagdá e nela introduziram as famosas Madrasas (Escolas de sabedoria e teologia). Desta escola foram transferidos todos os ensinamentos em arte, filosofia, geometria para Andaluzia  quando os árabes islâmicos viviam na Espanha. Toda a grande beleza que encontramos na Andaluzia  deve-se a esta casa de sabedoria de Bagdá . Em Jerusalém encontramos dois grandes monumentos islâmicos: A Mesquita de Omar e a mesquita de Asa.

Procuremos entender o ódio que o Oriente Médio sente ainda pelo Ocidente. Isto vem da Idade Média quando as Cruzadas  fizeram lá horrores e massacres para aqueles que na época os cristãos  chamavam de “Infiéis” (Os Islâmicos). Na época moderna, tivemos também o imperialismo russo e britânico no Irã.  Só no Séc. IX a Inglaterra  e a Rússia reconheceram a independência do Irã.


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