terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Lua Tríplice e as Deusas Lunares

   Na natureza a lua influencia as colheitas em momentos de crescimento, fertilidade e envelhecimento dos plantios e depois repouso. O relacionamento sol com a lua produz os ciclos lunares ,as fases da lua, elas são chamadas de lua jovem, lua mãe e lua anciã e a lua oculta. Como a lua é considerada uma doadora de força feminina ela pode ser representada como a mulher jovem (a lua crescente), a mulher mãe (a lua cheia) e a mulher anciã (a lua minguante.) A lua nova, por ser a oculta, geralmente não é representada. As deusas lunares da Antiguidade também eram assim divididas jovens, mães e anciãs. A lua donzela crescente, representa planos a serem realizados. A lua cheia representa o ventre da mãe grávida, a fertilidade, e a maturidade. A lua minguante anciã assinala o recolhimento da colheita de tudo aquilo que se plantou nas duas primeiras fases. A lua nova, a morte , o repouso.

Deusa lunar Ártemis, senhora da caça e das florestas ermas...

   Como exemplo de deusa lunar jovem tivemos Artemis também chamada de Diana, a caçadora virgem. Como deusa lunar mãe temos Jacy, da mitologia tupi, esposa de Tupã e ainda Killa, deusa peruana esposa do deus solar Inti.  Exemplos de deusas lunares anciãs são a Hactor egípcia, deusa de cornos de vaca que gerou o mundo e cuida dos mortos alimentando-os com o seu próprio leite. Também Nanã da afro brasileira o mais velho de todos os orixás. Quando  Nanã dança ela imita o embalar de uma criança, dizem os nagôs que Nanã embala a humanidade  em seus braços.
Um exemplo de lua nova é  Lilith, a lua negra, que segundo a tradição hebraica foi a primeira esposa de Adão. Temos também como lua negra, Yeua, dos mitos afros brasileiros.
   A Antiguidade contou com algumas deusas de aspecto tríplice ,jovens, mães e anciãs.
Um exemplo é Cerridwen deusa lunar celta, uma maga que traz nas mãos um caldeirão.Dentro dele prepara poções mágicas que nos trazem inspirações e até dons adivinhatórios. Assim aconteceu com Taliesin um membro da corte do rei Artur que ao tomar a sua poção , tornou-se o maior adivinho da corte. Segundo os Celtas, qualquer negatividade que em pensamentos e meditação colocassem dentro do caldeirão de Cerridwen era transmutada em positividade.
   Durante muito tempo o poder patriarcal masculino vem valorizando muito a razão e distanciou no ser humano o seu lado feminino, reprimiu a sensibilidade, a imaginação, a contemplação. É importante então que façamos meditações onde lidamos com forças e imagens femininas.

Lua nova formando no céu o assim chamado "Arco de Diana"
  
Como a energia lunar nos influencia?  Assim como a lua influencia as veias internas do solo, suas correntes telúricas, e influencia as correntes marítimas, ela também atinge nossa corrente sanguínea. E, nossa corrente sanguínea está diretamente ligada as nossas emoções. Notemos a mudança de humor numa mulher que menstrua,o aumento de nossa pressão arterial quando nos emocionamos. A lua atua através de nossos chacras abdominais, principalmente daquele ponto que os indianos chamam de Hara. Quando numa noite de luar nossas inspirações poéticas aparecem, elas se dão pela energização, pela limpeza que está sendo feita nas emoções retidas em nossos chacras abdominais que favorecem as idealizações, as inspirações vindas dos chacras superiores.
   A maneira como o homem recebe e se relaciona com as energias que recebe de cada fase lunar, vai definir como ele recebe as intuições, os princípios divinos dos seus corpos superiores. Cada fase nos traz um aumento gradual da percepção dos conteúdos da nossa fonte interna. O controle de nossa emoções e as nossas realizações criativas podem então ser alcançadas pouco a pouco por meio de fases, de ciclos lunares completamente cumpridos. Quando entramos na fase crescente ,este é um período para nós de lutas, de conflitos íntimos porque as nossas emoções estão entremeadas com conceitos culturais, raciais educacionais, então nossas intuições são muito confusas. Do discernimento que consigamos fazer em meio a carga social desta fase jovem, crescente, vai determinar como iremos nos comportar quando a lua cheia chegar. A lua cheia é a ocasião em que a potência solar da fertilidade, de criatividade nos é trazida com mais força pela lua.É quando acontece a nossa maior manifestação criativa. É a explosão de tudo o que temos dentro de nós. Tudo se torna explícito. Realizações boas e ruins vem á tona.
Na lua minguante nossas inspirações intuitivas caso as tenhamos conseguido, ainda se conservam fortes nos primeiros dias. Mas logo dá-se conosco  uma insatisfação das ideias mal discernidas, elas minguam. Temos o desejo de renovar nossas ideias, de  acrescentarmos a elas novas criações melhoradas. Estamos já caminhando para o início de um novo ciclo . Os três dias que antecedem à lua nova entramos na chamada lua balsâmica. Nela, as necessidades surgidas, as novas ideias esperadas são gritantemente declaradas. Sabemos que existem ciclos lunares mensais, mas existem também os ciclos maiores da nossa vida. Ciclos dentro de ciclos. Se compararmos esta fase minguante com a fase da mulher anciã, vemos que esta insatisfação pode gerar uma rabugice, uma tristeza ou uma espécie de renovação tranqüila.
   Na lua minguante, este desejo de renovação é que os indianos chamam de Shiva  que destrói o velho para por o novo  em seu lugar. Depois vem  a inatividade.
   Mensalmente quando termina um ciclo destas 3 fases o homem teve oportunidade de um encontro com os princípios divinos. Teve oportunidade de evoluir um pouco. 
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