sábado, 17 de junho de 2017

A Transfiguração de Jesus


Num dia de Corpos Christi nos lembramos 
da Transfiguração de Jesus.

A Transfiguração de Jesus testemunhada pelos discípulos
Pedro, André e Tiago.
      
      Jesus levou Pedro, Tiago e André às alturas do monte Tabor e ali, sob o olhar estupefato de seus discípulos, o mestre transfigurou-se.
      Segundo o relato uníssono dos três, ”Seu rosto resplandeceu como o sol e suas vestes tornaram-se tão brancas como a luz.”.
    Ali, o mestre lhes revelava através da forma, a beleza da Divindade que Ele e cada homem possuía. Uma verdade visível naquele momento, para a qual seus discípulos nunca haviam se conscientizado. Jamais haviam pensado que os abusos que o homem fazia à sua forma era o empecilho a que a sua parte interna, espiritual se manifestasse.
      Aquele mestre que nunca havia maculado a integridade de seu corpo, que vivera apenas o amor e a sabedoria, podia mostra-la. Ali, o interno do mestre, sua verdadeira alma, seu Eu superior glorificara a matéria.
       Para entendermos a Transfiguração temos que desassociar a palavra Cristo do homem Jesus. Cristo significava: “O Ungido”, título atribuído àqueles raros que alcançaram a plenitude de sua alma gloriosa, chamada “Essência Crística”.
       Assim também, tal como nos conta o Bagavad Gita, foi possível à Krishna mostrar-se em uma gloriosa manifestação física, a seu discípulo Arjuna. Sobre sua Transfiguração, diz o Bagavad Gita: “Se mil sois, ao mesmo tempo brilhassem no firmamento, a luz deles haveria de empalidecer na presença da Glória que o seu semblante irradiava, em todas as direções”. Sempre o sol, a maior beleza radiosa que conhecemos, igualando ambas as Transfigurações.
       A Cabala judaica também atribui em sua “Arvore da Vida” uma expansão mais ampla de nossa consciência quando chegamos à esfera de Tiphareth cujo título é “A beleza”, numa referência clara a esta consciência capaz de revelar um esplendor, como um sol escondido em nosso interior.  Tendo o estudo desta “Arvore” o sol como planeta relativo a esta esfera.
      Em seu belíssimo livro “de Belém ao Calvário”, Alice Bailey diz que nesta transformação acontecida ao homem externo, formal, ele é como “Uma lagarta que se transforma em borboleta”. Afirma ela, que bem no interno do homem jaz esta beleza oculta, nem sempre conscientizada, mas lutando para se libertar.
      Quando a aparência de Jesus voltou à sua normalidade formal, humana, os discípulos compreenderam qual era o mistério daquela individualidade tão ímpar demonstrada por seu mestre. Seus atos e palavras eram induzidos por aquela luz incomparável interna, aquela consciência grandiosa que ele lhes revelava.
    Lembraram-se dele a lhes dizer; “Tudo o que eu faço-vos também podeis fazê-lo”, ”Busca o Pai dentro de vós e tudo o mais vos será dado em acréscimo”. Esse tudo, enfim, lhes fora revelado!

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