sábado, 27 de outubro de 2012

Nosso Eu Verdadeiro (Interno)



Vamos hoje fazer um estudo mais aprofundado sobre o nosso Eu verdadeiro e também os seus relacionamentos com as suas consciências superiores e inferiores.

Chamamos de Eu Verdadeiro a parte do nosso ser que tem realidade eterna,  permanente, para distinguirmos do nosso eu inferior. Nossa personalidade humana cujas consciências são transitórias, impermanentes.

O nosso Eu interno conta com três consciências superiores e três consciências superiores segundo este esquema que aqui coloco:

Superiores Eternas:

Consciência Monádica.(Unidade, União, Unicidade, e Amor.Felicidade, Alegria.)

Consciência Nirvânica  (Repouso, Tranquilidade, Bem-aventurança)

Consciência   Crística (O Cristo interno,o modelo de perfeição individual, o arquétipo,o Dharma, o código genético de perfeição.)

Inferiores Impermanentes:

Mental
Emocional
Físico

O nosso Eu Verdadeiro é perfeito? Só em essência. Uma vez que  não atingiu ainda a sua total perfeição. Nosso Eu Interno é justamente a parte de nosso ser que está em evolução, que está desenvolvendo as suas consciências superiores.Melhor seria dizermos que ele é puro , imaculado, porque só retém em si energias e conceitos perfeitos que possam ajudá-lo a evoluir, a contatar suas consciências superiores. Porém, na verdade não atingiu ainda a totalidade de sua evolução.O nosso Eu Verdadeiro é a parte de nós que tem sede de espiritualidade.Imperfeições e erros que fazemos com nossas consciências inferiores,com a personalidade, ficam retidos nela, não tocam o nosso Eu Interno.

Como este nosso Eu se expressa no mundo? Ele depende das consciências inferiores para manifestar a evolução que por ventura tenha conseguido.

As nossa estruturas inferiores desde aquela do nosso corpo biológico ,o psicológico e o mental são também todas estruturas sagradas, idealizadas pela Criação, são até de uma complexidade que nos deixa deslumbrados As necessidades destes corpos inferiores. sejam  elas alimentos para abastecer o corpo físico, relacionamentos afetivos para abastecer o corpo emocional ou conhecimentos que abastecem o corpo mental, deveriam ser todas atendidas para manter estes corpos prontos, perfeitos para servirem de bons canais ,bons instrumentos de manifestação para o nosso Eu Interno.

A situação é como se o Eu verdadeiro de cada um de nós quisesse tocar uma melodia e necessitasse pianos e violinos afinados para tocá-la.

Não é difícil distinguirmos as nossas consciências inferiores umas das outras. Digamos que estivesses sentado numa cadeira frente a mim, mas teu corpo não se sentisse confortável. Esta é tua consciência física exigindo conforto. Depois ficas magoado com algo que eu disse. Esta é tua consciência emocional se manifestando. Mas depois pensas: ” Talvez ela não tenha falado por mal ,não quis me magoar.” Esta é tua consciência mental raciocinando sobre as tuas emoções.

Tampouco é difícil vermos o uso que o nosso Eu Interno faz de suas consciências inferiores, como é dono delas. Nosso Eu Verdadeiro ,como o grande pensador que é, pensa:” tenho que cuidar melhor de “ meu” corpo.”  Aqui pensa “meu”como se dono do corpo fosse. Depois pensa: “As “minhas” emoções estão em frangalhos.”pensa também “minhas” como se fosse dono delas. Depois pensa: ” preciso deixar de ler tanto, ”minha” mente está cansada”. De novo pensa ” minha “. Assim, sempre aparecendo em nós uma 4° consciência, o nosso Eu Verdadeiro, quando pensamos e falamos.

A mente inferior é a grande coletora de conhecimentos do mundo externo. É a mente racional .Raciocina sobre os conhecimentos externos que obtém e estabelece conceitos sobre eles.No entanto ,estes conceitos ficam à mercê daquela triagem feita pela nosso Eu Verdadeiro. Ele seleciona e retém apenas os conceitos que  possam beneficiar a sua evolução. Por não reter nenhum conceito errôneo, nosso Eu Interno sempre se conserva puro e imaculado.


Annie Besant fez uma bela metáfora para o relacionamento entre o nosso Eu e seus instrumentos inferiores. Diz ela: todas as complexidades de nossos corpos são como folhas de uma grande árvore. Essa folhas se renovam periodicamente (nossas mortes e reencarnações) mas, tudo o que as folhas absorveram e assimilaram de perfeito do externo, enriquece uma seiva que se refugia dentro do tronco, sendo este tronco o nosso Eu Interno. Ele se abastece com a seiva das experiências vividas pelas folhas, pelos corpos inferiores.

Qual o critério do nosso Eu interno para selecionar os conhecimentos que o favoreçam?  Aqui é que entra o seu relacionamento com a sua Consciência Superior Crística. Sendo esta, a força que guarda o modelo de perfeição individual de cada um de nós, o nosso arquétipo. Em outras palavras, esta Consciência Crística é o nosso Dharma individual. Entendendo-se Dharma como uma lei para se atingir algo. No caso, atingirmos nosso modelo individual de perfeição.

É esta Consciência superior que orienta nosso Eu para que ele só retenha aquilo que o encaminhe ao seu arquétipo individual.

Para aceitarmos esta Consciência Crística é necessário primeiramente que desassociemos este Cristo interno como força que nos conduz a uma matriz individual, da pessoa de Jesus . Jesus é o representante perfeito de alguém que conseguiu desenvolver em toda a sua plenitude a  força Crística Superior  dentro de si. O próprio Jesus deixa isto bem claro quando diz: “Tudo o que eu faço vós também podeis fazer” . Atribui assim a cada um de nós uma força interna semelhante à dele, só que não desenvolvida.

Em outras palavras, o nosso Eu Interno se orienta por um código genético de perfeição que possuímos .Sem aqui confundirmos este com o código genético dos nossos corpos inferiores que herdamos biologicamente de nossos pais. O código genético de perfeição, a Força Crística Superior,refere-se a uma genealogia muito mais remota, recua até a criação das nossas mônadas individuais. O código genético humano condiciona o homem à heranças genéticas humanas. O código genético de perfeição condiciona o nosso Eu Interno a uma matriz inicial de perfeição individual.

Quanto ao relacionamento do nosso Eu Verdadeiro com a consciência Nirvânica: Esta é consciência repousante de nosso Eu. Sua força maior é a tranquilidade.Quando temos o nosso Eu Interno bem desenvolvido, a tranquilidade é a característica maior que manifestamos neste mundo. Atingir-se o Nirvana é obter um estado de ser em que o entendimento dos planos divinos e a sabedoria já é tanta, que nenhuma desdita pode mais nos perturbar.É o estado da bemaventurança. Por isso alguém como o Buda Gautama é chamado de “O Bem-aventurado”. Na meditação, quando conseguimos dominar nossa mente inferior agitada ,dispersiva, trazendo-a para um ponto fixo, um centro ou a um único mantra, o nosso Eu Verdadeiro se abastece nesta fonte de tranquilidade que  é  a consciência nirvânica e evolui.

Vejamos agora o relacionamento do nosso Eu com a sua Consciência Monádica,com a centelha divina dentro de nós.Ela é a força da Unidade , da União, da Unicidade que liga todos os  seres.Em nossa mônada somos todos iguais. Se olho um bandido ,um assassino ,acho que ele é muito diferente de mim. Porém ,se vejo apenas a sua mônada, a criação divina que o mantém, ele é igual a mim. Apenas por vivências de união ,os nossos corpos inferiores  enviam energias ao nosso Eu Interno que o possibilitam  identificar-se de pronto com a sua mônada e evoluir.

Ativarmos o contato com esta luz monádica através da concentração em nosso coração, certamente é muito válido pela própria fixação num centro o que nos acalma a mente e além disso estamos recebendo da grande fonte da Unidade.Porém, esta prática só  atingirá a sua finalidade, na medida em que a vivenciamos ,saboreando este recebimento.Podemos passar anos fazendo fixações á luz no coração como se estivéssemos com frio e nos fosse oferecidos cobertores mas ficássemos apenas os fitando sem nos cobrirmos, sem saborearmos o seu aconchego , seu calor,a alegria de estarmos confortáveis. Os cobertores perderiam então a sua finalidade.

Atingir a plenitude da Consciência Monádica é, enfim, alcançarmos aquilo que todos buscamos :  Felicidade, Alegria.

Quase todas as alegrias que temos na vida são transitórias. Quando pensamos tê-las em mãos elas podem repentinamente acabar. Mas, o Amor, a União entre seres a Unicidade , como se originam de uma fonte eterna, permanente, é a única que sobrevive,transcendendo à própria morte. Quando nosso Eu Verdadeiro contata sua Consciência Monádica, Ele sabe que vencida a transitoriedade dos corpos inferiores só aquilo que plantamos como amor por outrem, sobreviverá e retornará ao nosso Eu Interno como colheita de felicidade . Todos os grandes iluminados nos falam sobre esta colheita futura de alegria, fruto  da Unicidade, do amor plantado.

Não é fácil chegarmos á Unicidade com todos os seres. Para isso, obstáculos nos esperam : Aprimorarmos os nossos perdões, aceitarmos as diferenças dos outros, e fazermos esforços de aproximações harmoniosas com todos aqueles que certamente não foram postos  casualmente em nosso caminho.

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