sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Símbolos Natalinos


   Na época que antecede o natal, quando corremos para a compra dos presentes, para a preparação da ceia, pensamos que aquela alegria que temos depois com a reunião familiar, com a troca de presentes, etc, é toda a alegria que o natal pode nos dar. Não imaginamos  então que não estamos alcançando toda a intensidade de sentimentos que um natal bem compreendido poderia nos trazer. Nesta data, geralmente repetimos a grande falha da nossa época: Viver os nossos momentos mais importantes superficialmente. Às vezes, os estamos vivendo sem nos dar conta de sua importância, só vemos que foram importantes quando já passaram. Vulgarizamos circunstâncias, datas que poderiam fazer de nós pessoas muito mais entusiastas, profundas e felizes. Poderíamos então encontrar no natal, assim como em outras datas, valores que enriqueceriam nossa vida e que consequentemente tornariam sem relevância coisas que nos angustiam as quais atribuímos uma importância que na realidade elas não têm. Todas as datas comemorativas querem por em relevância, assinalar um sentimento, uma energia que são importantes para a nossa evolução; dia das mães, dia da pátria, etc.

   O natal cristão, tradição do ocidente, comemora uma das mais tocantes mensagens que o mundo já recebeu de uma líder. Como todas as datas comemorativas ela vem acompanhada de seus componentes simbólicos: A ceia, o presépio, os magos, pinhas, etc. Vamos estudar então cada um destes símbolos:

   A CEIA: A ceia é a mais antiga das tradições natalinas. No primeiro ano após a morte de Jesus, ela é feita pela primeira vez por seus discípulos, que relembravam assim os últimos momentos em que numa ceia, estiveram reunidos com o seu Mestre. Para os 12 discípulos, enquanto eles viveram, esta decisão de relembrá-lo passa a ser mantida anualmente. Pouco a pouco, cada novo seguidor do Cristianismo passa a fazer em seu próprio lar uma ceia com a participação de todos os familiares, como uma afirmação de que haviam aceitado as mensagens deixadas pelo nazareno.

   Mais de dois mil anos após esta tradição é o ponto máximo da noite de natal. A ceia tem principalmente um sentido grupal. Quando nos sentamos frente à mesa natalina, o que deveríamos na verdade nos conscientizar é que participamos de um grupo que se identifica por ter aceitado todas as propostas que nos foram sugeridas pelo líder da Galileia, a quem dizemos seguir como cristãos que dizemos ser. Assim, o sentido grupal da Ceia poderia tirar de nós sentimentos de solidão, nos dando a felicidade de nos sabermos inseridos nas tradições de uma família, de um pais, de um credo religioso.

   Aquele gesto do mestre Galileu de na última ceia pegar um pedaço de pão e repartir com um grupo por si só contém toda a idéia de ceia: O distribuir, o repartir afeto com os participantes de um todo.

   Desde as primeiras horas anteriores ao encontro de natal ,quando caprichamos na arrumação de nossas casas ,pomos a nossa melhor roupa para a noite natalina, já devíamos viver cada um destes passos dando a eles uma conotação de sagrado, já vivê-los intensamente como se estivéssemos nos preparando para um momento importante: O de manifestar aquilo que há de mais sublime em nós: trocar afeto, dar e receber amor. Dando à Ceia um sentido solene transformaremos as energias que gastamos nela ,pois o importante certamente não é fazermos uma ação,mas achar o seu sentido, sermos  dentro dela.O importante afinal não é o fazer,mas o ser.

   O PINHEIRO.    O pinheiro é uma árvore de intensa vitalidade, de muita resistência, resiste à aridez de climas gelados. Enquanto outras árvores queimam-se, morrem, ela permanece verde. Presente dentro do nossos lares ela representa a força que a fé cristã nos dá perante qualquer adversidade. Enfim ela representa a durabilidade,a resistência do Cristianismo.

   PINHA.  Fruto dos pinheiros, ela é outro importante símbolo natalino. .Representa o fruto que podemos obter para nossa evolução, se pudermos resistir dentro de uma dificuldade. Fazemos com a pinha enfeites, decorações, mas geralmente não fazemos correlação, não somos sequer tocados pelo seu significado simbólico. Ela é a representação da esperança.Num prato de enfeite, elas estão ali dizendo :dentro de um clima gélido eu sou o fruto da sobrevivência, da força ,da resistência.

   O PRESÉPIO. O primeiro presépio surgiu no séc. XIII. Em 1223 apareceu na Itália uma figura importantíssima para que a mensagem do líder Jesus não fosse deturpada: Francisco de Assis. Num tempo em que a igreja exibia um luxo excessivo, ele passou a lutar para que a simplicidade dos primeiros seguidores do Cristo fosse recuperada. Aproveitou então a humildade do ambiente em que o mestre Galileu viveu. Chamou então um proprietário de terras, seu amigo, e em seus bosques escolheu uma gruta e construiu nela uma manjedoura. Nela, pôs feno, colocou animais, reproduzindo quanto possível a gruta de Belém. Convidou todas as famílias do vale que vieram á noite para a gruta e ali ele fez uma pregação sobre simplicidade. Nascia assim o primeiro presépio. Caso pudéssemos fazer nossas crianças concluírem que por traz de uma aparência de simplicidade pode se esconder uma personalidade com força de sábia liderança, faríamos com que nossos jovens desassociassem uma aparência de ostentação da posse da sabedoria. O presépio é enfim o símbolo da simplicidade que nos pede o Cristianismo.

   Existe no presépio outros símbolos interessantes: A CAVERNA: As manjedouras sendo estábulos onde se dá comida aos animais eram no tempo de Jesus dentro de escavações, cavernas muito comum nos terrenos pedregosos da Judeia. Para entendermos o simbolismo esotérico da caverna é necessário que vejamos a pessoa do Cristo-menino como a representação de uma força que cada um de nós traz dentro de seu coração: a força crística. A manjedoura onde nasceu o Cristo é então o símbolo do nosso coração onde se abriga esta força que numa iniciação começamos a desenvolver. È na  caverna de seu coração que o iniciando sente o pulsar  da vida divina, vê e acompanha o nascimento do seu próprio Cristo interno .

   O Cristo menino representa uma espécie de consciência divina que começa a se desenvolver na caverna do coração. Na realidade, o germe desta força sempre esteve presente, mas oculta em todos os seres humanos. Mas em determinado momento da nossa evolução ela começa a manifestar-se. Por esta razão os discípulos que entram em iniciação, são chamados de pequeninos ou crianças, também de renascidos. As palavras de Jesus de que “Um homem deve se tornar uma criança para entrar nos reinos do céu” refere-se aos discípulos que nos templos iniciáticos do Egito buscavam o seu Cristo-menino. Então para um esotérico o dia do nascimento do Cristo na caverna simboliza e comemora o 1º degrau de iniciação de um discípulo.

   OS PASTORES Quando, numa iniciação, termina-se o degrau chamado probacionário, recebe-se um sinal que nos chama a buscar a força crística, Os pastores que encontraram um anjo lhes mandando ir a uma caverna buscar o menino cristo que nascia é o simbolismo deste chamamento iniciático.

   No presépio aparece os quatro reinos; o vegetal no feno, o mineral na rocha da caverna, o animal, naqueles que ali aparecem e o humano em José Maria e o menino.

   OS TRÊS REIS MAGOS Os três magos levam ao menino presentes. A tradição religiosa nos conta que eles atravessaram desertos, vindos de terras distantes. Vejamos se podemos dar uma consistência histórica a estes personagens. A região da palestina era na época, em termos de cultura sem expressão alguma, mas existiam grandes centros culturais espalhados pelo Egito, Pérsia e Etiópia de onde a tradição nos diz terem origem os nossos personagens. Neles, se estudava matérias como geometria, filosofia e astronomia. Muitos homens passavam suas vidas nestas terras a bem de estudarem, pois estamos falando de uma época em que escolas e faculdades quase não existiam em todas cidades . Sendo a educação assim tão rara, aqueles que a tinham eram respeitados, acatados. Aqueles que estudavam a difícil matéria da astronomia, considerada então mágica, levando-se em conta o pouco recurso de aparelhagem técnica para estudá-la, eram então chamados de magos.

   Os três reis magos bem poderiam ser estudiosos de astronomia guiando-se em seu caminho como era costume pelas estrelas. Estranhamos o fato de virem três sábios tão de longe para adorarem uma criança. Vemos nisso lenda, fantasia, mas esquecemos de que a espera da vinda de messias que trariam reformas à humanidade era bastante comum na tradição dos povos antigos. Naturalmente que a vinda de um messias trazia indicadores, referências que uma vez conhecidas, dentro daqueles centros culturais, poderiam ter se enquadrado ao menino que nascia naquela família da Galileia. A adoração a um menino distante é perfeitamente compreensível na mentalidade da época.

   Estes três magos trazem em mãos três presentes: o ouro, o incenso e a mirra. Entender a simbologia destes presentes é enriquecedor para nós no natal. Para os povos antigos os elementos, as plantas, as resinas simbolizavam sentimentos humanos. Assim temos: O ouro significava o clímax de todo o esforço que um homem faz para sobreviver. Em resumo, a nossa energia física. O incenso é resultante da queima de uma planta aromática que volatizando-se sobe aos céus. Representava para os antigos as nossa energias emocionais que uma vez trabalhadas, queimadas, pode nos levar a um céu interno que, ao espalhar-se, beneficia outros. A mirra é uma goma resinosa, amarga, usada para mirrar, encolher materiais. Significava o encolhimento das amarguras de nossos pensamentos, tudo o que angustia a nossa mente, que pode ser encolhido, mirrado, para que cresçamos espiritualmente. É enfim a nossa energia mental purificada.

A tradição nos diz que os três magos chamavam-se Melquior, Gaspar e Baltazar. Que teriam vindo da Pérsia do Egito e da Etiópia. Que teriam vindo recepcionar o menino que julgavam fosse o messias esperado, oferecendo a ele sua energia física, emocional, e mental trabalhadas.  Podemos então imaginar os três a dizer ao menino: Trago a vós messias, ao vosso serviço, a minha energia física representada neste ouro. O outro: Trago ao vosso serviço a minha energia emocional purificada, representada neste incenso. O outro dizendo: Trago a vós, messias, o meu corpo mental que ponho a vosso serviço, representado nesta mirra.


   O PAPAI NOEL Não poderíamos completar qualquer estudo sobre o natal, sem analisar o papel que esta figura pode ter para as nossas crianças. Ela pode dar a elas algo que nosso mundo está perdendo: o poder de fantasiar, da imaginação. Aquela transcendência de imaginar que a figura de um velhinho bondoso, desce dos céus apenas para lhe ofertar um presente, abre à criança o caminho do abstrato, da transcendência. Porém nosso erro mais comum é fazer dele a figura de um justiceiro que não atenderá á criança se ela não for bem na escola, não se comportar etc. O Papai Noel deverá ser para uma criança um amor com que contará incondicionalmente, sempre. Abre-se assim para a criança a porta da fé nas graças divinas, no transcendente que ele levará consigo pela vida afora.

   Por que também não transformarmos os momentos em que dizemos a frase tão repetida nesta época, feliz natal, em momentos de amor? Ao invés de dizê-la mecanicamente, como um hábito de nossa cultura, não enviar a outrem um pensamento sincero, um desejo de que realize as suas aspirações mais íntimas?

Concluindo: Se me for perguntado qual entre os símbolos natalinos resume melhor o espírito de natal eu diria que é a frase: “Gloria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.” Ela contem todo o anti sectarismo que deveria existir nas nações cristãs. Nela não é dado louvor ao Deus deste ou daquele credo, simplesmente ao Deus das alturas e também não ao seguidor desta ou daquela religião, mas a todos os homens bem intencionados, de boa vontade, que desta forma encontrariam a tão sonhada paz.


domingo, 29 de agosto de 2021

O Estratagema de Takla

No século VII, vivia na cidade de Medina na Arábia, um homem de meia idade chamado Mosab. Sua vida era muito difícil. Já fora adestrador de falcões e durante uma queda ficara capenga. Porém, viajara várias vezes ajudando caravanas de peregrinos que iam até a Pérsia. Lá, aprendeu Geometria, Cálculos e os segredos da Astrologia com sábios sacerdotes. Quando não pode mais trabalhar com falcões por estar capenga, mudou-se para Damasco, na Síria e ali conheceu Takla com quem se casou. Sua profissão ali não era das mais rendosas, tornou-se um professor. Ensinava Astrologia e Geometria. Era um homem muito estimado por seu gênio paciente, mas para poder sustentar uma esposa e uma filha tinha que contar com Takla que, muito ativa, bordava tapetes com cenas do Alcorão.

   Um dia bateu em sua porta um emissário do califa de Damasco. Este lhe mandava uma ordem para que comparecesse perante ele. Mosab ficou lívido de emoção. O que –pensou ele- aquele poderoso rei havia de querer com um homem tão humilde como ele? Após muitas conjecturas sobre aquele honroso convite, pôs suas melhores vestes, seu turbante novo, sua melhor túnica e foi atender a ordem.

   Quando atravessava os luxuosos salões para chegar até o rei, ouviu de nobres muçulmanos comentários desdenhosos como; O que quer nosso soberano ouvir deste astrólogo capenga? Mas a entrevista foi cercada de mistério. Todos os secretários foram convidados a se retirarem, ficando a sós Mosab e o califa. Este então esclareceu em tom amistoso.

   _Tenho recebido muitas informações elogiosas a teu respeito. E, a minha atual favorita é amiga de sua esposa Takla e falou-me varias vezes de tua sabedoria, então para agradá-la quero nomear-te para o cargo de meu primeiro ministro.

   _Eu, primeiro ministro? Repetia Mosab estupefato.

   _Exatamente- confirmou o califa e passou a nomear as capacidades que seriam aproveitadas em Mosab: És um homem honesto.  Conheces os segredos da Geometria de Euclides. Sabes então muito bem lidar com números e contas. Conheces também Astrologia e a qualquer momento poderás dizer-me como está a trajetória dos planetas no céu. Ninguém duvida da tua sabedoria em interpretar o Livro Sagrado, o Alcorão de Alá. Julgo-te, portanto o mais confiável para vigiar as despesas do tesouro do meu califado. Porém - continuou o rei- só poderei te nomear meu Grão Vizir depois que responderes duas perguntas.

   _Ò nobre soberano- respondeu Mosab - só direi a verdade sejam quais forem as conseqüências.

   _Bem, Então esta é a primeira: Tens amigos entre a população de Damasco?

   _Sim. Tenho bons amigos em toda a parte, entre sábios e ignorantes, ricos e pobres. Tanto na mesquita como no mercado estou sempre rodeado de amigos.

  _ Muito bem. Então passo à segunda: Tens inimigos entre os muçulmanos de Damasco?

_Não. - Respondeu ainda com sinceridade Mosab - Sempre só contei com muita afeição. Estou certo que durante toda a minha vida não fiz um só inimigo.

  _ Então- declarou o califa- sinto muito, mas não poderei te nomear meu primeiro ministro.

O bom professor abaixou a cabeça arrasada por aquele desfecho não esperado, mas o califa tornou a explicar-se: _ Observe bem: Sou um rei generoso, mas tenho inimigos dentro e fora de minhas terras O grande profeta Maomé, um enviado divino, teve inimigos cruéis que tentaram por todo jeito vencê-lo até matá-lo. E Alá, o misericordioso, também tem inimigos. Quem são afinal os hereges que tentam desacreditar Seu nome, senão seus inimigos?

   Seria um absurdo que meu primeiro ministro fosse um homem tão fraco, sem expressão, que não conseguisse contar com um só inimigo. Mosab, todos os homens de personalidade forte têm inimigos.

   Quando, porém, olhou para Mosab, o rei se comoveu com o seu desaponto e disse;

_ Vou te dar uma oportunidade, Se dentro de 24 horas tiveres arranjado 7 inimigos em nossa cidade serás meu primeiro ministro. Vá que eu te esperarei aqui amanhã após a terceira prece do dia.

   Ao sair do palácio, Mosab passou por um homem vendendo água, pensou então em agredi-lo derrubando a água, o tornando o seu primeiro inimigo. Mas depois refletiu. Não teria coragem de agredir um miserável aguadeiro. Era muita covardia. Talvez fosse melhor procurar o xeique Ismael e lhe contasse sobre as infidelidades de sua esposa. Os 4 irmãos dela ficariam furiosos e ele assim já arrumaria 4 inimigos. Porém o repugnava fazer intrigas.Desistiu. Melhor então era procurar poetas que tinham fama de talentosos e dizer perante várias pessoas que os versos deles eram horríveis. Mas, a poesia sempre lhe fizera tão bem! Com poderia arranjar inimigos incomodando homens que só viviam para as coisas delicadas das artes. Impossível.

   Quando chegou em casa sua aparência assustou sua esposa Takla.

_O que foi que o califa te disse que te perturbou tanto?- perguntou-.

_ Exigiu-me arrumar em 24 horas 7 inimigos em troca de um cargo de Vizir. Mas como arrumá-los entre estas pessoas de Damasco tão solidárias com a nossa pobreza?

_Ora –respondeu Takla- só isto? È muito fácil arrumá-los. Deixa que eu trate disso.

_ Por favor, Takla, não quero que consigas inimigos agredindo nenhum de nossos prezados visinhos.

 _ Não o farei -disse ela muito animada- Senta-te ai sobre esta almofada bem tranquilo, fica lendo tópicos do Livro Sagrado, e te garanto que nem terás terminado todas suas Sutras e eu já terei arranjado teus inimigos e o rei amanhã te fará primeiro ministro.

   Takla saiu, mas Mosab nem conseguia fixar-se no Alcorão. Pensava em tudo que poderia perder: Via-se ao lado do rei recebendo homenagens de nobres maometanos. Iria com certeza morar num palácio com fontes e jardins, onde receberia seus amigos poetas. Sua filha naturalmente se casaria com um nobre dono de milhares de tamareiras  e afinal tudo estava perdido. Não acreditava que Takla fosse capaz também de fazer inimigos. Mas, dali a umas horas ela aparecia radiante.

   _Meu marido – disse – já está tudo arrumado. Era de sete inimigos que precisavas? Pois te garanto que já arrumei mais de setecentos.

 _ Por Alá, Takla, o que fizestes? Quantas pessoas agredistes?

 _ Nenhuma. Apenas chamei algumas de minhas conhecidas para uma reunião e nela declarei, como se já fosse um caso já consumado, que o califa tinha te escolhido para seres seu primeiro ministro. A surpresa foi tão grande que tive até que jurar pelas barbas do profeta Maomé. Surpreendi alguns cochichos assim: Este rei deve estar doido de contratar uma capenga para ministro! Quando declarei que era amiga da sua favorita, notei já algumas expressões de inveja e logo ouvi sussurros onde alguém dizia: Este rei realmente nunca soube escolher os seus auxiliares!

  _ Mas Takla – argumentou Mosab – Como é que apenas com comentários maldosos de algumas mulheres vais me trazer tantos inimigos?

 _ Ai é que te enganas. Elas contarão a notícia há pelo menos vinte pessoas, estas a mais vinte e assim progressivamente a estas horas mais de cinco mil homens de Damasco já estão a par da notícia e o ódio que vem da inveja vai estar no coração dos mais ambiciosos.

   No dia seguinte Mosab foi a presença do rei para contar-lhe o estratagema de Takla.

   _Agora compreendo-disse o califa- porque hoje na audiência da manhã vários secretários fizeram tantas referências nada elogiosas a ti. Chegaram a contar-me que tu te disfarças num pobre professor capenga, quando na verdade és um espião com cúmplices no Egito, aos quais prometestes revelar segredos de nosso Estado. Outro disse-me que te surpreendeu preparando com teus estudos de Astrologia, sortilégios para matar toda a minha família real. Já vês que todos estes teus inimigos foram inspirados pela inveja surgida em apenas 24 horas, graças ao estratagema de tua esposa. Amanhã, sim, Mosab, assumirás o cargo de meu Grão Vizir. Mas te dou um conselho: Quando tiveres qualquer dúvida na condução do meu califado, consulta Takla.  Não há nada mais precioso do que se ter uma esposa com tanta perspicácia quanto aos sentimentos humanos.

- Extraído de “Novas Lendas Orientais“ de Malba Tahan.


O Amor Venceu a Morte

 

O Amor que Venceu a Morte - Um Conto Indiano

Na Índia antiga havia uma princesa, filha de um rei, chamado Savitri. Quando ela chegou à idade de casar-se, seu pai, como era de costume, mandou que ela escolhesse um marido. A carruagem real, acompanhada de uma magnífica escolta, foi pelas estradas para Savitri visitar as cortes vizinhas.  Porém, em nenhum dos reinos ela encontrou um príncipe que lhe agradasse.

      Aconteceu que a comitiva passou por um bosque. Ali, sábios místicos e homens desgostosos com o mundo, se refugiavam,entregando-se a meditações e exercícios espirituais. Ali morava também um velho rei cego que fora destronado e fugira para aquela ermida com a família. Tinha um único filho de nome Satyavam.

Iama, deus hindu da morte

       No país, era hábito que qualquer pessoa que passasse perto de um bosque – ermida onde vivessem sábios parasse para lhes render homenagens, tal era o respeito que até os nobres tinham aos nobres. Assim, a caravana de Savitri, parou , entrou no bosque, ela viu o filho do rei cego destronado e se apaixonou por ele.

      O voltar á sua corte, o pai perguntou-lhe se encontrara algum príncipe digno dela. Ela disse que sim, mas que ele não era mais príncipe porque o pai dele fora destronado e morava numa cabana num bosque.

     O rei chamou então o adivinho famoso, Narada, para fazer uma previsão para aquele possível casamento. Narada disse que a escolha dela fora muito funesta, pois aquele jovem Satyavam dali a um ano morreria. O rei tentou dissuadir Savitri de casar com alguém que além de pobre, tinha vida tão curta, mas Savitri respondeu que o seu amor era tão grande que venceria a própria morte.

 Casaram-se e Savitri foi viver na cabana do bosque, só ela sabendo o dia que Satyavam morreria. Os três dias que antecederam a data fatal, ela passou em jejuns e orações, escondendo a sua angústia. Ao amanhecer do dia marcado, não querendo nem por um instante deixar seu amado sozinho, ela foi com ele para o campo colher raízes e frutos. Quando estavam lá, Satyavam queixou-se que sentia o se corpo enfraquecer-se, as suas forças se esvaírem. Pediu que se sentassem ao chão, pôs a cabeça no colo dela e em poucos instantes, morreu.

    Abraçada ao corpo dele, ela ficou ali esperando que os emissários do deus da morte Iama chegassem para levar a sua alma. Ao chegarem, nenhum dos emissários, porém, conseguiu acercar-se do local onde os dois amantes estavam. Em roda do lugar onde ela se sentara com ele ao colo, ardia um círculo de fogo que ninguém podia passar.Era como um anel de ouro que isolava os dois.

    Os emissários da morte voltaram ao deus Iama da morte e lhe explicaram que era impossível tocar na alma daquele jovem porque para passar o círculo de fogo se queimariam. O deus foi então pessoalmente ao bosque e como era um deus pode atravessar o círculo e falar com Savitre.

     _ Filha, entrega-me esta alma. Sabes bem que a morte é apenas uma etapa no caminho dos mortais.

     Savitri entregou-lhe a alma de Satyavam, mas quando o deus tinha dado apenas alguns passos, ouviu atrás de si sobre as folhas secas, os passos de Savitri.

   _ Filha -disse o senhor da morte- porque me segues? Não sabes que a morte é o destino dos homens?

   _ Sei –respondeu ela- mas sei também que o destino da mulher é ir aonde o seu amor a leva.

     O deus da morte disse-lhe então: _ Pede-me qualquer graça, menos a vida do teu marido.

    _ Então, por favor -pediu Savitri- devolvas a vista do meu sogro que ele não seja mais cego.

     _ Neste momento teu pedido foi atendido, teu sogro está curado.

Narada, o mais famoso adivinho da Índia! 

    E, o deus da morte da morte foi embora com a alma de Satyavam, mas novamente ouviu passos e viu que Savitri ainda o seguia.

    _ Por favor, Savitri, ainda me segues?

    _ Eu nada posso fazer-disse ela- Embora eu me esforce para voltar para trás, para a minha Ca a minha mente corre atrás de meu marido e o meu corpo obedece a minha mente. Tu estás com a alma de. Tu estás com a alma de Satyavam e como a alma dele  é um complemento da minha, aonde a dele vai, a minha vai também.

   _ Savitri, A tua dor é uma dor sem esperança. Dou-te outra graça, menos a alma de Satyavam.

   _ Bem –pediu Savitri- se queres mesmo me dar outra graça, faz com que o meu sogro recupere o seu reino que perdeu, com todas as suas as suas riquezas.

   _ Tudo agora já está te concedido.  Agora volta filha, pois nenhum ser vivente, jovem como tu, deve andar ao lado do deus da morte.

     Como, porém Savitri persistiu em acompanhá-lo, ele lhe perguntou:_ Supõe Savitri, que o teu marido tivesse muitos pecados a resgatar e que eu o estivesse levando para o inferno. Gostarias assim mesmo de  segui-lo?

_ EU o seguiria alegre -respondeu ela- pois o céu é um inferno para mim sem Satyavam e o inferno é um céu para mim ao lado dele.

    _ Tuas palavras me comovem Savitri, mas pela última vez, vai embora porque não te darei a alma de teu marido.

    Porém o deus olhou-a com piedade e lhe disse:_ Sem me pedires a alma dele, pede-me outra qualquer graça que eu te atenderei.

    _ Bem, se me permites desejar, quero ver preservado o reino que acabastes de dar novamente ao meu sogro, que a sua nobre dinastia tenha continuidade.

     O deus da morte sorriu da sua artimanha feminina, pois ela sabia que sendo Satyavam filho único, só através de seus filhos o reino do velho rei poderia ser preservado e afinal ele, o deus da morte, lhe prometera “qualquer coisa” Compreendeu que desde o primeiro pedido ela quisera chegar a isto.

     _ Ó filha –disse vencido- Toma a alma de teu marido, leva-a contigo. Ele voltará a viver e será o pai de teus filhos e com o tempo herdarão o reino de teu sogro. Pela primeira vez vi um amor triunfar sobre a morte! Nunca vi uma mulher amar tanto! Savitri, nem mesmo eu o senhor da morte, nada posso fazer contra a força de um amor tão imenso!

    O deus da morte afastou-se e no colo de Savitri o rapaz começa a ressuscitar.

domingo, 30 de maio de 2021

Mitos Nórdicos

Asgard, o palácio dos deuses nórdicos.

 Os povos escandinavos como noruegueses, dinamarqueses, suecos, islandeses e finlandeses podem se gabar de terem uma mitologia de deuses tão amados como aqueles do panteão grego.

   Entre os inúmeros que possuem, reinam como soberanos e mais conhecidos: Odin, Thor e Freya.

   Odín é o grande chefe de Asgard, sua morada, que corresponde ao Olimpo de Zeus. De lá, ele faz uma vigia constante ao mundo dos homens, sendo considerado por estes como o Pai sagrado e supremo, que lhes proporciona curas e lhes designa e determina o momento da morte.

   Odin dá uma especial atenção aos heróis mortos em batalhas, esperando que venham ao seu encontro trazidos pelas Valquírias. Estas mulheres virgens e imortais, usando lanças e escudos, protegidas por armaduras, se encarregavam de levar tais guerreiros ao Valhala, o paraíso de Odin. Ali, lhes eram oferecidas danças sensuais e muito carinho feminino, como recompensa aos seus atos heroicos. Podemos encontrar os fatos destes heróis narrados nas sagas escandinavas.

   Para irem desde Asgard, a morada celeste, para o mundo dos homens, era necessário que os deuses atravessassem a Ponte Bifrost com suas escadas que são as belíssimas cores do Arco Iris, ligação entre céu e terra.

   Através de Bifrost, os deuses desciam para dar uma constante assistência aos mortais, segundo acreditavam os nórdicos. Os deuses costumavam vir regar a grande árvore plantada por Odin e junto a ela faziam seus planejamentos para o destino da humanidade. A imensa árvore é conhecida como a Iggdrasil. Ela tem as suas raízes em profundezas que imergem em rios e poços de água. Assim aguada, é a generosa alimentadora de todos os seres vivos e de toda a natureza terrestre. Sempre permanece viçosa, pois suas galhadas jamais envelhecem.

   Thor é o poderoso filho de Odin. Com seu machado ameaçador defende os deuses contra os Ogros, seres gigantescos e maléficos, enquanto protegem os Elfos, seres benéficos, um tipo de elementais, amigos dos homens.

   É Thor o deus de um dos mais fortes fenômenos celestes: O trovão. Muito previdente, nos anuncia momentos de tormentas e chuvas torrenciais.

Odin, o deus supremo do panteão nórdico.

   Freya que é a deusa nórdica do amor e da beleza, poderíamos compara-la à Afrodite dos gregos. Como deusa do amor protege os apaixonados, e os antigos escandinavos costumavam se agrupar para cantar canções de amor em sua homenagem. Em seus cultos lhe pediam que bem acolhesse as esposas fieis no seu pós morte. Pediam-lhe ainda para as viúvas uma especial graça: Que encontrassem também, nesta ocasião, seus falecidos e amados maridos.

   A própria energia dos deuses lhes advinha de um tipo de bebida que costumavam tomar: Uma espécie de leite que lhes fornecia a cabra de Odin, de nome Heidrum.

   À semelhança dos deuses tinham também os seus Oráculos. : As Runas. Na verdade, estas foram o seu primeiro alfabeto, mas ao mesmo tempo servia de um meio de se comunicarem com o transcendente, com o espiritual. Os Vikings as escreviam em ossos e costumavam usa-las como amuletos benfazejos.

   Quanto a sua escatologia, contavam temerosamente com um fim de mundo tais como algumas religiões atuais aguardam. Sendo que um dos males que ocasionariam tal fim viria de uma serpente mítica, muito temida, que se acreditava estar postada na profundeza de um poço d’agua, junto à árvore Iggdrasil. Esta roía constantemente a sua raiz, enfraquecendo pouco a pouco a vitalidade do mundo dos homens.

   Previam, entretanto, uma batalha entre o bem e o mal que chamavam de Ragnarok. Odin, seus filhos e mensageiros se preparavam militarmente para este grande confronto final, certos de sua vitória.

   A mitologia nórdica contou com grandes escritores que narraram lindas sagas e estórias. O mais conhecido em nosso meio é o dinamarquês Hans Cristian Anderson, especialista em literatura infantil. São célebres seus contos de fadas e pouco de nós, adultos, desconhecem “O Patinho Feio” e “O Soldadinho de Chumbo” que nos entretiveram encantados em nossa infância.

   Conhecer os mitos escandinavos é algo realmente imperdível.

Apóstolos do Cristo Consagrados em Junho

 No mês de Junho a cristandade homenageia estes três apóstolos: São João Batista, São Pedro e São Paulo.

JOÃO BATISTA

    Era filho de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Muito intuitivo, previa que o Messias esperado pelo povo Judeu já estava entre eles. Desejava então, através de um rito purificador, preparar pessoas para o que aquele grande ser viria ensinar-lhes. Fazia-o então por meio de um batismo grupal nas margens do rio Jordão. A este rito compareciam dezenas daqueles que esperavam fielmente o Messias. Por isto passou a ser conhecido como João, o batista.

   A data de seu nascimento, 24 de Junho após tantos séculos passados, é comemorado com o acendimento de fogueiras, devido a esta estória que nos conta a tradição cristã:

   Maria, a mãe do Cristo, morava na encosta de um morro enquanto Isabel, mãe de João, morava lá em seu cimo. Esta estava grávida e então as duas primas fizeram uma combinação entre si: Quando Isabel começasse a sentir as dores do parto, acenderia uma fogueira para que Maria tivesse disso conhecimento e subisse a ajuda-la. Por esta razão, em frente à casa de João, quando este nasceu, havia uma fogueira acesa.

   São João Batista não foi então só aquele que propagou a vinda do Cristo, batizou-O nas águas do Jordão quando Este iniciou em sua terra o Seu ministério, querendo dar a todos o valor de uma purificação simbolizada num batismo e foi também um de seus maiores seguidores.

PEDRO

   Juntamente com o seu irmão André, foi um dos primeiros discípulos do Cristo. Quando este os encontrou lhes disse: “Sigam-me que farei de vós pescadores de homens”. Assim, o pescador Pedro passou a dedicar sua vida a trazer adeptos para as pregações de Jesus. Seu nome de nascimento era Simão, mas Jesus o chamou de “Kephas” que em aramaico significa Pedra. Pedro (A rocha).

   Tinha um imenso afeto por Jesus e mostrou isso quando, desesperado, quis agredir um dos soldados que vieram prender o Cristo, no que foi severamente impedido por este.

   Os historiadores atuais dizem que Pedro, grande nacionalista que era, pelo grande amor que tinha à sua pátria, não entendeu bem a natureza da mensagem do Cristo, imaginando que era dirigida apenas a resgatar a liberdade do povo judeu. O que viria mais tarde a fazê-lo diferenciar-se de Paulo de Tarso.

   Pedro tornou-se o amado chefe do grupo de discípulos, liderança nunca contestada. Fundou o primeiro patriarcado da Igreja em Antióquia, onde realmente nasceu a Igreja cristã. Foi depois para Roma fazendo um trabalho de gigante, evangelizando um número imenso de pessoas.

  Descoberto como o novo líder da nova Igreja que nascia, foi sacrificado no ano 64 sob o império de Nero. Pediu para ser crucificado de cabeça para baixo para não se igualar a seu mestre Jesus.

   Trezentos anos após a sua morte, foi construída pelo imperador Constantino uma igreja em Roma para conter os seus restos mortais. Tal igreja manteve-se até o sec. XVI quando então foi construída a nova basílica de São Pedro. Seus restos estão hoje sob o altar-mor. Para a sua construção contribuíram artistas famosos como Rafael e Miguel Ângelo.  È atualmente uma das catedrais maiores e mais belas do mundo. Pedro foi sem dúvida, a “Pedra sob a qual construirei a minha Igreja”, tal como dissera o Cristo.

PAULO

Nasceu em Tarso, cidade da atual Turquia. Tornou-se um grande erudito, proferindo magníficas palestras no Areópago de Atenas, o maior centro cultural daquela época (ao redor de trinta anos após a morte do Cristo) Passou também a trabalhar no grande templo, o Sinédrio de Jerusalém, encantando a todos com sua inteligência e erudição.

   Ali, veio a tomar conhecimento do movimento cristão que então se agigantava no meio judaico. Em acordo as ideias e determinações daquele próprio templo, foi encarregado de perseguir os adeptos da nova mensagem. Sua primeira vítima foi um rapaz de nome Estevão que ousou dentro do Sinédrio pronunciar defesas para aquele profeta que fora sacrificado (Jesus). Ia depois de casa em casa buscar e castigar seus seguidores.

   Um dia, soube que um grupo de cristãos ia reunir-se na capital da Síria, Damasco, e para lá se dirigiu. Foi quando a sua vida deu uma inesperada guinada que o transformou no maior seguidor do Cristo. Caminhando na estrada para Damasco, ouviu uma voz que lhe indagava: “Paulo, Paulo, por que me persegues?” e teve a surpreendente visão da figura de Jesus ressuscitado. Ele aparecia-lhe em meio à tão radiante luz que iria deixa-lo cego por dias.

Dai em diante aconteceu com ele aquela inesperada e incrível mudança que modifica súbita e completamente a personalidade de alguém. Inexplicavelmente Paulo tornou-se o incomparável propagador do Cristo que encontrara.

   De mentalidade absolutamente universalista, foi ele talvez entre os seus seguidores aquele que melhor compreendeu a Sua mensagem, direcionada à toda a humanidade não apenas ao povo judeu. Passou a viajar por todos os interiores em pregações missionárias, pela causa do Cristo, isso lhe granjeou o título de “O Apóstolo dos Gentios”.

   Convertia-os ao novo credo, sem exigir-lhes que se juntassem ao Judaísmo, fazendo o rito da circuncisão, tal como o estava exigindo Pedro. Este seu comportamento veio então a causar serias disputas entre os dois grandes seguidores do Cristo.

   Foi realmente Paulo responsável pela imensa proporção que tomou o novo credo, pois esta abrangia a todos sem fazer distinção entre ideias religiosas ou pagãs que encontrasse. Não fosse a sua figura, talvez o Cristianismo houvesse se tornado um credo exclusivamente restrito aos territórios romanos e judaicos. Não teria alcançado o mundo todo como alcançou.


quinta-feira, 6 de maio de 2021

Dia das Mães... Mulheres Inesquecíveis

Para os meus queridos alunos e alunas espiritualistas, lembro aqui algumas Mães glorificadas em Seu Dia

  MÃE MARIA


   Adorada por ser a mãe do Cristo Jesus, segundo tradição, era uma discípula da Sociedade dos Essênios, casada com um companheiro da mesma Sociedade de nome José. A história religiosa cristã afirma que o nascimento lhe foi anunciado pelo arcanjo Gabriel e que se deu por um milagre do Espírito Santo.

   Após a morte do Cristo, deu um magnífico apoio aos discípulos de Jesus. Viajou pela Turquia em companhia do discípulo João. Podendo os turistas que viajam por este país visitarem "A Casa de Mãe Maria".

   Hoje, é cultuada sob o nome de várias Nossas Senhoras, tais como Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora do Rosário e tantas outras.

MÃE DEMÉTER

   Deusa da fecundidade do solo na Grécia antiga. Tinha uma única filha de nome Prosérpina. Segundo o mito, Prosérpina foi roubada pelo deus Plutão, o senhor do subsolo da terra, o que gerou um grande sofrimento à mãe. Foi então buscar a filha e entrou em acordo com Plutão para que este deixasse Prosérpina vir visitá-la uma vez por ano. Prosérpina, no mito, representa a semente e sua atuação no ciclo das duas estações, inverno e verão. No inverno, permanece no subsolo e na primavera sobe ao solo para alegria da mãe natureza.  Deméter então se rejubila com o florescimento dos plantios. No templo de Elêusis realizou-se em Abril o festival dedicado à deusa do grão. Em Julho, acontecia a procissão das mulheres descalças segundo a crença de que assim podiam contatar diretamente com a energia da Mãe Terra.

MÃE ÍSIS

   Deusa egípcia. Representava a margem do rio mais comprido do mundo, o Nilo. Porém, Ísis jamais será compreendida se a desassociarmos de Osíris e Hórus, porque Ísis faz parte de uma tríade. Tríade aparecida também em varias divindades do Islamismo, do Cristianismo etc.

  A força que movimenta as águas do Nilo levando seus nutrientes que fecundarão Ísis e Osíris, o grande procriador. Este intercâmbio amoroso entre o casal, acontecendo periodicamente, cobrem as margens do rio e quando recuam deixam nelas um humo fertilizante. Isis, assim fecundada, gerava neste imenso terreno aquático a planta que seria para os egípcios a fonte de sua riqueza. Isis também gerava na natureza uma grande beleza: O Lótus Amarelo. Com sua flor faziam perfumes. Lembrando-nos que o egípcio foi o povo antigo que mais usou essências tanto no corpo como para cultos. O mito de Ísis foi muito teatralizado nas Escolas de Mistérios Iniciáticos. Seus estudos duravam sete anos onde em cada um deles era levantado um dos véus da sabedoria com os quais a deusa se encobria.

MÃE KUAN YIN

    Deusa chinesa que designa Avolokiteshvara, o bodhisattva da compaixão. Na Índia e no Tibete era representada como se pertencesse ao sexo masculino, mas na China veio a ser representada como do feminino.

  O nome Kuan Yin quer dizer: "Aquela que ouve os lamentos do mundo". É a padroeira dos marinheiros, porque fez um trabalho na ilha de Pooto onde se dedicou às curas e atendimento a homens sobreviventes de acidentes marítimos. Diz a história budista que depois da morte de Kuan Yin, no século VII A.C. Não tendo ela mais marcas negativas em sua mente não necessitava mais reencarnar-se. Porém, resolveu tornar-se um bodhisattva, aqueles que permanecem entre as mazelas humanas para servir a humanidade, e encarnou-se como Avolokiteshvara no Tibete. O mantra para evoca-la é: "Om Mani Padme Hum" que significa: Ó Joia do lótus.

E DO UNIVERSO

   É Prakriti, substância universal feminina, contraparte de Brama. É o aspecto feminino de todas as formas de vida.

MÃE D'ÁGUA

    Refere-se a Oxum, o orixá das cachoeiras, rios e de todas as águas doces na Afro-Brasileira. É a deusa do rio Oxum na África. Para os nossos índios é também Iara, a mãe d'água.

MÃE DE SANTO

    Nome dado às sacerdotisas que desde criança é já escolhida por suas virtudes de liderança e administração para ser a futura Ialorixá de um terreiro de Candomblé. Possui a energia chamada Axé, que passa de tempos em tempos as suas noviças.


segunda-feira, 29 de março de 2021

A Páscoa Judaica e Cristã

   A Páscoa é uma comemoração que se iniciou no êxodo do povo de Israel voltando à Terra de Canaã e se renovou na ressurreição prometida pelo Homem-Cristo aos seus discípulos.

   Em ambos os casos, guarda para nós, através dos milênios, o mesmo significado: a passagem de um estado a outro melhor, a mudança, a libertação.

   Após a vitoriosa fuga sob o comando de Moisés, de uma escravidão de 400 anos dentro do Egito, para uma nova vida de povo livre, os hebreus passam a celebrar a data-marco de sua liberdade, o nascimento de sua nação, dando a ela o nome de “Pessach” (Passagem). Para o povo de Israel o ”Pessach”, referencia á passagem dos Judeus pelas águas ”divididas” do mar Vermelho, será sempre o milagre, a benevolência divina em favor de um povo oprimido.

   Hoje, que a ecologia da região foi estudada e comprovou-se a secura periódica e repentina de uma faixa do mar Vermelho, os estudiosos espiritualistas, sejam eles ocidentais ou orientais, Judeus ou cristãos, valorizam sobremaneira o “Pessach” judaico como sendo, realmente, uma das mais autênticas manifestações da Providência divina, para um povo, num momento importante de sua evolução histórica.

   Moisés, com uma inexistência de transportes, de qualquer tecnologia e meios sofisticados de difusão para organizar chamamentos, conseguiu, dentro de um Estado social altamente estruturado como era o Egito, unir centenas de famílias que compunham a grande massa judia, vivendo ali como classe oprimida e detestada. Pelo que historicamente sabemos Moisés não era alguém que militarmente respaldado pudesse manipular uma saída de famílias de modo que isto não fosse notado. Organizou assim mesmo uma fuga em massa apenas pela força de sua liderança espiritual, conseguindo uma conscientização conjunta ao ideal de retornar à Terra de Canaã.

Tradição Pascoal judaica.

   Tem-se conhecimento de que seria um iniciado, ligado a um retiro nas imediações do mar Vermelho, sendo assim um conhecedor dos fenômenos locais. Contudo, deslocar disfarçadamente aquela grande massa judaica para as suas margens exatamente quando o fenômeno da seca se deu, foi, sem dúvida, uma sábia estratégia.

   Diante deste fato e deste homem líder que foi Moisés, será quase impossível não concluir-se que a Providência, como executora dos planos

divinos que é, estaria a seu lado para que levasse a bom termo tal façanha. Para nós espiritualistas, a explicação para fatos que mudam de maneira irreversível vidas individuais e coletivas, jamais será aceita como coincidência ou acaso.

   Entendemos que Moisés haja sido Kármicamente colocado como instrumento perfeito para liderar o momento cíclico daquele povo. Também que este povo já havia criado uma forte egrégora, isto é, uma grande força mental, indispensável às mudanças.

   A Páscoa judaica nos exemplifica uma situação onde os dois fatores, a liderança e a egrégora oportunizam a Providência atuar para que a, o “Pessach” seja cumprido.

A Pascoa Cristã

   No ano seguinte à crucificação de Jesus, justamente quando em Jerusalém os judeus celebravam sua Páscoa, seus seguidores passam a comemorar o sacrifício de seu mestre. Deram então início à Páscoa cristã. Não pretendiam com isso menosprezar as tradições de seu povo, queriam apenas aproveitar a ocasião em que grandes multidões ali se reuniam para ressaltar perante elas que uma nova e grande libertação íntima lhes fora oferecida nas ideias de Jesus. Ideias que os judeus estavam no momento a necessitar.

   Se raciocinarmos que a aceitação de tais ideias equivale a uma verdadeira Passagem, a saída de um comportamento emocional e social a outro, compreendemos que a Páscoa do Cristo celebrada por seus discípulos queria acrescentar a ressurreição que se dá dentro de cada indivíduo.

   Não é de admirar que aqueles discípulos, renascidos ao contato com o seu iluminado mestre, pudessem juntar aos seus sentimentos de judeus reverentes perante a Páscoa hebraica também um louvor àquele que lhes trouxera a ressurreição íntima.

Tradição pascoal cristã.

   Mais tarde, os anglos- saxões aproveitando o simbolismo da vida que se renova , usaram para celebrar a Páscoa, o coelho que é o primeiro animal a deixar seu abrigo de inverno para ver o reflorescer da primavera.

  A descoberta de terras produtoras de cacau proporcionou juntamente com a industrialização, os ovos de chocolate usados por nós em nossas celebrações do Pessach.

   As datas comemorativas valem pelo sentimento que nelas se preserva. A Páscoa significará sempre a ressurreição, a mudança de consciência que impulsionada pala Providência Divina é oportunizada de tanto em tanto a cada homem.


domingo, 7 de março de 2021

Mitos Femininos - Para o Dia Internacional da Mulher


   Penélope

Dois seres esperaram com fidelidade Ulisses durante vinte anos voltar de sua “Odisseia”. Seu cão Argos que já velho ia adiando a sua própria morte apenas porque desejava rever seu dono e Penélope ,sua esposa.

   Estava casada com o grego Ulisses, rei da ilha de Ítaca, quando Ulisses foi chamado a guerrear na longínqua Troia. O tempo ia decorrendo e as notícias de que o guerreiro ainda vivesse eram cada vez mais raras e o certo mesmo era que jamais regressasse.

   Muitos príncipes das ilhas vizinhas e até nobres de Ìtaca cobiçavam o seu reino e naturalmente a sua bela rainha. Pretendentes eram então inúmeros e Penélope, fiel, urdiu um estratagema para afasta-los. Mostrava-lhes um enorme dossel que tecia . Dizia ser a mortalha que preparava para quando viesses a morrer seu sogro. Comprometia-se a decidir com qual pretendente ficaria quando a mortalha estivesse pronta. Contudo, à noite, desfazia os fios que tecera de dia, assim adiando indefinidamente o seu término.

   Sem um homem forte a governar Ìtaca, seus candidatos nobres iam se instalando por todos os recantos da ilha humilhando o menino Telêmaco, filho de Ulisses e Penélope. Para livrar-se de tudo só a desistência de esperar Ulisses resolveria, mas ela preferia espera-lo fielmente.

  Quando seus pretendentes não aceitaram mais seu ardil de protelação, pressionada a resolver-se, Penélope lhes propôs então uma difícil prova de habilidade: Concorreriam no salão do palácio , num jogo onde usariam o arco de Ulisses ,quando ela bem sabia ser o único com destreza suficiente para maneja-lo.

   A sorte sorriu por fim à Penélope . Justamente neste dia Ulisses, após vinte anos, chegava de volta a seu reino. Disfarçado em mendigo , a bem de surpreender os que assediavam sua esposa, já se dera apenas a conhecer a seu filho e a seu cão Argos.   Enquanto um a um dos nobres iam sendo eliminados na prova, em seu disfarce maltrapilho, Ulisses entrou na sala e ofereceu-se a concorrer.

 Foi então muitíssimo debochado. Mostrando a sua habilidade com seu arco, ele vence e mata cada um de seus oponentes.

   A doce e fiel Penélope recupera o amor de Ulisses e sente-se plenamente recompensada de sua longa espera.

Lilith

Alguns mitólogos a têm como a primeira feminista da História. Esta figura sumério-acadiana ignorada pela Bíblia e pela maioria dos cristãos, é citada no “Livro dos Esplendores” da cabalística judaica e também em textos apócrifos , não aceitos pelas escrituras sagradas cristãs.

   Teria sido a primeira mulher de Adão que se negou a lhe ser submissa uma vez que havia sido gerada com o mesmo pó que ele e não como a segunda mulher , Eva, que, pela tradição bíblica, saíra de uma de suas costelas

   Em seu livro “Lilith” o psicanalista  junguiano Roberto Sicuteri nos chama a atenção para um trecho do Zohar onde é dito que “ Deus os criou macho e fêmea.” Trecho que leva a ideia de que o ser humano (Adão) teria sido criado  andrógino ,levando em si duas naturezas.

   Diz o mito, que Lilith ao rebelar-se  contra Adão, foi abrigar-se  longe dele , na região do Mar Vermelho. Tal mito nos fala talvez de um momento  em que as duas naturezas do homem teriam sido separadas em dois seres. Só depois então teria surgido a criação de Eva. Que não lhe sendo igual , obedeceu  à supremacia do companheiro.

   Lilith foi depois então transformada num ser satânico , demoníaco, cuja figura  é representada com patas  e escamas , características animalescas , símbolos de seus desejos sexuais, negados por uma cultura de valores agressivamente patriarcais.

   Lilith é chamada hoje pela linha astrológica de “lua negra” representando o lado oculto de um ser que guarda pensamentos e desejos reprimidos  que não podem ser expostos.

   Lilith será sempre o mito da reação feminina não conformista ,da mulher quando ela se sente reprimida para cumprir o destino que lhe cabe. O conflito enfim ,com uma força dominante masculina . Um demônio criado pelo patriarcado.

Pitonisas e Sibilas

  Ouvir profecias foi um hábito constante dos povos etruscos, romanos e gregos. Os centros proféticos se multiplicavam em suas localidades. Porém, o mais famoso foi, sem dúvida, o de Delfos, dedicado a Apolo. Situado no monte Parnaso, num magnífico cenário natural donde se descortinava boa parte da Grécia. Para lá ocorriam pessoas de muitos países para consultas, homenagens e oferendas ao deus.

 Neste templo, Apolo ,deus dos sol ,se revelava aos mortais através de suas profecias. Passado o inverno , quando o sol retornava à Grécia, o mito nos diz que Apolo voltava de seu paraíso hiperbóreo e ia para Delfos onde o esperavam as suas Pitonisas.

  O nome destas sacerdotisas provinha da serpente Pyton. Esta, após o grande dilúvio que devastara a Grécia ao primeiro raio de sol enviado por Apolo para secar o solo , havia aparecido das profundezas da terra. Alguns vêm nesta serpente a potência do mal que surgida das entranhas da terra, foi morta pela luz de Apolo. Já para outros, ela corresponde ao símbolo da sabedoria que após um grande impacto que destruiu tudo o que era negativo, encontrava-se com a luz sagrada de Apolo.

    Como as pitonisas são encarregadas de trazer a sabedoria do deus, é possível que a serpente Pyton represente a segunda interpretação.

    Elas entravam no templo situado em enorme caverna e iam mascar folhas de louro, sentadas sobre um tamborete de três pernas. Este, colocado exatamente sobre uma fenda de onde vinham vapores causadores de tonteiras, as capacitavam ao transe. Momento sublime - segundo acreditavam - quando Apolo lhes falava. Muitas delas influenciaram positivamente o desenvolvimento das cidades gregas dando informações que auxiliavam em guerras e colonizações.

   Além das pitonisas, contava-se para oráculos ainda com as Sibilas. Eram consideradas as mais capazes . A que melhor sobressaiu-se foi a de Cumes, local na Itália aonde havia uma gruta – santuário de Apolo. Esta Sibila notabilizou-se por seus famosos livros que o mito afirma terem sido escritos sobre folhas. Neles teria predito os destinos de Roma .

   A capela Sistina nos apresenta, em magníficos afrescos de Michelangelo uma série de Sibilas.

   Eram privilegiadas pelo deus solar, mas ele se tornava implacável quando alguma delas se negava a ama-lo.

    Nem a Sibila de Cumes, tão famosa, subtraiu-se à ira de Apolo. Ele a queria tanto que prometeu dar-lhe tudo o que desejasse. A Sibila então pegou do solo um punhado de terra e lhe pediu tantos anos de vida quantos grãos estivessem em suas mãos. Quando ela recusou-se a ele , Apolo usou esta promessa para tentar convence-la , pois havia notado que ela se esquecera de pedir-lhe uma paralela juventude eterna. Então, deixou que ela envelhecesse. Os anos de sua vida permaneceram por séculos incontáveis, mas seu corpo degenerou sempre. Em uma angustia terrível, a Sibila de Cumes , também retratada naquela Capela pelo grande artista, se arrepende de querer viver tanto e ter se recusado a Apolo.

Antígona

    O grande amor de Antígona por seu pai a torna uma figura marcante inserida na grande tragédia grega “Édipo ,o Rei”.

     Quando Édipo descobre que o antigo rei Laio, brutalmente morto numa estrada , era seu pai e que ele próprio o havia assassinado; que sua mãe era Jocasta, mulher por quem se apaixonara e já lhe dera filhos, num gesto de desespero , furou seus próprio olhos para castigar-se. Humilhado pelo seu parricídio e incesto, foi banido impiedosamente de seu reino e de sua cidade .

   Com a perda de sua mãe e amante ,só o amor de sua filha Antígona será seu consolo e a luz, cego como estava, a guia-lo pelas longas estradas da Grécia, a errar em busca de um lugar distante aonde esquecer os seus remorsos.

   Antígona é verdadeiramente o mito do amor filial mas também do amor a irmãos. Outra tragédia a envolverá causando-lhe a morte.

   Vago o trono de Tebas, o antigo reino de Édipo, três pessoas o ambicionavam: Creonte, seu tio, e seus dois irmãos, Etéocle e Polinice.

    Quando Etéocle rivalizando com seu irmão pelo poder, o matou, Antígona desejou sepultar dignamente Polinice. Creonte , para a humilha-la, decreta enterra-la viva se o fizesse. Antígona prefere afronta-lo. Dá sepultamento a seu irmão e depois se mata para fugir a sua condenação .

Símbolo do amor fraterno e filial Antígona é a eterna personagem de dramas teatrais gregos.

Pandora

Quando o titã Prometeu criou o primeiro homem com o barro da terra , amassou-o e esculturou-o com as suas lágrimas. Assim o homem é : Instinto corporal e emoção. Porém, Prometeu achou-o incompleto e sonhou dar-lhe um complemento. Tratou então com os deuses para que estes, no Olimpo, criassem a mulher.

   Muito foram os deuses que cooperaram para a sua feitura. Minerva , a deusa da sabedoria ,deu-lhe a curiosidade para que ela questionando tudo a pudesse alcançar e deu-lhe intuições, caminhos que a levariam a acha-la. Vênus lhe deu uma beleza sedutora e Mercúrio o poder de argumentar, de persuadir. Talentos estes últimos que convenceriam o homem a aceita-la.

   Aqui os gregos privilegiaram a mulher ,pois enquanto os homens foram criados na terra, a mulher o foi no céu do Olimpo.  Deram-lhe o nome de Pandora. Pandora vivia na Idade de Ouro (também como Eva num paraíso). Zeus enviou-lhe de presente um baú lacrado com esta advertência : “Deixa-o fechado”. Palavras tentadoras para alguém tão curioso. Sucumbindo a tentação, Pandora abriu-o. Ele continha os bens do mundo que assim escaparam.

   Com estes soltos, os homens perderam seu paraíso, regrediram,  entrando em sofrimentos para separar os bens dos males. A Idade de Ouro  findou-se.

 Este mito da curiosidade feminina completa-se com este detalhe: Quando Pandora viu os bens escapando do baú quis rapidamente fecha-lo. Porém, conseguiu guardar apenas um deles: A Esperança.

Mesmo quando todos os bens nos escapam – assim pensavam os gregos – sempre uma esperança nos restará. É o único bem que capaz de se renovar incólume em  nós,  é ela que nos impulsiona a seguir adiante.