O
almoço no refeitório do castelo era o momento em que os homens e as mulheres
que viviam isoladas no torreão sul se encontravam. Porém, naquele dia, havia
além da família, alguns visitantes que já vinham se hospedar para os festejos
das bodas próximas. Foi então quando Marie disse algo que desagradou a Eudes.
Alguma frase insignificante que levava apenas à ideia de que “em chegando à
idade dos quarenta anos toda mulher deveria parar suas gestações para se
dedicar a um estudo qualquer que a possibilitasse acompanhar o desenvolvimento
que estava se processando na nova sociedade das Cruzadas”. Isso, para Eudes,
soou como uma ousadia demasiada e como um desejo desavergonhadamente exibido
frente a estranhos de se prostituir, e não pensou duas vezes. Cortou-lhe a
frase ao meio, dando-lhe com a mão, ainda engordurada pelo toucinho que comia,
uma vigorosa bofetada. Aos convidados presentes, o ocorrido nada pareceu abalar.
Continuaram impassíveis e risonhos a servir jarras de vinho, voltando-se para
outros assuntos. Como pensavam todos, a uma mulher era realmente necessário, de
tempos em tempos, conter com reprimendas mais enérgicas.
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