Ignorando o persistente debate entre
facções de historiadores do Novo Testamento sobre esta questão: Seria o Cristo
consciente de ser ele o Messias esperado pelas Escrituras Hebraicas e assim
sempre, justamente, se autointitulando, como em muitas passagens do Evangelho o
faz? Ou talvez tais passagens seriam apenas
enxertos, feitos posteriormente pela Igreja que se estruturava, para fazer de
Jesus um mito que servisse aos seus propósitos?
Sem fixar-me em tais ideias contrárias, e
também deixando fora as partes do Novo Testamento em que acontecem as curas
feitas por Jesus, e ainda as especulações sobre a época certa de seu nascimento,
meu desejo aqui é apenas abordar os ensinamentos, transmitidos por este
inigualável mestre aos seus apóstolos, segundo nos são relatados nos evangelhos
daqueles dois discípulos que com ele conviveram: Matheus e João. Ensinamentos
estes de uma profunda universalidade e humanidade, que não só auxiliaram seus
discípulos a viverem melhor dentro de sua conturbada sociedade, mas que a nós,
homens atuais, também valerão como poderosos recursos que nos tranquilizarão e
guiarão para fazermos face à nossa confusa modernidade.
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Para melhor entendermos os ensinamentos do
Cristo, é necessário nos reportarmos à época que o antecedeu e com a qual ainda
convivia: A do Velho Testamento, grande livro da tradição judaica.
É de se notar o sentido absolutamente
diverso que o Cristo dava as palavras: Deus, Senhor, Pai e Reino dos Céus,
daquele que lhes davam os judeus do Velho Testamento.
Para estes, Deus, Senhor, Pai, era um
autoridade altamente nacionalista, pois sempre atuava em favor de Israel; senhor
de um Reino, de um Céu distante a quem obedeciam a fiel e fanaticamente, sem
que lhes fosse dada a oportunidade de pensarem por si próprios ,uma vez que
isso ocorrendo, resultaria em uma culposa desobediência.
Tal
autoridade era algo imaginado externo a eles, que os obrigava a atos os mais cruéis,
mas pelos quais recebiam sempre o beneplácito do perdão, que os isentava de
culpas, uma vez que provinham de normas da autoridade daquele Senhor Deus
distante, sendo, portanto inquestionáveis.
Assim, as grandes figuras do Velho
Testamento, como Josué e Moisés, os vemos inseridos em episódios onde o
extermínio de uma inteira comunidade eram atos justificados por serem vistos
como benéficos à Israel.
Vemos
então Josué, na tomada da cidade de Jericó, matando tudo o que encontrasse pela
frente à fio de espada, nada poupando, nem crianças, velhos ou animais. Após
amaldiçoar com castigos do Senhor a quem ousasse reconstruir a cidade, a queimou.
Ali, para um homem de nome Acan, que ousou esconder para si bens como prata e
ouro, os enterrando, o Senhor ordenou à Josué que os israelitas o apedrejassem
e depois lançassem ao fogo ele, sua família e tudo que lhe pertencesse.
Era a visão
do “Olho por Olho e Dente por Dente” do Senhor justiceiro do Velho Testamento,
ali se cumprindo. Por estes e outros cumprimentos de ordens, Josué, é cultuado
como um modelo de perfeita obediência.
O próprio episódio belíssimo de Moisés, atravessando
o Mar Vermelho e percorrendo, numa jornada árdua, um grande deserto para salvar
os israelitas do cativeiro egípcio, deixa enfraquecido o seu mérito próprio, quando
é contado que ele apenas obedecia a um Senhor externo a ele. Senhor este que,
surpreendentemente, o induzia também a atos os mais cruéis.
Já ali
mesmo, o Senhor lhe ordena para conclamar todos os homens pertencentes a tribo
de Levi, para se vingarem daqueles que adoravam a estátua de um bezerro de ouro,
que para eles representava o Senhor. “Assim havia sido ordenado a Moisés: “Mate
todos os adoradores do bezerro, fossem eles irmãos, mães ou amigos” O que,
naturalmente, Moisés fez”.
Ele, por tradição hebraica de obediência às
normas autoritárias do Senhor, deixou de utilizar sua própria consciência de
grande líder que, por sua história passada no Egito, sabemos que era, e que lhe
possibilitaria resolver por meios muito mais brandos, estes problemas que
surgiam na condução do povo que levava à Terra de Canaã.
Sempre obediente Moisés em seu 5º Livro, o
“Deuteronômio” nos fala sobre os castigos dados por este terrível Deus do Velho
Testamento (lV 26-14-46).
“Se não deres ouvido à voz do Senhor teu
Deus, não cuidando em cumprir tudo o que ordena , virão todas estas maldições
sobre ti e te alcançarão:
Maldito serás na cidade ou no campo,
maldito será o fruto do teu ventre e as crias de tuas vacas e ovelhas. O Senhor
fará que a pestilência te pegue. O Senhor te ferirá com a tísica, a febre, a
inflamação, o calor ardente, com o crestamento e isto te perseguirá até que
pereças. O Senhor te ferirá com úlceras do Egito, com tumores, com sarnas e
pruridos de que não possas curar-te. O Senhor te ferirá com loucuras, com
cegueira e perturbação de espírito.”.
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Aquelas
ordens altamente punitivas e rigorosas nada pareciam estar conseguindo para
mudar as muitas infrações cometidas pelos homens de Israel.
O Cristo, numa revolução pacífica, dirigida
unicamente ao despertar de uma autoconsciência interna em cada indivíduo,
tentou reverter estes episódios que enchiam de atos cruéis e vingativos o Velho
Testamento e sua própria cidade.
É de supor-se que o Cristo concebesse uma
inteligência suprema magnânima que conduzia o universo e que-segundo disse- “fazia
nascer igualmente o sol sobre maus e bons e cair chuva sobre justos e injustos”
chamando-a conforme a linguagem de seus contemporâneos judeus, de Pai Celeste, como
muitas vezes aparece nos Evangelhos, um Deus este muito diverso daquele
crudelíssimo do Velho Testamento.
É, contudo surpreendente que Jesus atribua
também a nós uma consciência pensante em nosso íntimo, a que chama também de
Pai, Deus e Reino dos Céus, como se fossemos nós uma extensão daquela soberba
inteligência universal, que ela estivesse também a desenvolver-se dentro de
nós. Senão, vejamos o que diz claramente a seus discípulos:
“Procura o Pai dentro de ti e tudo te
será dado em acréscimo”
Ideia absolutamente nova para aqueles discípulos
israelitas para quem o Pai, Deus, era algo distanciado deles.
Ao ser indagado: Quando o Reino dos Céus
vai chegar?
(promessa feita pelo Velho Testamento a quem
obedecesse ao Senhor)
O Cristo contesta:
“Na verdade vos digo que o Reino dos Céus já está dentro de vós”
Aqui, Jesus dá uma conotação absolutamente
contrária ao Velho Testamento, ao colocar o Reino dos Céus como uma força, um
verdadeiro reino que internamente possuímos e que nos traria a liberdade de
pensarmos por nós e concretizarmos atos conscientemente.
“Mestre- também lhe indagaram os
discípulos- O que se assemelha ao Reino dos Céus?
O cristo responde:
“Ele é como um grão de mostarda que um homem plantou em sua horta,
cresceu, fez-se árvore e sob seus ramos as aves do céu vieram abrigar-se.”
Quanto a este céu interno, diz ainda Jesus:
“Não vos preocupeis em acumular tesouros na terra, mas ajuntai para vós
tesouros no céu (o que ele entendia por céu) onde as traças não comem e a
ferrugem não corrói, e os ladrões não podem roubar.”
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Quando o Cristo falava sobre dar-se valor,
não à normas autoritárias, mas à uma consciência pensante interna, os Fariseus
maliciosamente quiseram enredá-lo em suas próprias palavras contra o Sinédrio
Judaico e lhe perguntaram: “É certo pagarmos nosso imposto, nosso tributo à
Cezar?”.
Jesus que conhecia com que malícia o arguiam
lhes disse:
“Mostrem-me um denário”
(moeda
romana)
Assim , quando mostrado, havia nele uma
efígie de Cezar. Jesus então respondeu:
“Daí á Cezar o que é de Cezar e a Deus o
que é de Deus”
Além do Cristo –como ele próprio disse-
considerar também Deus como uma consciência oculta em nós, sabemos que, nesta
ocasião, os judeus haviam feito deste tributo uma questão religiosa de grandes
proporções, criando partidos opostos que, segundo as leis mosaicas, e se resolvida
pelo Sinédrio, poderoso templo administrativo e religioso judaico, iria gerar
conflitos sangrentos, principalmente contra os Publicanos, judeus empregados
como cobradores de impostos para os romanos.
O Cristo, grande pacificador, então colocou
este pagamento em seu devido lugar e importância. Mostrou-lhes que aquela era
apenas uma questão material e que nada tinha também a ver com as questões de
foro íntimo que eram o propósito de suas pregações. Repetiu que aquilo que desejava de seus
discípulos era tão somente o desenvolvimento daquela consciência pensadora que
lhes daria discernimento próprio, para distinguirem o que tinha valor material
daquilo que possuía um valor espiritual. Enfim, que os seus discípulos dessem a
este episódio apenas a importância que lhe era devida.
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Completando
suas ideias de termos uma voz material não discernidora e uma voz interna, duas
faces distintas, o Cristo nos deixa essas palavras ditas a seus apóstolos e seguidores:
“Ouvistes o que foi dito pelos antigos: ”Olho por Olho, Dente por
Dente”. Pois eu vos digo: Não resistais a um malvado. Se alguém vos esbofetear
numa face oferece-lhe a outra.”.
Aqui, Jesus é enfático, é incansável, ao
mais uma vez lhes chamar a atenção para as duas faces que possuíam: uma
material, outra espiritual, abstrata, pensante, que ainda desconheciam. Enfim,
se alguém lhes agredisse na face material, lhe mostrassem que possuíam uma face
mais resistente, intocável. Que recorressem enfim a uma fortaleza interna para
serem invulneráveis à calúnias, incompreensões, a tudo que pudesse vindo do
externo, lhes abalar emocionalmente.
A reforma às leis justiceiras do Velho
Testamento, que pretendia Jesus, neste episódio, torna-se perigosamente
explícita.
Dali a muitos anos será Paulo de Tarso, seu
grande divulgador, que irá novamente falar nestas duas vozes, faces, que sentia
nele serem conflitantes, quando diz: “Deixo de fazer o bem que Eu quero, para
fazer o mal que eu não quero”.
Lastimando Paulo, não seguir a voz interna que o levaria a praticar boas
ações.
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É verdade que do Cristo originou-se um
grande tronco religioso: A Igreja Cristã. No entanto, revoltando-se contra as
regras religiosas do Sinédrio, Jesus antecipou-se em mais de mil e quatrocentos
anos a Thomas More, o grande humanista inglês, que em sua “Utopia” se rebelava
contra os castigos cruéis, as perseguições religiosas, sendo depois decapitado
pelo rei Henrique VIII.
Antecipava-se também ao “príncipe dos
humanistas”, Erasmo de Roteada, que censurava os costumes, o fanatismo, os
preconceitos e todas as manifestações de ignorância de seu tempo.
Não tendo se dedicado à Ciência ou as
Artes (grandes revoluções humanísticas do sec. XIV) antecipou-se, contudo, ao
pensamento humanista da entrada da idade moderna, preocupando-se com a
felicidade íntima e com o relacionar-se social perfeito de um homem para com
outro homem.
Tal preocupação permeou todo o seu
trabalho, seja nas palavras dadas a seus discípulos e seguidores, seja através
de Parábolas.
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Aproximando-se
Pedro do Cristo, lhe perguntou: “Mestre, quantas vezes perdoarei a meu irmão,
quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?”.
Responde Jesus:
“Não digo para perdoares até sete vezes, mas, até
sete vezes sete.”
Sucedeu que estando o Cristo à mesa, muitos
Publicanos e infratores vieram e tomaram lugar junto a ele. Vendo isto, os
Fariseus perguntaram aos discípulos: Por que come o vosso mestre com estes
pecadores?
Jesus
ouvindo, disse:
“Os sãos não precisam de médicos e sim os doentes. “Ide e entendei o que
quero: Misericórdia e não holocaustos.
(Sacrifícios exigidos no Velho
Testamento) Não vim chamar só os justos, mas também os pecadores.”.
É de notar-se que Matheus, seu discípulo,
era um Publicano, cobrador de impostos para Roma, que gerou por isso
resistência dos outros discípulos para integrar-se ao grupo. O Cristo, porém,
lhe abriu os braços, o escolheu, já vendo nele o que futuramente seria: Um de seus
mais puros seguidores.
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Escribas e Fariseus trouxeram a Jesus uma
mulher que fora surpreendida em adultério. Pondo-a no meio do povo,
disseram-lhe: “Mestre, esta mulher acaba de cometer adultério! Ora, Moisés,
pela lei e em obediência ao Senhor, ordena que se apedreje as adúlteras. Qual
sobre isto é a vossa opinião?”.
O Cristo que estava abaixado escrevendo
alguma coisa na areia, apenas disse:
“Aquele
entre vós que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.”
Os homens foram então um a um se retirando,
ficando a mulher a sós com Jesus e este lhe perguntou:
“Nenhum
homem te condenou?”
Ela respondeu: Não, senhor.
“Pois eu
também não te condenarei. Vai-te e não peques mais."
Seu espírito indulgente, sempre pedindo a
seus apóstolos que não se absolvessem do mesmo mal com que condenavam os
outros; seu poder benéfico sobre quem o ouvia era tão grande, que esta mulher, Maria
de Magdala, regenerou-se e seguiu-o como fiel discípula até sua morte.
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Enfatizava o Cristo a necessidade de termos
o coração livre de mágoas e rancores quando queríamos obter graças. Dizia:
“Se fores ao altar dar a tua oferenda e lá te lembrares de que teu irmão
tem queixa contra ti, vai primeiro reconciliar-te com ele, e só então depois
voltes para depositar a tua oferenda.”
Falava, sobretudo sobre a oferta dada por
amor e aquela dada por ostentação.
Segundo ele, esta ultima nada nos somava espiritualmente.
Era claro neste pensar:
“Não saiba a tua mão esquerda o que deu
a direita”
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À todas estas pérolas de sabedoria juntemos
estas:
“Por
que vês uma trave no olho do teu irmão e não percebes a que trazes no teu
próprio?”
“Tudo o que desejais que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles.
Nisto é que consiste toda a lei e todos os profetas.”
“Digo
a vós outros que me ouvis: Amai o vosso inimigo. Fazei o bem a quem vos odeia. Se
amais apenas aquele que vos ama, qual é o vosso mérito?”
Quando Israel desdenhou aquele Reino dos
Céus interno, aquela consciência pensante oferecida por Jesus; quando os
romanos temeram sua grande influência e o Cristo foi conduzido à cruz, deixou
ele esse pedido a seus discípulos, e a todos que ali já o seguiam:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”
Já na cruz, perdoou seus algozes, e minimizando
aquele ato cruel, dirigiu-se talvez a seu Deus interno (ninguém sabe) lhe dizendo:
“Pai perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem”.
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Parábolas foram histórias em que ilustravam
suas ideias humanitárias e foram elas imprescindíveis para se fazer entender
por pessoas muito humildes.
Nesta, o Cristo alertava aqueles que se
consideravam muito justos e capazes, mas desprezavam os demais:
“Dois homens subiram ao templo com o propósito de orarem. Um Fariseu, e o
outro um Publicano. Ficaram lado a lado. O fariseu orava assim: Ó Senhor, graças vos dou porque não sou tão ignorante
e impuro como este Publicano!
Já o Publicano apenas batia no peito para, humildemente, pedir: Senhor
sê propício e misericordioso comigo, porque sou um grande pecador!”
Qual dos dois- perguntaram-lhe os
discípulos- mereceu uma graça? Jesus
responde:
“Só o Publicano é merecedor dela, pois só o humilde, o modesto, poderá
ser exaltado.”
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Após tantos séculos em que mantivemos um
culto à figura deste mestre, através apenas de um apelo emocional, enfatizando
sobremaneira seus sofrimentos na cruz (vendo-o como um Cristo esquálido e
mutilado), sem darmos a atenção devida as suas mensagens humanitárias, nossa
juventude cristã, volta-se agora finalmente para elas.
Já hoje, lembram um Cristo não fixado apenas
em adversidades, que conclamava seus numerosos seguidores para que em meio à
atribulação de suas vidas, percebessem nelas qualquer detalhe positivo para
amarem, algo que desse a elas sentido.
Era mesmo lá, naquela situação de
adversidades em que se encontrava a Judéia de seu tempo, que mostrava a seus
discípulos como, em meio à vicissitudes, sempre encontrariam o que os iria encantar
e entusiasmar. Assim lhes dizia:
“Olhai os lírios do campo! Nem Salomão em toda sua grandeza, vestiu-se
com tanto esplendor!”.
Sua simplicidade ao conviver com leprosos,
prostitutas e toda sorte daqueles conhecidos como “pecadores” e a lição de
humildade que dá, no episódio em que lava os pés de seus discípulos, são
qualidades que passam agora a ser reconhecidas como grandes valores cristãos.
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Hoje, mais de dois mil anos após seu
trabalho, uma das maiores organizações mundiais, a Igreja Católica, as vezes
por bem, as vezes por mal, estruturou-se sobre a sua extraordinária
personalidade. Porém, a maioria de seus seguidores ainda sentem dificuldade em
concretizar seus ensinamentos.
É, no entanto, o próprio Cristo Jesus, que
ilustra, em uma de suas mais belas Parábolas, as dificuldades que um instrutor,
como ele, tinha em ser entendido: A Parábola do Semeador.
Numa visão espiritualista, o Semeador é o
próprio Cristo e a terra são os homens da humanidade, acessíveis ou não à
semente de sua mensagem.
“Um
semeador saiu com um cesto a semear. A primeira remessa de sementes cai fora da
terra. Não germina.
A segunda semeadura cai em meio a
um solo confuso, cheio já de entulhos, de pedras que a esmagam. Também não germina.
O terceiro cesto de sementes é jogado sobre uma terra com tão pouca profundidade,
com tão pouca base, que ao primeiro dissabor, ao primeiro raio de sol mais
forte , a semente que já florescera, morre.
Finalmente, o semeador encontra uma terra fértil, acessível, de imensa
profundidade. Suas sementes então frutificam e se fazem árvores frondosas que
todos em sua sombra podem abrigar-se.”.
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