Seus conceitos são variados: Seria um
tratado que memoriza uma história real, verdadeira do homem e do mundo; uma memória
da origem das coisas intuída e expressada através das fábulas dos povos pagãos.
Seria também um imaginário onde os povos pagãos personalizam as forças da
natureza. Ainda seria a personificação das potências internas do homem. Os
mitos transformando emoções como amor, ciúme etc. em personagens de suas fábulas.
É por este último conceito que o mito passa
a ter muita importância, na medida em que procura e expressa a profundidade dos
sentimentos e comportamentos humanos. O mito passa a ter valor para a Psicologia,
mormente na psicanálise onde é conceituado como arquétipos, como um
inconsciente coletivo, isto é, modelos de estados de ser comuns a todos os
homens. Como o grande estudioso de mitos dentro da psicanálise contamos com o
psicanalista Jung.
A mitologia grega, sendo a base do
patrimônio artístico e cultural do povo grego, vem a ser também a base de
muitos de nossos usos artísticos e de expressões, que chegaram até nós através
de Roma. Sabemos que esta sempre assimilou a cultura dos vencidos e,
assimilando a grega , espalhou-a no ocidente.
Por exemplo: Ao dizermos: ”Isto é presente
de grego”, estamos nos referindo a estória mitológica do “Cavalo de Troia”.
Quanto as fontes deste estudo, lembremos que
a maioria do povo grego primitivo não sabia ler. Mas, suas lendas eram
transmitidas oralmente por poetas, os Aedos, que transformavam as lendas em
poemas, e os declamavam de aldeia em aldeia. Também os Rapsodes, cantores
populares, as cantavam perante o público.
No
século. IX AC, temos a fonte mitológica da obra de Homero que escreveu a Ilíada
e a Odisseia. No século VIII AC, a obra de Hesíodo. Escreve a Teogonia, isto é,
a criação do mundo, dos deuses e homens. Também temos as Escolas de Mistérios
Iniciáticos como a Escola Órfica. (Escola Iniciática de Orfeus) , os Mistérios
de Elêusis (que teatralizavam os mitos), também as artes plásticas do
classicismo grego e o Teatro.
A Mitologia grega desenrolou-se no Peloponeso
(Grécia peninsular), nas suas famosas ilhas (Grécia insular) e onde hoje é a
Turquia (antiga Grécia asiática).
Geia, a Terra e Urano, o céu estrelado. |
O povo
grego ficou conhecido como o mais imaginativo da Antiguidade e haviam razões
para isso. Principalmente por sua geografia. Pais situado sobre grandes
penhascos, de onde se divisa ao longe horizontes muito distantes, visões
marinhas amplas. Em um cenário radioso, o pensamento tende a divagar, pois
sabemos que a medida que somos colocados, ao contrário, em espaços geográficos
muito limitados nossa mente tende a se apequenar. Entre os próprios gregos
vimos a diferença entre os atenienses e os espartanos, estes últimos colocados
em cenários interioranos fechados.
O espírito imaginativo do ateniense o fez
criar personificações geniais para seus deuses, fazendo seus deuses à imagem
dos homens, retratando neles suas fraquezas e talentos. Mais tarde, dali sairiam
também os grandes filósofos.
Do alto dos seus penhascos, os gregos viam a
noite sumir e o sol chegar e imaginavam que a noite foi a primeira coisa a
existir no universo. Então, aceitaram como verdadeiro o grande poema de Hesíodo.
Nele, era dito que nas trevas flutuavam as sementes de toda a vida em absoluta
desordem, todos os elementos da matéria.
Deste Caos, surgiu Geia, a grande mãe, a
força limitadora que iria construir as formas, pôr uma ordem ao Caos. Como um
grande útero, Geia (ou Gaia) limitará e dará forma também a um mundo que vai
repetir o seu nome, Geia. Dará também nascimento e formas a astros, criando o
estrelado espaço celeste, que chamariam de Urano. Espaço que envolverá
Geia num forte abraço. Assim, vemos os princípios que, segundo os gregos
mitológicos, estruturaram o universo: Forma e Força, mãe e pai
primordiais. Do globo terra, brota um
grande ovo do qual sairá Eros, o primeiro ser criado do par Geia e Urano. Eros
é o amor, a vitalização, o movimento do qual nascerão depois todos os seres vivos.
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