terça-feira, 29 de julho de 2025

Algumas Manifestações Religiosas

Xamanismo

A mais antiga manifestação religiosa é o Xamanismo, pois se refere aos povos tribais. Seria impossível citarem-se todas as culturas que o empregam. Vamos encontrá-lo  principalmente entre os povos do Ártico (esquimós), nos Lapões da Finlândia, na Sibéria, na Indonésia,no México,e em todos os povos que entraram na América pelo Pacífico.

   O Xamanismo vem da crença no Xamã. Alguém que possui poderes que o possibilita ter contato com a energia das plantas, dos animais, das pedras e do meio ambiente natural como rios, florestas, montanhas etc.

   Eventualmente, em algumas tribos é aquele que interage com o espírito dos mortos. É sempre considerado um praticante do sagrado, porque,segundo as tribos, ele entra na alma das coisas. Também como curador, como vidente, é alguém muito conceituado.

   A interação com todas as espécies de energias invisíveis da natureza que o cerca, é conseguida num estado de êxtase, de transe, induzidos por bater de tambores, de chocalhos, ainda por danças onde o ritmo, não a melodia, é o principal; também por inalação do cheiro de ervas e de suas beberagens.

   Na luta por sobrevivência dos povos que vivem em regiões isoladas, ou inóspitas, áridas e desprotegidas, é acreditado que os Xamãs podem diminuir a força de uma tempestade, prever sucessos ou fracassos em caçadas, colheitas etc. Para o praticante do Xamanismo, qualquer tipo de benefícios não é procurado diretamente com a oração a Deus ou a entidades, mas sempre e sempre pela intermediação de um Xamã.

Para se entender melhor as práticas xamânicas, temos que assimilar a ideia de que tudo em que estamos inseridos, tudo que nos rodeia emite ondas vibratórias, que são captadas através dos recursos que elas utilizam. Precisamos também entender o desenvolvimento dos nossos chacras, a importância dos sons, dos perfumes e das ervas no evoluir das civilizações.

   Quanto aos nossos chacras, eles foram sendo trabalhados um a um à medida que fomos evoluindo. Quando aparecemos como o “Homo Eretos”, o nosso chacra básico, fundamental, na raiz do cóccix, foi ativado. Aprumamos nosso corpo na vertical. Também, para um maior povoamento da terra, foi necessário que a atuação do chacra sexual se desse. Quando o homem migrou de uma região para outra, tendo que adaptar-se a climas mais frios ou mais quentes, e também a outros tipos de alimentos, seus chacras do baço e do umbigo necessitaram acompanhar esta mudança evolutiva.

   Chegamos depois ao momento em que criamos clãs familiares, onde o chacra do relacionamento, o cardíaco, desenvolveu-se. O surgimento da linguagem pôs em vibração o laríngeo. Bem mais tarde entramos na aceleração do chacra mental, do intelecto, que criou as civilizações mais sofisticadas.

   Hoje, temos em desenvolvimento o chacra pituitário que nos trará o aumento da mente abstrata, que nos abrirá o campo das intuições.

   Os chacras localizados em nosso corpo etérico, chamado também de “vital”, vitalizam nosso corpo denso através de sons, perfumes e movimentos rítmicos. O som dos tambores, dos chocalhos, feitos com ossos, com conchas, faziam vibrar aqueles chacras que estavam em desenvolvimento.  Também aqueles sons emitidos com a boca, que nos mais primitivos eram apenas grunhidos guturais, ressonavam nos chacras inferiores, jamais nos superiores como veremos adiante.

   Para o Xamanismo a batida do tambor representa a batida do coração da mãe terra. Isso procede, porque toda a energia da natureza toca o homem e vice-versa. O subterrâneo e o solo da terra é à base do planeta, assim como os chacras inferiores são as nossas bases de sobrevivência. Temos então estes chacras inferiores profundamente ligados ao interior da terra. Um toque de atabaque vibra tanto no interior da terra como no próprio homem.

   O som do tambor é estanque, ele não possui uma repercussão longa, não sobe, fica preso às energias da terra.

  Já um som de repercussão longa como o gongo, o sino tibetano, atinge os chacras superiores. Na natureza, estão os sons que fizeram os primeiros homens evoluírem e ascenderem a estes chacras superiores. As tribos primitivas só eram sensíveis aos cantos de pássaros que emitiam sons metálicos, martelados, depois se tornaram sensíveis aos pássaros de cantos mais melodiosos. Tentaram imitá-los construindo flautas e instrumentos de sopro. Os instrumentos que provocam sons passam a se sofisticar. Dentro da escala musical começou-se, aos poucos, a se adicionar ao ritmo, também a melodia. Tudo acompanhando o desenvolver dos chacras, canais da evolução humana.

   No estudo da música, sabemos que esta sofreu uma evolução. A música primitiva é ritmo, é marcação. Chegou-se depois à música romântica e atingiu-se à clássica.

   Os sons sempre estarão identificados aos nossos chacras. As composições de Chopin, dentro do estudo musical são consideradas românticas, não clássicas. São sentimentais. Como homem sofrido, deixou nelas suas próprias emoções que se identificam com as nossas. Assim, as apreciamos muito. Ela mexe com nosso centro emocional, nosso chacra cardíaco. Para um ancestral nosso muito primitivo, desenvolvendo ainda seus chacras instintivos, ela talvez nada dissesse. Já a música de Bach, de Handel é considerada clássica e as pessoas que estão desenvolvendo os chacras superiores se identificam com elas.

   Ao ouvir sons de atabaque, sons menos elaborados, somos também levados à lembranças inconscientes de nossas passagens antigas dentro de tribos; As revivemos com alegria, uma vez que todos os nossos períodos encarnatórias foram importantes, foram degraus evolutivos.

   Como estamos ainda evoluindo, necessitamos ter nossos chacras básicos perfeitamente equilibrados. Então, em algumas circunstâncias excepcionais, ainda sons batidos e perfumes primitivos poderão nos ajudar. Porém, a interação espontânea e freqüente com as energias da natureza e os sons dos pássaros é ainda a melhor forma de mantê-los em equilíbrio.

   Hoje convivemos com ritmos chamados de metaleiros (batidos). Justamente porque trazem à tona forças primitivas que não foram bem trabalhadas e estão como miasmas no registro akáshico. São vencidas pela mistura com instrumentos de repercussão sonora mais longa, como órgãos elétricos, guitarras etc. que são usados em conjuntos musicais.

   Quanto aos perfumes, da mesma maneira, tocam diretamente nossos chacras, Os selvagens besuntavam o corpo com a seiva de determinadas árvores. Tomavam misturas de ervas que os faziam exsudar suores com odores fortes a assim mantinham seus chacras inferiores excitados.

   O enxofre, na simbologia esotérica representa a manifestação do fogo criador. Mas num nível inferior mexe com a energia sexual. Quando era usado nos Sabats medievais, causava orgias onde mulheres e homens regrediam tanto que mantinham relações sexuais com animais. Já os alquimistas o usavam misturado ao sal e ao mercúrio, buscando uma dosagem equilibrada para o seu poder criativo.

   Igualmente a dança nos ritmos africanos de tribos, movimenta primeiramente os chacras inferiores, os quadris (trouxeram a nós o samba e o maxixe). As danças surgem depois em outros povos como um embalo , um vai e vem que já carrega com os ombros.  Embala principalmente no surgimento do compasso trino como o da valsa.

   Vemos nas danças de selvagens em rodas de fogueira, que esses dançam curvados. Isto porque o bater dos tambores ativam seus chacras inferiores. Nossos índios que já não são tão primitivos batem ainda com o pé na terra, fazendo contato com a mãe terra, mas dançam já eretos, têm também seu chacra cardíaco já ativado.

   Já no balé clássico temos a impressão de que o bailarino não toca o chão, de que ele flutua. Sempre que o balé é executado por um par, o bailarino procura elevar a companheira do chão. É o próprio embalo da melodia, ativando seus chacras superiores que o induz a levantar-se da terra.

   Temos, porém povos que conservam os dois tipos de danças, como o russo. É tanto genial nas danças marcadas em ritmos fortes com os pés, como no balé, onde o movimento é um embalo suave, seguindo a melodia. Trabalha todos os chacras.

   Enfim, no Xamanismo encontramos duas finalidades principais:

1) Fazer uma troca, uma interação consciente das energias do homem Xamã com as de seu meio ambiente natural, a natureza, o que traz benefícios à tribo.

2) Fazer a tribo servir-se de potências da natureza como sons, perfumes, ritmos, auxiliando a vitalização dos chacras dos tribais, tendo como resultante o desenvolvimento gradativo de suas percepções sensoriais. Isto os fará através de seus corpos, tudo para servir a um fim apenas: a sua evolução.

   A manifestação religiosa do Xamanismo foi o primeiro degrau desta evolução que nos levou do tambor à suavidade de um violino, das batidas dos pés na terra ao flutuar do balé e que nos levará do chacra fundamental ao encontro do nosso pituitário.

Rosa-cruz

   A sociedade Rosa-Cruz tem como chefe administrativo, o Imperator que eleito por unanimidade ocupa um cargo vitalício. Porém, possui um mestre oculto, figura quase mítica considerada como o fundador oficial da ordem no Séc.XIV.

   A origem do Movimento situa-se já no Séc. XIII com uma Escola Ocultista de 12 homens sábios. Num poema de Goethe é encontrada uma alusão a esta Escola. Nela é educado pelos 12 sábios um rapaz de nome Cristian Rosenkreutz. Morre, porém muito jovem. Aqui entra a parte mítica de sua estória, quando é dito que seu espírito fica abastecendo aquela escola esotérica até o seu reencarne na Alemanha no Séc. XIV, quando então funda a Sociedade que toma o nome de Rosa Cruz. Desde então sempre se encarna fazendo o mesmo trabalho. No Séc. XVIII reaparece então como o alquimista conde de São Germain, contemporâneo de Luiz XV. Permanece sempre como guia espiritual, mas oculto deste Movimento. Nas muitas encarnações deste personagem se explicariam a afirmativa feita por São Germain a quem conviveu com ele, de que teria 300 anos de idade.

   Muitos livros nomeiam em vários períodos, diferentes fundadores da Ordem Rosa-Cruz. Isto se deveu talvez o fato da Ordem fazer de tempos em tempos uma espécie de recesso onde para suas atividades externas, infiltra seus membros em outras organizações para difundir suas idéias e depois torna a se renovar, reaparecer, naturalmente com outro organizador. Porém, o grande ser iluminado que estaria por traz de todo o conhecimento liberado pela Ordem Rosa Cruz seria ainda o mesmo jovem Cristian Rosekrentz, iniciado pelos sábios.

   São reencarnacionistas, muito ritualistas e sua característica principal é o segredo, o mutismo, porque lhes é vedado passar adiante indiscriminadamente os seus conhecimentos mais profundos.

   Hoje, conta com lojas de teores diversos, como o Rosa Cruz do dinamarquês Max Heindel que se dedica à curas mentais, com sede em Los Angeles. A maior das lojas Rosa Cruz tem sua sede na Califórnia sob a sigla de AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz) No Brasil tem sua sede em Curitiba. Na França atua num grande castelo feudal.

 Mormonismo

   No Séc. XIX, nos EUA. Joseph Smith fundou a ”Igreja de Jesus dos Últimos Dias”, também chamada de Mormonismo. Afirmava ter tido uma visão de um anjo que o mandava desenterrar uma placa que continha a informação da vida do povo de Deus (judeus) na América. Recebeu também a revelação do Livro dos Mórmons que é a Bíblia suplementada. Ensina-se nela que Jesus Cristo apareceu aos primeiros imigrantes da América do Norte, onde fundaria uma nova Jerusalém.

   A seita estabeleceu-se, após a morte de Smith, no território de Utah, E.U. Que colononizou-se.  Tal território foi reconhecido então na União como Estado.

   Hoje em Salt Lake City, capital de Utah, turistas se deslumbram coma beleza do tabernáculo e templo dos Mórmons. A seita tornou-se uma das mais ricas da América.

   Conta com o trabalho obrigatório de dois anos de todos os seus adeptos para a Igreja. A disciplina requerida é bastante rigorosa.

Bahaísmo

Fé oriunda do Teerã. Seu mestre é Baha’Ulah (esplendor de Deus). É considerado um profeta reformador do Islamismo Xiita. Em 1868 foi exilado pelo sultão em São João de Acre, hoje Akho, onde escreveu sua obra. Prega uma religião universalista, com igualdade sexual e monogamia (contrariando os costumes islâmicos). Não possui clero, nem usa ritos. Forma no Irã uma minoria religiosa, mas assim mesmo sofreu e ainda sofre perseguições por parte do seu governo republicano, Fugidos de tais perseguições, seus adeptos espalharam-se pelas Américas, Europa, África e Jerusalém onde fundaram congregações muito bem aceitas pelos habitantes locais. Seu centro administrativo é o magnífico templo em Haifa na Palestina.

   O Bahaísmo homenageia as figuras sagradas do Judaísmo e do Cristianismo, porém vê em Baha’Ulah como a ùltima das manifestações de Deus, após Maomé.

 Espiritismo

Teve sua origem no estado de Nova York em 1847 quando as irmãs Fox descobriram seus poderes mediúnicos que atraíram grande interesse, pois prometia uma prova tangível de vida após a morte. Foi codificados dez anos depois por Leon Hippólite, francês de Lion com o cognome de Allan Kardec, após a sua curiosidade sobre os jogos de salão, como o famosos “jogo de copos”, que eram então muito usados e que pareciam envolver também mediunidade e que foram por ele estudados até a exaustão. Sua obra principal é o” Livro dos Espíritos” publicado em Paris em 1857. Hoje, o Espiritismo apresenta-nos uma parte experimental (o intercâmbio com desencarnados) e uma parte doutrinária, filosófica. O Brasil sempre contou com grandes médiuns, sobressaindo-se entre eles Francisco Cândido Xavier. Escreveu obras psicografadas de teor moral muito elevado. Foi considerado um exemplo de ética e bondade.

   O Espiritismo, sendo originário da classe alta francesa, ao entrar no Brasil difundiu-se entre intelectuais, hoje é uma religião espalhada em todos os níveis sociais, mormente entre a pobreza. Seu receituário de cura homeopática serve aqueles sem condições de adquirir remédios caros.

   É um culto eminentemente cristão, porém, aceita algumas ideias da Afro brasileira quando usa a manifestação mediúnica dos famosos” caboclos de Luanda” antepassados dos nossos negros escravos que os homenageiam em seus ritos.

   A ideia reencarnacionista e o possível intercâmbio com o plano astral dos desencarnados são os seus principais postulados.

Pentecostais

   O Pentecostalismo surgiu no Séc. XX  nos Estados Unidos como uma reforma do Protestantismo oficial. Baseia-se na força do Espírito Santo que pode ser experimentada pelos fieis. Com esta força é possível a realização de prodígios como curar e resolver situações adversas. Fazendo  uma interpretação bíblica dos Atos dos Apóstolos 2, o fenômeno de falar línguas estranhas, tal como aconteceu os discípulos de Jesus no dia de Pentecostes, pode ser manifestado através de um batismo para o recebimento dos dons do Espírito Santo. Assim a seita pratica dois batismos: um para a conversão outro para adquirir os dons.

   Divide-se hoje em numerosos grupos que esperam a breve vinda Cristo.

   A partir de 1960 apareceram os movimentos carismáticos com a mesma ideologia do Pentecostalismo dentro da Igreja Anglicana e também do Cristianismo Romano.

   Atualmente é a Igreja mais rica do Brasil. Sua grande fonte de renda é o dízimo obrigatório cobrado aos seguidores. Tal como acontecia na antiga Maçonaria, tem também hoje grande influência na política dos países.

Maçonaria

A origem da Maçonaria nos leva aos tempos bíblicos do rei Salomão, 1000 a.C. Onde um grande mestre Hiram é incumbido da construção do maior templo da Antiguidade e vai iniciar seus companheiros, construtores em segredos ocultistas. Porém, os seus vestígios mais palpáveis encontramos nas grandes catedrais góticas da Era Medieval iniciadas na França. Elas teriam empregado construtores pertencentes a um grupo místico chamado maçonaria (o nome Maçonaria (o nome Maçon em francês significando “mestre de obras”).

   Nestas catedrais perpetuaram, através de símbolos deixados em paredes, colunas, medidas etc, princípios transcendentes que professavam. Tais arquitetos passaram a ser com o tempo a nata intelectual entre as demais profissões.

   Crescendo com pensamentos considerados heréticos pela igreja a Maçonaria passou a ser perseguida e mais se complicou ainda quando de seu intercâmbio com a Ordem Templária, também perseguida e que, muito rica, financiava os seus trabalhos de arquitetura.

   Porém, continuou ocultamente a abrir inúmeras lojas e contando entre seus membros com intelectuais e pensadores de renome veio a influenciar muitos movimentos políticos nos países onde atuava. Vemos então líderes como Simão Bolívar. Benjamim Franklin, Vitor Hugo e no Brasil José Bonifácio, como integrantes da Ordem Maçônica. No caso do Brasil, teve papel importante na extinção da escravatura e na Independência. Muitos grupos maçônicos se uniram em clubes políticos

   Suas características principais são: A hierarquia (Seus adeptos á medida que têm acesso aos conhecimentos ocultos recebem graus) e o Simbolismo. Ele é o maior transmissor de seus ensinamentos.

   A parte negativa que lhe é atribuída é ter sempre vetado suas Iniciações e conhecimentos à mulher. Só no SEC.IX na França abriu-se a primeira loja feminina. Porém, as lojas femininas surgindo em outros países, não receberam das lojas masculinas a cobertura que requeriam. Seguem separadas, o que é estranhável num movimento cuja origem foi o misticismo.


quarta-feira, 11 de junho de 2025

São João

   João é um dos únicos membros conhecidos da família de Jesus. Sua  mãe, santa Isabel, era prima de mãe Maria. Seu símbolo é a fogueira. Nos diz a lenda que Isabel  morava no alto de um morro, e mãe Maria em seu sopé. Estando grávida, combinou com sua prima que acenderia uma fogueira quando as dores do parto começassem.  Assim, no dia que nasceu são João uma fogueira ardia  em frente à sua casa.    vi muitas fogueiras serem acesas em sua homenagem  e ouvi muitas moças  cantarem;  "Pula a fogueira Ioiô, pula a fogueira iaiá, cuidado para não se queimar, olha que a fogueira já queimou o meu amor”. Muito ajudou Jesus  em seu ministério, requisitando vivendas e abrigos onde Jesus  ficasse  para fazer suas andanças. Era um verdadeiro “abre caminho” para que o mestre cumprisse sua missão. Pelo menos no Brasil vemos muitas fogueiras serem acesas em zonas rurais, e as casas das cidades que possuem lareiras as conservam acesas. A  frase que usamos  para chamá-lo é: "SÃO JOÃO ACENDE A FOGUEIRA NO MEU CORAÇÃO"!


sábado, 10 de maio de 2025

Vesak

No vale de Vesak na Índia, o Buda nos apresentou com suas quatro nobre verdades:

1) A nobre verdade sobre a tristeza (Nunca se conheceu alguém que nunca teve uma tristeza).
2) A nobre verdade sobre a origem da tristeza.
3) A nobre verdade sobre a destruição da tristeza
4) A nobre verdade sobre o caminho da destruição da tristeza.

- As nobre verdades foram apresentadas durante a lua cheia.

Louvação à lua cheia:

Oh lua que passas teu corpo pelos céus
Oh Silene, oh Cibele, oh Diana, oh deusas de tantos nomes!
Oh deusa desta fase cheia, recebe-nos em teu seio.
Abastece-nos com tua pujança
Na intensidade deste teu fulgor.
Deixa que entremos em todas as riquezas espirituais
Que desabrocham em ti nesta fase!
Tu és agora o reflexo mais perfeito
Do glorioso brilho de Hélios,
Trazes para nós o seu esplendor.
Nos ligamos a ti e assimilamos de ti
Todas as bênçâos que do logo solar
Acumulaste para nós
Oh deusa intermediária da luz.


Oração à Gautama:

Em nome de Deus presença em nós 
Louvamos e agradecemos a ti amado Mestre Gautama. 
Que tua luz iluminadora cai sobre nós! 
Que tua paz nirvânica preencha nossos corações,
Se faça presente em nosso pensamentos, atos em palavras! 
Que tua suave lembrança acalme nossas ansiedades, 
Fortifique nossa fé no estabelecimento 
De um mundo tão perfeito quanto sonhaste! 
Que um amor semelhante ao teu conduza os nossos passos! 
Que levemos este amor, esta fé, esta paz em todos os lugares onde a dor more! 
Todos nós somos um graal, um cálice. 
Preenchei-o oh amado Gautama, reunido à Grande Fraternidade branca no vale de Vesak. 
Preenchei com a energia do teu iluminado amor!

segunda-feira, 31 de março de 2025

O Encontro

O BARRACO DA VELHA INGRÁCIA DISTAVA BASTANTE DA ESTAÇÃO DO TREM.      MAS ESTE PERCURSO ELA HOJE IRIA PERCORRER. ARQUEJANDO COM CERTEZA, MAS O FARIA SIM.   ERA CEDO AINDA, MAS ELA JÁ SE ACORDARA. NÃO DORMIRA MUITO, TÃO EXCITADA ESTAVA. ANTECIPARA JÁ A ALEGRIA DAQUELE ENCONTRO. HOJE NEM SENTIRA O COLCHÃO TÃO VELHO QUANTO ELA, QUE SEMPRE LHE MAGOAVA O CORPO. AO CONTRÁRIO, AO ABRIR OS OLHOS O QUE FEZ FOI LOGO SORRIR. COMO NÃO SORRIR ANTE A EXPECTATIVA DE TANTA FELICIDADE? NA ABERTURA DA MINÚSCULA JANELA, PELA VENEZIANA QUEBRADA, VIU UMA RÉSTIA DE SOL QUE DEU CLARIDADE A ESCURIDÃO DO BARRACO. OLHOU NA MESINHA AO LADO SEUS REMÉDIOS CASEIROS E PENSOU QUE HOJE NEM PRECISAVA DELES, TÃO SADIA SE ACHAVA. ARRUMOU-SE COM ESMERO, ATÉ COM ÁGUA DE CHEIRO FOI PERFUMAR-SE. QUE ESTRANHO! - PENSOU -HOJE, TUDO ERA BELEZA, VIDA, ENTUSIASMO                                                                  QUANDO OUVIU O SINO DA IGREJA BATER 9 HORAS, APRESSOU-SE A SAIR. IRIA FAZER UMA PARADA NA PRAÇA E ASSIM DIVIDIRIA PELO MEIO A SUA ESPERA ANSIOSA. ENCONTROU A VIZINHA NA SAÍDA, QUE LOGO FOI LHE DIZENDO: COMO ESTÁ BEM E ROSADA HOJE!   NOTOU QUE O CÉU ESTAVA MUITO AZUL, QUE O ORVALHO HAVIA MOLHADO OS VERDES QUE ELES ESTAVAM LUZINDO E AS FLORES PARECIAM PINTADAS POR UM ARTISTA OCULTO. SERÁ - PENSOU - QUE A PRAÇA MUDOU TANTO OU ERA ELA QUE AGORA A VIA ASSIM? A PRAÇA LOGO SE ENCHEU DE CRIANÇAS E UMA BOLA VEIO CAIR A SEUS PÉS. INGRÁCIA ATÉ ENSAIOU LHE DAR UM CHUTE E OS MENINOS RIRAM. AQUELE DIA SÓ PEDIA ISSO MESMO: RISOS. FELICIDADE NÃO PODERIA MAIS DEMORAR A ACONTECER.   .                                                                                                               OUVIU FINALMENTE O APITO DO TREM. PAROU NA PLATAFORMA, FIXADA NA SAÍDA DOS QUE CHEGAVAM. VIU-O.  SUA VOZ ENROQUECEU E SO PODE DIZER: - FILHO! FILHO, E PENSAR; O MAIS LINDO FILHO QUE ALGUÉM JÁ GEROU.           QUANDO ELE PASSOU SEUS BRAÇOS EM SEUS OMBROS E ENCOSTOU SEUS LÁBIOS EM SEU ROSTO ENRUGADO, UM VIGOR DE JUVENTUDE, UM SENTIDO DE SERENIDADE LHE PERCORREU A ALMA, HOJE A PRESENÇA DELE IRIA ENCHER DE LUZ A OBSCURIDADE DO SEU VIVER.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Iniciação e Discipulado

O Budismo nos apresenta duas principais formas de evoluirmos. Através do Budismo Hinayana e do Budismo Mahayana. Ambas se chamam “A subida da montanha”. No primeiro se contorna a montanha, se evolui sozinho, apenas pela adoração à luz interna. Exemplo disto é o Budismo Zen. O segundo é aquele em que subimos a montanha dando a mão a um mestre, fazendo um discipulado. É deste último sistema iniciatório que vamos tratar aqui.

O Caminho para a Luz Espiritual.

   Ao trilharmos este caminho, temos a grata sensação de não sermos seres isolados, deixados a sós com nossas dificuldades. Sentimos que a lei divina é tão sábia na garantia da nossa evolução que mantém a possibilidade, através da lei da unicidade entre os seres, de termos um relacionamento constante com os nossos irmãos que evoluíram antes de nós, os assim chamados “irmãos mais velhos”, mais conhecidos na história esotérica como “Mestres”. É contado que eles fazem parte de um grande agrupamento de protetores da humanidade conhecido como “A grande Fraternidade Branca”. Eles intuem a mente de todos os homens que se unem emocional e mentalmente com eles. Teriam surgido como uma Fraternidade na quinta sub-raça Atlante, após um dilúvio que castigou os habitantes transgressores do continente Atlante. Seriam homens que haviam evoluído muito nas raças anteriores e buscavam auxiliar aqueles que entre tantos decaídos buscavam evoluir conscientemente. Desejavam também preparar um grupo escolhido para ser semente das idéias das novas sub-raças e raças que viriam depois. É o momento histórico que os esotéricos chamam de Portal da Iniciação. Este trabalho segue até hoje orientado por três grupos: Manus, Bodhisatwas e Choans.

   As iniciações foram muito usuais no Egito antigo, para onde chegavam pessoas de longe para fazer as iniciações de Isis e Osíres. As portas dos templos iniciáticos eram abertas a todos, mas poucos chegavam ao fim da iniciação. O primeiro interrogatório feito entre o sacerdote e o candidato, se este fosse julgado não preparado a conhecer os mistérios do templo, já era recusado. A isso Jesus se referia quando dizia “Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.” Na iniciação esotérica chamada discipulado a finalidade é além de garantir nossa própria evolução, nos preparar também para sermos cooperadores na magna Obra, que é o trabalho desenvolvido pelos membros da Grande Fraternidade Branca em favor da humanidade. Nos templos egípcios, após uma preparação de anos em matérias como música, medicina, história e naturalmente conhecimentos dos princípios divinos, o iniciando recebia o grau de iniciação chamado segundo Nascimento. Passava por provas dificílimas onde enfrentava terrores, resistências física e de resistências às seduções sensuais. O rito lhe exigia que deitasse num sarcófago a ali passasse as sensações de morte.  Finalmente, entrava em uma bem aventurança muito grande, sendo recebido como um ressuscitado. A afro brasileira, que tem origem na África, trouxe para o Brasil a tradição da iniciação. Uma noviça do Candomblé para tornar-se uma Yiawô, só após uma iniciação de sete anos, é considerada capaz da missão de servir ao orixá escolhido e transmitir depois o axé as iniciantes. Perde então a sua personalidade social externa ao terreiro, para num rito de segundo nascimento, recebe um nome interno.

   Para iniciar-se um Discipulado, fazemos votos conosco mesmos para um encontro não necessariamente físico, mas intuitivo e telepático com aquele que será o orientador de nossa iniciação. (geralmente porque há uma similitude de raio entre nós e ele, do papel a cumprir etc, com a diferença que o iniciador já evoluiu muito mais) Então aqui já aparece diferença entre Hinayana e Mahayana.  O único mestre que o Hinayana adora é Maytreia, porque Maytreia é a força crística, não pertencendo aos mestres iniciadores. 

O Renascimento do Iniciado.

   O primeiro passo na Iniciação é chamado de Caminho Probacionário. Neste degrau, cultivamos qualidades. Conhecemos a nós mesmos, identificamos nossas fraquezas. É o degrau da vigia sobre nós. Temos acesso aos fundamentos rudimentares dos Princípios Divinos. Se a par destes ensinamentos começamos o esforço de nos corrigirmos, entramos para os cuidados de um discípulo dos mestres. Assim como não colocamos professores universitários para lecionar o primário, também os mestres não se ocupam individualmente conosco, neste período pré-iniciatório. Geralmente, os fundamentos de sabedoria que recebemos são testados em ocorrências diárias, e situações difíceis nos vêm umas após outras. Então, o Caminho Probacionário é geralmente muito doloroso. Chamado também de Câmara do Aprendizado, pode levar 10, 20 anos ou uma vida toda. Geralmente a pessoa que entra nos estudos esotéricos fica deslumbrada de contar com um mestre iluminado e pensa em fazer a Iniciação em pouco tempo. Porém, não existe isto de alguém fazer um curso intensivo de Iniciação, isto é ilusão. O Probacionário requer longos preparos e testes, mas não é algo que se vença através de técnicas. Como o segundo passo vai nos colocar em contato com o mestre (contato mental, não necessariamente físico) o mínimo que nos é requerido no Probacionário é atingir um constante estado de tranquilidade emocional, uma ausência de impulsos, de rompantes, de comportamentos negativos não controlados, para nos tornarmos afins à tranqüilidade do corpo emocional do mestre. Por isso, se diz que o caminho Probacionário é o mais longo a se vencer.

   Segue-se depois o degrau do discípulo aceito. Entramos no caminho iniciatório propriamente dito, que constará de cinco degraus. A virtude, a qualidade que o discípulo mais tenha em preponderância, é a que será aproveitada pelo mestre. Geralmente, acontece uma aproximação maior do mestre, quando o discípulo possui uma virtude que o mestre esteja a necessitar no momento, para beneficiar um local, ou para abrir uma sociedade, seja ela política ou religiosa etc. As virtudes podem ser: uma capacidade de liderar, uma energia curativa, uma facilidade de escrever, energia física etc.

Os Sete Raios da Consciência.

   Telepaticamente o mestre vai sugestionar o discípulo com um objetivo, com um ideal a ser realizado num pequeno período. Cabe ao discípulo formular os planos para realizá-lo. O mestre apenas o observa e derrama energia sobre o trabalho. E o discípulo pode tornar-se um canal perfeito para a luz do mestre se irradiar. Se o discípulo não corresponder, o mestre vai se afastando até porque quando um discípulo inicia um trabalho, pode vir à tona defeitos como vaidade, concorrência com outros etc que impossibilita uma ligação com a pureza do mestre. Muitas vezes o trabalho externo que o discípulo inicia tem prosseguimento, mas, na realidade, a Iniciação foi interrompida.

   Se há continuidade, os graus iniciatórios se sucedem e ao discípulo são dados sempre encargos maiores porque o mestre cumpre o preceito bíblico; ”Bom e leal servo, no pouco me fostes fiel, no muito te colocarei.” Este muito se refere naturalmente não só a encargos, mas também a conhecimentos espirituais.

   A iniciação dos discípulos do ocidente é bem diferente da oriental. Geralmente os ocidentais não necessitam isolar-se da sociedade, entrar em mosteiros, seu trabalho é aproveitado dentro de uma colocação cármica de família, profissão etc. O discípulo oriental de mosteiro segue ritos muito simbólicos, como a colocação em suas mãos de cetros, de imãs que atraem forças para a personalidade. Porém, tais cerimônias são feitas nos últimos graus das iniciações, pois atraem forças que passam pela coluna. Assim vemos como é prematuro mexermos com forças da coluna sem termos ainda preparo. Aqui, no Ocidente, nossas forças são enviadas pela intermediação do mestre se não estamos ainda nos últimos graus. Sem nos expor a perigos.

   O mestre que se une a discípulos chega a eles em relação ao raio ao qual o discípulo pertence. Em acordo ao seu raio o discípulo serve a um mestre do mesmo raio. Os do 1° raio desenvolvem a liderança ou servem a algo administrativo. É através disso que evolui. Este é um raio que provoca muita vaidade, tentações de riquezas, de poder por isto é o mais difícil de transpor, aquele que cria mais carma.

   Aqueles do 2° raio são induzidos pelo mestre a estudar simbologias, filosofias, mitologias, doutrinas para que neles descubram os princípios divinos e os transmitam se for possível. Como o discípulo mexe muito com o intelecto, às vezes se afasta da devoção à sua própria Luz, ou também entra na vaidade do poder intelectual.

   Os do 3° raio são postos em situações sociais lastimosas para sensibilizá-los e fazê-los dedicar-se a elas temos como exemplos os repórteres de guerras e cataclismas. O perigo de uma sensibilidade exagerada será a depressão, onde o discípulo perde o sentido de viver, não consegue mais  enxergar os planos divinos por trás  dos  erros humanos. Como observamos, todo o trabalho de iniciação é difícil e requer muito equilíbrio. Os discípulos do 4° raio têm acesso aos devas da natureza, são estimulado em seu  gosto artístico para que sirvam no setor da arte. Os do 5° raio geralmente são afastados de interesses religiosos para que se concentrem apenas na Ciência que requer uma dedicação mais dirigida, mais integral. Chamo aqui a atenção para este raio. Muitos esotéricos têm por hábito criticarem a ciência. Os discípulos deste raio só podem evoluir através do deslumbramento que as descobertas científicas lhes trazem. Por exemplo: Quando um cientista estuda um planeta, e se depara com a grandeza do universo ou quando estuda genética e vê a complexidade da forma, ele entra em estado de reverência pela vida, que chamamos de estado satwa, um estado de identidade com a beleza que enriquece seu corpo causal e é assim que ele evolui. E, para a humanidade são figuras chaves para o processo civilizatório.

   Aos discípulos do 6° raio é requerido organizar associações, agrupamentos, tudo o que unifique forças. Os do 7° raio são inspirados a que mudem situações cármicas que levem à liberdade. Geralmente ligam-se aos discípulos do 6° raio. Líderes que trabalham em revoluções, que lutaram com ideias para libertar seu país da opressão, pertencem ao 7° raio.

   Quando se estabelece o intercâmbio mestre-discípulo a finalidade do mestre é que ele, o discípulo, se torne um canal límpido para a sua luz. Exemplificando: Um local necessita de uma determinada virtude. Então, vários discípulos que têm aquela virtude latente ou já trabalhada, são escolhidos para difundir esta energia sobre aquele local. O mestre servirá como vórtice daquela energia e os discípulos os seus fios condutores. Por isso existe a famosa frase difundida “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”. Refere-se à preparação feita no caminho probacionário e depois ao segundo grau onde o mestre aparece. Existe, porém eventual e raramente, discípulos que chegam a esta encarnação com o probacionário já cumprido No probacionário o ser inferior do discípulo às vezes se rebela contra a impessoalidade que a consciência dele está dando àquele trabalho, cuja única recompensa é a sua evolução, pois no discipulado a aquisição de poderes psíquicos ou poder monetário é descartado.

   Um livro recomendado para quem entra no discipulado é o Bagavath Gita, um livro do Bramanismo, pois na relação de Arjuna com Krishna são mostrados os conflitos íntimos de um discípulo. Para os iniciandos são dadas aulas durante o repouso do sono onde o mestre orientador o instrui.

   Na antiguidade, sobressaíram-se dois grandes iniciadores Hermes Trimegisto no Egito e Pitágoras, na Grécia, sem contarmos com as centenas de iniciadores que trabalhavam anonimamente nos templos de mistérios iniciáticos.

   A iniciação é enfim um processo de auto expansão da consciência através de um discipulado.