O
arco Iris
O Orixá Oxumaré, segundo a Afro-Brasileira,
era muito bonito, e Oxum, esposa de Xangô ,se apaixonou por ele. Xangô,
desesperado de ciúmes, desafiou o rival para uma luta e nela o matou .
Nanã ,a mãe de Oxumaré. Inconformada com a
morte do filho, buscou auxílio do deus supremo Olurum. Apiedado da imensa dor
de Nanã, este lhe prometeu que transformaria Oxumaré no mais belo espetáculo do
céu. Assim, criou o Arco Iris. Quando
Nanã viu a beleza de seu filho tão esplendidamente representada, por fim,
consolou-se.
A
chuva
Os antigos Mayas acreditavam que a Chuva
originou-se de uma deusa que vivia prisioneira no tronco de uma Paineira, uma
Ceiba.
Em épocas muito remotas Chaac, o deus Maya
da Chuva, deitou-se sob a sombra de uma paineira. Estava cansado de procurar
paisagens formosas porque a Terra não tinha flores, nem campos verdes , era
muito árida. A Paineira era sua única beleza.
Chaac sonhou então com uma linda mulher que
lhe implorava: “Por favor, liberte-me! Liberte-me! Pegue sua faca de sílex e
corte as veias desta árvore. Do seu tronco é que virá o líquido que abençoará a
Terra”.
Assim, Chaac, ao acordar-se, retalhou a
árvore e viu a água que corria pelo solo formando rios e cachoeiras. Destes
subiam vapores que formavam nuvens molhando o chão, fazendo brotar plantas e
matas. Viu depois novamente a mesma
mulher que levantava os braços em agradecimento e contava-lhe que era o
espírito divino da água guardado no corpo da Ceiba.
Em versão Maya do Arco Iris, este é aquela
mulher ,que se embeleza vestindo-se de cores, para agradecer a Chaac por tê-la
descoberto e libertado .
O
Vento
Foi Iansã ,conhecida como a Orixá das
tempestades, quem ,por um mito Afro, criou o vento .Criou-o com o seu respirar
. Era casada com Ogum, um ferreiro que
forjava armas de guerra. Porém guerras se prolongavam porque Ogum era muito
lento. Suas armas demandavam muito tempo à estarem prontas.
Iansã resolveu estão ajudar seu marido
quando percebeu que ao respirar sobre as chamas da forja estas se avivavam e o ferro derretia mais ligeiro. Então,
passou a soprar incansavelmente sobre elas e assim de sua boca surgiu o primeiro
vento.
Um dia, Ogum e Iansã se separaram, mas ela
não quis prejudicar o trabalho de Ogum. De longe, enviava seu sopro em direção
à forja. Seu sopro atravessava distancias para a surpresa das tribos que viam
uma forte brisa repentina arrastando folhas e pó.
Quando as tribos viram que o vento as vezes
ocasionava destruições, lhe deram então o nome de Tempestade. As tempestades
surgiam nas ocasiões em que Iansã, por
qualquer motivo, ficava furiosa.
Certa vez queria sair para rua com suas
lindas joias e foi contrariada pelos pais, que a trancaram em casa. Então com o
poder do vento que possuía, saiu em disparada pelo teto, arrasando-o e tudo o
mais que encontrava pelo caminho.
Porém , como as suas brisas transportavam
também os polens das flores as multiplicando, Iansã era vista também como uma
grande benfeitora.
A
Lua (Yewa)
A Lua ,num mito dos Nagôs, representa uma
das tentativas deste povo de neutralizar a força do patriarcado, que oprimia a
mulher em tempos longínquos.
Quando da criação do mundo pelos Orixás, Yewa,
a lua, foi uma das poucas deusas que permaneceram no paradisíaco céu de Olurum.
No entanto, quando soube que o adivinho Orumilá era um dos principais
defensores da supremacia masculina, resolveu descer ao mundo dos homens para
vingar-se dele.
Era muito bela. Mesmo Omulú, Orixá que
jamais levantava o rosto do chão, porque o tinha mutilado pela lepra e que por
isto nunca vira, no alto do firmamento, Yewa brilhando radiosa entre estrelas,
apaixonou-se por ela, somente a vendo refletida numa poça de água.
A beleza da deusa Lua era tanta que apenas o
seu reflexo já deixava os homens românticos e enamorados. Disso ela iria se
aproveitar para seduzir e castigar o adivinho Orumilá.
Yewa era a deusa que mais manifestava a
dualidade do caráter feminino. Ocultava
sempre uma face. Se por um lado era doce, maternal, sedutora, por outro ,sabia ser
de uma sutileza maliciosa e até cruel. Então, quando desceu à Terra, sua
manifestação física tinha como ela duas faces . À noite, Yewa era a deusa da
beleza irresistível, mas durante o dia apresentava-se como uma bruxa horrível e peçonhenta.
Quando seduziu Orumilá, levou-o à uma cabana
numa floresta, onde, isolado, ele ficou à sua mercê. À noite, entregava-se
apaixonadamente aos prazeres que o belo
corpo da deusa lhe dava. Porém, quando
saciado, ela, que começava a
mostrar seu outro lado, envolvia-o em
ervas mágicas que o deixavam dormindo e inútil para trabalhar em suas
prestigiadas tarefas adivinhantes.
Assim, durante um longo tempo, Orumilá
permaneceu como Yewa desejava: Submisso apenas à ela.
Contudo,conta o mito , que Exu ,de quem nada
se esconde e que tem o dom da ambivalência, viu a situação crítica de Orumilá
e foi em seu socorro. Quando numa manhã Yewa deixou Orumilá adormecido
na cabana e saiu até as margens de um rio, já então em sua aparência diabólica
de bruxa, Exú acordou Orumilá e levou-o até ela para mostra-lhe sua outra face.
O mito se encerra quando Orumilá em
desespero a mata. Yewa retorna então ao céu como a lua que é. Porém, seu
projeto de acabar com a opressão patriarcal não se consumou .
Yewa tornou-se um astro morto, pois Orumilá a
matara. Ficou na dependência do poder masculino do sol para ter brilho. Só com
o seu auxílio sua face de beleza pode inspirar poetas e namorados. É também
obrigada a esconder sempre , para quem está no mundo, o seu lado feio ,
colocando sobre si um véu negro em sua fase de Lua Nova.
A
constelação de Orion (mito grego)
Diana a deusa da caça grega que tinha como
característica um voto de castidade que fizera, um dia apaixonou-se. Mesmo
assim, conseguiu manter seus votos. Seu amado chamava-se Orion. Um dia, porém,
por engano matou-o.
O irmão de Diana era o deus Apolo que não
gostava de Orion. Isto porque este sempre insistia, naturalmente, em fazê-la
quebrar sua castidade.
Certa manhã, estavam os dois irmãos caminhando
numa praia quando viram no mar uma mancha bem longínqua, quase no horizonte.
Apolo bem sabia que aquela mancha era Orion que saíra à nadar, mas nada disse e
fez à Diana um desafio: Que ela fosse capaz de acertar com sua flecha aquela
mancha tão distante.
Ora, Diana era a mais capacitada caçadora da
Grécia e suas flechas jamais erravam um alvo. Assim desafiada, Diana esticou seu arco e preparou sua pontaria . Como
sempre, acertou, e matava sem saber, o único homem que amara.
Quando o corpo de Orion deu à praia nada
consolava Diana . Zeus então, condoído, prometeu-lhe que faria do corpo de seu
amado algo muito belo.
Zeus fragmentou o corpo de Orion em milhares
de estrelas e lançou-as ao céu, transformando-o na esplendida constelação de
Orion.
Raios, Trovões e Relâmpagos se unindo
Mitos Afros nos dizem que todas as nações
africanas reverenciavam Xangõ, o deus do Raio, com exceção dos Malés, tribos
africanas de Maometanos. Enraivecido porque numa visita aos Malés estes estavam
em orações e continuaram devotamente rezando enquanto ele, o grande rei,
esperava para ser atendido, resolveu tomar as suas terras e destruí-los.
Procurou então a linda Yansã para ajuda-lo.
Ela, tão sensual que era, logo se apaixonou por aquele homem tão imponente,
logo dormiu com ele aquela noite, lhe atendendo ao pedido de auxílio.
Quando entraram na terra dos Malés, Iansã ia
à frente anunciando com trovões uma
terrível tempestade. Lançava faixas luminosas de relâmpagos em todas as direções
e depois entrou Xangó com seus coriscos de raios, espalhando destruição
aonde chegava. Os Malés que jamais haviam visto estes fenômenos celestes assim
unidos, de princípio acharam que Alá anunciava o fim do mundo, o barulho dos
trovões fora com certeza o seu anúncio.
Depois compreenderam que Xangô viera castiga-los e cederam ,atirando-se
de joelhos no chão para reverencia-lo como seu novo rei. Foi assim ,que com a força dos Raios, trovões
e relâmpagos, foi dominada a tribo dos Malés.
Deste mito, a Afro Brasileira guarda uma
tradição: Quando Xangô necessitou conquistar a simpatia daquele povo dominado,
para agrada-lo, deixou de comer carne de porco tal como usam fazer o povos
muçulmanos. Hoje, todos os ” Filhos de Xangô”
são aconselhados a não consumi-la em reverência à decisão do senhor dos raios.
A
via Láctea
O bebê Hércules era um dos filhos bastardos
do deus Zeus (Júpiter),e naturalmente, Hera, esposa de Zeus, não o suportava. Quando tentou mata-lo colocando uma cobra em seu
berço, Hércules, que foi o mais potente dos heróis gregos, com apenas meses de
vida, matou a cobra estrangulando-a em
seus braços.
Zeus, encantado com a potência deste filho,
quis completa-lo dando a ele também a potência feminina divina e achou que ele
deveria mamar num deusa.
Certo dia, estando Hera adormecida, Zeus
colocou este bebê com a boca sobre o seu seio. Mas, o puxar tão forte do seu
mamar a acordou.
Hera, enraivecida, lhe deu um empurrão. Como o
seu seio fora sugado com violência, gotas de leite espirraram dele com tanta força que subiram
até o céu. Nele, formaram a constelação do leite: A Via Láctea.
O
Sol (mito indígena da Amazônia)
Sol era o nome de um rapaz que em tempos
muito antigos ajudava a preparar o Urucu que pintava e enfeitava os tribais para
festejos e cultos.
Trabalhava
demasiado, cortava a lenha para alimentar o fogo até a exaustão, mas era
explorado e humilhado.
O sofrimento o desesperou tanto que desejou
matar-se. O Urucu quando borbulhava vermelho, alaranjado dentro das chamas,
ficava lindo e o atraia. Sol, um dia,
não resistiu a tanto sofrimento e atirou-se dentro delas.
Como uma recompensa a tanto penar, seu corpo
agora alaranjado, vermelho e rosa, nas cores do Urucu, subiu aos céus,
tornando-se o nosso Sol, e lá ficou dando luz e beleza a um mundo que até então
era frio e vivia na penumbra.
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