O Budismo irá se diferenciar
do Hinduísmo, pois enquanto este crê no Brahman, no Deus criador, o Budismo não
crê em Deus, nem em nossa alma individual. Para o Budismo, nossa consciência
mais alta é a mente. O que é a mente? É
a parte do ser baseada em experiências, conhecimentos, pensamentos, parte sem
forma que sobrevive à morte. O que sobrevive no Budismo? Não é o Atma, a alma ligada ao Brahman, mas a
corrente mental de cada um de nós, com impressões deixadas nela por nossas
ações boas ou más. Esta corrente mental, quando é negativa, dá origem à nova
experiência de vida, às reencarnações. Então, reencarnamos porque temos carma, isto
é, marcas negativas em nossa mente. Quando alguém não tem mais impressões
negativas na corrente mental, não se encarna mais. Liberta-se do Samsara (ciclos
encarnatórios) a não ser em casos especiais, como veremos depois. Quando nossa
consciência não possui mais marcas insatisfatórias, ela entra num estado de
bemaventurança chamado Nirvana. Ao contrário do Hinduísmo que em meditação
busca ultrapassar a mente, o budista ao meditar quer acalmar a mente para atingir
a bemaventurança da mente búdica. Enquanto o Hinduísta preocupa-se com o
universo em que fazemos nossa evolução, cadeias planetárias, nossa eras evolutivas,
raças etc (Teorias encontradas na escola teosófica de Blavastky e em outras
tantas), o Budismo dedica-se apenas em atingirmos a felicidade, nos livrarmos
de nossas dores e sofrimentos. É chamado
por isso “A doutrina da dor”.Nos livrarmos de nossos medos raivas e
apegos, esta é também a meta. Naturalmente, assim, todos nós, segundo o Budismo,
nos tornaremos Budas. Teremos uma mente plena de bemaventurança, porém, jamais
seremos um ser individual. O que é um ser individual? Um ser que tem
características próprias. O Budismo não
endossa o pensamento pitagórico de que cada um de nós é um número dentro do
grande esquema matemático do universo, nem que sejamos uma nota, um som, dentro
do que chamava “a Música das Esferas”. Tampouco endossa o pensamento maçônico de que
cada um de nós é um tijolinho dentro da construção do grande “Arquiteto do
Universo”. No Budismo, todos aqueles que atingem a mente búdica têm as mesmas
percepções espirituais, suas mentes são idênticas. Formam uma Unidade, não uma
Diversidade na Unidade, como pensam os hinduístas. Os budistas quando rezam, não
o fazem a Deus, mas a seres iluminados e compassivos.
Buda e seus cinco primeiros discípulos. |
A mais antiga das tradições budistas é o
Hinayana também chamado de Theravada. Um adepto do Theravada acha que se cada
homem melhora o mundo automaticamente melhora. Então, é completamente voltado a
si mesmo, através de práticas rigorosas. Persegue o ideal de chegar a ser um
Arhat, um ser perfeito. Não perturba o mundo, mas também não se envolve em suas
misérias e erros. Deixa que cada um siga o seu caminho.
No séc. I da nossa era surge a escola
Mahayana com grande ênfase na crença em Bodhisattvas. Estes, seres de mente já
purificada, mas que sacrificam-se retornando à encarnações, apenas para
ajudarem à humanidade a se livrarem de seus erros. Seu princípio é a Compaixão.
No Mahayana, não só monges, mas também leigos podem chegar à mente nirvânica apenas
trilhando o caminho da Compaixão.
Temos o grande exemplo de Compaixão no
Dalai Lama tibetano Tensin Giatso que embora tendo perdido trono e país, sem
qualquer demonstração de mágoa, segue sempre risonho a pregar pelo mundo o
Caminho Mahayana da Compaixão. O nome Dalai Lama quer dizer : “mestre grande
como o oceano”. O Mahayana tibetano foi
enriquecido pelo Lamaísmo dirigido por mestres, seus Lamas e Riponchês. Utilizam
liturgias, mantrans, mandalas e mudras como recursos de entendimento para seus
discípulos.
Lótus, a flor sagrada do Budismo. |
Os principais preceitos do Budismo
Mahayana são: A Transitoriedade Das Coisas (que nos leva ao desapego) e a
Teoria do Vazio.
O Vazio trata da forma errônea como vemos
a nós e as pessoas. Quando observamos alguém ou alguma coisa nunca nos lembramos
de que seus atos fora abastecidos por circunstâncias anteriores ou presentes,
uma cultura, um meio geográfico, uma ocasião, ou alguém. Que aqui no mundo físico, sempre temos uma existência compartilhada
com o restante do mundo, dependente dele. Por exemplo: Quando observamos uma
árvore, ela nos parece tal como a vê, porque está inserida em determinado
ambiente que lhe dá muito ou pouco sol, muita ou pouca água, cuidados ou não.
Se recebesse outras influências, talvez seu tamanho fosse diferente, também sua
cor. Até uma coisa concreta tem vida compartilhada. Se dizemos: Esta mesa é boa,
é durável. Ela é assim porque a madeira que a estruturou era boa. Nada é
desassociado de nada, tudo é dependente.
O que quer o Mahayana com a teoria do
Vazio? Com a visão da vida compartilhada,
compreendemos e perdoamos mais as pessoas, pois as sabemos resultado de muitas
influências, não as vemos isoladas do todo. Também nos livramos de nossos
orgulhos e vaidades, porque tudo o que nos orgulhamos de ser recebeu o auxílio
de outrem. Os próprios ensinamentos religiosos que assimilamos , embora apresentando conceitos diversos, foram
compartilhados, dependentes uns dos outros. Assim, vemos o Islã surgindo de
antigas ideias cristãs, o Cristianismo
surgindo do Judaísmo, o Budismo surgindo das ideias reencarnacionistas do
Bramanismo. O monoteísmo judaico surgindo de ideias egípcias.
Kwan Yin, Bodhisattva da compaixão. |
A meditação Mahayana conta com dois tipos básicos:
A Enstática e a Estática. A primeira busca um estado de equilíbrio que em que
se espera cessar todo o processo sensorial. Nada a ser visualizado. Na segunda,
é exigida uma imagem visual ou projeção mental, geralmente voltada para o
chamado "Campo do Buda", isto é, o conjunto de seus representantes, de seres
compassivos. São dadas visões belas que psicologicamente nos trazem imensos
benefícios e transformações. Habitualmente chamamos estas meditações de "Induzidas".
Uma imagem que naturalmente nos favorece é a de Kuan Yin a grande Bodhisattva da
compaixão.
Obrigado por compartilhar estes conhecimentos.
ResponderExcluirMUITO OBRIGADO POR ESSES ENSINAMENTOS COMPARTILHADOS!
ResponderExcluirJÁ PRETENDIA ME TORNAR BUDISTA, AGORA, MAIS DO QUE NUNCA...
OBRIGADO
Obrigado por compartillhar o texto!
ResponderExcluirÉ raro encontrar sabedoria clara e objetiva na internet, obrigado.
ResponderExcluirGratidão pelo texto!
ResponderExcluirTexto muito esclarecedor. Acredito que o Hinduísmo esteja mais próximo do Espiritismo, posso considerar assim? O Budismo é como se fosse uma reforma íntima do ser, a fim de se purificar cada vez mais ao longo do processo reencarnatório?
ResponderExcluirGratidão e namastê!
Concordo plenamente quanto ao que foi dito sobre o Budismo, porém quanto ao Hinduísmo acho muito diferente do Espiritismo. porque este importa numa comunicação entre encarnados e desencarnados, que não existe no Hinduísmo! Um grande abraço e sempre as ordens!
ExcluirSerá q é errado crer nas duas coisas?
Excluircreio que não, fique em paz e seja feliz!
ExcluirInstrutivo!
ResponderExcluirMuito bom adorei.Amo o hinduísmo frequento o templo Hare Krishna do Parque da Aclimação ,mas ainda não passei pelos preceito.
ResponderExcluirMe confundo nas pesquisas sobre o budismo, ao tempo que entendo que não crê em uma alma individual, fala sobre reencarnação??, Alguém me ajuda, estou perdida.
ResponderExcluirivana_mg@hotmail.com
Para o Budismo, nossa consciência mais alta é a mente. Para ele devemos atingir a plenitude mental e eliminar as impressões deixadas nela por nossas ações boas ou más. Esta corrente mental, quando é negativa, dá origem à nova experiência de vida, às reencarnações. Então, reencarnamos porque temos carma, isto é, marcas negativas em nossa mente.
ExcluirA reencarnação seria uma punição por não termos conseguido nos livrar das marcas/ações negativas que ficaram registradas em nossa MENTE.
Muito esclarecedor o texto.
ResponderExcluirGrata.
Paz Profunda.
Obrigado!
ResponderExcluirgradecida
ResponderExcluirMuito bom, claro e objetivo!! Gratidão <3
ResponderExcluirConvoque seu Buda
ResponderExcluirA alma e o ser..
ResponderExcluirObrigado
ResponderExcluirEsclarecedor
ResponderExcluirEntão existem mantras budistas e hinduístas? Geralmente eles possuem "OM" no nome...pensava que eram todos budistas.Aí descobri que o mantra "On Namo Bhagavarte Vasudevaya"era uma louvação a Krishna, um Deus hindu....
ResponderExcluirMuito bom e instrutivo seu sítio. Devemos divulgar ao máximo as coisas boas da internet para, no mínimo, minimizar a influência dos que pretendem disseminar o ódio e o caos. Faço isto no meu romance Noite em Paris que publico no blogue de mesmo nome, nesta plataforma. Parabéns
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