Vamos hoje fazer um estudo mais aprofundado
sobre o nosso Eu verdadeiro e também os seus relacionamentos com as suas
consciências superiores e inferiores.
Chamamos de Eu Verdadeiro a parte do nosso
ser que tem realidade eterna,
permanente, para distinguirmos do nosso eu inferior. Nossa personalidade
humana cujas consciências são transitórias, impermanentes.
O nosso Eu interno conta com três
consciências superiores e três consciências superiores segundo este esquema que
aqui coloco:
Superiores Eternas:
Consciência Monádica.(Unidade, União,
Unicidade, e Amor.Felicidade, Alegria.)
Consciência Nirvânica (Repouso, Tranquilidade, Bem-aventurança)
Consciência
Crística (O Cristo interno,o modelo de perfeição individual, o
arquétipo,o Dharma, o código genético de perfeição.)
Inferiores Impermanentes:
Mental
Emocional
Físico
O nosso Eu Verdadeiro é perfeito? Só em
essência. Uma vez que não atingiu ainda
a sua total perfeição. Nosso Eu Interno é justamente a parte de nosso ser que
está em evolução, que está desenvolvendo as suas consciências superiores.Melhor
seria dizermos que ele é puro , imaculado, porque só retém em si energias e
conceitos perfeitos que possam ajudá-lo a evoluir, a contatar suas consciências
superiores. Porém, na verdade não atingiu ainda a totalidade de sua evolução.O
nosso Eu Verdadeiro é a parte de nós que tem sede de
espiritualidade.Imperfeições e erros que fazemos com nossas consciências
inferiores,com a personalidade, ficam retidos nela, não tocam o nosso Eu
Interno.
Como este nosso Eu se expressa no mundo? Ele
depende das consciências inferiores para manifestar a evolução que por ventura
tenha conseguido.
As nossa estruturas inferiores desde aquela
do nosso corpo biológico ,o psicológico e o mental são também todas estruturas
sagradas, idealizadas pela Criação, são até de uma complexidade que nos deixa
deslumbrados As necessidades destes corpos inferiores. sejam elas alimentos para abastecer o corpo físico,
relacionamentos afetivos para abastecer o corpo emocional ou conhecimentos que
abastecem o corpo mental, deveriam ser todas atendidas para manter estes corpos
prontos, perfeitos para servirem de bons canais ,bons instrumentos de
manifestação para o nosso Eu Interno.
A situação é como se o Eu verdadeiro de cada
um de nós quisesse tocar uma melodia e necessitasse pianos e violinos afinados
para tocá-la.
Não é difícil distinguirmos as nossas
consciências inferiores umas das outras. Digamos que estivesses sentado numa
cadeira frente a mim, mas teu corpo não se sentisse confortável. Esta é tua
consciência física exigindo conforto. Depois ficas magoado com algo que eu
disse. Esta é tua consciência emocional se manifestando. Mas depois pensas: ”
Talvez ela não tenha falado por mal ,não quis me magoar.” Esta é tua
consciência mental raciocinando sobre as tuas emoções.
Tampouco é difícil vermos o uso que o nosso
Eu Interno faz de suas consciências inferiores, como é dono delas. Nosso Eu Verdadeiro
,como o grande pensador que é, pensa:” tenho que cuidar melhor de “ meu”
corpo.” Aqui pensa “meu”como se dono do
corpo fosse. Depois pensa: “As “minhas” emoções estão em frangalhos.”pensa
também “minhas” como se fosse dono delas. Depois pensa: ” preciso deixar de ler
tanto, ”minha” mente está cansada”. De novo pensa ” minha “. Assim, sempre
aparecendo em nós uma 4° consciência, o nosso Eu Verdadeiro, quando pensamos e
falamos.
A mente inferior é a grande coletora de
conhecimentos do mundo externo. É a mente racional .Raciocina sobre os
conhecimentos externos que obtém e estabelece conceitos sobre eles.No entanto
,estes conceitos ficam à mercê daquela triagem feita pela nosso Eu Verdadeiro.
Ele seleciona e retém apenas os conceitos que
possam beneficiar a sua evolução. Por não reter nenhum conceito errôneo,
nosso Eu Interno sempre se conserva puro e imaculado.
Annie Besant fez uma bela metáfora para o
relacionamento entre o nosso Eu e seus instrumentos inferiores. Diz ela: todas
as complexidades de nossos corpos são como folhas de uma grande árvore. Essa folhas
se renovam periodicamente (nossas mortes e reencarnações) mas, tudo o que as
folhas absorveram e assimilaram de perfeito do externo, enriquece uma seiva que
se refugia dentro do tronco, sendo este tronco o nosso Eu Interno. Ele se
abastece com a seiva das experiências vividas pelas folhas, pelos corpos
inferiores.
Qual o critério do nosso Eu interno para
selecionar os conhecimentos que o favoreçam?
Aqui é que entra o seu relacionamento com a sua Consciência Superior
Crística. Sendo esta, a força que guarda o modelo de perfeição individual de
cada um de nós, o nosso arquétipo. Em outras palavras, esta Consciência
Crística é o nosso Dharma individual. Entendendo-se Dharma como uma lei para se
atingir algo. No caso, atingirmos nosso modelo individual de perfeição.
É esta Consciência superior que orienta nosso
Eu para que ele só retenha aquilo que o encaminhe ao seu arquétipo individual.
Para aceitarmos esta Consciência Crística é
necessário primeiramente que desassociemos este Cristo interno como força que
nos conduz a uma matriz individual, da pessoa de Jesus . Jesus é o
representante perfeito de alguém que conseguiu desenvolver em toda a sua
plenitude a força Crística Superior dentro de si. O próprio Jesus deixa isto bem
claro quando diz: “Tudo o que eu faço vós também podeis fazer” . Atribui assim
a cada um de nós uma força interna semelhante à dele, só que não desenvolvida.
Em outras palavras, o nosso Eu Interno se
orienta por um código genético de perfeição que possuímos .Sem aqui
confundirmos este com o código genético dos nossos corpos inferiores que
herdamos biologicamente de nossos pais. O código genético de perfeição, a Força
Crística Superior,refere-se a uma genealogia muito mais remota, recua até a
criação das nossas mônadas individuais. O código genético humano condiciona o
homem à heranças genéticas humanas. O código genético de perfeição condiciona o
nosso Eu Interno a uma matriz inicial de perfeição individual.
Quanto ao relacionamento do nosso Eu
Verdadeiro com a consciência Nirvânica: Esta é consciência repousante de nosso
Eu. Sua força maior é a tranquilidade.Quando temos o nosso Eu Interno bem
desenvolvido, a tranquilidade é a característica maior que manifestamos neste
mundo. Atingir-se o Nirvana é obter um estado de ser em que o entendimento dos
planos divinos e a sabedoria já é tanta, que nenhuma desdita pode mais nos
perturbar.É o estado da bemaventurança. Por isso alguém como o Buda Gautama é
chamado de “O Bem-aventurado”. Na meditação, quando conseguimos dominar nossa
mente inferior agitada ,dispersiva, trazendo-a para um ponto fixo, um centro ou
a um único mantra, o nosso Eu Verdadeiro se abastece nesta fonte de
tranquilidade que é a consciência nirvânica e evolui.
Vejamos agora o relacionamento do nosso Eu
com a sua Consciência Monádica,com a centelha divina dentro de nós.Ela é a
força da Unidade , da União, da Unicidade que liga todos os seres.Em nossa mônada somos todos iguais. Se
olho um bandido ,um assassino ,acho que ele é muito diferente de mim. Porém ,se
vejo apenas a sua mônada, a criação divina que o mantém, ele é igual a mim.
Apenas por vivências de união ,os nossos corpos inferiores enviam energias ao nosso Eu Interno que o
possibilitam identificar-se de pronto
com a sua mônada e evoluir.
Ativarmos o contato com esta luz monádica
através da concentração em nosso coração, certamente é muito válido pela
própria fixação num centro o que nos acalma a mente e além disso estamos
recebendo da grande fonte da Unidade.Porém, esta prática só atingirá a sua finalidade, na medida em que a
vivenciamos ,saboreando este recebimento.Podemos passar anos fazendo fixações á
luz no coração como se estivéssemos com frio e nos fosse oferecidos cobertores
mas ficássemos apenas os fitando sem nos cobrirmos, sem saborearmos o seu
aconchego , seu calor,a alegria de estarmos confortáveis. Os cobertores
perderiam então a sua finalidade.
Atingir a plenitude da Consciência Monádica
é, enfim, alcançarmos aquilo que todos buscamos : Felicidade, Alegria.
Quase todas as alegrias que temos na vida são
transitórias. Quando pensamos tê-las em mãos elas podem repentinamente acabar.
Mas, o Amor, a União entre seres a Unicidade , como se originam de uma fonte
eterna, permanente, é a única que sobrevive,transcendendo à própria morte.
Quando nosso Eu Verdadeiro contata sua Consciência Monádica, Ele sabe que
vencida a transitoriedade dos corpos inferiores só aquilo que plantamos como
amor por outrem, sobreviverá e retornará ao nosso Eu Interno como colheita de
felicidade . Todos os grandes iluminados nos falam sobre esta colheita futura
de alegria, fruto da Unicidade, do amor
plantado.
Não é fácil chegarmos á Unicidade com todos
os seres. Para isso, obstáculos nos esperam : Aprimorarmos os nossos perdões,
aceitarmos as diferenças dos outros, e fazermos esforços de aproximações
harmoniosas com todos aqueles que certamente não foram postos casualmente em nosso caminho.
Perfeito... ahow
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