Yoga
significa União. Raja, real.
Alcança-se
esta união por uma escada de oito degraus, cuja base é Yama e cujo ápice é o
Samadhi.
YAMA
– Devoção - Neste degrau todas as ações de nossa vida são revalorizadas por uma
atitude de devotamento. É nos preparar para viver uma circunstância como um
sacerdote que se paramenta para contatar
aquilo que ele mais ama e reverencia.Yama significa buscarmos seja dentro de
uma circunstância alegre ou adversa, algo para amar.É a santificação e a
valorização dos nossos atos mais banais ,da energia que gastamos neles.Neste
degrau, o importante não será fazer algo, mas ser dentro dele, darmos sentido à
ele.
NYAMA
-- Limpeza, Purificação - Neste degrau, a potência da deusa Shiva destrói todo
o erro acumulado. Deste tipo de energia nos aproveitamos para nos limparmos.Ela
está na água, na lua , na terra , nos sons ,em toda a parte .Se nos banharmos
nos rios sagrados Jordão, Ganges ou Urubamba,sem pormos nossa consciência neste
banho, certamente só o nosso corpo físico ficará lavado. Porém, se sintonizados
e agradecidos ao elemento água, por certo também nossos corpos mais sutis
ficarão purificados. Banhemo-nos no entardecer de uma praia de mar. Na subida
da maré o elemento água está muito potente. Sintamos então como nossas emoções
livram-se de agitações, ficam limpas de impurezas, nossas vibrações normais são
recuperadas.
Passemos
sob a lua. Ela é inigualável para os chacras inferiores e para a corrente
sanguínea. As inspirações vindas da lua é consequência da purificação que se
processa em nossos chacras inferiores. Tão potente é a sua força na corrente
sanguínea que os orientais afirmam que pessoas doentes quando muito expostas à
luz do luar, podem sofrer hemoptises ou hemorragias. Também que a lua regula o
ciclo de purificação menstrual no corpo da mulher.
O
poder purificador de Shiva nos banhos de terra é conhecido. Aproveitemos dele, sem
prolongamentos que poderiam nos debilitar. Sermos usufrutuários mas também
observadores e pesquisadores das energias divinas é a finalidade da Raja Yoga.
Banhemo-nos
em pensamento sob o som do mantra AUM. Ele é a palavra criadora de três tempos
que nos equilibra, nos colocando em sintonia com o ritmo do próprio universo. Também
o ritmo trino de uma valsa (Um,dois, três)nos equilibrará igualmente ,limpa
qualquer tristeza acumulada no nosso
chacra cardíaco e, sob seu embalo, acompanhamos o ritmo do movimento criador
universal. A música sacra atua nos vórtices de nosso chacra pituitário da
cabeça nos libertando de emoções inúteis. Sejamos fortes sob sons folclóricos e
marchas. Eles porão à tona lembranças cármicas de raças e nações, mas também
propiciam uniões grupais quando se faz necessário, mormente nos momentos que
antecedem às revoluções. Músicas de ritmos fortes como o rock e o chamado Metaleiro, apesar de nem sempre agradáveis, está tendo
um importante papel na atualidade pois rompem com o acúmulo das chamadas
“egrégoras negativas” em diversos locais.
ASANAS
– Postura - Nossa coluna é uma chaminé carregando energia, um cano. Não a
encurvemos. Mantendo-a reta ela será o conduto perfeito para a nossa força vital.
É o eixo que sustenta nosso corpo. Para
exercícios e meditações, a posição egípcia sentada, é a melhor para nós ocidentais,
pois qualquer mal estar provocado no sentar-se ao chão de pernas cruzadas (para
nós não tão acostumados a ela como os orientais) poderia nos tirar a
concentração. ASANA é a preocupação de fazermos de nosso corpo um cristal
límpido que deixará passara a luz dos nossos corpos mais sutis e as energias do
habitat no qual estamos inseridos.
PRANAYAMA
– Abastecimento - Ao contrário da exterminadora Nyama , Pranayama é
abastecedora. Neste degrau, se absorve a energia vivificante de todas as
coisas.Caminhar descalço sobre um solo recebendo a potência da mãe terra,sentindo
o intercâmbio vitalizador entre homem e natureza, isto é Pranayama. Lembremos
Jesus e Buda (o primeiro energizando-se no monte das oliveiras e o segundo iluminando-se
sob a árvore Bhô.)recebendo ambos as energias polian das árvores, recebendo
inspirações para expandirem depois o fogo interno de um ideal.
Respiremos
profundamente o prana solar. Sintamos este alento que nos mantêm vivos!Sentir
este alento é a mais sublime experiência de um discípulo da Raja Yoga, principalmente
sentir o ritmo com que é absorvida a energia prânica. Ele é o transcendente
mistério que nos deslumbra.
PRATYHARA
– Entrega - Geralmente inicia-se por um exame de consciência, por indagações e
pedidos de intuições, seguidos de uma entrega. Isto é, deixamos que respostas
venham quando menos esperamos. Respostas não vêm quando a nossa mente está
objetivamente raciocinando, o que não invalida o esforço do raciocínio, pois a
inspiração será sempre fruto de um esforço feito anteriormente, mas que virá no
momento em que a mente está absolutamente despreocupada e serena para
recebê-las. È enfim, um alçar-se e
depois relaxar, certo de que a colheita em momento certo virá.
DHARANNA
- Concentração - É o degrau que levará a uma meditação perfeita no degrau
seguinte de Dhyana. Concentrar é vencer a dispersão da mente. Necessitamos
achar algo para ser o objeto da nossa concentração, seja ele um objeto físico,
uma parte de nosso corpo,ou uma circunstância que estamos vivendo. Então treinamos
nossa mente, buscando domá-la como se fosse um cavalo fogoso, trazendo-a ao
objeto de nossa atenção cada vez que ela quer dispersar-se. Quando vencemos a
mente concreta, quando esta fica serena, sem passar descontroladamente de um
pensamento a outro, entramos então na mente abstrata, na mente causal,a
verdadeira mente meditativa. Ao exercitarmos Dharanna, lembremos que a mente
não é o fim, é um meio. Ela é o instrumento, o violino que, bem afinado, nos
mostrará a melodia. Tão somente a melodia que iremos tirar dela no último
degrau é o importante.
DHYANA
– Meditação - Com a prática da meditação, ficaremos aptos a ver qualquer objeto
de nossa atenção em sua profundidade, não apenas superficialmente em suas exterioridades.
Teremos entrado na mente causal,onde está a matriz, a causa de tudo o que nos
cerca,de tudo que nos acontece. Através da prática de Dhyana chega-se a
compreender não só a causa, mas também a finalidade e participação de coisas e
seres dentro do plano universal.
SAMADHI
– Contemplação - É o êxtase dos místicos, a consciência da Unidade. É o sentir
da vida universal presente em tudo,é a identidade do nosso Eu com todos os Eus,
ver em cada um, uma extensão nossa.Tal como diz Ramacharaca em seu Raja Yoga,”
o Samadhi é a imersão do Eu no Eu universal. Imersão esta que não é a extinção
da individualidade, como muitos pensam, mas sim o alargamento da consciência
individual que aumenta até abraçar o Todo.”
O
enlevo provocado por este abraço inicialmente se manifestará em instantes
fulgidíos e de isolamento. Porém, um dia o perfeito Raja Yoga viverá em
permanente Samadhi, porque as suas atitudes e sentir será um constante “abraçar o Todo”, santificando
cada momento de sua vida.
(Estudo
baseado na RAJA Yoga de Ramacharaca)
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