terça-feira, 23 de julho de 2024

A Anatomia do Ser

  Para estudarmos a constituição do nosso ser, primeiramente precisamos nos familiarizar com os nomes que as várias partes de nossas consciências recebem.  Temos a mônada ou centelha de Deus em nós, depois o Eu superior ou Eu Real também chamado de Individualidade. E, finalmente, o nosso Eu inferior também chamado de quaternário inferior ou personalidade.

Dharma, a lei divina para cada ser.

    A mônada contém em semente, em essência, os poderes latentes de todos os nossos corpos formais e tipos de consciências, enfim contém tudo o que fomos o que somos e o que seremos. É a centelha de Deus em nós. É incognoscível, não podemos imaginá-la como é exatamente. Mesmo quando nos voltamos a ela em meditação e dizemos: Nossa mônada é luz, a estamos vendo por um prisma humano, porque a luz é para nós a coisa mais sutil, mais bela que conhecemos. Ela está no mais íntimo do nosso ser, vem de dentro para fora de nossos corpos, desde o local que chamamos de ponto central do ser, ou fogo sagrado. Sua irradiação de energia transpassa sete corpos nossos e mantém íntegra as suas estruturas.

    Em meditações a vemos em cor branca, uma vez que é a cor completa que contém todos os prismas de luz. A primeira pessoa a dar o nome de mônada à força de Deus em nós, foi Pitágoras, dentro da Escola Pitagórica.

    Quanto a nossa individualidade, o nosso Eu Real, é transpassado pela mônada e busca concretizar aquela totalidade de Deus em si, é a parte do nosso ser que está num processo evolutivo. Serve-se dos corpos inferiores, das várias personalidades que têm nas suas várias vidas como instrumentos de sua evolução.

    Então o que observamos é que enquanto os nossos corpos inferiores e suas consciências são transitórias e mortais o nosso Eu real é imortal. Todos os frutos das experiências das nossas vidas são recolhidos para o nosso Eu Real para a sua evolução. 

O corpo etérico traz a vitalidade
para o corpo físico.

    Quanto ao nosso Eu inferior, este que manifestamos neste mundo, ele é a nossa personalidade porque esta palavra se origina do vocábulo “persona” que quer dizer máscara. Entendendo que em cada uma de nossas encarnações aparecemos com aparências, emoções e sentimentos diferentes que são como máscaras que encobrem o nosso Eu real em evolução.

Chamamos este corpo inferior de quaternário, porque o dividimos em quatro consciências: física, etérica, emocional e mental. Uma consciência que reestrutura tecidos, cicatriza, gera fome a sede, outra que sente, outra que pensa.

    No seu relacionamento com o Eu real é como se este estivesse querendo tocar uma melodia e se servisse dos corpos inferiores como seus violinos, como seus instrumentos musicais Estes quatro corpos instrumentos teriam que estar cada vez mais afinados sensíveis para que a melodia do Eu real pudesse ser mais bem tocada. Então em cada uma de nossas vidas as nossas consciências inferiores vão melhorando, mas as finalidades delas é servir ao Eu Real e mostram também para nós quanto o nosso Eu Real já evoluiu.

    Annie Besant faz uma bonita metáfora para o relacionamento entre o nosso Eu Real e seus instrumentos inferiores.  Diz ela; "nossas personalidades inferiores são como folhas de uma grande árvore, Tais folhas caem e se renovam periodicamente. Mas tudo o que as folhas absorveram e assimilaram do externo, enriquece uma seiva que se refugia dentro do tronco". O tronco seria o nosso Eu Real que se abastece com a seiva das experiências recolhidas e ao mesmo tempo seria o gerador de novas folhas que irão renascer em novo ciclo de vida. Como podemos imaginar o nosso Eu real? É um ser cuja beleza vai se acentuando à medida que ele evolui. Como se daria a evolução desta beleza do nosso Eu real? 

Pela época em que fez suas primeiras manifestações neste nosso mundo colocando sobre si as quatro máscaras (capas) do quaternário inferior, aparecendo neste mundo como personalidade, o nosso Eu Real possuía um ovo áurico incolor que o rodava conhecido no ocultismo como Algóides. Porém, à medida que foi evoluindo pelas experiências materiais encarnatórias, o seu Algóide foi se colorindo de nuances luminosas. 

    O nosso Eu Real conta com três consciências e eventualmente estamos contatando uma ou outra delas. Temos a mente abstrata ou causal. Nós a usamos quando nos aprofundamos buscando o sentido, a causa dos acontecimentos que vivemos, presenciou ou nos são narrados. Quando em cima de informações apenas intelectivas que nos passa a mente inferior, nós chegamos a perceber um plano divino, quando formulamos conceitos que estão de acordo ao Dharma, as leis divinas, para nós e para a humanidade.

    Aqui temos que distinguir o trabalho da mente inferior intelectiva racional, da mente abstrata. A mente racional é apenas um instrumento coletor de informações, de conhecimentos. A mente abstrata se serve da mente intelectiva para transformar os conhecimentos em sabedoria. A mente abstrata saboreia (origem da palavra sabedoria) o conhecimento, com ele formula um conceito, um princípio, um plano divino e vai dando passos na sua evolução.

    Temos uma segunda consciência superior: a búdica. Esta contém o nosso arquétipo, isto é, contem o plano divino reservado para cada um de nós; O papel que cada um de nós tem dentro do cosmos e que o Eu Real terá que cumprir. Nenhum Eu Real pode concretizar a totalidade de sua mônada sem cumprir o papel que lhe cabe como individualidade. É o que nos faz diferentes uns dos outros. Cada um caminha em direção do cumprimento do seu papel. Quando compreendemos isto, aceitamos todas as pessoas. Aquelas pessoas que fazem as coisas com sentido de missão, conforme vimos no estudo da Arvore da Vida, elas são muito cientes de ter que cumprir um papel.

    Este nosso arquétipo é chamado pelas escolas esotéricas de ”corpo crístico”. Quando alguém cumpre muito o seu arquétipo, ele se torna um Cristo manifesto, e tal como Jesus, poderá afirmar: “ninguém vai ao Pai (a centelha) a não ser através de mim” (um Cristo que ele representa).

    A nossa terceira consciência é a nirvânica. É a consciência de repouso, de paz. Geralmente podemos encontrá-la quando nos interiorizamos em meditação. Esta consciência nos repousa das labutas, das dores, enfim das nossas atividades humanas. Tal consciência é chamada também de “O Grande Silêncio”. Porém esta tranquilidade, esta bem-aventurança, e alegria, é apenas uma ínfima parte que teremos, quando conseguirmos estar sempre expressando esta tranquilidade, no nosso Eu Real.

    Quando morremos, esta consciência nirvânica se faz muito forte, porque quer nos dar o necessário repouso para depois voltarmos a novo período de atividade. Se nós não perturbarmos um desencarnado com constantes chamamentos, a morte lhe será apenas um grande sono repousante, preparador de um retorno à vida física.


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