O intercâmbio entre Mestre e discípulo...
Discipulado
é uma das mais caras aquisições que nos proporciona a Espiritualidade.
Baseia-se em que a Unicidade entre os seres, que é uma meta nossa, nos
possibilita ajudarmos e sermos ajudados uns aos outros a bem de evoluirmos. Alguém
mais evoluído que nós pode nos servir de modelo e poderá ser o nosso mestre, orientando-nos
no uso de nossos próprios poderes.
Esta orientação sempre visará nos tornar
alguém melhor e mais sábio, pois jamais um bom professor, orientador e mestre
ensinará e concordará com algo que prejudique a formação ética do discípulo.
É
lícito neste intercâmbio com bilhões de seres da humanidade, entre os quais nos
inserimos, buscarmos a orientação daqueles que já atingiram uma mais perfeita
evolução espiritual. Para isso, contamos com o princípio da Telepatia que nos
permite apelar por alguém mesmo que se encontre distante de nós.
Para que tal relacionamento se dê, é
necessário que exista uma afinidade de comportamento entre ambos, mestre e
discípulo, No caso de uma iniciação espiritual, as atitudes comportamentais do
discípulo são importantíssimas, pois elas são o que detectará se é realmente um
verdadeiro mestre, alguém que na Espiritualidade chamamos de “Mestres da Luz”,
quem está realmente a nos orientar. Tais mestres expressarão através de seus
alunos sua própria simplicidade de viver e respeito humano.
O discípulo passará pouco a pouco a
manifestar uma invulnerabilidade ao desejo de domínios financeiros e à
vulgarização dos instintos. Também, uma afinidade de propósitos e interesses é
necessária a que um relacionamento entre discípulo e mestre mantenha-se. Para este
último só existe um objetivo: A evolução espiritual de quem orienta. Para o discípulo
é ir conseguindo, com sua ajuda, uma evolução consciente.
Exemplificando: Suponhamos que o discípulo
crie um grupo de ensinamentos esotéricos ou de curas espirituais. Enquanto este
conseguir manter o padrão de pureza requerido pelo mestre, o grupo se manterá
vivo, mas se passar a desvirtua-lo em atitudes perniciosas, simplesmente o elo entre
ambos é rompido, o mestre se afastará, pela falta de afinidade vibratória entre
ambos. Eventualmente, pode se dar a continuidade do trabalho grupal e até este tornar-se
de proporções notórias, porém será sempre uma ilusão ou em caso mais graves,
uma fraude, um embuste, atribuir à orientação de algum “Mestre de Luz” por trás
de tal trabalho.
Cada homem traz em si um dom peculiar a
desenvolver a que os espiritualistas chamam de “Raios Individuais”. Sejam eles
para uns o da liderança, para outros o da arte, o da ciência, o da cura, o do
trabalho social e assim por diante. O mestre, aliás como todo orientador, é um
especialista no dom peculiar ao seu discípulo. Contudo, estes serão sempre
diminuídos ou paralisados no caso de desvios comportamentais, como por exemplo,
o dom da cura: Estas, se conseguidas, virão da Fé que eventualmente os pacientes
à curas possuam, geralmente até aumentada pelo poder de persuasão daqueles que
já estão desvirtuados e afastados de qualquer verdadeiro mestre. Lembremos
sempre a Jesus nos dizendo: “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda
direis a este monte: Move-te, e ele se moverá”.
Contamos, sobretudo com uma consciência
mental abstrata espiritual e superior que, se bem desenvolvida, dominará a
forma como tais dons que possuímos serão por nós manifestados O papel do mestre
é desenvolvê-la. Caberá a ele nos inspirar e intuir para que o relacionamento
entre nós e todos os seres da humanidade nos leve até aquela Unicidade
harmoniosa, respeitosa, que o espiritualista busca alcançar.
Enfim, fazermos um discipulado correto é
como subirmos uma encosta íngreme, cheia de tentações que ás vezes nos querem
levar aos mais variados desvios, mas tendo a certeza de estarmos dando a mão à
alguém que não dos deixa entrar em atalhos perigosos e sem retorno.
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