Carvalho, árvore sagrada dos druidas em Paimpont. |
Tudo em Paimpont nos leva as lembranças das
lendas arturianas. Ali-afirma-se era o refúgio dos amores da feiticeira
Viviane, e de Merlin o maior dos magos druidas. Tendo perdido sua iniciação
pela paixão à Viviane, que o prendeu em um círculo mágico na própria floresta, Merlin,
conta a lenda, veio a morrer, deixando para todos os místicos que ali chegam a
pedra rústica que cobre o seu túmulo. São surpreendentes as devoções constantes
ainda hoje feita pelos franceses modernos no local.
Ao
antigo druida uma árvore com sua raiz, seu tronco e suas galhadas representavam
respectivamente o mundo subterrâneo, o mundo humano e o divino. Que se diria então
para Brocellande com seus 7.000 ha de plantios de carvalho, a árvore sagrada
por excelência? Para Brocellande todas as homenagens eram poucas. Foi ela o
grande objeto de cultos dirigidos á natureza, local das fogueiras de Beltane
acesas em honra ao deus solar Bellenos, e do recolhimento do “Guy” a mais energizada
seiva do carvalho. Como para o antigo druida Brocellande era a transcendente morada
de deuses e magos, foi perseguida pelo Cristianismo. Quando Carlos Magno pegou
o domínio da França, antiga Gália, representando a Igreja, mandou queimar uma
grande quantidade de carvalhos de Paimpont para exterminar tais cultos.
Tumba do mago Merlin na floresta de Paimpont. |
Ali, hoje, o turista encontra placas com
indicações para o “Vale sem Retorno”. Ele nos leva novamente às personagens
arturianas. Na Idade Média, muito homem crédulo e infiel não entrava nele.
Segundo a lenda, ali a fada Morgana, meia irmã de Artur, espera todos os
amantes infiéis e os empurra para o fundo de um precipício. Assim se vinga de
ter sido traída em seus amores.
Durante todos os momentos que ali permaneci
em Paimpont, minha alma se gratificava por ter conduzido ali um grupo
consciente da imantação de fé que podia ainda hoje ser encontrada naquele local
de tantas antigas devoções.
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