Num dia de Corpos Christi nos lembramos
da Transfiguração de Jesus.
A Transfiguração de Jesus testemunhada pelos discípulos Pedro, André e Tiago. |
Jesus levou Pedro, Tiago e André às
alturas do monte Tabor e ali, sob o olhar
estupefato de seus discípulos, o mestre transfigurou-se.
Segundo o relato uníssono dos três, ”Seu
rosto resplandeceu como o sol e suas vestes tornaram-se tão brancas como a luz.”.
Ali, o mestre lhes revelava através da
forma, a beleza da Divindade que Ele e cada homem possuía. Uma verdade visível
naquele momento, para a qual seus discípulos nunca haviam se conscientizado.
Jamais haviam pensado que os abusos que o homem fazia à sua forma era o
empecilho a que a sua parte interna, espiritual se manifestasse.
Aquele mestre que nunca havia maculado a
integridade de seu corpo, que vivera apenas o amor e a sabedoria, podia
mostra-la. Ali, o interno do mestre, sua verdadeira alma, seu Eu superior
glorificara a matéria.
Para entendermos a Transfiguração temos
que desassociar a palavra Cristo do homem Jesus. Cristo significava: “O
Ungido”, título atribuído àqueles raros que alcançaram a plenitude de sua alma
gloriosa, chamada “Essência Crística”.
Assim também, tal como nos conta o Bagavad
Gita, foi possível à Krishna mostrar-se em uma gloriosa manifestação física, a
seu discípulo Arjuna. Sobre sua Transfiguração, diz o Bagavad Gita: “Se mil
sois, ao mesmo tempo brilhassem no firmamento, a luz deles haveria de
empalidecer na presença da Glória que o seu semblante irradiava, em todas as
direções”. Sempre o sol, a maior beleza radiosa que conhecemos, igualando ambas
as Transfigurações.
A Cabala judaica também atribui em sua
“Arvore da Vida” uma expansão mais ampla de nossa consciência quando chegamos à
esfera de Tiphareth cujo título é “A beleza”, numa referência clara a esta
consciência capaz de revelar um esplendor, como um sol escondido em nosso
interior. Tendo o estudo desta “Arvore”
o sol como planeta relativo a esta esfera.
Em seu belíssimo livro “de Belém ao
Calvário”, Alice Bailey diz que nesta transformação acontecida ao homem
externo, formal, ele é como “Uma lagarta que se transforma em borboleta”.
Afirma ela, que bem no interno do homem jaz esta beleza oculta, nem sempre
conscientizada, mas lutando para se libertar.
Quando a aparência de Jesus voltou à sua
normalidade formal, humana, os discípulos compreenderam qual era o mistério
daquela individualidade tão ímpar demonstrada por seu mestre. Seus atos e
palavras eram induzidos por aquela luz incomparável interna, aquela consciência
grandiosa que ele lhes revelava.
Lembraram-se
dele a lhes dizer; “Tudo o que eu faço-vos também podeis fazê-lo”, ”Busca o Pai
dentro de vós e tudo o mais vos será dado em acréscimo”. Esse tudo, enfim, lhes
fora revelado!
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