Muitas
vezes lemos em livros esotéricos: “Evoluir é concretizar arquétipos”. Isto é: o
homem evolui na medida em que consegue captar e desenvolver arquétipos. O termo
arquétipo vem da composição grega Archais + tipos que significa o tipo, o modelo
arcaico, primitivo, original.
Para entendermos o que é um arquétipo temos
que saber que a cada um de nossos corpos corresponde um plano, no qual a
consciência daquele corpo vive. Então, contamos com este plano físico, com o
astral, o mental e também aquele que corresponde ao nosso mental abstrato que é
o intuitivo, chamado então de plano arquetípico. Com ele nossa consciência
abstrata faz contato para nos trazer aquilo que chamamos de intuições e
revelações.
A Roda do Dharma e suas oito sendas. |
Este plano arquétipo contém gravado em sua
substância as matrizes, os modelos, as leis divinas, os princípios divinos
também chamados pelos indianos de Dharma. São os arquétipos que vamos trazendo às
manifestações neste plano em que vivemos, como uma maneira de evoluirmos o
nossos habitat, a cada um de nós, as raças, os países, enfim a todos os grupos
e a todo o conjunto da humanidade. Para cada uma dessas coisas, existe então um
plano, um arquétipo estabelecido. Cada vez que entramos em contato com estas
idéias arquetípicas, damos um passo em prol do nosso evoluir. Quando alcançamos
o plano intuitivo através da nossa mente abstrata, que é a menos desenvolvida
em nós, teremos tido um dos chamados momentos de revelações, momentos
intuitivos. Para trazer à manifestação esses arquétipos, estes princípios
divinos, usamos o recurso dos símbolos.
O que são símbolos? São recursos para se
chegar a arquétipos. Exemplifiquemos: Na formação das primeiras raças, os homens
através de suas mentes abstratas, que eram muito pouco desenvolvidas, (mas com
o auxílio de seres que os orientavam para que pudessem levar adiante as
civilizações e também através de sonhos), recebiam rudimentos de idéias
arquetípicas destes princípios divinos, destas matrizes. Trazia-as então à
manifestação pelo recurso de símbolos. Suponhamos que um homem primitivo
houvesse captado, num lampejo rápido, até através de um sonho, a existência das
sete notas musicais que seriam as bases da música do seu mundo futuro, (que ele
depois iria desenvolver) ele poderia então desenhar ou ter a ideia de moldar
uma estátua de cerâmica de sete braços. Caso captasse o princípio da Trindade
(vontade, sabedoria e amor), que ele também teria de desenvolver, ele poderia
criar um objeto de três pontas. Suas criações teriam sido um representação
simbólica de uma matriz do plano arquetípico que ele entrou em contato. Então, cada
vez que ele olhasse estas representações, sua mente voltava a contatar o plano
arquetípico, até que um dia, após estar mais evoluído, conseguindo contatar com
mais freqüência sua mente abstrata, captaria o princípio divino totalmente. Assim,
foi através de símbolos que desenvolvemos nossa mente abstrata para usar em
nosso mundo as matrizes do plano arquetípico. Hoje sabemos que o princípio da
Trindade, o número três, representa o equilíbrio. Porém, não conhecemos toda a
potência deste arquétipo. Na medida em que evoluímos, as cabeças científicas
vão percebendo que muito mais coisas materiais podem ser criadas, usando este
princípio do equilíbrio. Intimamente, vamos nos tornando também cada vez mais
equilibrados.
Hoje sabemos que os princípios que captamos
não só trazem a nós conhecimentos, como nos transmitem também tipos de energias,
como é o caso do princípio dos sete sons, pois cada um deles, ao serem tocados,
atuam em nosso corpo emocional. Outra coisa que observamos é que também a
natureza, os animais manifestam arquétipos. O princípio divino da ressurreição,
de que nada morre permanentemente, está refletido na mudança das estações. Podemos,
nós homens, chegar à matrizes do plano arquetípico, apenas observando o
comportamento da natureza.
Labirinto, um dos atalhos para chegar ao arquétipo. |
Voltemos à afirmação inicial que dizia “Evoluir
é concretizar arquétipos.” Observemos como o homem primitivo se comportava: O
Totemismo era o costume tribal que atribuía a sua ancestralidade a um animal.
Isto é, a tribo teria se originado num animal, que era então o totem. Para
evoluírem, usavam também o princípio do arquétipo. O totem seria o símbolo do
princípio, da energia que a tribo necessitava desenvolver para sobreviver e crescer.
Se a tribo vivia perto do mar,
provavelmente seu totem seria um animal marinho que lhes traria a
energia para dominar o principal desafio da tribo: o mar. Se a tribo vivesse na
montanha o seu totem poderia ser um cabrito montês com destreza suficiente para
galgá-la. Em seus ritos comiam ou banhavam-se na carne e no sangue do totem
para obterem a sua energia. Confirmamos assim a máxima esotérica que diz que
assimilamos a energia dos arquétipos através dos símbolos. Também nós, homens
modernos, fazemos de pessoas os nossos arquétipos. Para os islâmicos, Maomé é o
seu modelo de comportamento que eles seguem para evoluir. Nós, cristãos, temos
nosso modelo em Jesus. Inclusive, à semelhança do que faziam os tribais, nos é
oferecido na eucaristia cristã o corpo e o sangue do Cristo, para obtermos as
suas energias santas. No simbolismo da
última ceia, ao distribuir pão e vinho, Jesus teria dito: “Comei e bebei da
minha carne e do meu sangue.”.
Seguimos também ideias de líderes-modelos
políticos e sociais para elaborarmos nossas doutrinas. Enfim, é sempre na busca
de um arquétipo, de um modelo, que buscamos o recurso para evoluirmos.
O
arquétipo e a psicologia: O analista C. G. Jung via nas fábulas mitológicas que
criamos, a manifestação popular e literária de arquétipos, dos sentimentos que
precisamos desenvolver ou dominar. Por isso, foi um grande estudioso de mitos.
Também dizia que os sonhos também escondem arquétipos que desejamos alcançar e
que nos causam ansiedade.
Profetas: Existem homens extremamente evoluídos
que têm facilidade de entrar em contato com o plano arquetípico, devido a terem
uma mente abstrata muito desenvolvida. Os profetas do Antigo testamento seriam
alguns deles. Ao contatarem o plano intuitivo, desvendariam as matrizes dos
acontecimentos que estavam por vir. Assim, previram a vinda do Messias. Assim
também Jesus teria predito a queda de Jerusalém. Assim Nostradamus teria
previsto as guerras modernas. Nas matrizes imprimidas na substância do plano
arquetípico está a explicação para previsões que podemos fazer sobre o futuro.
Santa Ceia, consagração do simbolismo do pão e do vinho. |
Arquétipo individual e o livre arbítrio: As
crenças esotéricas dizem que para o planeta, para a ciência, para as raças,
para as nações, para tudo existe um arquétipo a ser realizado mas que para cada
um de nós também existe um arquétipo individual em acordo ao nosso tipo de
mônada, nosso tipo de individualidade.
“A matriz individual de cada um de nós
-dizem os arquivos ocultistas- é chamado de “átomo Crístico” ou Santo ser
Crístico”. É representado simbolicamente
por um bebê miniatura, dourado, que dorme em nosso chacra cardíaco.
A cada vez que entramos em contato , através
da meditação, com este símbolo, conhecemos um pouco do nosso arquétipo
individual, isto é: Do nosso papel na vida, e recebemos a energia da nossa
individualidade monádica, da nossa mônada.
O dia que cumprirmos o nosso papel, o plano
designado para nós, este bebê crescerá e nos tornaremos o homem-Cristo tal como
aconteceu com Jesus e outros mestres.
Cumprir arquétipos não significa determinismo.
O Arquétipo nunca se choca com o nosso livre arbítrio. Os arquétipos marcam
para nós a linha geral de um acontecimento, de um plano, porém a forma como
chegamos a cumprir este acontecimento ou este plano depende de nós, também o
tempo que levamos para concretizá-lo depende de nós. Exemplificando: Nosso
arquétipo nos estabelece um plano que diz que teremos como guia espiritual um
mestre de determinada linha. Um dia,
chegaremos a ele, porém os atalhos que percorreremos, a forma como vamos fazer
para chegarmos a ele, o tempo que isto nos demandará, depende de nós. Se por
teu tipo de mônada, tens determinado papel a cumprir dentro da ciência, um dia
obrigatoriamente o cumprirás. Porém, os livros que vais ler para tuas
pesquisas, quais os trabalhos científicos que farás, o tempo que demorarás a
cumprir tal plano dependerá de teu esforço, de teu livre arbítrio ao executá-lo. Isto
também é válido em relação ao plano das nações. A forma como chegarão a
cumpri-lo depende dos esforços da totalidade dos grupos nacionais.
A Roda do Dharma budista: Dharma quer dizer
plano divino, lei e arquétipos a serem cumpridos. É simbolizada por uma roda
dividida em 8 partes. Elas representam 8 sendas, 8 caminhos. Em cada um deles
cumpriríamos uma lei divina, que nos levaria num dia futuro a cumprir o
arquétipo do Nirvana, que é o princípio da paz e da bem-aventurança. Cada vez
que completamos uma das sendas, fazemos um giro na roda da nossa vida,
impulsionamos o nosso Dharma, a nossa lei individual. Enfim, chegamos mais perto
do nosso arquétipo, do nosso nirvana.