segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Família

     Seres individuais que somos, podemos, contudo, ser agraciados tendo uma família biológica e outra que por não saber como defini-la vou chamar de “espiritual”.
     A família biológica desenvolve e troca afetos pela convivência amiúde. Com ela, experienciamos nossos mais importantes momentos de alegria e de tristeza. Compartilhamos nossas vitorias e nossos fracassos.
   A família biológica é rica em personalidades distintas. Seus membros em geral são de temperamentos diversificados.
  Nela, encontram-se elementos naturalmente afins, cujo entendimento se dá com facilidade, onde admirações mútuas acontecem. Porém, encontram-se nesta família também aqueles que parecem estar inseridos juntos num mesmo grupo, com a finalidade única, última, de, por um esforço mútuo, atingirem um princípio maior, misterioso, talvez sublime de unicidade entre seres. O relacionamento entre eles é um exercício de ajustamento contínuo para que a convivência harmoniosa se preserve.
    Porém, dentro da família biológica, aconteçam que divergências possam acontecer o próprio dividir vivências conjuntas, as lembranças das grandes datas familiares compartilhadas sempre gerarão um amor que falará mais alto no caso da família, como um todo, ser sacudida por alguma adversidade.



     Creio que o nascimento de crianças, suas presenças dentro da família biológica, terá sempre um grande peso aglutinador, pois a criança sempre é nela o objeto de afeto de cada um do grupo e torna-se mesmo quase como um objeto de culto agregador. Além disso, a criança sempre exige exemplos. Então, por ela, nos tornamos melhores.
     Estarmos inseridos no seio de uma família numerosa é uma das mais generosas dádivas que recebemos da vida.
     A família que chamo “espiritual” é um agrupamento cujos membros se atraem por interesses comuns. Sejam eles interesses religiosos, místicos, científicos, artísticos, filantrópicos. Existe já entre seus membros uma afinidade natural e supreendentemente pronta, estabelecida. Ela torna seus encontros muito prazerosos. O diálogo que flui fácil é uma constante neste tipo de grupo, pois sempre existe um tema comum para debate. Tal afinidade os faz reunirem-se assiduamente e serem solícitos para a necessidade de cada um.
     Como a família “espiritual” satisfaz nossas preferências individuais, nos tranquilizando, geralmente nos deixa mais aptos a um relacionamento harmônico com a família biológica, se qualquer dificuldade advinda das dificuldades do cotidiano e da diversidade de temperamentos entre o membro desta, se apresentarem.
     O melhor que nos pode acontecer é possuirmos ambas as famílias. Nossa individualidade estará assim sempre completamente assistida. Existem, porém pessoas cujo infortúnio é não possuir qualquer família. Penso que tal solitude deverá ser avassaladora para as emoções de alguém.
     As características que marcam cada um destes dois grupos a que podemos pertencer contribuem para a plena integridade do nosso ser. Assim, contar com ambos é então a felicidade maior que podemos obter.

Nenhum comentário:

Postar um comentário