segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Reflexões sobre o Pós-Morte

Baseadas em crenças sem qualquer valor científico, mas que perante a minha própria razão, nunca encontraram qualquer resistência a serem aceitas como verdadeiras.
Mundo manifestado--- percepções sensoriais e experiências emocionais e mentais, no mundo físico, denso.
 
 
O Pós - Morte - O Mundo Astral 
 
   No pós-morte o corpo físico já se dissolveu, mas os outros dois (astral e mental) levarão suas consciências a viverem em mundos de substâncias muito mais sutis. Creio que existem mundos invisíveis a nós que nos envolvem, feitos de substâncias menos densas do que estas em que vivemos. Para mim, é impossível, contudo, imaginar tais mundos, pois desconheço as leis divinas que regem os corpos que neles vivem e o ambiente apropriado a viverem. Certamente somos protegidos por um esquecimento destes mundos sutis para que nos fixemos em nossa condição de seres em manifestação. (entendendo manifestação como disse acima, as vivências neste mundo físico).
Quando tentamos explicar tais mundos invisíveis, geralmente criamos fantasias que nos desviam da verdade. E, o pior, nos enredamos nelas, quando transferimos ao plano astral nossos ambientes terrestres, como se aquele fosse uma réplica destes, mesmo desconhecendo as leis corporais e ambientais que estruturam tal mundo que ,creio eu, deverão ser bem diferentes das terrenas.
   Reflito que tudo o que criamos aqui para o nosso conforto material, como uma cadeira, uma cama que repousará nosso corpo denso cansado, naturalmente será desnecessário para um corpo do mundo astral cuja substância é sutil. Também um meio ambiente, uma natureza que proporciona alimentos a um corpo denso, deverão ser diversos se forem alimentar um corpo sutil, ou, provavelmente, um corpo emocional nem necessite alimentos, necessite um meio ambiente que lhe suscite apenas fortes e variadas emoções.
  Quanto à comunicação entre encarnados e desencarnados, aceito que pelas leis telepáticas que são baseadas em vibrações mentais, uma vez que conservamos no pós- morte o corpo mental, esta poderá sim, ser estabelecida. Porém, vejo esta comunicação sempre apenas como um intercâmbio entre duas consciências mentais. Nunca um intercâmbio entre corpos.
  Acredito que, quando o corpo de um desencarnado é eventualmente visto em nosso ambiente , isto será sempre resultado de um fenômeno psíquico, com que nós, vivos, projetamos e materializamos um desejo numa forma pensamento.
  Pouco provável será também existir um inferno dantesco a esperar, quem quer que seja ,no mundo além, para ser consumido num fogo ou sofrer outros castigos corporais, tal como professam as linhas religiosas cristã, islâmicas, judaicas e algumas budistas, uma vez que o calor do fogo ou outras quaisquer mutilações não afetariam um corpo que já não seria físico.


  
  Ao aceitarmos isto, de novo estamos transferindo , a um mundo que desconhecemos, através de fantasias ,as mais imaginosas, as mesmas leis e comportamentos que usamos neste nosso mundo manifestado, denso.
   Contudo, é presumível que as reflexões sobre nossos erros, sendo elas feitas no mundo astral, que é predominantemente emocional, com certeza não nos serão também agradáveis ou serão até bastante dolorosas, dependendo da intensidade de nossos delitos. Porém, sempre podemos contar com as leis divinas da misericórdia já que elas estão sempre a nos perdoar, quando nos dão uma nova oportunidade de tudo recomeçar.
   Quanto ao que acontecerá aos relacionamentos afetivos que aqui no mundo manifestado estabelecemos, nada sei também das leis de vivências e relacionamentos que governam o mundo astral, mas entendo que , mais cedo ou mais tarde, num dos mundos invisíveis a nós do pós -morte , estaremos unidos às pessoas com quem afetivamente nos relacionamos. E, imagino que essa união se dará de uma forma muito mais intensa e prazerosa, pois os relacionamentos amorosos que tivemos, creio eu, tendem a sempre a se aprimorar, a nos encaminhar a uma mais perfeita unicidade entre seres, entre almas. Jamais acreditaria em um rompimento eterno, de algo que ao iniciar-se foi marcado pelo amor. (fosse ele um intercâmbio genético, familiar ou amigável)
  Talvez no mundo invisível astral, nossa consciência emocional espere a morte, tal como aqui a esperamos, talvez temerosos , talvez esperançados, por desconhecermos também o que iremos viver após a “segunda morte”.
  Terminada uma estada de nossa consciência num corpo e num mundo astral, este corpo que fora aqui em nosso mundo físico, um dos instrumentos para a evolução de nossa alma, findará, se dissolverá.
  Creio que nossa consciência levará consigo no pós –morte, em todos os mundos invisíveis por onde passar, um registro (que os hinduístas chamam de “átomo registro" de todas as nossas ações e vivências neste mundo denso. 

 
Mundo mental - O corpo inferior mais sutil,
invisível também a nós.

 
Após a segunda morte ,nossa consciência irá viver no mundo mental. Será nele que seres evoluídos se servem da potência de sua mente, que estará muito ativa neste momento, para enviar intuições e inspirações a escritores e instrutores do nosso mundo físico a escreveram obras espiritualistas que versam sobre o amor e nos suscitam a relacionamentos mais pacíficos e amorosos, ou sobre conhecimentos espirituais que não nos prendem ao atoleiro dos fenômenos psíquicos. 

 
Nossa Alma

 
Seguindo esta estada no mundo mental, será a ocasião de nossa alma, nossa mente abstrata, liberta agora daqueles seus instrumentos que usara para manifestar-se (físico, emocional) e mental) trabalhar os conhecimentos adquiridos em suas idas a este mundo denso ,para transformá-los em Sabedoria.

 
  Acredito (apenas intuitivamente , pois nunca encontrei qualquer crença que justificasse isto) que será neste momento do pós –morte que se dará o encontro de almas afins, que já concretizaram o amor entre si , cujo amor já é recíproco. É a hora dos perdões mútuos, se erros houve a serem perdoados, de reencontrarmos aqueles a quem amamos em vidas que passamos. Será esta, acho eu, a grande alegria que nos reserva o pós-morte, pois só uma alegria tranquilizando-nos pela longa espera deste reencontro , poderá nos proporcionar o repouso perfeito que logo virá. Este reencontro será a grande lição do valor, do regozijo proporcionado pelo amor, que ali serão imprimidos em nossa consciência, lição que nossa alma coletará para a sua evolução.
 
 
O Repouso Final
 
   Finalmente chegaremos a um repouso de consciência onde questionamento e reflexões cessam, onde, aliás, tudo cessa, porque entramos no “Grande Silêncio”. Só então concretizaremos aquilo que os antigos costumavam pôr em túmulos quando alguém ia para o pós-morte: “Aqui jaz em paz”. Ficaremos na sublime paz do repouso, independentemente daquilo que tenhamos sido ou de como nos tenhamos  comportado neste mundo físico manifestado.
  A paz final do pós-morte e o encontro com nossa própria mônada é um direito de todos nós, filhos de Deus .Pelo menos é assim que penso.
  Dentro deste repouso surgirá repentinamente (assim como nos acordamos a cada manhã),uma vontade de nos ativarmos ,nos manifestarmos, uma força poderosa (que os hinduístas chamam de  “Trichna” e então nossa alma recomeça o processo de reencarne.
  Recolherá o seu átomo registro, isto é, a sua bagagem de sua vida passada e juntando depois a ela os fatores genéticos de seus pais terrenos, renascerá como um feto. Teremos então ao nascer uma estrutura composta de : Mônada, alma(individualidade) ,bagagem passada e fatores genéticos. E, nos expressaremos através de nosso instrumento inferior, nossa personalidade ,nesse mundo visível e denso.

 
Conclusão

 
Caso um psicólogo lesse este escrito, certamente diria que ponho diante de mim uma perspectiva ordenada de um pós-morte, que afastará de mim aquilo que geralmente assusta e causa medo quando o assunto é morte: O desconhecido.  Poderá até ter razão. Porém, sempre pensei que o conhecimento deslumbrante da Ciência que, auxiliado por aparelhagens cada vez mais potentes, devassa este incomensurável universo, pode não ser tudo o que  a nossa consciência pode alcançar em sabedoria; que outro tipo de conhecimento que não diz respeito à “face de Deus manifestado” estudado pela Ciência, permanecerá ainda por muitas eras oculto a  nós. Será ele um complemento a este seu fabuloso papel, mas que não caberá a ela,  Ciência, devassar.
  Creio que o espiritualismo originário da mais arcaica Antiguidade tribal, buscando o que chamamos de Deus, e que via nos astros ,como o sol apenas a Sua  representação, permanecendo teimoso, constante, ao lado das mais esplêndidas descobertas científicas (apesar de todos os erros que tal caminho espiritualista já engendrou) terá a sua razão de ser.

 
  Acho pessoalmente que estes dois desejos: O da pesquisa científica (estudando o universo passível de ser estudado por aparelhagens e experimentações) e o da busca espiritualista (querendo devassar apenas por intuições o Imanifesto) em um futuro longínquo chegarão a um conhecimento dual onde se completarão. Conhecimento que nós levará por fim à plenitude da Sabedoria que nossa mônada  contém , e que nossa alma alcançará.
  Como creio numa eternidade que se descortina à minha frente, enquanto passo várias vezes pelos períodos de vida e de pós–morte, de vida e pós–morte, sucessivamente, espero tranquila que este estado de consciência, de plenitude que atingirei num futuro, chegue.
  Naturalmente, que todas estas reflexões sobre o pós-morte ,como acima descrito, só poderão ter validade para alguém que acredita ter uma alma imortal, e que além disso creia, como eu,  em mundos ocultos, indevassáveis, nos envolvendo.