terça-feira, 16 de julho de 2013

São Francisco e Jesus


São Francisco, o "Trovador de Deus".
Muitos veem semelhanças entre os dois. Existem , contudo, semelhanças e diferenças.

Diferenças:  Vida e organização

   A vida de ambos são bem diversas .Jesus nasceu numa cidade ocupada e pobre e num meio familiar muito humilde.  São  Francisco nasceu numa cidade próspera ,no meio familiar de um rico comerciante de tecidos que lhe dava todo o luxo possível.

Jesus não criou uma organização, uma Igreja . Ela se estruturou muito tempo após a sua morte. S. Francisco criou a Ordem Franciscana dos Irmãos Menores.

Igualdades: Divergências pós-morte, mulheres, separativismo, semelhança no pregar, intocabilidade.

   Após a morte  de Jesus, seus dois  maiores seguidores entraram em divergência, criando duas linhas cristãs contrárias a se debaterem durante longo tempo e imprimindo assim depois na doutrina uma das linhas com maior força.

   Quando Jesus morreu,  Pedro e Paulo entraram em grande luta, querendo cada um deles imprimir o seu pensar ao Cristianismo. Pedro era um nacionalista ferrenho que só admitia fossem convertidos pelo batismo  à nova ideologia quem se submetesse ao ritual judeu da circuncisão. Paulo, ao contrário, um universalista que introduzia no novo credo, qualquer pessoa , mesmo aquelas que ainda professavam o culto pagão, que quisesse aderir às ideias de Jesus. Fazendo batismos que Pedro naturalmente não aceitava. Felizmente para o Cristianismo, como a pregação de Paulo abrangia assim muito mais gente, sua linha venceu e o Cristianismo não ficou restrito apenas aos seguidores  circuncisa dos,  espalhando-se por todo o mundo ocidental, numa ideia mais universalista, tal como Paulo o desejou

   Após a morte de S. Francisco, também os seus dois grandes seguidores Frei Eloi e Frei Elias

Desejaram também estabelecer linhas diferentes. O primeiro achava que a Ordem Franciscana deveria conservar a humildade, a simplicidade e a aversão ao luxo que era a ideia básica de um santo que renunciou aos seus bens. Já Frei Elias preferia ver a Igreja abolir aquela simplicidade máxima do santo, achando que cercar-se de luxo daria à Igreja muito maior pompa, dignidade e respeito.

   Quanto à mulheres, ambos, Jesus e S. Francisco, foram seguidos por uma discípula que os seguiram até á morte.
Robert Powell no papel de Jesus de \Nazaré,
filme de Franco Zeffirelli de 1977.

   S. Francisco contou com uma jovem de família muito rica de Assis, St. Clara, que aos dezoito anos ,após ouvir uma única prédica dele, ficou tão impressionada pelo amor que se expandia dele ,que renunciou a tudo para dedicar-se a criação de um ramo feminino dentro do Franciscanismo: A Ordem das Irmãs Clarissas , que eram também conhecidas como” As damas pobres”. Em 1976 foi descoberto um cântico chamado “Auditi Poverelli” composto por S. Francisco para Clara e suas irmãs quando ele estava á beira da morte.

   Jesus contou também com a discípula Maria Madalena que esteve com ele em seu momento mais importante: O da descida da cruz junto à Virgem.Também foi ela que encontrou o seu túmulo vazio, com certeza o rodeando com saudades do seu Mestre e correu a avisar os discípulos, que o acreditaram então ressuscitado. No evangelho apócrifo de Maria Madalena, guardado no museu de Egiptologia de Berlim desde o sec. XIX e posto á tona no sec. XX , Maria Madalena surge como uma  discípula que mais entendia o mestre.

Separativismo: Ambos, S. Francisco e Jesus lutavam contra o separativismo  . Pelo tempo de Jesus, as regiões da Judéia e a da Samária (região limite) viviam em brigas. Judeus e samaritanos se odiavam. Narra-se então o episódio  que deixou os discípulos muito surpresos e indignados. Jesus chegou-se a um poço de água onde uma mulher samaritana bebia e Jesus, com sede, pediu-lhe um poço d’água e bebeu de sua caneca. Isso indignou os discípulos pois eles consideravam os samaritanos tão asquerosos que ninguém devia nem dirigir-se a eles e muito menos compartilhar um utensílio com eles. Jesus lhes deixou assim uma lição de amor sem limites com os seus vizinhos.

O Altar e seus Símbolos





O altar nasceu num tempo em que duas tribos de épocas arcaicas lutavam por um território. Um dia, chegando a um acordo, delimitavam a fronteira que separaria seus territórios. Colocavam uma grande pedra que marcaria o limite que a cada um pertencia. Esta pedra é a origem do altar. De tanto em tanto, se encontravam para comemorar o seu acordo. Cada um trazia então ao outro oferendas  de frutas, alimentos  animais e sobre a pedra, agora aplainada como uma mesa, as colocavam.
   O altar irá ganhar um sentido sagrado quando puseram um pedaço de cobre com a intenção de que o sol que era para os antigos o símbolo da Divindade, refletisse seus raios nele, estando assim presente, testemunhando e abençoando a sua união.  A pedra seria depois elevada sobre degraus, pois –segundo os antigos- quanto mais alto estivesse, mais perto da Divindade estaria.
   Assim, o altar é o local mais sagrado do templo. Perante ele, um grupo em harmonia, contata o Divino. Ele é o ponto focal mais energético do templo, concentra as energias devocionais dos fieis.
   Pantena:  Ela é o símbolo daquele pedaço de cobre que refletia para os antigos a presença do sol, da Divindade.
   Taça:  É o receptáculo que recebe e transmite as forças do Cristo. Quando preenchida pelo vinho, este simboliza o Seu sangue, a Sua vitalidade. Quando traz  o pão eucarístico, a hóstia carrega a energia do Seu corpo.
   O uso do sangue e do corpo do Cristo repete dentro do Cristianismo um rito pagão dos povos totêmicos. Os povos tribais costumavam ter os seus totens (que geralmente era um animal) como seu modelo de comportamento e fonte de energia. Em suas atividades sagradas, em seus ritos, matavam um animal que representava o totem  e deixava que seu sangue lhes escorresse pelo corpo, as vezes o bebiam.  Sua carne era distribuída como alimento entre a tribo. Assim, achavam que absorviam a energia do totem ,que, afinal, era o seu modelo de  perfeição, representando tudo o que a tribo necessitava para sua sobrevivência . Hoje, também absorvemos com o simbolismo do pão eucarístico e o vinho tomado pelo sacerdote também a vitalidade do sangue e do corpo do Cristo, nosso grande e sagrado modelo.
   A Cruz: Conforme já escrevi em meu texto intitulado “Símbolos nos Templos Cristãos”   representa o homem espiritual crucificado no limite da matéria. Vindo viver no mundo físico, a dualidade da vida, vindo vivenciar opostos como tristeza e alegria, bondade e maldade, amor e ódio, frio e calor etc. Opostos representados nos dois braços da cruz.