Cada uma de nossas civilizações contou com
um mensageiro divino que são marcos das expansões de consciências que deverão
ser experienciadas pela humanidade. Assim tivemos Krishna, Buda, Hermes,
Zoroastro e outros.
Fazem mais de dois mil anos que um iluminado
se manifestou e em torno deste centro dinâmico de luz espiritual, tem gravitado
o nosso mundo ocidental.
Jesus veio dar testemunho da existência da
nossa força interna que traz o nosso modelo de perfeição individual, o
arquétipo de cada um de nós ao qual chamamos de Força crística ou Cristo interno. Em outras palavras, todo sabe que possuímos uma
força que nos conduz através de vivências, até a realização do papel individual
designado para cada um de nós.
Jesus
veio dar testemunho desta força crística interna velada pela nossa forma.
Cada iluminado tem uma maneira específica de
transmitir seus ensinamentos. Jesus o fez como se estivesse teatralizando
através da sua própria vida, a etapa para se chegar à plenitude desta força
interna.
Os arquivos esotéricos nos contam que na
Antiguidade, o título de Cristus era atribuído a um iniciado dos grandes
templos do Egito que houvesse externado plenamente esta força, o seu papel
individual. Jesus recebeu este título, por isso entendemos porque este
iluminado foi escolhido para dar testemunho dela.
Falaremos hoje sobre os três primeiros
testemunhos dados e vivenciados por Jesus e que seria então alertas para as
etapas que nós necessitamos viver. É ele o momento de seu Nascimento, do seu
Batismo e o de sua Transfiguração.
NASCIMENTO-
No Nascimento, Jesus dá testemunho do nosso Cristo Interno Criança, quando vai
começar o preparo dos seus corpos inferiores. Este é o momento de alerta para
em criança sermos bem preparados por nossos pais e depois na adolescência até a
maturidade, nós mesmos nos prepararmos para servir nossos companheiros de
evolução, plano de servir que Ele próprio exemplificou como sendo a sua meta.
A
força interna que veio exemplificar abrange todos os seres viventes. Sejam minérios, vegetais, animais ou humanos
para que todos indistintamente cheguem ao seu modelo de perfeição. Assim, na
caverna, formação calcária muito comum na Palestina, em que Jesus manifestou o
Cristo Criança, mostra toda a abrangência desta força. Lá estão as pedras da
caverna simbolizando o reino mineral; o feno representando o reino vegetal; o
boi e os carneiros representando os animais e o reino humano representado por
José e Maria.
Os iniciados sempre notaram que a vinda de
todo grande iluminado é anunciada por um sinal. Sinal este a que não era dada
muita relevância por muitos , mas que era intuído e entendido pelos iniciados
como o indicativo para a chegada de uma revelação divina.Uma vez que os membros dos grande templos iniciáticos
contavam com uma consciência muito sensível e , pelos ensinamentos espirituais
recebidos.
No
Nascimento, três iniciados conhecidos na Cristandade por reis magos aparecem
com relevância. Vejamos se podemos dar uma consistência histórica a estes
personagens.
A
região da Palestina era na época em termos de cultura, sem expressão alguma. Porém,
existiam grandes centros culturais espalhados na Pérsia, Etiópia e Egito, de
onde a tradição nos diz terem origem os nossos personagens. Esses centros
culturais eram chamados Templos ou Escolas de Mistérios iniciáticos, pois
juntavam à cultura também uma preparação no campo esotérico, iniciativo. Neles,
se estudava matérias como geometria, matemática, filosofia e astronomia. Muitos
homens passavam suas vidas nestas terras à bem de estudarem, pois estamos
falando de uma época em que escolas e faculdades inexistiam em quase todas as
cidades. Assim tivemos o grande Pitágoras estudando durante 20 anos em um
destas escolas do Egito. Sendo a educação assim tão rara, aqueles que a tinham eram
respeitados e acatados. Os que estudavam a difícil matéria de astronomia,
considerada até mágica, levando-se em conta o pouco recurso de aparelhagem
técnica para estudá-la, eram então chamados de magos.
Os três reis magos bem poderiam ser
estudiosos de astronomia e astrologia, guiando-se em seus caminhos nos desertos, pelas
estrelas, como era costume. Estranhamos o fato de virem de tão longe para
adorarem uma criança. Vemos nisso uma lenda, uma fantasia, mas esquecemos de que
a espera da vinda de Messias, que trariam reformas à humanidade, era muito
comum na tradição dos povos antigos. Naturalmente que a vinda de um Messias
dentro daqueles templos escolas iniciáticos trazia referências, indicadores,
que uma vez estudados poderiam ter se enquadrado ao menino que nascia naquela
família humilde da Galileia. A adoração a um menino distante é perfeitamente
compreensível para as tradições da época. Se fizermos um paralelo à tradição
budista, sabemos que a vinda de um novo Bodhisatwa, conduz, ainda hoje, budistas à localidades distantes do
nascimento destes grandes seres, através de sinais indicadores.
Quando os 3 magos encontraram o menino,
traziam em mãos 3 presentes. Entender a simbologia destes presentes é
enriquecedor para nós neste natal. Para os povos antigos, tão ligados à
natureza, as plantas, os metais ,as resinas, simbolizavam sentimentos humanos.
O ouro significava todo o esforço que um homem faz para sobreviver. Em resumo
,a nossa energia física. O incenso é resultante da queima de uma planta
aromática que volatizando-se sobe aos céus. Hoje chamamos incenso à qualquer
queima cheirosa , mas o incenso ,na verdade era uma planta muito comum na zona do Mediterrâneo.
Representava aos antigos as nossas energias emocionais que ao espalhar seu
perfume beneficiava a todos. A mirra é uma goma resinosa , amarga, usada para
mirrar, encolher materiais. Significava o encolhimento de todas as amarguras de
nossos pensamentos, para que possamos crescer espiritualmente. Enfim, nossa
energia mental purificada. Assim podemos imaginar que os três sábios iniciados
ofereciam a quem acreditavam fosse o Messias da época, como oferenda, como
presentes, o melhor de si: Seus corpos físico, emocional e mental purificados
,os colocando a serviço do Messias criança.
Cena do filme "Jesus, a História do Nascimento".
Contudo,
o que os 3 iniciados viram como sinal no céu e que chamamos de “Estrela de
Belém” é um mistério ainda devido a incerteza, dentro da pesquisa histórica
,quanto ao ano e data do nascimento de Jesus. Então, se tem procurado as
conjunções de estrelas que aconteceram em sua época. Várias hipóteses foram
levantadas até de que seria o planeta Halley que apareceu 11 anos antes do ano
1 cristão. Também, de uma conjunção de Júpiter, Saturno e Marte acontecendo
seis anos antes. Então nada se sabe na verdade. O único fato sabido é que 3 iniciados sairam de suas
escolas seguindo um brilho anormal nos céu para irem em busca do messias
prometido que estava nascendo. Porém, o que veio a vigorar como data fixa foi a
visão mítica de seu nascimento. As escolas iniciáticas identificavam os grandes
iluminados que representavam a 2º pessoa da Trindade, o Filho, o Verbo
manifestado, com o sol, os chamavam de “ Sol Invictus” ( assim era chamado Jesus) No hemisfério norte onde nasceram grandes
heróis da espiritualidade como Mitra, Horus, Hércules, o dia da sua
manifestação na matéria física era então simbolicamente relacionado ao
surgimento do sol no ano. ,Isto é, no auge do solstício de inverno : À meia
noite do dia 24 de dezembro.Nesta data, no céu aparecia o signo de Virgem,
enquanto Virgo aparecia no horizonte, a estrela Sirio e o brilho de Orion
estavam por perto.
Também os povos pagãos celtas, para
homenagear o seu deus solar Beltame, acendiam fogueiras nos Solstícios de
inverno. Assim agiam outros pagãos adoradores do deus Sol. Em 337 o papa Julio I datou oficialmente pela
Igreja o dia 25 de dezembro como data do nascimento do Cristo. Aliás, esta foi
a forma, o costume que a Igreja estabeleceu quando se estruturou. : Punha seus
locais de cultos sobre locais de ritos pagãos e suas datas santas nos mesmos
dias dos ritos sagrados dos pagãos. Ninguém sabe explicar isto, mas o fato é
que deu certo, foi uma forma de acabar com o Paganismo.
Falemos
agora sobre o segundo testemunho dado por Jesus: O BATISMO.
Mesmo sendo um ser já livre de erros,
emocionais e mentais, Jesus se sujeitou a um ritual de purificação. Matheus diz
em seu evangelho que João Batista não queria batizá-lo (naturalmente percebendo
que ele não necessitava de purificação ou que ele próprio não fosse digno de
batizá-lo.), mas que Jesus fez questão de cumprir o simbolismo religioso.
Adaptou-se ao requisito do ritual de purificação na água, conforme era o uso da
época.
O valor sagrado da água foi aceito por
muitos povos da Antiguidade. Desde os tempos mitológicos, bem anteriores a
Jesus, nos diz Homero que Tétis, a mãe de Aquiles, já o mergulhou numa fonte
sagrada para torná-lo invulnerável a todos os males. O batismo pela água
simboliza a consciência velha morrendo para depois renascer em outra
purificada.
Após
anos de preparo, Jesus, no batismo do Jordão, iniciou sua missão de servir como
instrutor da humanidade. Segundo algum ocultista é justamente no momento do
batismo que João Batista reconhece em Jesus, seu primo, o Messias esperado e
que Jesus deixa que seus corpos de expressão sirvam de intermediários para a
força do Cristo Cósmico Maitreya, que sempre estará com ele, Jesus, durante
todo o seu trabalho itinerante de instrutor.
Após o batismo, o viver de Jesus foi um
doar-se inteiramente à sua missão. Sua instrução versando sempre sobre o amor e
o compartilhar. No natal, comemora-se o compartilhar com os seus 12 discípulos
, na ceia natalina, quando ele distribui o pão entre todos.
A
TRANSFIGURAÇÂO - Ela é o testemunho dado aos discípulos, onde mostra a
unificação entre nosso corpo e o Cristo Interno a que podemos chegar. Naquele
momento, Jesus expressa o Cristo Interno em toda a sua transcendente beleza e
expressa a personalidade humana transfigurada, liberta das limitações da forma,
em sua faceta de beleza. No evangelho de Matheus, este relata: “O Seu rosto
resplandeceu como o sol e suas vestes tornaram-se tão brancas como a luz”.
No Bagavad Gitã indiano (A Canção do
Senhor), Arjuna, discípulo de Krishna, pede para ver a face divina de Krishna. Krishna deu-se então a conhecer e diz então
Arjuna: “Se mil sois ao mesmo tempo brilhassem no firmamento, a luz deles
haveria de empalidecer na presença da glória que aquele semblante irradiava em
todas as direções”.
Na
transfiguração, Jesus dá o testemunho,
como sempre através de sua própria vida, de que em nosso íntimo somos todos
belos e perfeitos ,e também quando diz:” Tudo o que eu faço vós também podeis
fazê-lo.”
A
transfiguração é enfim a teatralização feita por Jesus para mostrar que aos
termos dominados instintos emoções e pensamento, como ele o fez, nenhuma destas
consciências inferiores serão mais obstáculos a expressão dessa nossa beleza
interna.
Na
transfiguração, os discípulos que já viam
em Jesus um mestre excepcional, viram ali que uma força divina o conduzia.
Tendo
Jesus dado testemunho do NASCIMENTO, quando o verbo divino se fez carne.Dado
depois o testemunho do BATISMO ,simbolismo da necessidade de purificarmos
nossos corpos de expressão e dado também aquele em que mostra a nossa beleza
interna ,A TRANSFIGURAÇÃO ,mostrou assim Jesus o quanto estava capacitado à
sua missão de magnífico instrutor que
foi.