segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Os 7 Temperamentos do Homem


Temos na verdade três raios básicos Azul, amarelo e vermelho, que correspondem em energia à Vontade, a Sabedoria e o Amor respectivamente. Que corresponderiam também as 3 qualidades da matéria chamadas de Gunas (Tamas,Satwa e Rajas) e ainda as energias materiais de Inércia, Ritmo e Atividade.
 
 
    Eles agem em cada um de nós misturados da seguinte maneira: com um aspecto dominante, um secundário e outro terciário. Toda mônada tem então três consciências que variam em sete combinações. Então em nosso corpo superior eles agiriam assim determinando a nota chave do nosso raio monádico.V: Vontade- S: Sabedoria- A: Amor.

1_ V.S. A.---------- 2_ V. A. S------------3_S. V .A.----------
4_ A .V. S. ---------------5_A. S. V. ----------6_S. A. V.
 ------------7_V. S. A. (neste ultimo todos são dominantes.)

Na matéria eles se manifestariam assim, com inércia, ritmo e atividade:

1_I. R. A. ---------2_I. A. R. -------------3_R. I. A.----------
4_R. A. I-------------------5_A. R. I. -----------6_A. I. R.
-------------7_I. R. A. (neste último todos dominantes)       Nas Gunas, Tamas sempre corresponderá à Vontade, Satwa à Sabedoria e Rajas ao amor.

    No corpos superiores o aspecto Vontade está aderido ao átomo permanente Átmico do indivíduo.O aspecto Sabedoria está aderido ao átomo permanente Búdico.O aspecto Amor Atividade está aderido ao átomo permanente de Manas.Durante todo o processo evolutivo do indivíduo seu raio monádico ou egoico  permanece o mesmo.Porém, como temos que desenvolver todos os raios,em cada encarnação nossa desenvolvemos um dos sete raios, a este raio, desenvolvido em uma encarnação, damos o nome de raio encarnatório.Estes raios encarnatórios sendo trabalhados por cada indivíduo de maneira diferente, resultará em indivíduos absolutamente diversos,  de uma diversidade incontável, embora pertençam a apenas 7 temperamentos básicos.

Testemunhos dados por Jesus


   Cada uma de nossas civilizações contou com um mensageiro divino que são marcos das expansões de consciências que deverão ser experienciadas pela humanidade. Assim tivemos Krishna, Buda, Hermes, Zoroastro e outros.
   Fazem mais de dois mil anos que um iluminado se manifestou e em torno deste centro dinâmico de luz espiritual, tem gravitado o nosso mundo ocidental.
   Jesus veio dar testemunho da existência da nossa força interna que traz o nosso modelo de perfeição individual, o arquétipo de cada um de nós ao qual chamamos de Força crística ou Cristo interno.  Em outras palavras, todo sabe que possuímos uma força que nos conduz através de vivências, até a realização do papel individual designado para cada um de nós.
   Jesus veio dar testemunho desta força crística interna velada pela nossa forma.
  Cada iluminado tem uma maneira específica de transmitir seus ensinamentos. Jesus o fez como se estivesse teatralizando através da sua própria vida, a etapa para se chegar à plenitude desta força interna.
   Os arquivos esotéricos nos contam que na Antiguidade, o título de Cristus era atribuído a um iniciado dos grandes templos do Egito que houvesse externado plenamente esta força, o seu papel individual. Jesus recebeu este título, por isso entendemos porque este iluminado foi escolhido para dar testemunho dela.
   Falaremos hoje sobre os três primeiros testemunhos dados e vivenciados por Jesus e que seria então alertas para as etapas que nós necessitamos viver. É ele o momento de seu Nascimento, do seu Batismo e o de sua Transfiguração.
NASCIMENTO- No Nascimento, Jesus dá testemunho do nosso Cristo Interno Criança, quando vai começar o preparo dos seus corpos inferiores. Este é o momento de alerta para em criança sermos bem preparados por nossos pais e depois na adolescência até a maturidade, nós mesmos nos prepararmos para servir nossos companheiros de evolução, plano de servir que Ele próprio exemplificou como sendo a sua meta.
 
 
A força interna que veio exemplificar abrange todos os seres viventes.  Sejam minérios, vegetais, animais ou humanos para que todos indistintamente cheguem ao seu modelo de perfeição. Assim, na caverna, formação calcária muito comum na Palestina, em que Jesus manifestou o Cristo Criança, mostra toda a abrangência desta força. Lá estão as pedras da caverna simbolizando o reino mineral; o feno representando o reino vegetal; o boi e os carneiros representando os animais e o reino humano representado por José e Maria.
   Os iniciados sempre notaram que a vinda de todo grande iluminado é anunciada por um sinal. Sinal este a que não era dada muita relevância por muitos , mas que era intuído e entendido pelos iniciados como o indicativo para a chegada de uma revelação divina.Uma vez que  os membros dos grande templos iniciáticos contavam com uma consciência muito sensível e , pelos ensinamentos espirituais recebidos.
No Nascimento, três iniciados conhecidos na Cristandade por reis magos aparecem com relevância. Vejamos se podemos dar uma consistência histórica a estes personagens.
A região da Palestina era na época em termos de cultura, sem expressão alguma. Porém, existiam grandes centros culturais espalhados na Pérsia, Etiópia e Egito, de onde a tradição nos diz terem origem os nossos personagens. Esses centros culturais eram chamados Templos ou Escolas de Mistérios iniciáticos, pois juntavam à cultura também uma preparação no campo esotérico, iniciativo. Neles, se estudava matérias como geometria, matemática, filosofia e astronomia. Muitos homens passavam suas vidas nestas terras à bem de estudarem, pois estamos falando de uma época em que escolas e faculdades inexistiam em quase todas as cidades. Assim tivemos o grande Pitágoras estudando durante 20 anos em um destas escolas do Egito. Sendo a educação assim tão rara, aqueles que a tinham eram respeitados e acatados. Os que estudavam a difícil matéria de astronomia, considerada até mágica, levando-se em conta o pouco recurso de aparelhagem técnica para estudá-la, eram então chamados de magos.
   Os três reis magos bem poderiam ser estudiosos de astronomia e astrologia, guiando-se em seus caminhos nos desertos, pelas estrelas, como era costume. Estranhamos o fato de virem de tão longe para adorarem uma criança. Vemos nisso uma lenda, uma fantasia, mas esquecemos de que a espera da vinda de Messias, que trariam reformas à humanidade, era muito comum na tradição dos povos antigos. Naturalmente que a vinda de um Messias dentro daqueles templos escolas iniciáticos trazia referências, indicadores, que uma vez estudados poderiam ter se enquadrado ao menino que nascia naquela família humilde da Galileia. A adoração a um menino distante é perfeitamente compreensível para as tradições da época. Se fizermos um paralelo à tradição budista, sabemos que a vinda de um novo Bodhisatwa, conduz, ainda hoje,  budistas à localidades distantes do nascimento destes grandes seres, através de sinais indicadores.
   Quando os 3 magos encontraram o menino, traziam em mãos 3 presentes. Entender a simbologia destes presentes é enriquecedor para nós neste natal. Para os povos antigos, tão ligados à natureza, as plantas, os metais ,as resinas, simbolizavam sentimentos humanos. O ouro significava todo o esforço que um homem faz para sobreviver. Em resumo ,a nossa energia física. O incenso é resultante da queima de uma planta aromática que volatizando-se sobe aos céus. Hoje chamamos incenso à qualquer queima cheirosa , mas o incenso ,na verdade era uma  planta muito comum na zona do Mediterrâneo. Representava aos antigos as nossas energias emocionais que ao espalhar seu perfume beneficiava a todos. A mirra é uma goma resinosa , amarga, usada para mirrar, encolher materiais. Significava o encolhimento de todas as amarguras de nossos pensamentos, para que possamos crescer espiritualmente. Enfim, nossa energia mental purificada. Assim podemos imaginar que os três sábios iniciados ofereciam a quem acreditavam fosse o Messias da época, como oferenda, como presentes, o melhor de si: Seus corpos físico, emocional e mental purificados ,os colocando a serviço do Messias criança.

Cena do filme "Jesus, a História do Nascimento".
 
Contudo, o que os 3 iniciados viram como sinal no céu e que chamamos de “Estrela de Belém” é um mistério ainda devido a incerteza, dentro da pesquisa histórica ,quanto ao ano e data do nascimento de Jesus. Então, se tem procurado as conjunções de estrelas que aconteceram em sua época. Várias hipóteses foram levantadas até de que seria o planeta Halley que apareceu 11 anos antes do ano 1 cristão. Também, de uma conjunção de Júpiter, Saturno e Marte acontecendo seis anos antes. Então nada se sabe na verdade. O único fato  sabido é que 3 iniciados sairam de suas escolas seguindo um brilho anormal nos céu para irem em busca do messias prometido que estava nascendo. Porém, o que veio a vigorar como data fixa foi a visão mítica de seu nascimento. As escolas iniciáticas identificavam os grandes iluminados que representavam a 2º pessoa da Trindade, o Filho, o Verbo manifestado, com o sol, os chamavam de “ Sol Invictus” ( assim era chamado Jesus)  No hemisfério norte onde nasceram grandes heróis da espiritualidade como Mitra, Horus, Hércules, o dia da sua manifestação na matéria física era então simbolicamente relacionado ao surgimento do sol no ano. ,Isto é, no auge do solstício de inverno : À meia noite do dia 24 de dezembro.Nesta data, no céu aparecia o signo de Virgem, enquanto Virgo aparecia no horizonte, a estrela Sirio e o brilho de Orion estavam por perto.
   Também os povos pagãos celtas, para homenagear o seu deus solar Beltame, acendiam fogueiras nos Solstícios de inverno. Assim agiam outros pagãos adoradores do deus Sol.  Em 337 o papa Julio I datou oficialmente pela Igreja o dia 25 de dezembro como data do nascimento do Cristo. Aliás, esta foi a forma, o costume que a Igreja estabeleceu quando se estruturou. : Punha seus locais de cultos sobre locais de ritos pagãos e suas datas santas nos mesmos dias dos ritos sagrados dos pagãos. Ninguém sabe explicar isto, mas o fato é que deu certo, foi uma forma de acabar com o Paganismo.
Falemos agora sobre o segundo testemunho dado por Jesus: O BATISMO.
   Mesmo sendo um ser já livre de erros, emocionais e mentais, Jesus se sujeitou a um ritual de purificação. Matheus diz em seu evangelho que João Batista não queria batizá-lo (naturalmente percebendo que ele não necessitava de purificação ou que ele próprio não fosse digno de batizá-lo.), mas que Jesus fez questão de cumprir o simbolismo religioso. Adaptou-se ao requisito do ritual de purificação na água, conforme era o uso da época.
 
 
   O valor sagrado da água foi aceito por muitos povos da Antiguidade. Desde os tempos mitológicos, bem anteriores a Jesus, nos diz Homero que Tétis, a mãe de Aquiles, já o mergulhou numa fonte sagrada para torná-lo invulnerável a todos os males. O batismo pela água simboliza a consciência velha morrendo para depois renascer em outra purificada.
Após anos de preparo, Jesus, no batismo do Jordão, iniciou sua missão de servir como instrutor da humanidade. Segundo algum ocultista é justamente no momento do batismo que João Batista reconhece em Jesus, seu primo, o Messias esperado e que Jesus deixa que seus corpos de expressão sirvam de intermediários para a força do Cristo Cósmico Maitreya, que sempre estará com ele, Jesus, durante todo o seu trabalho itinerante de instrutor.
   Após o batismo, o viver de Jesus foi um doar-se inteiramente à sua missão. Sua instrução versando sempre sobre o amor e o compartilhar. No natal, comemora-se o compartilhar com os seus 12 discípulos , na ceia natalina, quando ele distribui o pão entre todos.
A TRANSFIGURAÇÂO - Ela é o testemunho dado aos discípulos, onde mostra a unificação entre nosso corpo e o Cristo Interno a que podemos chegar. Naquele momento, Jesus expressa o Cristo Interno em toda a sua transcendente beleza e expressa a personalidade humana transfigurada, liberta das limitações da forma, em sua faceta de beleza. No evangelho de Matheus, este relata: “O Seu rosto resplandeceu como o sol e suas vestes tornaram-se tão brancas como a luz”.
 
 
   No Bagavad Gitã indiano (A Canção do Senhor), Arjuna, discípulo de Krishna, pede para ver a face divina de Krishna.  Krishna deu-se então a conhecer e diz então Arjuna: “Se mil sois ao mesmo tempo brilhassem no firmamento, a luz deles haveria de empalidecer na presença da glória que aquele semblante irradiava em todas as direções”.
Na transfiguração,  Jesus dá o testemunho, como sempre através de sua própria vida, de que em nosso íntimo somos todos belos e perfeitos ,e também quando diz:” Tudo o que eu faço vós também podeis fazê-lo.”
A transfiguração é enfim a teatralização feita por Jesus para mostrar que aos termos dominados instintos emoções e pensamento, como ele o fez, nenhuma destas consciências inferiores serão mais obstáculos a expressão dessa nossa beleza interna.
Na transfiguração, os discípulos que já viam  em Jesus um mestre excepcional, viram ali  que uma força divina o conduzia.
Tendo Jesus dado testemunho do NASCIMENTO, quando o verbo divino se fez carne.Dado depois o testemunho do BATISMO ,simbolismo da necessidade de purificarmos nossos corpos de expressão e dado também aquele em que mostra a nossa beleza interna ,A TRANSFIGURAÇÃO ,mostrou assim Jesus o quanto estava capacitado à sua  missão de magnífico instrutor que foi.

sábado, 27 de outubro de 2012

A Cruz Hermética ou Rosa Mundi


    Um dos emblemas mais conhecidos da  Sociedade Rosa Cruz  é  a Cruz  Hermética. Ela nos traz símbolos importantes. Em seu total é a figura de uma grande cruz do Cristianismo que representa a entrada do homem no processo reencarnatório, na matéria, chamado de Crucificação. Simboliza o momento em que entramos em experiências de dualidades, representadas na cruz pelo braço vertical e horizontal. Em nossa entrada na matéria temos que harmonizar o antagonismo dos opostos. Entendendo-os como frio e calor, tristeza e alegria, ódio e amor e vários outros. No nosso cotidiano temos várias dualidades a serem discernidas Temos aquilo que chamamos de “os dois lados de uma moeda”. Adquirimos algo importante, por outro lado aumentamos nossa responsabilidade, a nossa chance de errar torna-se maior. Se alguém toma um cargo de poder, ele vai evidentemente ter momentos de homenagens, de satisfações, confortos maiores, porém a cobrança do mundo sobre sua pessoa será maior podendo lhe trazer sofrimentos. A intensidade de seu carma, que sendo a lei das ações e reações, se torna maior porque envolve maior energia aplicada. Caso cumpra bem este momento fará o equilíbrio entre satisfações e sofrimentos. Quando alguém adquire conhecimentos, sua responsabilidade perante as leis evolutivas é maior que a do ignorante. Ainda, numa situação lastimosa sempre se perde algo, ou seja dinheiro, ou horas de sono, ou até perda de entes queridos, mas também se pode ganhar algo para o nosso evoluir, seja paciência, entendimento, persistência etc. Caso consiga  passar bem por tudo isto terá feito o equilíbrio entre perdas e ganhos.


Na Cruz Hermética encontramos as quatro consciências que estruturam o homem durante suas encarnações: a mental, a emocional, a física e a molecular.

Como parte central desta Cruz estão outros elementos presentes no nosso existir. Bem em seu centro está o ponto da Unidade de onde tudo partiu.

Podemos considerar este ponto como a Mônada individual, Deus em nós como origem de tudo o que somos. Depois temos formando com ele uma rosa de cinco pétalas. Representa nossos 5 sentidos. Através deles estabelecemos contato com o mundo externo em que viveremos. As percepções que temos dele são enviadas à nossa parte emocional e depois a mental para que estabeleçamos conceitos. Caso as percepções que temos do que nos rodeia não forem muito profundas, os nossos conceitos sairão também errados. Depois vemos ali as quatro direções do espaço a que temos de estar ligados São os quatro pontos cardiais. A nossa percepção do mundo material não pode ser unilateral. Com o adiantamento do processo civilizatório precisamos ter ideia do que se passa nos quatro cantos do mundo. Se alguém vive num ambiente bonito, pacífico, fértil e não sabe que do outro lado existe a guerra, a aridez, e a miséria então a nossa percepção sobre o viver da humanidade e o nosso amor por ela estará prejudicado.

Encontramos depois os círculos que rodeiam a rosa interna. O 1º círculo está dividido em três partes. Representa o mundo superior e nos revelam as três forças da Trindade: Vontade, Sabedoria e Amor.  No 2° círculo está o mundo intermediário. Nele estão os sete planetas sagrados: Sol, lua, marte, mercúrio, Vênus, júpiter e saturno. No último círculo estão os 12 signos zodiacais que indicam nossas tendências no momento de nosso nascimento, nosso mapa natal. Este três círculos juntos, Trindade, Planetas e Signos, exibem neles as 22 letras do alfabeto hebraico, ou os 22 caminhos da Cabala. Este caminhos são os atalhos que escolhemos trilhar para concretizarmos dez potências que são os dez sephiroth cabalísticos.

Na parte molecular vemos o pentagrama, isto é, a estrela de cinco pontas o uso mais antigo do pentagramas data de 3.500 AC que foi descoberto pela Arqueologia em cerâmicas da Mesopotâmia. Celtas, egípcios, gnósticos e antigos cristãos adoravam este símbolo para eliminar o mal. Era usado em curas. Já os gregos da Academia de Pitágoras o usavam como emblema de perfeição.  O ilustravam no homem perfeito; nas pernas abertas, os pés estão pisando objetivamente a terra a cabeça volta-se para o alto, para o transcendente e seus braços abertos abençoam a humanidade. Como símbolo do homem perfeito sua forma é traçada com uma única  linha Esta linha representa  a trajetória da nossa evolução. Parte-se do ponto 1 (parte espiritual), vai-se ao ponto 2 abaixo (forma embrionária), Subimos a lateral direita nº3 (1º plano da existência) nascimento do emocional. Depois vamos  a lateral esquerda n°4 (2° plano da existência) nascimento do mental, Seguimos com a linha para baixo novamente ao n° 5 (plano da purificação) por fim retornamos ao número 1 retornando ao espírito.
    Na magia negra costuma-se usar  o pentagrama invertido que é o símbolo do espírito sujeito à matéria, o homem sujeito aos instintos.

    Na Arquitetura templária haviam alinhamentos formando pentagramas  geomânticos onde eram construídos santuários  e capelas. Porém, durante o período da Inquisição  o Pentagrama foi visto como símbolo do demônio por serem usados por grupos perseguidos como heréticos, como os templários. Começou então a ser chamado de “A estrela do Diabo”, a ser relacionado com a magia negra.

Ao lado do pentagrama estão os símbolos dos quatro elementos da natureza e que estruturam o nosso corpo físico: água, terra, ar ,e fogo. Acima do pentagrama encontra-se o símbolo da 5° essência  ou o 5º elemento que é na Cabala o éter Yesódico, a quinta essência da matéria. É a parte vital da matéria , o corpo etérico.


Na ponta da parte molecular, estão os símbolos alquímicos manipulados na Alquimia: Enxofre, Mercúrio e Sal. O enxofre era chamado em latim Sulfor. Era o elemento ígneo, chamado” Fogo Criador”. Seria a alma do universo que deseja manifestar-se mas necessita dos outros dois elementos para a sua expressão. A operação alquímica enxofre sobre mercúrio seria o próprio elixir da longevidade e imortalidade. O enxofre não foi usado só em Alquimia, mas também nos ritos de magia negra, nos sabaths  medievais, onde o seu cheiro tão forte era aproveitado para evocar seres satânicos. O mercúrio é a matéria volátil, com sua mobilidade expandia no universo a potência criadora do enxofre. Ao gregos personalizavam a força deste elemento em seu deus mercúrio que tem asas nos pés, isto é, se difundia por toda parte. Era o mensageiro dos deuses. O sal fez a matéria primordial se agregar, é o grande mantenedor da forma. O sal, dissolvido no oceano, simbolizava o homem que embora inserido num infinito oceano cósmico do Absoluto pode ser isolado, separado como uma individualidade.

    Os três elementos enxofre, mercúrio e sal foram também chamados de “elementos filosóficos” posto que correspondiam na Alquimia à doutrina pela qual  o homem é visto como um ser trino onde Criação (enxofre), Expansão(mercúrio), e Manutenção (Sal) totalizam o seu ciclo evolutivo. Para visualizarmos melhor o papel dos 3 elementos imaginemos que queimemos  o corpo de um pássaro  que morreu. O enxofre seria o fogo, o mercúrio seria a fumaça volátil saída da queima, e o sal seria a cinza. A cinza é eterna. O sal como a cinza preserva  a primitiva autenticidade, a verdade original de algo. Lembremos Jesus dizendo a seus discípulos: “vós sois o sal da terra”, isto é, cabia a eles preservar a verdade, a autenticidade da sua doutrina. Quando em rituais de magias é  jogado sal em braseiros, se quer afastar qualquer coisa que possa perturbar a ideia original do culto, preservar a sua característica.

    Esta parte molecular está na Cruz Hermética dividida em 4 partes coloridas que levam as cores do mundo material da esfera de malkuth na Cabala: Amarelo, oliva, castanho e preto

    Observando o plano físico encontramos nele a Estrela de Davi também chamado Símbolo de Salomão. É composto por 2 triângulos entrelaçados. Um é o triângulo, da individualidade, outro o da personalidade. É um símbolo judaico e propagou-se na idade média como um amuleto muito benéfico, pois representa o equilíbrio do material (o triângulo de vértice para baixo) com o espiritual (o triângulo de vértice para cima). Ele é rodeado pela representação dos planetas sagrados. Todas as pontas da cruz repetem a ponta da molecular.

Aparece ainda na cruz as letras I.n.R.I.   Nos conta a tradição cristã que por deboche soldados romanos pregaram sobre a cruz do Cristo” Jesus nazareno rei dos judeus “. Já os rosacruzianos nos dizem que a sigla I.N.R.I. que vem da frase latina: Ignie Nitrium Roris Inventur que significa: Por meio do fogo se descobre o nitro do rocio ou ainda: A natureza é completamente renovada pelo fogo.

Nosso Eu Verdadeiro (Interno)



Vamos hoje fazer um estudo mais aprofundado sobre o nosso Eu verdadeiro e também os seus relacionamentos com as suas consciências superiores e inferiores.

Chamamos de Eu Verdadeiro a parte do nosso ser que tem realidade eterna,  permanente, para distinguirmos do nosso eu inferior. Nossa personalidade humana cujas consciências são transitórias, impermanentes.

O nosso Eu interno conta com três consciências superiores e três consciências superiores segundo este esquema que aqui coloco:

Superiores Eternas:

Consciência Monádica.(Unidade, União, Unicidade, e Amor.Felicidade, Alegria.)

Consciência Nirvânica  (Repouso, Tranquilidade, Bem-aventurança)

Consciência   Crística (O Cristo interno,o modelo de perfeição individual, o arquétipo,o Dharma, o código genético de perfeição.)

Inferiores Impermanentes:

Mental
Emocional
Físico

O nosso Eu Verdadeiro é perfeito? Só em essência. Uma vez que  não atingiu ainda a sua total perfeição. Nosso Eu Interno é justamente a parte de nosso ser que está em evolução, que está desenvolvendo as suas consciências superiores.Melhor seria dizermos que ele é puro , imaculado, porque só retém em si energias e conceitos perfeitos que possam ajudá-lo a evoluir, a contatar suas consciências superiores. Porém, na verdade não atingiu ainda a totalidade de sua evolução.O nosso Eu Verdadeiro é a parte de nós que tem sede de espiritualidade.Imperfeições e erros que fazemos com nossas consciências inferiores,com a personalidade, ficam retidos nela, não tocam o nosso Eu Interno.

Como este nosso Eu se expressa no mundo? Ele depende das consciências inferiores para manifestar a evolução que por ventura tenha conseguido.

As nossa estruturas inferiores desde aquela do nosso corpo biológico ,o psicológico e o mental são também todas estruturas sagradas, idealizadas pela Criação, são até de uma complexidade que nos deixa deslumbrados As necessidades destes corpos inferiores. sejam  elas alimentos para abastecer o corpo físico, relacionamentos afetivos para abastecer o corpo emocional ou conhecimentos que abastecem o corpo mental, deveriam ser todas atendidas para manter estes corpos prontos, perfeitos para servirem de bons canais ,bons instrumentos de manifestação para o nosso Eu Interno.

A situação é como se o Eu verdadeiro de cada um de nós quisesse tocar uma melodia e necessitasse pianos e violinos afinados para tocá-la.

Não é difícil distinguirmos as nossas consciências inferiores umas das outras. Digamos que estivesses sentado numa cadeira frente a mim, mas teu corpo não se sentisse confortável. Esta é tua consciência física exigindo conforto. Depois ficas magoado com algo que eu disse. Esta é tua consciência emocional se manifestando. Mas depois pensas: ” Talvez ela não tenha falado por mal ,não quis me magoar.” Esta é tua consciência mental raciocinando sobre as tuas emoções.

Tampouco é difícil vermos o uso que o nosso Eu Interno faz de suas consciências inferiores, como é dono delas. Nosso Eu Verdadeiro ,como o grande pensador que é, pensa:” tenho que cuidar melhor de “ meu” corpo.”  Aqui pensa “meu”como se dono do corpo fosse. Depois pensa: “As “minhas” emoções estão em frangalhos.”pensa também “minhas” como se fosse dono delas. Depois pensa: ” preciso deixar de ler tanto, ”minha” mente está cansada”. De novo pensa ” minha “. Assim, sempre aparecendo em nós uma 4° consciência, o nosso Eu Verdadeiro, quando pensamos e falamos.

A mente inferior é a grande coletora de conhecimentos do mundo externo. É a mente racional .Raciocina sobre os conhecimentos externos que obtém e estabelece conceitos sobre eles.No entanto ,estes conceitos ficam à mercê daquela triagem feita pela nosso Eu Verdadeiro. Ele seleciona e retém apenas os conceitos que  possam beneficiar a sua evolução. Por não reter nenhum conceito errôneo, nosso Eu Interno sempre se conserva puro e imaculado.


Annie Besant fez uma bela metáfora para o relacionamento entre o nosso Eu e seus instrumentos inferiores. Diz ela: todas as complexidades de nossos corpos são como folhas de uma grande árvore. Essa folhas se renovam periodicamente (nossas mortes e reencarnações) mas, tudo o que as folhas absorveram e assimilaram de perfeito do externo, enriquece uma seiva que se refugia dentro do tronco, sendo este tronco o nosso Eu Interno. Ele se abastece com a seiva das experiências vividas pelas folhas, pelos corpos inferiores.

Qual o critério do nosso Eu interno para selecionar os conhecimentos que o favoreçam?  Aqui é que entra o seu relacionamento com a sua Consciência Superior Crística. Sendo esta, a força que guarda o modelo de perfeição individual de cada um de nós, o nosso arquétipo. Em outras palavras, esta Consciência Crística é o nosso Dharma individual. Entendendo-se Dharma como uma lei para se atingir algo. No caso, atingirmos nosso modelo individual de perfeição.

É esta Consciência superior que orienta nosso Eu para que ele só retenha aquilo que o encaminhe ao seu arquétipo individual.

Para aceitarmos esta Consciência Crística é necessário primeiramente que desassociemos este Cristo interno como força que nos conduz a uma matriz individual, da pessoa de Jesus . Jesus é o representante perfeito de alguém que conseguiu desenvolver em toda a sua plenitude a  força Crística Superior  dentro de si. O próprio Jesus deixa isto bem claro quando diz: “Tudo o que eu faço vós também podeis fazer” . Atribui assim a cada um de nós uma força interna semelhante à dele, só que não desenvolvida.

Em outras palavras, o nosso Eu Interno se orienta por um código genético de perfeição que possuímos .Sem aqui confundirmos este com o código genético dos nossos corpos inferiores que herdamos biologicamente de nossos pais. O código genético de perfeição, a Força Crística Superior,refere-se a uma genealogia muito mais remota, recua até a criação das nossas mônadas individuais. O código genético humano condiciona o homem à heranças genéticas humanas. O código genético de perfeição condiciona o nosso Eu Interno a uma matriz inicial de perfeição individual.

Quanto ao relacionamento do nosso Eu Verdadeiro com a consciência Nirvânica: Esta é consciência repousante de nosso Eu. Sua força maior é a tranquilidade.Quando temos o nosso Eu Interno bem desenvolvido, a tranquilidade é a característica maior que manifestamos neste mundo. Atingir-se o Nirvana é obter um estado de ser em que o entendimento dos planos divinos e a sabedoria já é tanta, que nenhuma desdita pode mais nos perturbar.É o estado da bemaventurança. Por isso alguém como o Buda Gautama é chamado de “O Bem-aventurado”. Na meditação, quando conseguimos dominar nossa mente inferior agitada ,dispersiva, trazendo-a para um ponto fixo, um centro ou a um único mantra, o nosso Eu Verdadeiro se abastece nesta fonte de tranquilidade que  é  a consciência nirvânica e evolui.

Vejamos agora o relacionamento do nosso Eu com a sua Consciência Monádica,com a centelha divina dentro de nós.Ela é a força da Unidade , da União, da Unicidade que liga todos os  seres.Em nossa mônada somos todos iguais. Se olho um bandido ,um assassino ,acho que ele é muito diferente de mim. Porém ,se vejo apenas a sua mônada, a criação divina que o mantém, ele é igual a mim. Apenas por vivências de união ,os nossos corpos inferiores  enviam energias ao nosso Eu Interno que o possibilitam  identificar-se de pronto com a sua mônada e evoluir.

Ativarmos o contato com esta luz monádica através da concentração em nosso coração, certamente é muito válido pela própria fixação num centro o que nos acalma a mente e além disso estamos recebendo da grande fonte da Unidade.Porém, esta prática só  atingirá a sua finalidade, na medida em que a vivenciamos ,saboreando este recebimento.Podemos passar anos fazendo fixações á luz no coração como se estivéssemos com frio e nos fosse oferecidos cobertores mas ficássemos apenas os fitando sem nos cobrirmos, sem saborearmos o seu aconchego , seu calor,a alegria de estarmos confortáveis. Os cobertores perderiam então a sua finalidade.

Atingir a plenitude da Consciência Monádica é, enfim, alcançarmos aquilo que todos buscamos :  Felicidade, Alegria.

Quase todas as alegrias que temos na vida são transitórias. Quando pensamos tê-las em mãos elas podem repentinamente acabar. Mas, o Amor, a União entre seres a Unicidade , como se originam de uma fonte eterna, permanente, é a única que sobrevive,transcendendo à própria morte. Quando nosso Eu Verdadeiro contata sua Consciência Monádica, Ele sabe que vencida a transitoriedade dos corpos inferiores só aquilo que plantamos como amor por outrem, sobreviverá e retornará ao nosso Eu Interno como colheita de felicidade . Todos os grandes iluminados nos falam sobre esta colheita futura de alegria, fruto  da Unicidade, do amor plantado.

Não é fácil chegarmos á Unicidade com todos os seres. Para isso, obstáculos nos esperam : Aprimorarmos os nossos perdões, aceitarmos as diferenças dos outros, e fazermos esforços de aproximações harmoniosas com todos aqueles que certamente não foram postos  casualmente em nosso caminho.

sábado, 22 de setembro de 2012

´´Trecho do meu romance “Uma da Mulher Apenas"



 

O almoço no refeitório do castelo era o momento em que os homens e as mulheres que viviam isoladas no torreão sul se encontravam. Porém, naquele dia, havia além da família, alguns visitantes que já vinham se hospedar para os festejos das bodas próximas. Foi então quando Marie disse algo que desagradou a Eudes. Alguma frase insignificante que levava apenas à ideia de que “em chegando à idade dos quarenta anos toda mulher deveria parar suas gestações para se dedicar a um estudo qualquer que a possibilitasse acompanhar o desenvolvimento que estava se processando na nova sociedade das Cruzadas”. Isso, para Eudes, soou como uma ousadia demasiada e como um desejo desavergonhadamente exibido frente a estranhos de se prostituir, e não pensou duas vezes. Cortou-lhe a frase ao meio, dando-lhe com a mão, ainda engordurada pelo toucinho que comia, uma vigorosa bofetada. Aos convidados presentes, o ocorrido nada pareceu abalar. Continuaram impassíveis e risonhos a servir jarras de vinho, voltando-se para outros assuntos. Como pensavam todos, a uma mulher era realmente necessário, de tempos em tempos, conter com reprimendas mais enérgicas.

Raja Yoga


Yoga significa União. Raja, real.

Alcança-se esta união por uma escada de oito degraus, cuja base é Yama e cujo ápice é o Samadhi.

YAMA – Devoção - Neste degrau todas as ações de nossa vida são revalorizadas por uma atitude de devotamento. É nos preparar para viver uma circunstância como um sacerdote que se paramenta  para contatar aquilo que ele mais ama e reverencia.Yama significa buscarmos seja dentro de uma circunstância alegre ou adversa, algo para amar.É a santificação e a valorização dos nossos atos mais banais ,da energia que gastamos neles.Neste degrau, o importante não será fazer algo, mas ser dentro dele, darmos sentido à ele.

NYAMA -- Limpeza, Purificação - Neste degrau, a potência da deusa Shiva destrói todo o erro acumulado. Deste tipo de energia nos aproveitamos para nos limparmos.Ela está na água, na lua , na terra , nos sons ,em toda a parte .Se nos banharmos nos rios sagrados Jordão, Ganges ou Urubamba,sem pormos nossa consciência neste banho, certamente só o nosso corpo físico ficará lavado. Porém, se sintonizados e agradecidos ao elemento água, por certo também nossos corpos mais sutis ficarão purificados. Banhemo-nos no entardecer de uma praia de mar. Na subida da maré o elemento água está muito potente. Sintamos então como nossas emoções livram-se de agitações, ficam limpas de impurezas, nossas vibrações normais são recuperadas.
 

Passemos sob a lua. Ela é inigualável para os chacras inferiores e para a corrente sanguínea. As inspirações vindas da lua é consequência da purificação que se processa em nossos chacras inferiores. Tão potente é a sua força na corrente sanguínea que os orientais afirmam que pessoas doentes quando muito expostas à luz do luar, podem sofrer hemoptises ou hemorragias. Também que a lua regula o ciclo de purificação menstrual no corpo da mulher.

O poder purificador de Shiva nos banhos de terra é conhecido. Aproveitemos dele, sem prolongamentos que poderiam nos debilitar. Sermos usufrutuários mas também observadores e pesquisadores das energias divinas é a finalidade da Raja Yoga.

Banhemo-nos em pensamento sob o som do mantra AUM. Ele é a palavra criadora de três tempos que nos equilibra, nos colocando em sintonia com o ritmo do próprio universo. Também o ritmo trino de uma valsa (Um,dois, três)nos equilibrará igualmente ,limpa qualquer  tristeza acumulada no nosso chacra cardíaco e, sob seu embalo, acompanhamos o ritmo do movimento criador universal. A música sacra atua nos vórtices de nosso chacra pituitário da cabeça nos libertando de emoções inúteis. Sejamos fortes sob sons folclóricos e marchas. Eles porão à tona lembranças cármicas de raças e nações, mas também propiciam uniões grupais quando se faz necessário, mormente nos momentos que antecedem às revoluções. Músicas de ritmos fortes como o rock  e o chamado Metaleiro,  apesar de nem sempre agradáveis, está tendo um importante papel na atualidade pois rompem com o acúmulo das chamadas “egrégoras negativas” em diversos locais.

ASANAS – Postura - Nossa coluna é uma chaminé carregando energia, um cano. Não a encurvemos. Mantendo-a reta ela será o conduto perfeito para a nossa força vital. É o eixo que sustenta nosso corpo.  Para exercícios e meditações, a posição egípcia sentada, é a melhor para nós ocidentais, pois qualquer mal estar provocado no sentar-se ao chão de pernas cruzadas (para nós não tão acostumados a ela como os orientais) poderia nos tirar a concentração. ASANA é a preocupação de fazermos de nosso corpo um cristal límpido que deixará passara a luz dos nossos corpos mais sutis e as energias do habitat no qual estamos inseridos.

PRANAYAMA – Abastecimento - Ao contrário da exterminadora Nyama , Pranayama é abastecedora. Neste degrau, se absorve a energia vivificante de todas as coisas.Caminhar descalço sobre um solo recebendo a potência da mãe terra,sentindo o intercâmbio vitalizador entre homem e natureza, isto é Pranayama. Lembremos Jesus e Buda (o primeiro energizando-se no monte das oliveiras e o segundo iluminando-se sob a árvore Bhô.)recebendo ambos as energias polian das árvores, recebendo inspirações para expandirem depois o fogo interno de um ideal.


Respiremos profundamente o prana solar. Sintamos este alento que nos mantêm vivos!Sentir este alento é a mais sublime experiência de um discípulo da Raja Yoga, principalmente sentir o ritmo com que é absorvida a energia prânica. Ele é o transcendente mistério que nos deslumbra.

PRATYHARA – Entrega - Geralmente inicia-se por um exame de consciência, por indagações e pedidos de intuições, seguidos de uma entrega. Isto é, deixamos que respostas venham quando menos esperamos. Respostas não vêm quando a nossa mente está objetivamente raciocinando, o que não invalida o esforço do raciocínio, pois a inspiração será sempre fruto de um esforço feito anteriormente, mas que virá no momento em que a mente está absolutamente despreocupada e serena para recebê-las.  È enfim, um alçar-se e depois relaxar, certo de que a colheita em momento certo virá.

DHARANNA - Concentração - É o degrau que levará a uma meditação perfeita no degrau seguinte de Dhyana. Concentrar é vencer a dispersão da mente. Necessitamos achar algo para ser o objeto da nossa concentração, seja ele um objeto físico, uma parte de nosso corpo,ou uma circunstância que estamos vivendo. Então treinamos nossa mente, buscando domá-la como se fosse um cavalo fogoso, trazendo-a ao objeto de nossa atenção cada vez que ela quer dispersar-se. Quando vencemos a mente concreta, quando esta fica serena, sem passar descontroladamente de um pensamento a outro, entramos então na mente abstrata, na mente causal,a verdadeira mente meditativa. Ao exercitarmos Dharanna, lembremos que a mente não é o fim, é um meio. Ela é o instrumento, o violino que, bem afinado, nos mostrará a melodia. Tão somente a melodia que iremos tirar dela no último degrau é o importante.
 

DHYANA – Meditação - Com a prática da meditação, ficaremos aptos a ver qualquer objeto de nossa atenção em sua profundidade, não apenas superficialmente em suas exterioridades. Teremos entrado na mente causal,onde está a matriz, a causa de tudo o que nos cerca,de tudo que nos acontece. Através da prática de Dhyana chega-se a compreender não só a causa, mas também a finalidade e participação de coisas e seres dentro do plano universal.

SAMADHI – Contemplação - É o êxtase dos místicos, a consciência da Unidade. É o sentir da vida universal presente em tudo,é a identidade do nosso Eu com todos os Eus, ver em cada um, uma extensão nossa.Tal como diz Ramacharaca em seu Raja Yoga,” o Samadhi é a imersão do Eu no Eu universal. Imersão esta que não é a extinção da individualidade, como muitos pensam, mas sim o alargamento da consciência individual que aumenta até abraçar o Todo.”

O enlevo provocado por este abraço inicialmente se manifestará em instantes fulgidíos e de isolamento. Porém, um dia o perfeito Raja Yoga viverá em permanente Samadhi, porque as suas atitudes e sentir  será um constante “abraçar o Todo”, santificando cada momento de sua vida.

 

(Estudo baseado na RAJA Yoga de Ramacharaca)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sufismo

Trechos sobre Sufismo extraído do meu livro ”Movimentos Religiosos dos séculos XI, XII, XIII.”

   A obediência do Islamismo acata principalmente aquela exigida nos cinco pilares básicos de sua religião. Todo Islâmico deseja, como respeito a eles, um dia ir dar suas sete voltas em torno da Caaba, na cidade sagrada de Meca e jamais esquece o Ramadã, etc. Enfim, cumpre cada um deles.

   Um Sufi igualmente os acata, porém interpreta a obediência também subjetivamente como um respeito aos princípios que regem homem e natureza. Note-se aqui a identidade de Mevlana Rumi, mestre sufi, a ele: ”Sou a névoa da manhã e a brisa da tarde. Sou o vento na copa das árvores e as ondas sobre o penhasco. Sou todas as ordens de seres e todas as galáxias girantes.”.

   O Islamismo ortodoxo é, sobretudo dogmático, obediente às regras estabelecidas no Corão.

O Sufi é, porém um místico que busca a identidade com o Divino. O pensar do ortodoxo islâmico lhe diz que Deus é para ser adorado, jamais buscado num interagir, numa experiência pessoal homem-divindade. Buscar o sagrado em seu íntimo lhe parece uma pretensão que se avizinha de uma heresia. Crê que a mesquita é a casa de Deus onde, em genuflexões, deverá cultuá-lo. Mas seu próprio corpo, sua personalidade pecadora estão tão distantes da perfeição suprema que desejar contatá-la pela meditação, pela mística, é certamente profanação.
   Já os Sufis dão uma veracidade, apoiada na própria origem do Islã, aos seus pensamentos místicos. Consideram ter sido Fátima, a filha do Profeta,e seu marido Ali que entre 661 e 633dc obtiveram de Maomé os primeiros ensinamentos do Sufismo nos quais estão expostos um caminho de experiências espirituais.
 
   Do Afeganistão nos veio o Mestre pacífico do Islã, Mevlana Rumi, que o propagou na Ásia menor, onde até hoje é idolatrado. É o grande inspirador das danças dervixes giratórias. A não necessidade de estar-se em templos ou no inserirmos em religiões organizadas para atingir o propósito de união com Deus, ele nos revela neste poema em que se imagina passando por locais e objetos sagrados:

  “Examinei a Cruz e os cristãos do princípio ao fim. Ele não estava na Cruz. Fui ao templo Hindu, ao antigo pagode. Em nenhum havia qualquer sinal d’Ele. Subi aos cumes de Harat e Kandahar. Olhei. Ele não estava no cume, nem no planalto. Resoluto ascendi ao topo da montanha de Kaf. Lá só havia o lugar do pássaro Anqa. Fui á Caaba. Não O vi lá. Contemplei meu coração. E, nesse lugar eu O vi. Não estava em nenhum outro “

Rumi, criador da dança Sama, a dança giratória dos dervixes.


   Aos trinta e sete anos Rumi encontrou um andarilho de nome Shamas ad Din, um místico apaixonado pelo amor a Deus e as suas criaturas, e fez dele o seu Mestre. Sua adoração a ele, os versos que este lhe inspirou estão entre os mais belo da arte poética, escritos em persa. Em muitos, enfatizou a grande saudade que sentiu do seu Mestre após a morte dele. Tal episódio daria a característica da Escola de Dervixes Girantes que depois criaria: A evolução espiritual obtida só através de um Mestre. Segundo ele afirmava: o homem faz parte de uma unicidade entre seres, jamais poderia evoluir sem o concurso de outro alguém.

   Rumi em sua orientação a seus dervixes, sempre deu ênfase à tolerância, sendo conhecido no Sufismo como “Mestre do Amor”. Afirmava que rasgaria toda a sua erudição, sua intelectualidade, se fosse necessário sacrificá-las, para desenvolver mais amor.



Informações para a compra do livro pelo fone: (51) 33 46 22 85.

Pitonisas & Sibilas

Pitonisas e Sibilas (extraído do meu livro “A Diversidade dos Mitos”)

   Ouvir profecias foi um hábito constante dos povos etruscos, romanos e gregos. Os centros proféticos se multiplicavam em suas localidades. Porém, o mais famoso foi, sem dúvida, o de Delfos, dedicado a Apolo. Situado no sopé do monte Parnaso, num magnífico cenário natural, donde se podia descortinar boa parte da Grécia, para lá acorriam pessoas de muitos países para consultas, homenagens e oferendas ao deus.

   Os textos homéricos são ricos em citações a este templo onde Apolo, deus do sol e da profecia, se revelava ao mortal através de suas profetisas.

   Passado o inverno, quando o sol retornava à Grécia, o mito nos diz que Apolo voltava do paraíso hiperbóreo para Delfos, onde o esperavam as suas Pitonisas.

   O nome destas sacerdotisas provinha da serpente Pytton. Esta, após o grande dilúvio que devastara a Grécia, ao primeiro raio de sol enviado por Apolo para recuperar um solo lamacento, havia surgido das profundezas da terra.

Delfos, o lugar sagrado das profecias de Apolo proferidas através das pitonisas.

  As interpretações de Pytton são divergentes. Dependem de como se entende a simbologia das serpentes. Alguns vêem nelas a potência do mal que, surgida das entranhas da terra, foi morta pela luz de Apolo. Para outros, correspondem ao símbolo da sabedoria, que após um grande impacto que destruiu tudo o que era negativo, surge com toda a força, encontrando-se com a luz sagrada de Apolo.

   Como as pitonisas são encarregadas de trazer aos seus consulentes a sabedoria profética do deus, é possível que a serpente Pytton corresponda à segunda interpretação.

   Para receberem o beneplácito do deus e fornecerem oráculos corretos, as pitonisas se purificavam nas águas da fonte sagrada Castália. Entrando depois no templo, situado em enorme caverna, encaminhavam-se a um salão indo mascar folhas de louro, sentadas sobre um tamborete de três pernas. Este, colocado exatamente sobre uma fenda de onde emanavam vapores causadores de tonteiras, as capacitavam ao transe. Momento sublime-segundo acreditavam- quando Apolo lhes falava

   Sacerdotes anotavam e transmitiam o que as pitonisas balbuciavam entre estremecimentos convulsos. Tais sacerdotes por vezes deturpavam a seu bel prazer o que era recebido conforme suas conveniências. Contudo, muitos deles até influenciaram positivamente o desenvolvimento das cidades gregas, dando informações que vieram a auxiliar em guerras e colonizações, dando aos oráculos uma importância inegável.

   Além das Pitonisas, contava-se para adivinhações, profecias e oráculos ainda com Sibilas. A que melhor sobressaiu-se foi a de Cumes, local da Itália onde existiu uma gruta-santuário de Apolo. Esta Sibila notabilizou-se principalmente por seus famosos livros (os Sibilinos). Neles, ela teria predito os destinos de Roma e seriam sempre revistos como orientações em épocas de grandes crises.

   A Capela Sistina nos apresenta, em magníficos afrescos de Michelangelo, uma serie de Sibilas. Algumas portando galhos de louro, mas todas com manuscritos ou livros às mãos num simbolismo da sabedoria que Apolo lhes transmitia.

A Sibila de Cumes, pintura da Capela Sistina.

   Eram privilegiadas por este deus solar, mas ele se tornava implacável quando alguma delas se negava a amá-lo

   Assim aconteceu com a Cassandra, filha do rei de Troia. Apolo lhe deu o dom da profecia, desejando em troca o seu amor. Porém, quando ela lhe resistiu, ele, decepcionado, lhe impôs um castigo. Ninguém jamais acreditaria nas profecias saídas da boca de Cassandra. Isto resultou em desastres, posto que suas advertências de que Páris ao roubar Helena causaria a destruição de Troia, não foram ouvidas. Nem tampouco seus avisos proféticos de que o célebre “Cavalo de Troia” era um perigo iminente, uma grande farsa que os gregos impingiriam aos troianos.

   Nem a Sibila de Cumes, tão famosa, subtraiu-se à ira de Apolo. Ele a queria tanto, que prometeu dar-lhe tudo o que desejasse. A Sibila então pegou um punhado de areia e lhe pediu tantos anos de vida quantos grãos tivesse nas mãos.

   O deus notou que ela esqueceu-se de pedir-lhe uma paralela juventude eterna. Ainda usou esta promessa para tentar convencê-la. Porém, quando ainda assim ela recusou-se a ele, Apolo deixou que ela envelhecesse. Os anos de vida da Sibila permanecerão por séculos incontáveis, mas seu corpo degenera sempre.

   Em angústias terríveis a Sibila se arrepende de ter querido viver tanto e ter recusado amar Apolo.

  


quinta-feira, 7 de junho de 2012

São João Batista

A Judéia do tempo de Jesus vivia à espera do Messias prometido pelos profetas. De vez em quando, surgiam pregadores a anunciá-lo. Porém, nenhum com tanto empenho como o fez João Batista. Foi ele o verdadeiro precursor do Cristo, vendo sempre nele o messias esperado. Pertencia à seita dos Nazaritas e introduziu o batismo para aqueles gentios que se convertiam às suas idéias de pureza. Seu batismo foi mais tarde adaptado ao Cristianismo.

   Batizava nas águas do Jordão e também exorcizava pessoas pretendendo lhes tirar o mal antes de batizá-las. Exorcizava de maneira muito rude e clamava-as à praticar o bem com muita veemência,numa maneira muito diversa da pregação tranquila de Jesus. Ficou conhecido como “A voz que clama no deserto”.

   Era primo de Jesus e dedicou-se primeiramente a propagar a próxima vinda do Messias. “Quando perguntado se não era ele próprio o Messias respondeu:” Não sou eu. Ele é alguém a quem não sou digno de lhe amarrar a correias das sandálias.”

Ali no Jordão, recebeu Jesus que, humildemente, se deixou batizar por ele. . Foi a primeira pessoa que reconheceu no Cristo “O filho bem amado de Deus”, o Messias. Passou dali a diante a chamar a atenção para aquela presença libertadora do Cristo que chegara à Judéia após estar muitos anos fora dali.

  Quando começou a acusar a imoralidade do governo da Judéia e seus seguidores começaram a aumentar muito, Herodes temeu que ele fizesse uma rebelião e mandou decapitá-lo. Morreu no ano 26 DC. A linha espírita o tem como a reencarnação do profeta Elias.


  Hoje o comemoramos no dia 24 de junho que segundo a tradição é o dia de seu nascimento. Costumamos acender fogueiras para homenageá-lo,hábito que nos vem desta lenda: Maria,mãe de Jesus e Izabel, mãe de João Batista eram primas. Maria morava na base de uma colina enquanto Izabel morava no seu cimo. Como Izabel estava nas proximidades de dar á luz, a prima combinaram então que quando Izabel começasse a sentir as dores do parto, avisaria à Maria, acendendo uma fogueira no alto da colina. Assim ,quando João Batista nasceu, em frente de sua casa, uma fogueira estava acesa.