domingo, 18 de dezembro de 2011

As Palavras de Jesus na Visão Esotérica


  1º “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”

   Esta afirmação tem dois sentidos: Reencarnação e Iniciação. No 1º, afirma-se as várias voltas às atividades terrenas (morrer e renascer, morrer e renascer) às várias vidas que cumprimos para irmos evoluindo até atingirmos a felicidade de sentirmos o” Reino dos Céus” dentro de nós, isto é, quando houvermos cumprido o nosso modelo individual . O 2º refere-se a que ninguém poderá sentir este “Reino de Deus” se não atingir a sabedoria dos grandes iniciados, Existe um degrau na Iniciação chamado: “O segundo nascimento”. Quando o atingimos, começamos a observar tudo por um prisma não mais emocional, mas sim espiritual, como se a nossa consciência nascesse de novo.

   2º “Procura o Pai dentro de ti e tudo o mais te será dado em acréscimo.”

   Referência a luz interna que cada um traz dentro de si. Ao trabalho conosco mesmo, com as nossas potencialidades originais que, em não sendo trabalhadas, são desperdiçadas. Priorizando a busca da sabedoria, da beleza que trazemos, libertamos o nosso Deus interno. Esta procura do Pai (Deus em nós), sendo priorizadas, nos liberta de preocupações com mágoas, revoltas, concorrências que nada nos acrescentam em felicidade. Jesus chama a atenção para aquilo que temos que priorizar: O trabalho com a própria luz interna a bem de adquirirmos  o acréscimo de toda a tranqüilidade que buscamos.

   3º “Muito será pedido há quem muito já se houver dado”

   Não será exigida a um ignorante a mesma responsabilidade do que para aquele a quem foi oportunizado acesso a estudos. A este último será atribuído um maior resultante cármico quando errar. Lembremos o tribunal de Osires do antigo Egito onde governantes faraós davam conta, na pós-morte, do que haviam feito com o seu povo, responsabilidade requerida há quem muito foi dado. Referem-se também as tarefas e testes espirituais mais difíceis e complexos aos quais fazemos face à medida que mais evoluímos.

   4º “Ajuda-te que o céu te ajudará”

   Lembramos a inutilidade das rezas quando nenhum esforço faz paralelamente para conhecermos nossos erros e mudarmos em esforços contínuos a nós mesmos.

   5º “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”

   Uma referência ao chamamento espiritual. Muitos entram no caminho espiritual, mas muitos se perdem em seus atalhos. Nele, encontramos atoleiros como o da vaidade de quem adquire maior conhecimento neste campo; como o do deslumbramento pelos poderes psíquicos que eventualmente adquiram; como o da exploração monetária das energias curativas; como o da manipulação de pessoas através da fé. Poucos então são os escolhidos para a entrada num discipulado, numa autêntica Iniciação. Lembremos que Jesus foi o grande Iniciado de sua época e que em muitas de suas afirmações fica evidenciada sua ligação com um caminho iniciatório.

   6º “Na casa de meu Pai, há muitas moradas”

    Comporta dois sentidos: Esta afirmação comporta dois sentidos: A multiplicidade do universo (a casa do Pai) com suas enumeráveis galáxias, mas também a” Casa do Pai”, quando referida a totalidade das várias consciências do homem com seus vários planos de atuação como o plano físico, o astral, o mental etc.etc...

   7º “Por que vês o arqueiro no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio?”

Aqui um chamamento a vigiarmos nossos próprios atos e deixar que cada um cuide dos seus. Na vigia não há que se temerem os atos alheios, mas sim o carma que nós próprios criamos com os nossos erros.

   8 º “ Se tiveres fé e não duvidares dirás a este monte: Ergue-te e lança-te ao mar e ele se lançará “

   Aqui o monte é uma alusão aos obstáculos que encontramos na vida e o mar a é a água, a grande purificadora.Com confiança e fé nos planos divinos , sem ansiedades, afastaremos os obstáculos e os teremos purificados agindo a nosso favor.

   9º “ Se alguém vos bater na face direita, apresenta-lhe a esquerda”

 Esta é uma menção clara à personalidade e à individualidade que nos constituem. Se alguém te agredir, mostra-lhe que só a tua parte humana (tua personalidade) foi tocada. Mostra-lhe que tens uma parte divina (tua individualidade) que é inatingível.

   10º “Olhai os lírios do campo! Nem Salomão em toda sua grandeza vestiu-se de tanto esplendor!

Referência à visão do belo. Um conselho a verem-se as belezas da Criação Divina, mesmo entre as terríveis agressões, tristezas, erros, sofrimentos que o próprio homem criou. Se nos lembrarmos que Jesus viveu na região mais oprimida e conturbada do império romano, plena de sofrimentos, vemos que seus olhos de iluminado voltam-se para a beleza dos lírios dos campos galileus. Também ao olharmos o interior de um irmão que desviou-se do bem, devemos acreditar que ele possui como nós um esplendor interno em essência, que ainda não foi despertado. Só desenvolvendo a visão da beleza, nos fixando, trabalhando e reforçando o belo, podemos destruir um dia a violência e o sofrimento do mundo,e, o que é mais, estaremos sempre em sintonia com o nosso Eu espiritual.

   11º ”Quando virá o reino de Deus? - Ele já está dentro de vós”

    Não necessitamos sair em busca de Deus longe de nós. Menção clara a crermos que nosso corpo é o templo onde o Divino habita. Necessitamos saber que somos reis de um reino interno, poderoso, que sempre esteve dentro de nós e que possui força suficiente para modificar a nós mesmos e ao mundo em nosso redor.

   12º "É mais fácil um camelo entrar no fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”

   Primeiramente devemos saber que Camelo era o nome de uma corda grossa que amarrava os barcos dos pescadores na Judéia de Jesus. Aqui uma referência à dificuldade de alguém, em meio ao poder, a supremacia que lhe dá o dinheiro, a preocupar-se em buscar o “Reino de Deus”. Seu envolvimento com o reinado que obteve neste mundo é muito envolvente e lhe tomarão todas as horas e pensamentos. Poderá então desenvolver ganância, vaidade, sentimentos que o afastarão da busca espiritual. O Raio do poder é o que gera mais carma negativo.

   13º “O que é semelhante ao Reino de Deus? - O grão de mostarda que um homem plantou em sua horta, cresceu, fez-se árvore e sob seus ramos as aves do céu vieram abrigar-se.”

   Referente a que esse Reino (dentro de nós) é semelhante a uma semente que contém toda a pujança, toda a floração, todo o abrigo de uma árvore. É necessário que a cultivemos para que ela se desenvolva e se torne plena, realizada em nosso interior.

   14º “Não saiba a tua mão esquerda o que deu a direita”

    Só conta para a nossa evolução aquela doação que fizemos por amor. Nada vale aquela que fizemos por ostentação, para nos promovermos socialmente e nos vangloriarmos. Esta última será espiritualmente perdida, pois não a moveu o sentimento do amor, não nos ligamos à nossa consciência superior ao fazê-la. A vaidade em meio às campanhas beneméritas tira das doações o seu valor evolutivo.

   15º “Daí a Cesar o que é de Cesar e de Deus o que é de Deus”

   Em qualquer situação. Sempre existe algo transitório (de Cesar, a parte humana) e algo permanente (de Deus, da parte divina) O transitório é a situação em si. O permanente é a qualidade que vamos desenvolver dentro dela e o que realmente deverá importar para nós. Geralmente, nos fixamos nos detalhes da situação e nos perturbamos sem nos atermos, sem valorizarmos ao que ela está espiritualmente a nos pedir. Esta frase é um chamamento claro a que demos valor somente ao que somará para a nossa evolução, dentro de uma situação.

   16º “Bate, e a porta vos será aberta”

   Alusão ao valor da oração. A porta referida é a da Providência Divina. Sempre que recorremos a ela um canal se abre entre nós e as forças internas, que possuímos e uma oportunidade nos surgem. O resultante da oração sempre dependerá de aproveitarmos ou não a oportunidade que a porta da Providência nos traz; da intensidade da fé e da pureza em que estejamos no momento de nos dirigirmos a ela.



   17º “Não atireis pérolas aos porcos porque eles a comerão”

  Não se pode exigir dos seres um entendimento além do seu grau evolutivo Assim como um animal não reconhece o valor de uma pérola, também nós homens se somos pouco evoluídos, não temos condições de reconhecer o valor do bem que alguém está nos oferecendo. Por isso jamais deveríamos nos melindrar com a falta de entendimento de alguém.

   18º “Conheçais a Verdade e ela vos libertará.”

   O valor da busca por conhecimento. Evoluímos nos libertando de nossas aflições através da sabedoria. Se dentro do sofrimento não buscamos as suas causas, ele apenas nos revoltará e nunca cresceremos nele, ele se repetirá com freqüência. Só o entendimento dos Princípios Divinos de causa e efeito, nos libertarão de nossos males.

   19º ”Nem todos os que dizem Senhor! Senhor! Entrarão no Reino de Deus”

Primeiramente entendamos que entrar no Reino de Deus é encontrar-se a paz, a alegria, o bem estar que buscamos. Para buscá-lo, muitos de nós, espiritualistas, apelamos à pessoa de um mestre. Porém, lembremos: o corpo mental de um mestre iniciado é todo constituído e voltado para o Dharma, para a vontade divina. O mínimo que necessitamos para entrarmos em ligação, em sintonia com ele é que estejamos nos trabalhando para cumprirmos os conhecimentos espirituais que nos são revelados; que nossos apelos saiam sempre acompanhados por um objetivo altruísta. Por isto Jesus diz: Nem todos os que clamam por ajuda, conseguem encontrar a paz que buscam.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Os Três Reis Magos

A figura dos três reis magos é, sem dúvida, um dos mais importantes símbolos natalinos. Diz a tradição, que eles levaram presentes ao menino Jesus que nascia na Galileia. Também é contado que atravessaram desertos, vindos de terras distantes. Vejamos se podemos dar uma consistência histórica a estes personagens.
   A região da Palestina era na época, em termos de cultura sem expressão alguma, mas existiam grandes centros culturais espalhados pelo Egito,Pérsia e Etiópia de onde, nos diz a tradição, tiveram origem os nossos personagens .Neles, se estudava matérias como Geometria, Filosofia, e Astronomia.  Muitos homens passavam suas vidas nestas terras a bem de estudarem, pois estamos falando de uma época em que escolas  quase não existiam em todas cidades. Sendo a educação assim tão rara, aqueles que a possuíam eram respeitados, acatados. Aqueles que estudavam a difícil matéria da Astronomia, considerada então mágica, levando-se em conta o pouco recurso de aparelhagem técnica para estudá-la, eram chamados de magos.

Melchior, Gaspar e Baltazar.


   Os três reis magos bem poderiam ser estudiosos de Astronomia guiando-se em seu caminho, como era de costume, pelas estrelas. Estranhamos o fato de virem três sábios de tão longe para adorarem uma criança. Vemos nisso apenas lenda,fantasia, mas esquecemos que a espera da vinda de messias que trariam reformas à humanidade era bastante comum na tradição dos povos antigos. Naturalmente que a vinda de um messias trazia indicadores, referências que uma vez conhecidas, dentro daqueles centros culturais, poderiam ter se enquadrado ao menino que nascia naquela família da Galileia. A adoração a uma menino distante é perfeitamente compreensível na mentalidade da época.
Estes três magos trazem em mão três presentes: O ouro, o incenso e a mirra. Entender a simbologia destes presentes é enriquecedor para nós, no natal. Para os povos antigos, os elementos, as plantas, as resinas simbolizavam sentimentos humanos. Assim temos: O ouro significava o clímax de todo o esforço que um homem faz para sobreviver. Em resumo, a nossa energia física. O incenso é resultante da queima de uma planta aromática que volatizando-se  sobe aos céus. Representava para os antigos as nossas energias emocionais que uma vez trabalhadas, queimadas,pode nos levar a um céu interno que , ao espalhar-se, beneficia outros. A mirra é uma goma resinosa, amarga, usada para mirrar, encolher materiais. Significava o encolhimento das amarguras de nossos pensamentos, tudo o que angustia a nossa mente, que pode ser encolhido, mirrado, para que cresçamos espiritualmente, enfim, a nossa energia mental purificada.

   A tradição nos diz que os três reis magos chamavam-se Melquior, Gaspar e Baltazar; que teriam vindo da Pérsia, do Egito e da Etiópia; que caminharam por desertos guiados pelas estrelas, para vir recepcionar o menino que julgavam fosse o messias esperado, oferecendo a ele a sua energia física, emocional e mental trabalhadas. Podemos então imaginar os três a dizer ao menino Jesus; - Trago a vós, messias, ao vosso serviço, a minha energia física trabalhada representada neste ouro. O outro:- trago ao vosso serviço, messias esperado, a minha energia emocional purificada, representada neste incenso. E, ainda o terceiro:- Trago a vós, messias, o meu corpo mental purificado que ponho a vosso serviço, representado nesta mirra.
   Para os esotéricos estes magos são a primeira e mais bela recepção feita ao grande Avatar cristão: Jesus de Nazaré.