Trechos sobre Sufismo extraído do meu livro ”Movimentos Religiosos dos séculos XI, XII, XIII.”
A obediência do Islamismo acata principalmente aquela exigida nos cinco pilares básicos de sua religião. Todo Islâmico deseja, como respeito a eles, um dia ir dar suas sete voltas em torno da Caaba, na cidade sagrada de Meca e jamais esquece o Ramadã, etc. Enfim, cumpre cada um deles.
Um Sufi igualmente os acata, porém interpreta a obediência também subjetivamente como um respeito aos princípios que regem homem e natureza. Note-se aqui a identidade de Mevlana Rumi, mestre sufi, a ele: ”Sou a névoa da manhã e a brisa da tarde. Sou o vento na copa das árvores e as ondas sobre o penhasco. Sou todas as ordens de seres e todas as galáxias girantes.”.
O Islamismo ortodoxo é, sobretudo dogmático, obediente às regras estabelecidas no Corão.

Já os Sufis dão uma veracidade, apoiada na própria origem do Islã, aos seus pensamentos místicos. Consideram ter sido Fátima, a filha do Profeta,e seu marido Ali que entre 661 e 633dc obtiveram de Maomé os primeiros ensinamentos do Sufismo nos quais estão expostos um caminho de experiências espirituais.
Do Afeganistão nos veio o Mestre pacífico do Islã, Mevlana Rumi, que o propagou na Ásia menor, onde até hoje é idolatrado. É o grande inspirador das danças dervixes giratórias. A não necessidade de estar-se em templos ou no inserirmos em religiões organizadas para atingir o propósito de união com Deus, ele nos revela neste poema em que se imagina passando por locais e objetos sagrados:
“Examinei a Cruz e os cristãos do princípio ao fim. Ele não estava na Cruz. Fui ao templo Hindu, ao antigo pagode. Em nenhum havia qualquer sinal d’Ele. Subi aos cumes de Harat e Kandahar. Olhei. Ele não estava no cume, nem no planalto. Resoluto ascendi ao topo da montanha de Kaf. Lá só havia o lugar do pássaro Anqa. Fui á Caaba. Não O vi lá. Contemplei meu coração. E, nesse lugar eu O vi. Não estava em nenhum outro “
Aos trinta e sete anos Rumi encontrou um andarilho de nome Shamas ad Din, um místico apaixonado pelo amor a Deus e as suas criaturas, e fez dele o seu Mestre. Sua adoração a ele, os versos que este lhe inspirou estão entre os mais belo da arte poética, escritos em persa. Em muitos, enfatizou a grande saudade que sentiu do seu Mestre após a morte dele. Tal episódio daria a característica da Escola de Dervixes Girantes que depois criaria: A evolução espiritual obtida só através de um Mestre. Segundo ele afirmava: o homem faz parte de uma unicidade entre seres, jamais poderia evoluir sem o concurso de outro alguém.
Rumi em sua orientação a seus dervixes, sempre deu ênfase à tolerância, sendo conhecido no Sufismo como “Mestre do Amor”. Afirmava que rasgaria toda a sua erudição, sua intelectualidade, se fosse necessário sacrificá-las, para desenvolver mais amor.
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