Uma síntese baseada no livro
“Deus” de Frederic Lenoir
Cristianismo
O ano I do calendário cristão é marcado com a
figura de Jesus tentando substituir a ideia do Ser criador rigoroso das leis
mosaicas que exigia o ”olho por olho, dente por dente” por um Pai criador que
pede o perdão “sete vezes sete” para os inimigos, o amor incondicional aos
pecadores. Seus livros
sagrados são os Quatro Evangélicos dos apóstolos Marcos, Mateus, Lucas e João e
as Epístolas de Paulo.
Luta
contra heresias (o desvio da Igreja na Idade Média)
Em 1232, o papa Gregório IX emite uma bula
que institui a Inquisição, oficializando as lutas contra heresias. Surge então
vários eruditos favoráveis à Inquisição que depois se tornaram santos: Santo
Inácio de Loyola, São Tomás de Aquino, St. Agostinho. Surge também um afamado
rei perseguidor do persistente Politeísmo: Carlos Magno. Porém termos no Sec.
XV uma voz contrária; Bartolomeu de Las Casas que luta contra a perseguição aos
nativos pagãos da América do Sul.
Concílio
Vaticano II
Entre 1962 e 1065, o papa franciscano João
XXIII, através do Concílio Vaticano II pede perdão aos fieis cristãos pelos
erros da Igreja Medieval. Através de um dos melhores papas que a Cristandade já
teve, a Igreja se reabilita. O Cristianismo conta hoje com quatro grandes
ramos:
1)
A originária
Igreja Católica Apostólica Romana
2)
As várias Igrejas
Protestantes surgidas na Idade Média
3)
O Espiritismo
kardecista
4) O moderno
Pentecostalismo com seus muitos ramos que proliferam sobremaneira no Brasil.
Islamismo
Após 622 de nossa era, o Islã se espalha
rapidamente na Arábia e para muitas outras terras tendo como chefe idealizador
Maomé. Omo mestre espiritual e administrativo que foi, imprime ao Islã suas
duas características: A Clemência, quando chama seu Deus único Alá de “O
Clemente, O Misericordioso”, mas também o rigor de costumes, introduzindo a
Jihad (Guerra santa contra infiéis). O
Alcorão é o seu livro sagrado. Os seguidores da linha de Alá, o Clemente,
interpretam a Jihad, aparecida no Alcorão, como uma luta interna do homem
contra seus próprios erros, mas os seguidores da Jihad, guerra santa, hoje
trazem um terrorismo e uma violência que estão ensanguentando boa parte do
mundo.
Misticismo
O
Bahaismo e o Sufismo são duas grandes correntes da mística islâmica. A primeira
perseguida dentro do Irã Xiita é de cunho universalista e espalhou-se
rapidamente pelo ocidente pelo trabalho de seu mestre Baha’hullah. Suas orações se distinguem por uma fervorosa
adoração ao Criador. O Sufismo nos traz também um grande mestre: Mevelana Rumi,
poeta da Pérsia medieval (Afeganistão) que introduziu a dança giratória dos
Dervixes. É o místico que – segundo ele – buscou Deus em todos os lugares de
peregrinações e em todos os templos e foi encontra-lo em seu coração.
Do misticismo judaico nos vem a Cabala, nascida
na Antiguidade da Caldeia e introduzida depois na Europa medieval e hoje
bastante difundida em todos os países da América. Trouxe-nos o esquema precioso
da Árvore da Vida cabalística que nos leva a uma gradual elevação de
consciência.
No Brasil, contamos com inúmeras Escolas
místicas cristãs como o Rosa Cruz, o Martinismo a Antroposofia e outras. Os
séculos XIX e XX introduziram muitas escolas espiritualistas que trouxeram as
ideias orientais ao Ocidente. Entre elas a Teosofia de Blavastky, o Gnosticismo,
o Budismo Zen e Tibetano e os vários ramos de Yoga. Proliferam hoje no Brasil as academias de
Hatha, os grupos de Raja e Brama yoga.
Ateísmo
Moderno
No
Séc. XIX temos Karl Marx se insurgindo contra qualquer religião organizada.
Dizia: ”A religião é o ópio do povo”. Essas suas ideias ficaram caracterizadas
e difundidas no Comunismo.
Entre
os séculos XIX e XX, as teorias freudianas apregoam a não satisfação de desejos
e anseios instintivos como causadores dos desequilíbrios humanos. Suas teorias
não abordam, ignoram o valor da espiritualidade, das indagações existenciais
que um homem se faz como fator importante na aquisição da sua tranquilidade e
não o emprega em suas terapias.
A
Crença em Deus na atualidade
Contamos hoje com a filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt, conhecida como “A pensadora da liberdade” que se expressa sobre a crença de Deus desta forma: Em relação à afirmação de ateístas modernos de que Deus morreu, diz: “Não se trata certamente da morte de Deus, pois sabemos tão pouco sobre a sua existência”. Sem dúvida, o modo como pensamos Deus durante séculos não convence mais ninguém. Porém se algo morreu foi apenas o modo tradicional de pensa-lo (De sua obra “A Vida do Espírito”).