segunda-feira, 5 de junho de 2023

Corpus Christi - E Seu Significado Esotérico

A palavra Christi refere-se a um princípio divino que emana sobre a sobre a forma. Isto é: Todas as formas sutis emanam suas energias para as menos sutis, as mais densas.

   O corpo do Cristo para um ocultista é a manifestação mais densa da essência crística.

   O dia do Corpus Christi celebra este intercâmbio entre o plano material e o plano espiritual, o elo entre eles.

    A força crística se manifesta por três maneiras: Através de um ser que se oferece como canal de ligação entre o plano espiritual e o formal. Podemos também estabelecer contatos com esta força através de meditação em símbolos e imagens que se refiram a ela, ou ainda ouvindo a voz da nossa alma, a voz da intuição.

   Quando o católico diz que Jesus é Deus, os ocultistas e cabalistas discordam. Acham que o homem Jesus não é o que entendemos por Deus, pelo absoluto pelo incognoscível. Porém é um ser através do qual a força divina espiritual manifestou-se entre nós com muita perfeição. Sua palavra crística ao penetrar a consciência humana torna esta força transcendente incognoscível mais compreensível, mais perto de nós. Por isso Jesus é chamado pelos cristãos de mediador, de redentor.

Tapetes coloridos de serragem são no Corpus Christi.

   Quando a divindade se corporifica plenamente na forma, toda matéria com a qual ela se envolverá terá que estar purificada, equilibrada. Então, dizemos que Deus se manifesta através de uma matéria virginal, isto é pura, tanto a matéria do mediador quanto a matéria que o abrigará como feto, embrião, no caso o de sua mãe.

   Geralmente a corporificação desta força é para o mediador sacrifical. Ele é alguém puro chamado a viver entre impuros. Todos os mitos dos deuses sacrificados, tais como Dioniso, Osíres, Prometeu fazem referência à força crística utilizada por um redentor que se sacrifica pela humanidade. No belíssimo mito de Prometeu, este rouba o fogo do céu para dá-lo aos homens. Quando o fogo do céu se manifesta na terra, os homens começam a usar o fogo para forjar seus utensílios, progridem e esquecem os deuses.  Zeus castiga Prometeu prendendo-o num rochedo onde uma águia diariamente come o seu fígado, simbolizando o seu sacrifício. Osíres e Dioniso são retalhados. Todos os homens líderes que morrem por seu povo para implantarem um ideal construtivo manifestam a força crística. Com a sua morte, é libertada uma força coletiva emocional muito grande que compensa as forças em desequilíbrio da humanidade. Acontece o tipo e exaltação emocional de união, de misericórdia, que possibilita um estágio superior de consciência nos homens.

   Todas as vezes que também nós concretizamos uma parte do nosso plano divino, do nosso modelo individual de perfeição, isto é ligamos matéria à individualidade divina manifestamos uma chama do nosso Corpus Christi.

   Os símbolos e imagens que representam uma determinada força sutil trazem a nós a energia desta força. No caso da força crística, temos como símbolos a cruz, o sol, a tocha de fogo, o bebê dourado, um rei majestoso. Para o cabalista, o Corpus Christi celebra o intercâmbio entre a esfera  de Tifareth , o Cristo, e Malkut, a Mãe terra. 

   Na imagem da criança dourada é o Cristo nascendo na carne. Nasce humilde na manjedoura (caverna do coração) e depois cresce e se faz sábio, é um rei majestoso.

   “Eventualmente, a voz deste Cristo em nós, nossa alma, nosso ser superior que o cabalistas chama de” santo anjo guardião “ou 1º Iniciador, fala conosco”. Então a confundimos com alguma entidade desencarnada a falar conosco. Porém esta voz não vem do plano astral. Ela é uma voz interna que nos intui alguma ideia. A voz interna da alma nunca se manifesta através de psiquismo ou de mediunidade. Trata-se de outro tipo de intercâmbio.

O que é enfim o Corpus Christi? Ele representa esta força superior quando ela é perfeitamente manifestada num ser altamente evolucionado, um iluminado.


sábado, 13 de maio de 2023

A Onipresença de Deus na Evolução das Civilizações

   A evolução humana obedece a ciclos contínuos que dão início ao desenvolvimento de virtudes que o homem necessita manifestar.

   Para tanto, nos parece que o Absoluto se serve de protagonistas que O auxiliam no difundir de tais virtudes.  Surgem eles como ondas que atuam impulsionadoras.

   Se partirmos do século VI AC, podemos seguir estas ondas com seus respectivos protagonistas que vão abrindo espaço para o nosso processo evolutivo. O decorrer daquele século podemos considerá-lo como um facho de luz que iluminou as mentes dos homens. Vinham eles de um longo período civilizatório marcado por buscas espirituais frágeis, supersticiosas e temerosas. Nele, só sacrifícios feitos aos deuses, oferendas e troca de benesses pareciam nos ligar ao Criador. Perguntas existenciais, que são o âmago mesmo da tendência espiritualista, eram inexistentes ainda.

   Contudo, antecedidos por Lao Tsé, o grande pensador chinês, criador do Taoísmo que nos mostrava o Tao (o Caminho), neste século passamos a contar com figuras luminares como Buda, Confúcio e Pitágoras. Buda a nos libertar de ambições e desejos para atingirmos a felicidade do Nirvana, O grande professor Confúcio (mestre Kong) a nos livrar de lutas sociais que levavam países ao caos, através de sua luta por um Estado ordenado e disciplinado. Pitágoras, o mais fascinante dos pensadores, que gerava em seus alunos um culto como se convivessem com um semideus. Mais místico do que filósofo, deixou com sua personalidade carismática uma influência em muitos pensadores que o sucederam e muito tempo depois ainda a cientistas como Kepler.

    Poucos séculos após aquele, outra onda de protagonistas benfeitores como Sócrates, Platão e Demócrito, o grande atomista, iluminou o céu da Grécia. Sócrates que aceitou a sua sentença de morte imposta, porque era fiel a esta sua verdade: “o mundo era apenas uma projeção, uma simples sombra de um mundo real, verdadeiro, existente.” Ideia tão bem exposta depois por seu aluno Platão em sua linda metáfora da “Gruta platônica”.

   Porém, será no século I de nossa era que nascerá Jesus, o Cristo, que manifestará e transmitirá a virtude mais necessária ao homem: O amor. Tal palavra estará presente em cada um de seus pensamentos, em cada uma de SUS frases. O “Amai-vos uns aos outros” é a sua afirmativa mais conhecida, que embora nem sempre cumprida, jamais, apesar de milênios passados, foi perdida.

   Quando o nacionalismo judeu, através de seus próprios discípulos, quis deturpar a bela mensagem do Cristo, dando acesso a ela apenas aos circuncidados, surgiu à figura universalista de Paulo de Tarso que fez do Cristianismo uma crença que ultrapassa qualquer espaço e que está apesar do tempo decorrido, em todos os cantos de nosso mundo.

   Muitas vezes, o Cristianismo esteve à beira de um abismo moral. Contudo, parece receber da onipresença divina uma proteção para salva-lo de extinguir-se.

    Vejam que o século XIII foi o do fanatismo religioso, o das Cruzadas. Nada escapava dele, nem crianças. Aos gritos animadores de “Deus o quer! Deus o quer!” eram induzidas a irem ao Oriente salvar o túmulo de Jesus das mãos dos “Infiéis”. Assim, na chamada “Cruzada das Crianças”, estas acreditavam que ao atingirem as costas, o mar se abriria para lhes dar passagem, assim como acontecido a Moisés. Conseguiram reunir mais de 35 mil crianças. Aquelas que sobreviveram ao penoso percurso (este ficou cheio de seus pequeninos corpos) foram vendidas na África como escravas. Além de que as crueldades feitas pelos próprios Cruzados na Terra Santa foram estarrecedoras. Contudo, neste século nascia também o santo andarilho aquele que emocionaria com a sua piedade o coração de cada cristão, aquele que, sem dúvida, provoca até hoje uma imensa energia devocional: Francisco de Assis.

   Quando na Idade Média a ganância dos organizadores do Cristianismo lhe deu uma tendência puramente comercial, com o absurdo das indulgências, dadas em troca de “Cadeiras no Céu”, aparece Lutero. Seu papel purificador foi uma sacudida para que o Cristianismo revisse os seus erros, o que resultou na criação de duas versões cristãs ambas dentro de linhas desejadas, com certeza, pelo Cristo.

   Se somarmos todos os horrores feitos pela Inquisição com origens na própria Igreja, e que já entravam em varias partes do planeta ensejado pelas grandes navegações, nos parece que o mundo tinha sido esquecido pelo Criador, virara Caos. No entanto, entre os séculos XV e XVI vieram à tona ideias humanísticas que ressuscitavam pensamentos gregos antigos com luminares como Erasmo de Rotterdam e Tomas More. O Humanismo provocou o grande florescimento literário, artístico e científico do Renascimento. Tivemos então a época da beleza e do espírito de análise.

   Os sublimes mestres da Renascença italiana foram, sem dúvida, Rafael, Leonardo e Miguel Ângelo. Pintores e escultores. Na literatura, Nicolau Maquiavel escritor de “O Príncipe” em sua crítica ao Absolutismo e naturalmente também William Shakespeare autor de peças dramáticas como Hamlet, Romeu e Julieta e Macbeth teatralizadas até hoje. Em Portugal, Luiz de camões e na literatura espanhola Miguel de Cervantes.

   A ciência floresceu então como uma flor preciosa em meio às antigas superstições religiosas. Sobressaindo-se então as personagens de Copérnico, Giordano bruno, Kepler, Nilton e Galileu.

   Além de abrir-se com o descobrimento da América, o século XV, foi aquele em que inúmeros novos recursos foram obtidos pelos homens, lhes proporcionando aumentar a visão do seu mundo conhecido. Passamos a contar com as melhorias na arte de navegar, as grandes construções navais, como a Escola Náutica portuguesa de Sagres. Passamos a contar com o astrolábio, a bússola, o compasso. Foi então que surgiram os protagonistas das grandes descobertas que movidos ou por ambição ou por vaidade, mas, sobretudo corajosos, enfrentavam mares desconhecidos.

   O regime absolutista europeu, que teve no rei francês Luiz XIV seu símbolo mais perfeito, foi aquele que mais oprimiu os homens desde o alvorecer de 1500 até o final de 1800. Com gastos excessivos na corte e luxos demasiados, este rei em sua frase: ”O Estado sou eu” manifestava como ele via irreprimível tudo o que viesse de sua autoridade. Tanta opressão, não só na França, mas em todos os regimes absolutistas europeus, culminou como era de esperar-se, com revoltas que resultaram na Revolução Francesa. Embora tudo acabando de forma violenta com a fuga do rei (já então Luiz XVI), a marcha de oito mil mulheres sobre Versalhes, a nacionalização dos bens do clero, etc. politica e moralmente o mundo conseguiu ali algo extraordinário: A “Declaração dos Direitos Humanos”.

   Em seus 17 artigos, totaliza princípios a serem seguidos por qualquer povo, em qualquer época. Tal selo final para esta Revolução parece-nos a própria presença divina contrabalançando os sofrimentos de um conflito social que durou nada menos que 10 anos.

   Sem esquecermos as figuras excepcionais de Mozart e Beethoven nascidos no final deste século XVIII, o próximo século XIX foi aquele em que curiosamente uma grande falange de gênios no setor musical nasceram com diferenças de apenas anos. Senão, vejamos: Chopin nasceu em1810, Liszt em 1811, Vagner 1813, Guinod em 1818, Brahms em 1833. A humanidade realmente foi contemplada com a sensibilidade aos sons, o fascínio à harmonia de seus acordes. Os protagonistas de Deus -poderíamos pensar- estavam como sempre em plena ação.

   Os homens necessitam desenvolver em seu evoluir qualidades como humildade, desprendimento, valentia, amor, persistência. Porém, há homens que parecem já reuni-las em si. Estão-se falando de alguém assim, certamente nos referimos a Gandhi, o inigualável Mahatma. Com todos estes talentos reunidos, fez a liberdade de uma nação.

   A curiosidade que a tudo indaga, que nos leva à perguntas existenciais, que nos fascina pelo mistério, que é tão ousada que aventura-se até, a saber, os fundamentos, os enigmas, o comportamento do próprio universo, nos é suscitada pela verdadeira espiritualidade e, nada melhor para terminarmos esta exposição que mostrou alguns homens artificieis de nossa evolução, que se lembrar dele: o grande gênio científico, o maior curiosos desta nossa era: Einstein.


terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O Islã

O início do Islã é muito bonito. Trata-se de um rapaz, Maomé, de 23 anos, empregado em levar caravanas pelos desertos até a Judéia, onde ele contata com ideias do Judaísmo e do Cristianismo. Possui um temperamento místico, e um dia tem a visão do arcanjo Gabriel que lhe diz que ele será o último dos profetas que selará o trabalho dos líderes do Judaísmo e do Cristianismo. O anjo começa a ter encontros com ele e vai lhe passando ensinamentos lhe ditando o que será depois os livros sagrado do Islã, o Corão. Ele quer então implantar estes ensinamentos na cidade onde nasceu: Meca. Encontra porem uma reação muito forte e é perseguido porque a cidade de Meca era politeísta. Nela existia um poço sagrado onde as caravanas passavam para cultuar deuses e se abasteciam de compras dando lucros à cidade. Uma crença monoteísta viria em prejuízo local. 

Meca cidade sagrada, onde tribos politeístas desde
o pré islamismo faziam adoração.

Maomé foge então para Medina e lá se torna um grande administrador político e chefe religioso implantando o Islã. Em 622 começa-se a contar o primeiro ano do calendário islâmico que fica atrasado em 622 anos em relação ao cristão.

Vinte anos após a morte de Maomé o Islã já estava espalhado em muitos territórios. Como Maomé foi estadista e chefe religioso se compreende porque até hoje os islâmicos não conseguem separar o Estado da religião è uma Teocracia. Todas as suas leis são ditadas pelo Corão. Esta é a grande diferença entre nós cristãos e os islâmicos. Para eles todas as atividades diárias são dirigidas pela religião.

Quando Maomé morreu começaram s desavenças por sua sucessão. Desavença que separou o Islã em duas metades que lutam até hoje. A facção Xiita aceita apenas os descendentes de Maomé como sucessores e os sunitas querem apenas os seus amigos.  Hoje os Sunitas são maioria no Islã com exceção do Iraque e Irã países xiitas

Distingo aqui entre as inúmeras lutas entre estas facções duas de grande importância: O chamado “Massacre de Karbala”, na Idade Média onde os Sunitas massacraram toda a família de Hussem neto do profeta sobrando apenas uma criança escondida numa tenda e que deu depois seguimento ao Islã. Esse massacre gerou um dia que é sempre lembrado e teatralizado sobre o sofrimento de Hussem com jejuns e procissões. Os xiitas são os mais emocionais entre os islâmicos.

Outra grande luta esta na Idade Moderna, durou oito anos entre 1980 e 1988 acontecida entre Saddan Hussem e Kohmeini.

Além das obrigações estabelecidas pelo Corão o islã obedece á jihad, isto é, a Guerra Santa. Que na verdade quer dizer “Esforço no caminho de Deus”. O terrorismo  surgiu da má interpretação desta palavra. A Jihad pode ser justificada quando há invasão de território´. É a Jihad militar, justificada por Saladino quando os cristãos tomaram Jerusalém.

Para mais complicar as lutas entre os próprios islâmicos temos no Oriente Médio aquelas entre os filhos de Musa e os de Ismael. Os filhos de Musa se consideram iluminados. Musa desapareceu de modo misterioso. Saiu a passear à cavalo e o cavalo voltou só e com as roupas dele. Então seus descendentes esperam a sua volta como um messias eu espalhará o Islã em todo o mundo.

Mesquita de Omar, em Jerusalém.

Os Sunitas fundaram a cidade de Bagdá e nela introduziram as famosas Madrasas (Escolas de sabedoria e teologia). Desta escola foram transferidos todos os ensinamentos em arte, filosofia, geometria para Andaluzia  quando os árabes islâmicos viviam na Espanha. Toda a grande beleza que encontramos na Andaluzia  deve-se a esta casa de sabedoria de Bagdá . Em Jerusalém encontramos dois grandes monumentos islâmicos: A Mesquita de Omar e a mesquita de Asa.

Procuremos entender o ódio que o Oriente Médio sente ainda pelo Ocidente. Isto vem da Idade Média quando as Cruzadas  fizeram lá horrores e massacres para aqueles que na época os cristãos  chamavam de “Infiéis” (Os Islâmicos). Na época moderna, tivemos também o imperialismo russo e britânico no Irã.  Só no Séc. IX a Inglaterra  e a Rússia reconheceram a independência do Irã.


sábado, 12 de novembro de 2022

Religiões Atuantes no Brasil

 É erro dizer-se que pela época do descobrimento nossos índios não eram religiosos. Tinham sim, o seu Deus Tupã e a entidade destruidora Anhangá.

   Logo depois, em 1550 aqui chegou a Companhia de Jesus com os seus dois grandes evangelizadores José de Anchieta e Manoel da Nóbrega.  Por volta de 1600 ,vieram para cá os chamados Cristãos Novos, judeus convertidos a fé católica que foram expulsos da Península Ibérica.

  Com a chegada dos escravos negros iniciaram-se entre nós as perseguições às crenças vindas da África. Porém, no Séc. XIX, manifestações na Bahia reagiram as estas perseguições criando os primeiros Candomblés. Tivemos terreiros repletos de seguidores alguns que se tornaram famosos: Engenho Velho, Apó Afonjá, Menininha do Gantois. Todos matriarcados conduzidos por Yalorixás auxiliadas por Ogans, homens responsáveis pela prática de tirar búzios (conchas usadas como moedas na África) e pelo sustento financeiro do terreiro.

   A Igreja reagiu a isso, criando as Irmandades Cristãs de Negros, sendo as principais a de Nossa Senhora do Rosário e a de São Benedito, ambos santos negros.

Orixás do Candimblé.

  O Séc. XIX, o de nossa independência, apareceu para ajuda-la a Maçonaria. Logo aqui chegava também, vindo da França, o Espiritismo Kardecista que alastrou-se rapidamente entre os intelectuais cariocas. O médium mineiro Francisco Xavier tornou-se famoso com suas belas psicografias.  Em Niterói, manifestações espíritas de caboclos inauguraram a Umbanda, hoje a facção de religiosidade mais popular do nosso país.

   Aqui tivemos também em 1612 no interior do Maranhão e espalhando-se rapidamente o trabalho dos frades Capuchinhos, Ordem de São Francisco de Assis estabelecida em 1528 pelo papa Clemente, com sede em Roma. Seu nome provinha de um capuz que costumavam usar.

   Também as igrejas protestantes como a Anglicana, a Presbiteriana e a Luterana já proliferavam entre nós.  No Séc. XX apareceu aqui o Pentecostalismo (Facção do Cristianismo que acredita nos milagres sobrenaturais descritos pela Bíblia com a possibilidade de manifestações na atualidade, o que o fazem diferente do Protestantismo tradicional). Entre estas fações estão a Assembleia de Deus, a Metodista, O Evangelho Quadrangular, a Pentecostal Deus é Amor, Congregação Cristã do Brasil e tantas outras.

   Temos ainda entre nós os Mórmons (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias). Estes tiveram início no Séc. XIX nos Estados Unidos liderados por Joseph Smith, chamado O Profeta da Restauração.

   Depois chegaram até nós muitos movimentos esotéricos com suas praticas de meditações e também práticas orientais como as dos Bahais iranianos.

Templo Bahai, em Haifa, Israel.

   Hoje temos a volta dos estudos de Cabala (método esotérico com ensinamentos sobre Deus, o universo, a criação, a vida e a morte). Nos é transmitida por rabis judeus experientes.

    Da parte da Igreja católica tivemos a visita de vários papas inclusive a de nosso querido papa Francisco.

   O Brasil é, sem dúvida, um pais de religiosidade múltipla, mas laica e sem intolerância religiosa.


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

São Francisco de Assis

 Nasceu em 1181 na cidade de Assis, na Itália, filho de um rico comerciante de tecidos, recebendo o nome de Giovane. Seu pai fazia negócios com a França e o levou menino para lá. Ele se apaixonou tanto pelas poesias, músicas e cultura francesa que acabou por receber o nome de Francesco (Francisco em italiano).

    Teve uma juventude mundana e luxuosa, mas depois o atraiu a vida religiosa. Em sua época, os frades costumavam habitar mosteiros, mas ele preferiu fazer uma pregação itinerante. “Amava a todos, e a todos chamava de irmãos” e achava que os cristãos deviam seguir à risca a humildade do Cristo.

    Perdeu o interesse pelos hábitos de vida agitada e mostrou-se preocupado com os necessitados.

    Quando um dia saiu a passear pelos campos, ouviu o som de um sino que os leprosos usavam para avisarem sua proximidade, pois eram proscritos da sociedade. O homem vestia-se de farrapos e tiritava de frio. Francisco desceu do cavalo e abrigou o homem sob o seu próprio manto. Depois vendo a emoção em que o deixara beijou-o no rosto deformado.

Certa vez entrou numa igreja e viu o estado de ruina em que estava. Quis reforma-la. Recolheu então tecidos caros da loja de seu pai, vendeu-os e a reformou. Seu pai o prendeu em correntes no porão de sua casa e ordenou-lhe uma compensação para que devolvesse o que roubara.

    Para surpresa de todos que já o julgavam louco, despiu todas as suas roupas ficando nu simbolizando a renúncia aos bens materiais, renunciou a sua herança e partiu em sua pregação itinerante, na maior pobreza.

    Quando quis fazer uma Ordem religiosa foi até o papa Inocêncio III que o repudiou dizendo que não o aborrecesse com a sua pretendida Ordem que era demasiada rigorosa. Depois, impressionado pela sua humildade finalmente permitiu a feitura.

    Francesco retornou a Assis instalou-se numa cabana onde se dedicou primeiramente ao cuidado de leprosos.  Logo a cabana se tornou pequena para tal trabalho e em 1210 o abade de um mosteiro lhe concedeu terras ao redor. Em 1212 a Ordem foi enriquecida pela entrada da primeira mulher nela; Clara, a futura santa Clara, as chamadas Clarissas.

    Os milagres de são  Francisco foram inúmeros. Durante uma viagem de navio apaziguou uma tempestade e aumentou a comida dos marinheiros famintos. Em Gúbbio,  pacificou um lobo feroz que assolava a região.

   Nas Cruzadas, foi ao Marrocos falar com o sultão tentando uma trégua na luta contra os Islâmicos e pedir benefícios  aos soldados cristãos. Não só o conseguiu, como encantado com a sua personalidade o sultão, ao invés de prendê-lo, lhe deu um salvo-conduto para chegar protegido de volta á Assis. Lá, pegou uma doença nos olhos da qual jamais se curou. Foi peregrinar nos locais santos de Jerusalém mas quando voltou a Assis teve a tristeza de ver que seus seguidores haviam se tornado vagabundos com  uma vida sexual desregrada.

    Pela Primeira vez sua reação foi violenta. Expulsou todos do colégio de Bolonha, criando um período probatório para todos que quisessem lá ingressar, enquanto permanecia como um guia espiritual. Foi então criada a Ordem Terceira com estudos de Teologia  e estabelecimentos de novas regras tais como: “Faz sempre alguma coisa boa  para que o diabo te encontre ocupado “.  “A ociosidade é a inimiga da alma”.

   No natal de 1223 foi convidado a recriar o nascimento do Cristo e criou então o primeiro presépio da história cristã.

 É conhecido como o santo que atraía para perto de si, pássaros. Em seus anos finais experimentava frequentes visões e êxtases. São Francisco é considerado a maior figura cristã após Jesus.

     De suas estadias como menino na França, guardou o amor por poesias e deixou para a posteridade esta linda oração bastante conhecida até os dias de hoje:

                          ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO

Senhor fazei-me o instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio que eu leve o amor

Onde houver ofensa que eu leve o perdão

Onde houver discórdia que eu leve a união

Onde houver dúvida que eu leve a fé

Onde houver erro que eu leve a verdade

Onde houver desespero que eu leve a esperança

Onde houver tristeza que eu leve a alegria

Onde houver trevas que eu leve a luz

Ó Mestre fazei que eu procure mais consolar do que ser consolado,

Compreender que ser compreendido, amar que ser amado

Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é  perdoado e é

morrendo que se vive para a vida eterna. 

Nos estudos de espiritualidade sobre reencarnações, é dito que sua primeira encarnação foi como Pitágoras em 570 a.C. na Grécia antiga. Encarnou- se também  como  Kuthumi, o grande mestre iniciador da cor dourada da sabedoria. No Séc. XIX, criou junto ao mestre El Moria a Sociedade Teosófica. Ocupa dentro da Grande Fraternidade Branca o cargo de Instrutor do mundo, contando com inúmeros alunos em discipulado.


terça-feira, 20 de setembro de 2022

Pequena Cronologia das Principais Religiões no Brasil

 1) DESCOBERTA: ÍNDIOS: TUPÃ

2) COMPANHIA DE JESUS: ANCHIETA E NÓBREGA

3)1600: CRISTOS NOVOS

4) ESCRAVOS NEGROS PERSEGUIÇÔES MANIFESTAÇÔES RELIGIOSAS DOS NEGROS: CANDOMBLÉ (Engenho Velho, Gantois, Apó Afonjá) A MENININHA DO GANTOIS MATRIARCADO, YALORIXÁS, OGANS, OLURUM, ORIXÀS.

 5) IRMANDADES DE NEGROS (Nossa Senhora do Rosário e São Benedito)

6) MAÇONARIA SÉC. XIX

7) MÓRMONS (Igreja de Jesus Cristo dos santos dos últimos dias) SÉC XIX

8) ESPIRITISMO KARDECISTA (CHICO XAVIER)


9) UMBANDA

10) CAPUCHINHOS

11) IGREJAS PROTESTANTES

12) PENTECOSTALISMO (SÉC.XX)

13) TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

14) BAHAIS – CULTOS ORIENTAIS-MEDITAÇÕES – MOVIMENTOS ESOTÉRICOS

15) JUDEUS – CABALA

16) CATOLICISMO – VISITA DE PAPAS – PAPA FRANCISCO

ENTRE AS RELIGIÕES PROTESTANTES ESTÃO AS: ANGLICLANA, PREBISTERIANA, LUTERANA, CALVINISTA, ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA.

AS RELIGIÕES PENTECOSTAIS SÃO INÚMERAS. ENTRE ELAS: ASSEMBLÉIA DE DEUS, METODISTA, EVANGELHO QUADRANGULAR, EVANGÉLICA, O BRASIL PARA CRISTO, PENTECOSTAL DEUS È AMOR, CONGREGAÇÃO CRISTÃ, CASA DA BENÇÂO, IGREJA DE DEUS NO BRASIL. 

           O BRASIL É UM PAÍS LAICO. SEM INTOLERÂNCIA RELIGIOSA  

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Cidades Históricas de Minas Gerais

 Passeando por este Brasil afora, é imperdível uma estadia nas cidades históricas mineiras. Visitar locais como Sabará, Congonhas, Mariana, Tiradentes e naturalmente a alma imortal de todas elas: Ouro Preto, com suas ladeiras, seu casario estilo português, seus porões e senzalas de escravos domésticos é, sem dívida, retornar ao nosso passado. Esta última então chamada de Vila Rica, era em tempos do Brasil colonial pródiga em arte, gastronomia, política, amor, religiosidade e riqueza aurífera.

Ouro Preto, a principal das cidades
históricas de Minas Gerais.

    Surgiu como as demais com a chegada dos bandeirantes em busca de ouro já ao final do século XVII. Hoje é tombada pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade e naturalmente é a joia do Barroco americano.

  Seu nome Vila Rica procede do ciclo de ouro brasileiro com suas duas mil minas catalogadas. Entre elas a maior delas a “Da Passagem”. Nos seus 30 quilômetro de galerias pode imaginar, com pesar, a humilhação e o sacrifício de centenas de escravos que a garimpavam, segundo as regras cruéis da escravidão peculiares ao nosso período colonial. Mancha nacional que jamais esqueceremos.

   Foi em Vila Rica que aconteceu. A maior revolta contra a exploração portuguesa aos habitantes locais: A Inconfidência Mineira. Durante o ciclo de ouro todos aqueles que encontrassem ouro deveriam pagar o “Quinto”. O ouro era derretido, feito em barras e enviado à Portugal. Cada região pagava anualmente também uma quantia de mais ou menos 1.500 Kg à coroa. Quando esta taxa não era paga, os soldados portugueses entravam nas casas e retiravam os bens dos moradores. A isto se chamava “Derrama”.

   Os impostos revoltavam a população e começou então o movimento liderado por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Influenciados que foram os inconfidentes pelas ideias iluministas vindas da Europa. Outros foram também os poetas Tomás Antônio Gonzaga e Claudio Manoel da Costa. Porém, um dos inconfidentes Joaquim Silvério dos Reis, para se livrar de dívidas com portugueses, delatou o dia que se daria a revolta. Tiradentes foi condenado à forca no Rio de Janeiro, então capital da Colônia, seu corpo foi esquartejado e sua cabeça exposta na praça principal de Vila Rica, local onde um século depois foi erguido um monumento ao confidente. Os outros foram degredados para a África. Um deles, Manoel da Costa, suicidou-se na prisão.


Tiradentes, uma das cidades mais pitorescas
da rota histórica de Minas Gerais.

Havia certamente recursos para ludibriar as exigências portuguesas. Um deles era o tráfego de ouro que contava com o ”Santo do Pau Oco”. Na igreja de Nossa Senhora de Pilar (a mais rica de Minas) encontra-se um deles. O ouro que não pagaria tributo era escondido através de uma abertura dentro da imagem do santo. Dali era levado nos andores de uma procissão, passando pelas barbas dos guardas que margeavam o caminho. Caso houvesse o perigo de cair algum ouro no chão e chamar a atenção dos guardas, a matraca encobria o barulho com seu som. Quando havia muito ouro a ser traficado, o número de procissões aumentava.

   O culto cristão era muito forte em Ouro Preto em tempos coloniais. Contemplar a beleza das igrejas mineira é imperdível.

   Na igreja de santa Efigênia (esta, uma princesa núbia responsável pelo Cristianismo na Etiópia), em meio ao esplendor dourado do Barroco, vemos

 Figuras de pelicanos. Estão eles ali fora do contexto de um templo? Certamente não. Eles representam o sacrifício do Cristo. É o animal que fere o próprio peito com o bico para alimentar com seu sangue seus filhos, quando estão famintos.

   Para contribuir com a feitura desta igreja, negras, já forras, levavam ouro nos cabelos e os lavavam depois na pia ali deixando o ouro.

   Quem tiver o privilégio de passar a Semana Santa em Ouro Preto, viverá dias inesquecíveis. Na sexta feira podemos assistir a “Procissão das Almas” em Mariana. Nesta época do ano- assim é acreditado- os mortos deixam o cemitério num cortejo fúnebre e passam pelo centro histórico. Isto se refere a uma lenda do século XVIII.

   É contado que uma senhora tinha o hábito de ficar na janela bisbilhotando até a madrugada para ver quem se atrevia a sair àquelas altas horas. Até que uma noite percebeu uma estranha movimentação de pessoas vestidas de branco trazendo velas acesas. Não reconheceu ninguém até que uma delas entregou-lhe uma vela recomendando que devesse pôr em seu oratório e ser depois lhe devolvido. Pela manhã, a senhora viu que em lugar da vela haviam ossos. À noite lhe foi pedido estes de volta com esta recomendação: “Não era para ficar debruçada na janela pelas madrugadas, pois a procissão das almas acontecia aquela hora”.

   No sábado, deveremos ficar acordados à noite para assistir a feitura dos tapetes que forrarão as ruas principais. São eles feitos de serragem, borra de café, palha de arroz e cal.

   No domingo, podemos acompanhar a Procissão da Ressurreição. E naturalmente uma grande atração da Páscoa é a teatralização de cenas do Novo Testamento que conta com um vestuário riquíssimo e uma arte teatral impecável de seus atores.

   Casos de grandes amores também aconteceram em Vila rica. Ali tivemos o amor cheio de desditas, tão bem descrito pelo poeta inconfidente  Tomas Antônio Gonzaga que escreveu “Marília de Dirceu”.  Marília é o nome poético de Maria Dorotéia de Seixas, noiva do poeta e Dirceu o pseudônimo simbólico do próprio Gonzaga. Ao vê-la já escreveu: “Mal vi teu rosto o sangue gelou-me, tremi e mudou-se das faces a minha cor”. Pela Inconfidência, foi ele degredado à África.  Mesmo passando por masmorras, inspirado pela saudade de Marília, escreveu tantos versos à ela que daria para encher livros.

Congonhas e sua afamada Basílica do
Senhor Bom Jesus de Matosinhos.

    Lembremos também da paixão fulminante do contratador de diamantes João Fernandes Oliveira pela mulata escrava Chica da Silva, a quem todos na cidade invejavam pelos tantos privilégios que lhe eram por ele concedidos e que a rodeavam de bajuladores.

    A Gastronomia, tão prosaica, é, porém, uma das atrações das cidades mineiras. Como se pode ir à Minas sem provar sua cozinha típica? Seu feijão tropeiro, sua couve, seu tutú de feijão, seu torresmo?

   A arte é certamente o ponto alto de Ouro Preto. Iremos então buscar a genialidade de Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”.

   Aos 47 anos apareceu-lhe uma estranha moléstia que lhe fez perder os dedos dos pés e atrofiar os das mãos. Já então não andava e era carregado nas costas de um escravo. Suas mãos eram amarradas com panos e foi assim que executou a maior parte de seu trabalho.

   Em Congonhas, no adro da igreja de Matosinhos estão esculpidos os seus 12 apóstolos com placas em cada um escritas em latim como no Velho Testamento. Assim, temos Daniel dizendo: “Encerrado na cova dos leões sou libertado pelo auxílio de Deus”. Jonas a dizer: “Engolido pela monstro passei três noites no ventre do peixe e depois voltei vivo á Nínive”.

   Podemos ainda apreciar extasiados as 64 imagens de cedro (colhido nos meses sem erre- conforme dizem-) de sua Via Sacra pintadas pelo mestre Ataíde, o grande pintor do barroco mineiro. Como curiosidade, os pavimentos das ruas de Congonha são chamados de Pé de Moleque, por terem sido feitos por negrinhos escravos. Tais profetas fora esculpidos em 1800, quando o Aleijadinho já tinha 70 anos, em plena doença.

   Arte é também o concerto que se ouve em Mariana pelo órgão de fole, movido à mão de 1701. Ouvir seus acordes leva-nos a um sublime enlevo, toca o coração dos mais insensíveis. Mariana possui ainda um dos mais belos acervos em Arte Sacra do Brasil.

   Arte pura é encontrada no Museu do Oratório. Eram inúmeros na época  colonial. Estavam presentes em residências particulares, pois serviam para afugentar maus espíritos. Sem esquecermos naturalmente do vasto artesanato de Pedra Sabão.

   Com os olhos saciados por tanta beleza vista, teremos percorrido um dos mais importantes roteiros turísticos de nosso país: As cidades históricas de Minas.