sábado, 10 de maio de 2014

Duas Lendas Sobre o Mundo Angélico


Uma lenda da Irlanda nos conta que na época do paraíso do Éden, Eva estava lavando roupa na beira de um riacho quando javé lhe apareceu. Assustada, ela escondeu dele os filhos que ainda não havia lavado e Javé então lhe perguntou :Estão aqui todos os seus filhos? Ela disse: sim estão todos. Com javé percebeu sua mentira, advertiu Eva que todos aqueles que ela havia escondido ficariam para sempre invisíveis, escondidos aos olhos dos homens. Estes filhos invisíveis transformaram-se em elfos, fadas, seres da natureza.


Oisin e seu cavalo.


   Outra lenda, esta dos celtas pagãos irlandeses, nos fala sobre o tempo dos homens onde estes envelhecem e o tempo dos anjos e dos seres da natureza que possuem a juventude eterna. É a história de Oisin. Este era um guerreiro celta da tribo dos Fianna.  Desejou sempre transpassa o limite que o separava da terra da eterna juventude, onde vivia o povo angélico. Conseguiu chegar lá e ali viveu feliz e naturalmente jovem por muito tempo. Um dia porém  sentiu grande saudade da sua terra, a Irlanda, desejou muito saber como estariam os companheiros Fianna. Foi, porém advertido pelos habitantes angélicos de que não voltasse lá, pois ali encontraria a velhice e a decrepitude. Oisin, contudo não resistiu ao desejo e voltou. Os anjos então lhe deram um cavalo branco e o aconselharam a jamais desmontá-lo, pois o cavalo era a sua ligação à terra da eterna juventude. Quando chegou lá, não encontrou mais sua tribo  porque o Cristianismo já reinava ali.
   Enquanto passeava em seu cavalo, visitando os locais queridos onde havia cantado, dançado, feito belos ritos pagãos e ouvido inesquecíveis histórias, viu um grupo de cristãos tentando erguer uma igreja, mas sem força de erguer as pedras do alicerce. Ele , que já fora um guerreiro e possuía até ali , após tantos e tantos anos, ainda a mesma força de sua juventude, aproximou-se para ajudá-los. Mas como não queria descer do cavalo, conforme lhe fora aconselhado, tirou o pé do estribo e enfiou o pé por baixo de cada pedra. Porém, num dado momento a cilha arrebentou e quando a sela virou ele foi arremessado ao chão.
   Quando Oisin tocou com o corpo na terra irlandesa, transformou-se repentinamente num velho encarquilhado, decrépito e frágil em acordo aos tantos anos que já vivera.
   Oisin perdera a juventude eterna e compreendeu que o tempo na terra dos homens era contado e na terra dos anjos não se contava.  Razão porque os anjos e seres da natureza mantinham seus corpos sempre jovens.
 

A Filosofia do Budismo e Diferenças ao Hinduísmo


O Budismo irá se diferenciar do Hinduísmo, pois enquanto este crê no Brahman, no Deus criador, o Budismo não crê em Deus, nem em nossa alma individual. Para o Budismo, nossa consciência mais alta é a mente. O que é a mente?  É a parte do ser baseada em experiências, conhecimentos, pensamentos, parte sem forma que sobrevive à morte. O que sobrevive no Budismo?  Não é o Atma, a alma ligada ao Brahman, mas a corrente mental de cada um de nós, com impressões deixadas nela por nossas ações boas ou más. Esta corrente mental, quando é negativa, dá origem à nova experiência de vida, às reencarnações. Então, reencarnamos porque temos carma, isto é, marcas negativas em nossa mente. Quando alguém não tem mais impressões negativas na corrente mental, não se encarna mais. Liberta-se do Samsara (ciclos encarnatórios) a não ser em casos especiais, como veremos depois. Quando nossa consciência não possui mais marcas insatisfatórias, ela entra num estado de bemaventurança chamado Nirvana. Ao contrário do Hinduísmo que em meditação busca ultrapassar a mente, o budista ao meditar quer acalmar a mente para atingir a bemaventurança da mente búdica. Enquanto o Hinduísta preocupa-se com o universo em que fazemos nossa evolução, cadeias planetárias, nossa eras evolutivas, raças etc (Teorias encontradas na escola teosófica de Blavastky e em outras tantas), o Budismo dedica-se apenas em atingirmos a felicidade, nos livrarmos de nossas dores e sofrimentos. É chamado  por isso “A doutrina da dor”.Nos livrarmos de nossos medos raivas e apegos, esta é também a meta. Naturalmente, assim, todos nós, segundo o Budismo, nos tornaremos Budas. Teremos uma mente plena de bemaventurança, porém, jamais seremos um ser individual. O que é um ser individual? Um ser que tem características próprias.  O Budismo não endossa o pensamento pitagórico de que cada um de nós é um número dentro do grande esquema matemático do universo, nem que sejamos uma nota, um som, dentro do que chamava “a Música das Esferas”.  Tampouco endossa o pensamento maçônico de que cada um de nós é um tijolinho dentro da construção do grande “Arquiteto do Universo”. No Budismo, todos aqueles que atingem a mente búdica têm as mesmas percepções espirituais, suas mentes são idênticas. Formam uma Unidade, não uma Diversidade na Unidade, como pensam os hinduístas. Os budistas quando rezam, não o fazem a Deus, mas a seres iluminados e compassivos.

Buda e seus cinco primeiros discípulos.


     A mais antiga das tradições budistas é o Hinayana também chamado de Theravada. Um adepto do Theravada acha que se cada homem melhora o mundo automaticamente melhora. Então, é completamente voltado a si mesmo, através de práticas rigorosas. Persegue o ideal de chegar a ser um Arhat, um ser perfeito. Não perturba o mundo, mas também não se envolve em suas misérias e erros. Deixa que cada um siga o seu caminho.

     No séc. I da nossa era surge a escola Mahayana com grande ênfase na crença em Bodhisattvas. Estes, seres de mente já purificada, mas que sacrificam-se retornando à encarnações, apenas para ajudarem à humanidade a se livrarem de seus erros. Seu princípio é a Compaixão. No Mahayana, não só monges, mas também leigos podem chegar à mente nirvânica apenas trilhando o caminho da Compaixão.

     Temos o grande exemplo de Compaixão no Dalai Lama tibetano Tensin Giatso que embora tendo perdido trono e país, sem qualquer demonstração de mágoa, segue sempre risonho a pregar pelo mundo o Caminho Mahayana da Compaixão. O nome Dalai Lama quer dizer : “mestre grande como o oceano”.  O Mahayana tibetano foi enriquecido pelo Lamaísmo dirigido por mestres, seus Lamas e Riponchês. Utilizam liturgias, mantrans, mandalas e mudras como recursos de entendimento para seus discípulos.

Lótus, a flor sagrada do Budismo.


      Os principais preceitos do Budismo Mahayana são: A Transitoriedade Das Coisas (que nos leva ao desapego) e a Teoria do Vazio.

      O Vazio trata da forma errônea como vemos a nós e as pessoas. Quando observamos alguém ou alguma coisa nunca nos lembramos de que seus atos fora abastecidos por circunstâncias anteriores ou presentes, uma cultura, um meio geográfico, uma ocasião, ou alguém. Que aqui no mundo físico, sempre temos uma existência compartilhada com o restante do mundo, dependente dele. Por exemplo: Quando observamos uma árvore, ela nos parece tal como a vê, porque está inserida em determinado ambiente que lhe dá muito ou pouco sol, muita ou pouca água, cuidados ou não. Se recebesse outras influências, talvez seu tamanho fosse diferente, também sua cor. Até uma coisa concreta tem vida compartilhada. Se dizemos: Esta mesa é boa, é durável. Ela é assim porque a madeira que a estruturou era boa. Nada é desassociado de nada, tudo é dependente.

     O que quer o Mahayana com a teoria do Vazio?  Com a visão da vida compartilhada, compreendemos e perdoamos mais as pessoas, pois as sabemos resultado de muitas influências, não as vemos isoladas do todo. Também nos livramos de nossos orgulhos e vaidades, porque tudo o que nos orgulhamos de ser recebeu o auxílio de outrem. Os próprios ensinamentos religiosos que assimilamos , embora  apresentando conceitos diversos, foram compartilhados, dependentes uns dos outros. Assim, vemos o Islã surgindo de antigas  ideias cristãs, o Cristianismo surgindo do Judaísmo, o Budismo surgindo das ideias reencarnacionistas do Bramanismo. O monoteísmo judaico surgindo de ideias egípcias.

Kwan Yin, Bodhisattva da compaixão.


 A meditação Mahayana conta com dois tipos básicos: A Enstática e a Estática. A primeira busca um estado de equilíbrio que em que se espera cessar todo o processo sensorial. Nada a ser visualizado. Na segunda, é exigida uma imagem visual ou projeção mental, geralmente voltada para o chamado "Campo do Buda", isto é, o conjunto de seus representantes, de seres compassivos. São dadas visões belas que psicologicamente nos trazem imensos benefícios e transformações. Habitualmente chamamos estas meditações de "Induzidas". Uma imagem que naturalmente nos favorece é a de Kuan Yin a grande Bodhisattva da compaixão.
 

sábado, 15 de março de 2014

Yewa - A Lua


    Entre as muitas tentativas de neutralizar a força do patriarcado que oprimia a mulher, os nagôs nos dão o mito de Yewa , a lua.

    Quando da criação do mundo pelos orixás, ela foi uma das poucas deusas que permaneceram no paradisíaco céu de Olurum. No entanto, quando soube que o adivinho Orumilá era um dos principais defensores da supremacia masculina, resolveu descer ao mundo dos homens para vingar-se dele.
 
As duas faces de Yewa.

   
Era muito bela. Mesmo Omulú, orixá que jamais levantava o rosto do chão, porque o tinha mutilado pela lepra e que por isto nunca vira no alto o firmamento, Yewa brilhando radiosa entre as estrelas, apaixonou-se por ela, somente a vendo refletida numa poça de água.

    A beleza desta deusa era tanta que apenas o seu reflexo já deixava os homens românticos e enamorados. Disso ela iria se aproveitar para seduzir e castigar o adivinho Orumilá.

    Yewa era a deusa que mais manifestava a dualidade do caráter feminino. Ocultava sempre uma face. Se por um lado era doce, maternal, sedutora, por outro sabia ser de uma sutileza maliciosa e cruel.  Então, quando desceu à terra, sua manifestação física tinha como ela duas faces. À noite, Yewa era a deusa da beleza irresistível, mas durante o dia apresentava-se como uma bruxa horrível e peçonhenta.

    Quando seduziu Orumilá levou-o à uma cabana na floresta onde ele, isolado, ficou à sua mercê. À noite, entregava-se apaixonadamente a todos os prazeres que o belo corpo da deusa lhe dava. Porém, quando prostrava-se dormindo saciado, ela, que começava a mostrar seu outro lado, envolvia-o em ervas mágicas que o deixavam durante todo o dia adormecido, afastado de suas prestigiadas tarefas adivinhatórias. Orumilá permaneceu durante tempos tal como Yewa desejava. Absolutamente apenas submisso a ela.

Brilho lunar, um reflexo do poder solar.

    Contudo, conta o mito, que Exú e quem nada se esconde pois tem o dom da ambivalência, viu a situação crítica de Orumilá e foi em seu socorro. Quando, numa manhã Yewa deixou Orumilá adormecido na cabana e saiu até as margens de um rio, já então em sua diabólica aparência de bruxa, Exu acordou Orumilá e levou-o até ela para mostrar-lhe sua outra face.

    O mito se encerra quando Orumilá, em desespero, a mata. Yewa retorna então ao céu como a lua que é. Porém, seu projeto de acabar com a opressão patriarcal frustrou-se. Yewa tornou-se um astro morto pois Orumilá a matara. Ficou na dependência do poder masculino do sol para ter brilho. Só com o seu auxílio, sua face de beleza pode inspirar sonhos de amor nos poetas e nos namorados. È também obrigada a esconder sempre, para quem está no mundo, o seu lado feio, colocando uma véu negro sobre ela.

Paimpont, a Floresta Encantada

   No coração da Bretanha francesa lá está um ponto emocionante de uma caminhada iniciática. Paimpont, a antiga Brocellande, floresta preferida pelos cavalheiros do rei Artur. Ali o sagrado Graal, perdido nela por José de Arimathéa, o seguidor do Cristo, era buscado.


Carvalho, árvore sagrada dos druidas em Paimpont.

Tudo em Paimpont nos leva as lembranças das lendas arturianas. Ali-afirma-se era o refúgio dos amores da feiticeira Viviane, e de Merlin o maior dos magos druidas. Tendo perdido sua iniciação pela paixão à Viviane, que o prendeu em um círculo mágico na própria floresta, Merlin, conta a lenda, veio a morrer, deixando para todos os místicos que ali chegam a pedra rústica que cobre o seu túmulo. São surpreendentes as devoções constantes ainda hoje feita pelos franceses modernos no local.

    Ao antigo druida uma árvore com sua raiz, seu tronco e suas galhadas representavam respectivamente o mundo subterrâneo, o mundo humano e o divino. Que se diria então para Brocellande com seus 7.000 ha de plantios de carvalho, a árvore sagrada por excelência? Para Brocellande todas as homenagens eram poucas. Foi ela o grande objeto de cultos dirigidos á natureza, local das fogueiras de Beltane acesas em honra ao deus solar Bellenos, e do recolhimento do “Guy” a mais energizada seiva do carvalho. Como para o antigo druida Brocellande era a transcendente morada de deuses e magos, foi perseguida pelo Cristianismo. Quando Carlos Magno pegou o domínio da França, antiga Gália, representando a Igreja, mandou queimar uma grande quantidade de carvalhos de Paimpont para exterminar tais cultos.


Tumba do mago Merlin
na floresta de Paimpont.
   Ali, hoje, o turista encontra placas com indicações para o “Vale sem Retorno”. Ele nos leva novamente às personagens arturianas. Na Idade Média, muito homem crédulo e infiel não entrava nele. Segundo a lenda, ali a fada Morgana, meia irmã de Artur, espera todos os amantes infiéis e os empurra para o fundo de um precipício. Assim se vinga de ter sido traída  em seus amores.

   Durante todos os momentos que ali permaneci em Paimpont, minha alma se gratificava por ter conduzido ali um grupo consciente da imantação de fé que podia ainda hoje ser encontrada naquele local de tantas antigas devoções.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A beleza do cotidiano

“Era apenas uma flor qualquer,
uma flor de mato”.


Para a velha caminhando na calçada, nada dizia o barulho de martelos e guindastes levantando tijolo a tijolo o edifício da pequena cidade. Nem progresso dizia, nem desenvolvimento(palavra que  ela ouvia o povo tanto apregoar). Nada além de ruídos exasperantes, ruídos que mais magoavam seu corpo de anciã. Tampouco o buzinar dos carros ou seu passar veloz congregavam-na ao mundo evoluindo ao seu redor.

    Tudo nela era abandono, prenúncio de túmulo: o curvar de seu dorso buscando o caminho da terra, a frouxidão das mãos levando a bolsa sebosa e vazia de bens. Não pertencia à classe daquelas que de cabelos alvos e tratados, recebem dos netos: chinelos aveludados, lavandas cheirosas ou quaisquer outras espécies de afagos. Não. Fora mulher de viver rude, dolorido, de apenas dar-se, de estender o ventre generoso e de novo murcha-lo por tantas vezes, para dar tantas vidas à luz que já nem podia enumera-las; de servir em labutas pesadas a bem de alimentá-las. Cada filho agora em rumo distante ou ignorado. Como saber até se dentre os dois que restavam, era Pedro, o que trabalhava nos fornos da fabrica, ou José o que ia à pedreira o que lhe nascera primeiro?

    Mas, também, o que isso lhe importava? Só o que sentia mesmo eram a lassidão e a moleza de suas juntas, como se elas estivessem a desmanchar-se; dor aguda cada vez que tentava espichar-se; vazio no lugar da fronte quando queria reportar-se a fatos passados. Só a ruína de seu próprio corpo a devora-la. Tudo isto em seus olhos: dureza, falta de amanhã.


    Porém, surge o milagre do cotidiano! Não escolhe número de dores ou de anos vividos. Os olhos da velha repentinamente revestem-se em fulgor de entusiasmo, em ternura de gente afortunada! Passava ela justamente, lado a lado com o terreno abandonado, um dos poucos que o progresso da cidade poupara. Esquina onde o mato crescida selvagem, acrescido de galhos espinhosos que por ali todos usavam largar. Mas no meio dele estava a flor. Uma única flor balouçando perfeita, intocada. Simples. É singela. Flor que não serviria para ornamentar casa abastada. Sem nome que lhe desse qualquer dignidade, fosse Cravo, ou Dália. Era apenas uma flor qualquer. Flor de mato. A velha porém...

    Seu esforço foi heroico! Embrenhou-se por entre os galhos do terreno. Prendeu a saia em espinhos e ,levando-se em conta como eram fracas as pernas que a levavam, safou-se com vigor de mocidade.

    Seu objetivo era a flor. Pegá-la. Levá-la. O peito da velha arquejou ao alcançá-la. Tem–na agora por entre os dedos apertada. Novo esforço de retorno à calçada, com vitória nos olhos embaçados.  Se o contato com a flor lembra-lhe a maciez na pele dos tantos bebês que gerara, ou o carinho do primeiro namorado... Só ela sabe.

    Vai a velha com seu tesouro singelo, já a murchar-se contra o calor de seus dedos encarquilhados. Passos lentos mas rosto iluminado. Acaricia com ambas as mãos pétala por pétala a brandura da flor, talvez a única beleza que entre a sordidez de seu mundo, ela encontrou por acaso.

A consagração da natureza - Culto às estações


Texto extraído do meu livro
“A influência de crenças e símbolos”


    Na crença de que homem e natureza seguem os mesmos princípios divinos em suas transformações periódicas, as estações são acreditadas como fazendo correspondência com as idades do homem e gerando também cultos.
    A PRIMAVERA–Ela é o nascer, o brotar, o florescimento. Como uma semente que sai de seu casulo, o homem deixa também o refúgio uterino, manifesta-se no mundo externo, fazendo face a ele com uma fragilidade ainda infantil. Inicia a sua evolução com todo o vigor de algo novo, de uma primavera tanto bela quanto inexperiente.

   No mito da roda do ano celta, em 21 de março, homenageava-se a deusa da primavera. Já desde a véspera deste dia, fazia-se o ritual à Eostre ,quando, sobre altares, eram depositadas flores; e Kore, a deusa da escuridão invernal, recebia sua despedida. Coroas floridas enfeitavam depois os bosques e neles comiam-se ovos coloridos, símbolos da matriz da vida.
  Ali, tinha início danças ao redor de um pau de fita, danças também simbólicas do dinamismo existencial que a primavera trazia.
   O VERÃO–Braseiros eram acesos em toda parte. Principalmente na noite de São João ,por séculos, fogueiras continuaram sendo acesas,costume com que o Cristianismo substituiu as festas pagãs deste solstício. Na Bretanha, lendas afirmavam que galinhas eventualmente podiam por ovos de ouro neste dia , e na região dos dolmens e menhirs usava-se sair buscando, por sobre as pedras, tesouros em ouro que –acreditava-se- gênios solares haviam ali escondido. 

 
O verão é o explodir total da natureza. Só nele ela é capaz de resistir a emissão de raios solares poderosos. No homem, é a sua maturidade. Nela deixamos a tenra e tão sensível condição de adolescência , para sermos capazes de melhor suportar embates negativos, podemos perceber com mais facilidade situações que são apresentadas ao nosso discernir.
    O OUTONO - Na Grécia, o outono dava início aos Mistérios de Elêusis.Em seus ensinamentos e ritos,o iniciando pacificava-se quando chegava a entender porque nascia e porque morria.
 



    As celebrações eram dedicadas a Demeter e sua filha Perséfone, simbolismo de um equilíbrio entre o dinamismo de um solo que entregava frutos (Demeter) e o repouso da semente no fundo da terra (Perséfone), entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.
   Também para o homem é o tempo de uma introspecção que lhe dá equilíbrio. É quando colhe para si o resultante de seus plantios.
   Assim como nos ritos de Elêusis, onde eram abolidas magias para obtenções materiais, assim também o ser outonal vive uma fase em que pouco pede, apenas avalia e agradece. Lembremos que no equinócio de outono dos celtas seu culto principal era o de “Ação de Graças”. Equilíbrio ,introspecção, avaliação e preparo à morte (que na natureza correspondia a diminuição do calor solar) eram os princípios atribuídos a esta estação pelos povos antigos.
   O INVERNO - Tanto para a natureza, como em relação às idades do homem, ele é o tempo de repouso que antecede um renascimento. Os povos nórdicos e gauleses costumavam obedecer a ritos nos quais, durante os dias que antecediam ao solstício de inverno, permaneciam em jejum, com suas atividades momentaneamente suspensas e paralisando todas as rodas ,uma vez que estas simbolizavam a dinâmica da vida. Pelas proximidades do dia 21 de dezembro (inverno no hemisfério norte) reuniam-se em sabbats nos quais passavam a noite numa vigília de orações, em penumbra, com as velas dos santuários apagadas,reverenciando a noite que-segundo acreditavam- guardava em si uma semente que se faria luz assim que a aurora surgisse.

 
    Pela madrugada, as rodas, nos santuários e por toda a parte, eram postas a girar ,na representação da continuidade do existir.
    Evocações eram feitas para que o rei da escuridão, do azevinho, que fora colocado sobre altares, desse lugar à luminosidade também ali representada pelo visco-parasita do carvalho. Ao amanhecer todos iam louvar em locais abertos junto à natureza, os primeiros raios de sol com efusões de grande alegria.
    Os ritos e festejos invernais do paganismo nos legaram algo muito importante: a certeza numa vida que se perpetua além do morrer e renasce continuamente.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Uma Visão Sintetizada De Vários Ramos Espiritualistas


Nós somos viajantes de rotas diversas que um dia alcançaremos o mesmo porto: O encontro com o Absoluto.

   ARCANA: Escola fundada em Nova York no início do século XX pela senhora Alice Bailey sobre a intuição de um mestre de nome “O Tibetano”. Preocupa-se principalmente com o discipulado de cada indivíduo, com a preparação e o compromisso daqueles que serão os canais para o trabalho dos grandes Mahatmas. Um treinamento cristão e um vigoroso chamamento à uma iniciação oriental é a proposição desta escola que prepara grupos precursores de uma nova era mais fraterna.

.Sede da Antroposofia em Basel, na Suíça.

    ANTROPOSOFIA: Escola criada em 1916 pelo teosofista Rudolf Steiner na Alemanha e Suíça. Quase extinta depois em seus países de origem, a Antroposofia espalhou-se primeiramente na Inglaterra e Canadá. Hoje está enraizada em todos os países com grande relevância no Brasil. Seguidor de Goethe, Steiner inspirou-se na universalidade deste gênio, e, sobretudo em seu gosto pelas ciências naturais e pela evolução das formas. Sua escola dedica-se à medicina, farmacologia, agricultura natural e dá um grande enfoque ao tratamento de excepcionais, dentro do místico preceito do “corpo como o templo do espírito”.

   BUDISMO: Religião indiana iniciada no século VI pelo sábio da casa dos príncipes Sokyas, cognominado “O Iluminado”, como uma reação ao elitismo bramânico da época e para atender a indivíduos mais abandonados da sociedade indiana. Por esta razão sua doutrina baseia-se nas “Quatro Nobres Verdades” versando todas sobre a dor. Sobrepujar a dor é a aquisição máxima do Budismo. Por perseguições internas, decaiu na Índia no século II da era cristã, mas permanece em outras regiões da Ásia como China, Japão, Ceilão, Birmânia e outras. Hoje é uma das grandes religiões em número de seus adeptos. Sempre lutou contra os flagelos corporais, e o sistema de castas bramânico.

   BRAMANISMO: Religião da Índia, originária do Vedismo, que teve início no século VIII AC. Nascida da ideia védica do sacrifício celebrado por sacerdotes, dela se originando o sistema de castas. Tem como princípio supremo do universo o Brama e como princípio vital do homem o Atman.  Baseia-se em dois livros sagrados: “Os brâmanes” e os “Upanishadas". O primeiro é a evolução pela sabedoria e o segundo pela união com o Absoluto. Em sua fase de decadência, duas oposições lhe foram feitas: o Jainismo e o Budismo. A devoção popular para as pessoas da Trindade indiana dirige-se contudo mais à Vishinu e Shiva , suas segunda e terceira pessoa, pois Brama é para o Bramanismo, o Pai incognoscível aos mortais.

Templo de Loto da fé Baha'i em Nova Delhi, Índia.

   BAHAISMO: Movimento religioso e social da Pérsia de origem islâmica e Sufi, fundado por Baha-u-llah .Espalhou-se em centenas de países , tendo como uma de suas grandes sedes, a “Casa de Adoração” em Illinois, USA.  A fé Baha'i traz a proposição da unidade racial e religiosa e caracteriza-se originalmente por um sistema administrativo sócio- político que se adequaria a todos os países, pois ,segundo as palavras de seu fundador, “A terra é apenas um só país e os seres humanos seus cidadãos”. Será talvez o único grupo que está conseguindo vivenciar a unidade religiosa por meio de contatos com prosélitos de outros movimentos e Igrejas.

   CIÊNCIA CRISTÃ: Escola criada no fim do século XIX em Boston, USA, pela senhora Mary Baker Eddy. É uma das mais originais das linhas cristãs pois dedica-se a restaurar a faculdade de curar que os primeiros cristãos possuíam. Trabalho de cura que usa o poder espiritual sobre a matéria. Apoia-se numa interpretação espiritual da Bíblia.

   CIRCULO ESOTÉRICO DA COMUNHÃO DO PENSAMENTO: Ordem de caráter universalista criada em 1909 por Antônio Olívio Rodrigues, em São Paulo,buscando uma cruzada de espiritualização.Traz à tona todas as doutrinas espiritualistas e ideias esparsas dos grandes pensadores,através da publicação de seus escritos. Trabalha através de seus centros de irradiações mentais. Desenvolver o poder mental e usá-lo sobre um prisma espiritual é a sua prioridade.

   CRISTIANISMO: Religião que apresentou uma perspectiva absolutamente original em sua época,e ao obediente terror do povo de Israel a seu Deus Javé. Seu próprio inspirador, Jesus, personifica em si a sensibilidade que os seguidores de Moisés haviam perdido.  Transforma o severo Deus Javé no Deus do amor, Pai de todos. Nada deixa escrito. É também sua originalidade. Apenas sua própria figura e conduta será sempre o testemunho do Divino expresso no homem. Sua religião é a doçura e o amor entre os homens. Dirige-se especialmente aos deserdados. Ensina por parábolas, bem aventuranças e identificações com a natureza para atingi-los. Buscava sua mensagem apenas na simplicidade do “Amai-vos uns aos outros”,pois só isto ,segundo ele, abrangeria todas as doutrinas e todos os profetas. No dizer de Paulo de Tarso, o testemunho pessoal do próprio Jesus é tudo no Cristianismo, pois nele, Jesus, habita substancialmente toda a plenitude da Divindade.

Chico Xavier, maior médium do Brasil.


   ESPIRITISMO: Doutrina baseada na sobrevivência da consciência em corpos sutis e na comunicação entre encarnados e desencarnados, através dos chamados “Médiuns”. Fundada em 1853 por Alan Kardec ,na França, foi logo divulgada pela Sociedade de Estudos Espíritas. Seu maior difusor foi Camille Flamarion que recebeu mediunicamente suas maiores obras. Sua doutrina é exposta no “Livro dos Espíritos”. Empenha-se no auxílio material à camadas carentes da sociedade e num vasto receituário farmacológico recebido através de seus “Médiuns”.Consola seus seguidores através do sentido de não perda daqueles que desencarnam. No Brasil, um de seus maiores e mais querido médium foi Francisco Candido Xavier.

   GNOSTICISMO: Doutrina espiritualista, criada em Alexandria por Simão, o mago, contemporâneo de Jesus. Foi uma fusão das ideias cristãs que nascia, do Helenismo, e das religiões da Caldeia, Pérsia, Índia e Egito. Difundiu o Cristianismo com uma interpretação própria, paralelamente aos discípulos de Jesus e na mesma época. Pela liberdade de interpretações pessoais, foi a religião que mais se bifurcou em seitas, restando então hoje pouco de suas antigas proposições filosóficas.  Porém, ainda conta com um ramo que lhe guarda a originalidade: os Néo-Gnósticos franceses. Foi extremamente perseguida pelo Cristianismo quando este se estruturou.

   HERMETISMO: Fundado pela lendária figura de thot chamado pelos gregos de Hermes, o Trimegisto, renova o culto esotérico do deus Egito Amom Rá ,o Sol . Foi o primeiro grande iniciador do Egito.  É a doutrina da luz interna no homem. “Tu és luz”, Segue a Luz”, são os lemas de Hermes. “O Livro dos Mortos” é o mais antigo livro atribuído ao Hermetismo. Toda a espiritualidade do Mediterrâneo é inspirada no Hermetismo: Platão, Pitágoras e a escola de Alexandria. Posteriormente, dos ensinos herméticos saem os Franco Maçons e os Rosa Cruz.O ensinamento esotérico de Hermes culmina na iniciação dada por ele a seu discípulo Asclépios. É esta uma das mais belas páginas da Antiguidade.

   ISLAMISMO: Nascida no século VII ,na Arábia, é a última das grandes religiões. Maomé, seu fundador, criou a unidade das tribos arábicas, através da crença no deus único, Alá. Recebeu a doutrina por revelação do anjo Gabriel, relatando-a no Alcorão, livro sagrado do Islã. Grandes lutas de repercussão política geraram, até ainda hoje, as divergências entre seus dois grandes ramos: Xiitas e Sunitas. Atualmente é a religião que mais influencia as decisões sócio políticas de uma nação, com o comprometimento para as relações internacionais do Irã.

   JUDAÍSMO: Religião do povo israelita, dividida em 4 períodos distintos: Religião patriarcal, religião de Moisés, religião dos profetas, religião judaica do pós-exílio.  No período pré-mosaico ela é tribal e animista, a crença em Javé é conciliada com a adoração a deuses e espíritos. Após Moisés, temos um monoteísmo mais explícito como uma reação ao politeísmo que os israelitas traziam do Egito. A linha esotérica judaica que faz oposição ao seu ortodoxismo é a Cabala com origem na Caldeia. Tem como seu principal livro sagrado “O Velho Testamento”

      MARTINISMO: Doutrina originária da Maçonaria,fundada pelos irmãos Martins em Paris, em fins do século XVIII. Faz renascer o humanismo e os direitos humanos e instituiu a participação das mulheres nos rituais e ocultismo da linha egípcia. É uma escola aberta a poucas pessoas, requerendo aos seus seguidores o guardar segredos sobre os poderes anímicos que desenvolvem, devido a origem hermética da qual a característica mais conservada é uma reservada formação individual. Esta ordem inspirou os romances místicos de Balzac.

   ROSA-CRUZ Movimento espiritualista por muito tempo secreto, nascido da Franco-Maçonaria, iniciado por Cristian Rosencreutz na Idade Média, com a proposta de ser divulgada durante um século e entrar em recesso durante outro, sucessivamente. Os Rosa Cruz foram grandes alquimistas. No princípio do século XX obteve uma ramificação de caráter mais filosófico com a ordem fundada por Max Heindel na Califórnia, que espalhou-se na América e em grande parte da Europa.

   SUFISMO : Seita do Islã que muito o aprofundou. Criada no século VIII na Pérsia. Não aceita dogmas, busca o intercâmbio com o Deus interno no homem, sendo por isso acusada de fazer blasfêmias pelo Islã ortodoxo.  É expressa principalmente no louvor à beleza da vida. Um de seus maiores mestres é Rumi um dos maiores poetas persas do século XII, que criou a famosa dança giratória dos dervixes, maneira artística de louvar a Deus. O Sufismo levou sua mensagem espiritual ao ocidente através do movimento Sufi de Inayat Khan no início do século XX.

Símbolo da Sociedade Teosófica.

   TEOSOFISMO: Nascido no século III da era cristã com a pessoa de Amônio Sacs , teve como principal seguidor o filósofo grego Plotino. Fez renascer o Platonismo e durante séculos o Teosofismo viveu sob a supremacia das ideias neo- platônicas. Em 1875 em N. York, sob inspiração de grandes mestres orientais , é criada por Helena Blavastky a Sociedade Teosófica. Esta traz para o Ocidente o conhecimento dos Mahatmas orientais que formam a Fraternidade dos adeptos brancos. Esquematiza e põe em moderna linguagem científica as grandes leis da sabedoria oriental adaptando-as ao raciocínio ocidental.

   TAOISMO: Doutrina criada pelo pensador chinês Lao Tse. Originou-se de Tao, o Caminho. Tudo tem seu caminho, uma estrela, um planeta, um rio, tudo segue o seu curso. É a ordem universal e só o homem, por seu livre arbítrio deixa o seu curso e cria o caos, no qual se enreda. É a religião do retraimento, da modéstia. Nada faz para sobressair-se. Religião de técnicas de alimentação, de sexo e respiração, visando prolongar a vida. A união do Yang e do Yin do ser e do não ser é a base do universo manifestado, onde todas as verdades são relativas. O Tao é a procedência de todos os fenômenos. Ele os ordena.

   VEDANTA: sistema iniciado por Vyasa, sendo lhe atribuído, sem certeza a data de 1.400 AC para um estudo dos Upanishadas, livro bramânico. Foi reavivado naquele que é considerado por muitos o último avatar do oriente: Ramakrisna Parahansa no início do século XIX. Ao fim deste mesmo século , seu mais chegado discípulo, Vivekananda, funda a Sociedade Vedantina em New York, com posterior propagação no Canadá e México. Hoje, seus Suwamis (instrutores religiosos) a difundem em peregrinações em toda parte do mundo. A renúncia ,as yogas,a mística e a universalidade religiosa do Bramanismo a caracteriza. A Vedanta é também conhecida como Brama Jarana (o conhecimento de Brahma). É a mais moderna concepção do Hinduísmo.

Santuário xintoísta de Itsukushima.

   XINTOISMO: A principal religião do Japão é a única originária dos grupo autóctones do país. Religião de veneração aos antepassados. O rei, Mika do, segundo creem , é o representante da deusa solar Amaterazu. O cetro do poder foi lhe dado pela deusa para que governasse as ilhas japonesas, consideradas um país de deuses, uma vez que a raça que neles habita é, pela lenda, de origem divina, descendente direta de Deus. Por razão desta crença a Teocracia se mantêm como forma de Estado.

   ZOROATRISMO: religião de cronologia incerta criada provavelmente no século VII ou VI AC, pelo profeta Zoroastro ou Zatratrusta. Este, reformou o politeísmo da Pérsia, levando-a ao Monoteismo, cujo deus único é Ahura Mazda ou Ormuz. Religião dualista onde Mazda e Ahrumam (o bem e o mal) se opõem.  Religião ética que visou sobretudo reformas econômicas, tendo o profeta elaborado um programa de agronomia com grandes consequências na vida social do Irã. No século VII, tendo o Islamismo árabe se apossado da Pérsia, o Zoroatrismo deixou de ser ali o culto oficial. Hoje o Zoroatrismo aparece mais na Índia, nos grupos denominados “Os Parsis”, fieis que fugiram para a Índia por ocasião da invasão muçulmana.

Ogun orixá da guerra no Candomblé.


   AFRO-BRASILEIRA: Ramo religioso chegado ao Brasil pelos escravos negros que aqui chegaram da África no séc. XVI. Monoteistas, acreditando num único Deus Olurum, mas com forte culto à entidades iluminadas, os Orixás. Perseguidos durante dois séculos pela Igreja, conseguiu conservar, contudo, suas crenças espalhando-as por todos os estados brasileiros. Alguns de seus ramos conservando-se puro Afro, como o Candomblé, outros aderindo a um sincretismo.  Sincretismo no qual juntam Espiritismo, Catolicismo e Afro dos Bantos de Angola. Manifestam este sincretismo principalmente dentro do culto da Umbanda .

Muitas Escolas deixaram de ser aqui citadas . Nesta tentativa de entender-nos e ao universo, contamos ainda com o esforço de grandes pensadores.  Iogas orientais que introduziram suas práticas nesta parte do mundo e uma vasta lista de ocidentais : Van Der Lew, Dion Fortune , Ubaldi , Franz Hartman, Alberto Lira, Cenira R. de Figueredo. Lorens, Rodhen, Edwin Arnold, Geofred Hudson, Mabal Colins, Goldsmith, Brunton, Raymond Bernard e tantos outros.

Contudo, tal como professava um deles ,o grande e livre pensador Krishnamurti, ao aspecto intelectual desta ilimitada questão, sobrepuja-se o ouvir-se, o perceber-se a vida em si, o todo dia que vivenciamos. As religiões valem enquanto pretexto para agrupar homens, apresentando-lhes opções, caminhos, irmanando-os numa mesma busca. Farão, porém, o papel de limitadores se tentarem impingir-lhes seus próprios valores. Sua proposição é, sem dúvida, a de um intuitivo luminar, pois apenas a busca da Verdade poderá ser alimentada em cada homem. A Verdade em si confina-se ao limite da evolução de cada ser, é a sua porção perceptível e individual. Jamais poderá ser obtida através de qualquer meio de submissão.