terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Monte Saint Michel

O Arcanjo Miguel e seu Monte Sagrado... 


Miguel é o arcanjo mais conhecido e procurado da legião angélica. A origem da adoração a este arcanjo nos vem do Judaísmo. È dito que foi ele o ser que ajudou Jeová no desenvolvimento da raça Semita original.
  Aparece também na” Arvore da Vida”, no estudo daquele Judeu esotérico que atuava fora do Sinédrio oficial de Jerusalém.
  Tendo a arvore cabalística dois lados de energias a serem trabalhados , o da severidade e o da misericórdia, ele vai aparecer no lado da severidade. Ali, comanda as grandes forças inibidoras e equilibrantes dos impulsos emocionais. Tais impulsos, por vezes, de uma indulgência que toca as raias da licenciosidade e quase sempre em desequilíbrio no comum dos homens, necessitam disciplina para os limitar. Arcanjo Miguel atua na consciência mental, racionalizando emoções descontroladas.
   È o guerreiro celestial que luta para manter nosso corpo emocional em equilíbrio, para que este reflita sobre as conseqüências de ações impulsivas.
  O esoterismo o vê como o principal auxiliar dos desencarnados que vivem no plano astral, para equilibrá-los num momento em que têm o emocional fragilizado pela nova situação que enfrentam. È ele quem os liberta para serem encaminhados à chamada 2° morte onde a consciência dos desencarnados atuará unicamente no plano mental. Por esta razão, é entre” almas do além” que o encontramos em quadros antigos.
  Foi genialmente retratado, entre outras figuras da obra de Miguel Ângelo “O Juízo Final”, na capela Sistina , em Roma, uma vez que ele, segundo pensamentos judaicos e cristãos, é o grande ser do Juízo.
  Se entendermos o Juízo Final como um ajuizamento, uma avaliação que faremos das ações de nossas vidas, ao término de um grande ciclo evolutivo, compreenderemos porque naquele momento ele será o ser realmente mais apropriado a nos auxiliar. Não estaremos nos então na difícil tarefa mental de avaliarmos tudo o que de errado fizemos? De necessitarmos equilíbrio emocional para aceitar, perdoar e tentar modificar nossas ações para seguirmos um novo período evolutivo adiante?

O Monte Saint Michel, refletido na água...


  Os mitólogos o comparam ao Mercúrio grego, mensageiro dos deuses, que tinha asas nos pés, pela velocidade com que agia. Também este arcanjo atua com rapidez, sendo ele de vibração mais próxima ao alcance do homem e de mais fácil prontidão a atendê-lo.
  Conta com três grandes representações que ora aparecem juntas, ora separadas. È o “Príncipe da Legião Celeste”, é o “Pesador de Almas”, é o “Guerreiro Matador do Dragão”.
  Símbolos ilustram em estátuas ou pinturas estas suas três qualificações. Como Príncipe,aparecerá com uma coroa de pedras, como Pesador, trará uma balança às mãos, como Guerreiro, empunhará uma espada com que matará o dragão, representativo de nossos instintos inferiores,
  Aqui lembramos que em sua faceta de” Pesador de Almas” tem sido freqüentemente identificado a thot, o grande juiz pós- morte do” Tribunal de Osires” que pesava o coração das almas em balanças,o que remete o arcanjo novamente à característica de um medianeiro num “Juízo Final” que traz como símbolo a balança.
  Na atualidade, escolas de ocultismo vêm citando o seu poderoso auxílio no trabalho de Moria, um dos mestres da Grande Fraternidade Branca.
Um dos maiores cultos ao Arcanjo Miguel vem sendo feito desde a Idade Média até hoje na Normandia, região francesa que conta com o magnífico Mont-Saint-Michel
  È interessante notar-se que o Cristianismo, ao espalhar-se pela Europa, apesar de ter destruído e sucedido o Paganismo, aproveitou, na implantação de seus santuários, locais de ritos pagãos e até conservou neles as mesmas energias e simbolismos que era ali evocados. Como exemplo, vemos que em muitos lugares onde os pagãos cultuavam a “Mãe Terra”, o Cristianismo edificou capelas e igrejas à Nossa Senhora.
  Assim, no citado Mont-Saint-Michel, local onde se adorava o deus guerreiro Lug, que era para os antigos Celtas o senhor do poder e que tinha como símbolo a espada, o Cristianismo passou a cultuar o Arcanjo Miguel, representante da mesma força, e que hoje tem sua gigantesca estátua sobre a torre da abadia de Saint Michel, brandindo igualmente uma espada de guerreiro.
  O monte, localizado no Canal da Mancha, nos proporciona um fenômeno impar: marés que mudam de baixas para altas, diariamente ao entardecer, e que transformam completamente o seu panorama. Sua fortaleza cercada de areia, em poucos minutos, vê-se rodeada por águas, deixando uma única passagem para lhe dar acesso. Este fenômeno belo e inesquecível, contêm todo o simbolismo para o místico que o presencia. Representa-lhe a oscilação freqüente de suas emoções, que o Arcanjo, imponente , lá de cima da torre- agulha, com sua especificação de equilibrador parece querer dominar.


Estátua do arcanjo Miguel, no topo do monte que leva seu nome .

  O Monte sempre foi, desde a Antiguidade um local sagrado. Já o era para os pagãos Celtas da antiga Gália. Seu primitivo nome era Mont Tombe(monte da tumba )pois era crença que para ali se encaminhavam as almas dos mortos que necessitavam o auxílio do deus Lug. Assim, ao substituir Lug pela arcanjo Miguel,o Cristianismo, não casualmente, pois é dito por nós esotéricos que nada é casual, colocou ali um ser dos desencarnados, conservando a mesma crença no trabalho espiritual que segundo os pagãos lá se desenrolava.
  Quando os pagãos foram afastados, o monte , que na Antiguidade contava apenas com a beleza de sua paisagem e matagais, o isolamento e uma quietude onde o único ruído ouvido era o do mar,serviu durante muito tempo de refúgio à ascetas cristãos que ali iam fazer meditações e retiros .Desta época, surgiu uma das mais caras lendas dos antigos normandos:
  Conta-se haver ali um asno que fazia o papel de carregador de mantimentos, trazendo de uma vila próxima a alimentação que abastecia os ascetas retirados do monte. Também entre os matagais vivia um lobo feroz, que assustava com seus uivos ameaçadores aqueles eremitas. Um dia, o lobo comeu o asno. Então como o asno convivera sempre com aqueles homens santos, assimilara deles e dos seus locais, vibrações sagradas. Ao comê-lo, o lobo de feroz passou a ser pacífico, dócil e fiel aos eremitas. Um milagre, diziam os gauleses, que só num monte tão abençoado como aquele ,aconteceria. Também no SEC. VIII, na edificação, ali, do primeiro oratório cristão, surge outra de suas lendas:
   No local escolhido para colocarem os seus alicerces, havia,  uma enorme pedra que ninguém conseguia mover. O bispo de Avranches, vila próxima, sonha então com o arcanjo lhe dizendo que havia um de seus habitantes capaz de retirar a pedra com o seu auxílio. Todos os homens mais robustos o tentaram então sem sucesso, quando uma criança ainda bebê, tocou com seus minúsculos dedinhos a pedra e esta rolou mar a dentro. Lenda que quer especificar a força poderosa do Arcanjo Miguel que passaria a atuar ali.
 Uma Abadia foi depois construída sobre o antigo oratório e hoje arquitetos se extasiam com seu atual esplendor. Ela sobressai-se no alto de uma graciosa cidadela medieval, obrigando os religiosos que a visitam a fazer uma longa e íngreme subida. Para estes , a subida é sempre o símbolo da busca de uma Luz Maior, do Eterno , o que empresta ao local um clima de grande misticismo.
  As maiores peregrinações para ir á “Maravilha do Ocidente” homenagear o grande arcanjo, acontecem no dia 29 de Setembro , o seu dia. Nenhum normando religioso , até hoje se esquece que na  tomada da Normandia pelos Vikings do SEC. IX ,o Mont Saint Michel foi o único local surpreendentemente respeitado por aqueles,e onde grande parte das populações vizinhas então se refugiou.
  O Arcanjo Miguel aparece também com importância na história da França , por ter sido o ser que falou à Joana D’Arc, no SEC.XIV inspirando-a a terminar com a Guerra dos Cem Anos, o que mereceu aparecer sua efígie na frente de seus estandartes.
Surgida na arcaica Judéia, a adoração a este arcanjo, porém, expandiu-se não só na Europa. Também em qualquer reduto espiritual das Américas, religiosos o cultuam com o mesmo fervor das populações antigas.

O Caminho de Santiago de Compostela

  Rota de quase 900 km que atravessa o extremo norte da Espanha, desde a França até o Finisterra. Antes que este caminho fosse chamado de Santiago de Compostela, nele transitavam povos pagãos, grupos de sacerdotes e místicos que atravessavam os Pirineus vindos da França. Eram os Celtas Druidas. Sua principal devoção era à Mãe Terra, uma vez que se consideravam originários do povo de Dana, a grande deusa da época matriarcal e se intitulavam “Tuatha Dé Danann”. Naquele caminho encontravam uma boa razão para reverenciá-la. Sob seu solo se concentrava grande quantidade do metal Telúrio que consideravam a manifestação energética desta deusa. Chamavam-na também de Virgem Negra, justamente pela cor deste metal negro. O paganismo celta sempre celebrou Virgens Negras por causa da crença de que sua força viria deste metal. À força telúrica então correspondia à da Mãe Terra, cuja concentração maior estava neste Caminho.
Catedral de Santiago de Compostela, destino dos peregrinos do caminho.

 Pela época em que os bárbaros Visigodos, lá pelos anos 400, invadiram a Espanha, o Finisterra, local isolado, considerado na época como o extremo fim do mundo conhecido, era visitado por grupos místicos que iam venerar um mestre de nome Jakim. Iam ali fazer retiros e consultá-lo. Mesmo após a sua morte, continuaram por longo tempo atravessando o norte da Espanha até o Finisterra para louvá-lo. Também na posterior invasão dos romanos,estes levantaram em todo o norte espanhol muitos locais de ritos a seus deuses, como Mercúrio ,Marte etc. Portanto, este percurso sempre foi pleno de peregrinações devocionais.
  Só pelo sec. IX começaram nele as devoções cristãs ao apóstolo Tiago Maior. Conta-nos o Cristianismo que Tiago havia saído da Palestina para pregar a mensagem do Cristo no norte da Espanha. Ao retornar á Palestina foi decapitado por Herodes. Seus adeptos então a fim de preservarem seu corpo de profanações romanas, fizeram-lhe um tipo de embalsamento e o levaram para ser enterrado na Espanha. Enterraram-no onde hoje se localiza Compostela, que na Antiguidade era um grande areal. Passou tempo ali enterrado, escondido de invasões, até que no Sec. IX alguém viu uma chuva de estrelas caindo sobre um montículo de areia.
A concha, símbolo dos peregrinos de Santiago.


 Desenterraram então seu corpo, identificado pela maneira de se enterrar na Judéia. Deram ao local o nome de “Campo de Estrelas” que depois se tornou “Compostela”. Tiveram então início as peregrinações ao corpo do apóstolo que recebeu sobre ele o 1°templo.
 Tais peregrinações foram incentivadas pela Igreja pelo desejo de exterminar com os cultos pagãos preservados ainda no Caminho. Muitas capelas e igrejas  à Nossa Senhora foram erguidas nos locais onde antes se homenageava a Virgem Negra. Assim, ritos devocionais continuaram a ser feitos em todo aquele percurso.
 A Espanha contou com três grandes religiões: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo dos Mouros. Aconteceram ali então inúmeras lutas para a manutenção do Cristianismo. Criaram-se lendas de que a alma de São Tiago participava destas batalhas em favor do Cristianismo, naturalmente. Por isto, hoje temos ali duas representações suas: São Tiago Peregrino e São Tiago Matamouros, como se fosse possível se imaginar um apóstolo do Cristo  trabalhando em batalhas.
Mais tarde, no Sec. XIII entrou no Caminho outra leva de místicos: Os Templários. Construíram em todo o percurso inúmeros hospitais, hospedarias e capelas para atender os peregrinos. Como já eram perseguidos pela Igreja, foram deixando nestas capelas símbolos onde ocultavam os seus conhecimentos esotéricos. Tal é o caso da Ermida de Eunates, localizada sobre um grande veio de Telúrio, em forma octogonal, representando o número oito, símbolo do 2° nascimento de um Iniciado.
Ermida de Eunates, construção templária.

 A outra grande contribuição artística que deram ao Caminho são as grandes catedrais góticas que, em união com a Maçonaria, ajudaram a construir, também repletas de símbolos místicos.
 Tais peregrinações foram aumentadas significativamente porque, pelas Cruzadas, as peregrinações à Terra Santa estavam suspensas. Também contribuiu o fato de aquelas pessoas que praticavam algum delito na Europa, em vez de serem presas, podiam resgatá-lo fazendo uma peregrinação à Compostela, o que na época representava um grande sacrifício. Ao voltarem, deviam trazer um comprovante de que lá estiveram. Isto é a origem da chamada” Compostelana”.
 Os peregrinos antigos costumavam trazer conchas para exibi-las para família e amigos, pois em épocas antigas o mar chegava às proximidades de Compostela. Assim, a concha tornou-se símbolo do Caminho.
 Hoje, o Caminho de Santiago é tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade .Ali, se encontram habitações dos antigos Celtas (caso do Cebreiro) absolutamente preservadas, alem do Caminho ser um mina para artistas e arquitetos pelos seus inúmeros monumentos de estilo Românico e Gótico.
 Para um místico é o percurso imperdível, onde vão encontrar muita energia devocional para abastecer-se espiritualmente e uma simbologia que irá enriquecer seus conhecimentos.
 Podemos alem disso, adquirir a simplória inocência daqueles que moram no Caminho: Quando vêm uma estrela cadente gritam:” Deus te guie para o bem”. Acreditam que as estrelas cadentes são almas dos peregrinos mortos que buscam inserir-se na Via Láctea; que as vezes porem suas almas se perdem e caem de volta na terra. Gritando “Deus te Guie” tais almas acharão novamente a direção que as levará à Via láctea.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Lua Tríplice e as Deusas Lunares

   Na natureza a lua influencia as colheitas em momentos de crescimento, fertilidade e envelhecimento dos plantios e depois repouso. O relacionamento sol com a lua produz os ciclos lunares ,as fases da lua, elas são chamadas de lua jovem, lua mãe e lua anciã e a lua oculta. Como a lua é considerada uma doadora de força feminina ela pode ser representada como a mulher jovem (a lua crescente), a mulher mãe (a lua cheia) e a mulher anciã (a lua minguante.) A lua nova, por ser a oculta, geralmente não é representada. As deusas lunares da Antiguidade também eram assim divididas jovens, mães e anciãs. A lua donzela crescente, representa planos a serem realizados. A lua cheia representa o ventre da mãe grávida, a fertilidade, e a maturidade. A lua minguante anciã assinala o recolhimento da colheita de tudo aquilo que se plantou nas duas primeiras fases. A lua nova, a morte , o repouso.

Deusa lunar Ártemis, senhora da caça e das florestas ermas...

   Como exemplo de deusa lunar jovem tivemos Artemis também chamada de Diana, a caçadora virgem. Como deusa lunar mãe temos Jacy, da mitologia tupi, esposa de Tupã e ainda Killa, deusa peruana esposa do deus solar Inti.  Exemplos de deusas lunares anciãs são a Hactor egípcia, deusa de cornos de vaca que gerou o mundo e cuida dos mortos alimentando-os com o seu próprio leite. Também Nanã da afro brasileira o mais velho de todos os orixás. Quando  Nanã dança ela imita o embalar de uma criança, dizem os nagôs que Nanã embala a humanidade  em seus braços.
Um exemplo de lua nova é  Lilith, a lua negra, que segundo a tradição hebraica foi a primeira esposa de Adão. Temos também como lua negra, Yeua, dos mitos afros brasileiros.
   A Antiguidade contou com algumas deusas de aspecto tríplice ,jovens, mães e anciãs.
Um exemplo é Cerridwen deusa lunar celta, uma maga que traz nas mãos um caldeirão.Dentro dele prepara poções mágicas que nos trazem inspirações e até dons adivinhatórios. Assim aconteceu com Taliesin um membro da corte do rei Artur que ao tomar a sua poção , tornou-se o maior adivinho da corte. Segundo os Celtas, qualquer negatividade que em pensamentos e meditação colocassem dentro do caldeirão de Cerridwen era transmutada em positividade.
   Durante muito tempo o poder patriarcal masculino vem valorizando muito a razão e distanciou no ser humano o seu lado feminino, reprimiu a sensibilidade, a imaginação, a contemplação. É importante então que façamos meditações onde lidamos com forças e imagens femininas.

Lua nova formando no céu o assim chamado "Arco de Diana"
  
Como a energia lunar nos influencia?  Assim como a lua influencia as veias internas do solo, suas correntes telúricas, e influencia as correntes marítimas, ela também atinge nossa corrente sanguínea. E, nossa corrente sanguínea está diretamente ligada as nossas emoções. Notemos a mudança de humor numa mulher que menstrua,o aumento de nossa pressão arterial quando nos emocionamos. A lua atua através de nossos chacras abdominais, principalmente daquele ponto que os indianos chamam de Hara. Quando numa noite de luar nossas inspirações poéticas aparecem, elas se dão pela energização, pela limpeza que está sendo feita nas emoções retidas em nossos chacras abdominais que favorecem as idealizações, as inspirações vindas dos chacras superiores.
   A maneira como o homem recebe e se relaciona com as energias que recebe de cada fase lunar, vai definir como ele recebe as intuições, os princípios divinos dos seus corpos superiores. Cada fase nos traz um aumento gradual da percepção dos conteúdos da nossa fonte interna. O controle de nossa emoções e as nossas realizações criativas podem então ser alcançadas pouco a pouco por meio de fases, de ciclos lunares completamente cumpridos. Quando entramos na fase crescente ,este é um período para nós de lutas, de conflitos íntimos porque as nossas emoções estão entremeadas com conceitos culturais, raciais educacionais, então nossas intuições são muito confusas. Do discernimento que consigamos fazer em meio a carga social desta fase jovem, crescente, vai determinar como iremos nos comportar quando a lua cheia chegar. A lua cheia é a ocasião em que a potência solar da fertilidade, de criatividade nos é trazida com mais força pela lua.É quando acontece a nossa maior manifestação criativa. É a explosão de tudo o que temos dentro de nós. Tudo se torna explícito. Realizações boas e ruins vem á tona.
Na lua minguante nossas inspirações intuitivas caso as tenhamos conseguido, ainda se conservam fortes nos primeiros dias. Mas logo dá-se conosco  uma insatisfação das ideias mal discernidas, elas minguam. Temos o desejo de renovar nossas ideias, de  acrescentarmos a elas novas criações melhoradas. Estamos já caminhando para o início de um novo ciclo . Os três dias que antecedem à lua nova entramos na chamada lua balsâmica. Nela, as necessidades surgidas, as novas ideias esperadas são gritantemente declaradas. Sabemos que existem ciclos lunares mensais, mas existem também os ciclos maiores da nossa vida. Ciclos dentro de ciclos. Se compararmos esta fase minguante com a fase da mulher anciã, vemos que esta insatisfação pode gerar uma rabugice, uma tristeza ou uma espécie de renovação tranqüila.
   Na lua minguante, este desejo de renovação é que os indianos chamam de Shiva  que destrói o velho para por o novo  em seu lugar. Depois vem  a inatividade.
   Mensalmente quando termina um ciclo destas 3 fases o homem teve oportunidade de um encontro com os princípios divinos. Teve oportunidade de evoluir um pouco. 
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Ciclos Lunares

Segundo o famoso espiritualista Dane Rudyar, existem duas maneiras de fazermos identificações com a nossa fonte criativa, com o nosso sol interno e com os conceitos divinos. A primeira é através da luz de um iniciador, de um mestre, que transfere o poder da sua luz interna para um discípulo. Segunda, através da intermediação da lua, que Rudyar chama de “caminho indireto de realização criativa”.Entendendo-se por realizações criativas não só as criações artísticas, culturais, mas todas as idéias novas que recebemos para evoluir. Veremos então como se daria esta intermediação do espírito criativo divino através da lua.

    Na natureza, a lua influencia as colheitas resultantes dos ciclos de fertilidade criativos do solo. Como influenciaria o homem? O relacionamento do sol com a lua produz os ciclos lunares, as fases da lua. A maneira como o homem recebe e se relaciona com as energias da cada fase lunar, vai definir como ele expressa o seu espírito criativo, como ele recebe intuições e princípios divinos e define a sua relação com a humanidade e consigo mesmo. As nossas realizações criativas podem então ser alcançadas pouco a pouco por meio de ciclos de lunação  completamente cumpridos . Todos os meses temos oportunidade de receber intuições e idéias novas que se apresentam dentro de nossa mente.
    Cada fase traz para nossa mente um aumento gradual da percepção da nossa fonte interna. Nas duas primeiras fases, da lua Nova e da lua Crescente, as revelações são  recebidas e depois discernidas e nas outras fases, cheia e minguante, se dá a expansão daquilo que captamos nas anteriores.
    Nos primeiros dias da lua Nova -nos diz ele- descansamos das nossas atividades mentais, recebemos energias de repouso, entramos numa espécie de recesso onde nossa mente é recarregada, abastecida. Nos últimos dias da lua Nova são liberadas para nós idéias sementes ( que serão totalmente manifestadas apenas quando vier a lua Cheia) Na última fase da lua Nova, nossa mente está assim como meio adormecida, nosso poder de discernimento está fraco, tudo o que fazemos neste período é impulsivo, instintivo.
    Entramos depois na fase Crescente. Esta é a fase mais importante deste processo mental lunar. Dela vai depender o tipo de manifestação que faremos em nosso habitat quando a lua Cheia chegar. A lua Crescente é chamada de útero lunar. É um período para nós de lutas e conflitos íntimos porque todas as intuições já recebidas serão entremeadas com conceitos culturais, raciais, educacionais, serão vistos pelo prisma humano. É o momento do discernimento. Se na lua Crescente truncarmos, deturparmos as novas idéias com nossos conceitos humanos, quando vier a lua Cheia, onde a atividade do Logos Solar sobre a lua torna-se muito potente, as manifestações serão mais fortes, mas deturpadas. Se conseguimos na lua Crescente conservar puros os novos conceitos espirituais que assimilamos, teremos nossa mente enriquecida, faremos reformulações de pensamentos a respeito do social, do religioso, toda a nossa parte psicológica é renovada, enfim evoluímos.
    A lua Cheia é o período de manifestarmos em nosso mundo claramente tudo o que a nossa mente trabalhou nas fases passadas. Na Cheia, a atividade humana se torna mais criativa, mais explícita.

    Na lua Minguante, caso tenhamos manifestado idéias novas não deturpadas, nosso poder intuitivo ainda permanecerá forte em seus primeiros dias. Porém, se recebemos do período bem anterior da lua crescente idéias mal discernidas, elas minguarão, permaneceremos os mesmos do início do ciclo lunar.  À medida que a lua Minguante avança, dá-se conosco como que um cansaço mental e temos desejo de nos renovarmos , de nos libertarmos das idéias recebidas erroneamente e acrescentarmos novas  idéias bem discernidas, estamos caminhando para o início de um novo ciclo.  Os três dias que antecedem a lua Nova entramos na chamada “lua balsâmica” Nela, as  necessidades surgidas, as novas idéias esperadas, são gritantemente declaradas. Na balsâmica, os místicos costumam dirigir-se em meditação à lua , enumerando suas carências. Agem em nós aquela força de renovação que os indianos chamam de Shiva, aquela que tenta romper o que está velho para colocar idéias novas. É o tempo de orar e depois entregar.
    Mensalmente, quando termina um ciclo de 4 fases, o homem deveria ter feito um encontro perfeito com os princípios divinos, com o espírito criativo mas podemos passar por todo este ciclo sem obter nada, porque a parte crucial deste processo foi feito no útero lunar , na Crescente.
    A fase lunar  do nascimento de um indivíduo-segundo Dane Rudyar-o marca com a característica daquela fase. Se nascemos na lua Nova, podemos ter a tendência a inatividade, a adiar decisões. Se nascemos na Crescente, podemos ser influenciados pelos hábitos culturais que perturbarão nossos novos conceitos espirituais, nossas intuições, nos jogarão em  conflitos . Se nascemos na lua Cheia, podemos ser muito ativos, pormos pensamentos à manifestação prontamente, mesmo que estejam mal discernidos. Se nosso nascimento deu-se na lua Minguante temos –segundo Dani Rudyar-  tendência à insatisfações com as nossas criatividades. Sempre as desejamos melhores, sempre estamos a desejar algo novo. Porém, naturalmente a lua nos oportuniza passarmos por todos os tipos de energias solares, de evoluirmos através dela.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Credo Cristão - Numa Visão Esotérica

O credo é uma das mais importantes orações do Cristianismo. Porém, precisamos encontrar nele o seu significado mais profundo, o significado real das antigas fórmulas e símbolos que ele contêm. A maioria dos que recitam o Credo não conhecem a sua verdadeira origem e significado porque nele foram introduzidas frases que o materializaram, o fizeram perder o seu sentido interno, a sua sabedoria mais antiga.  A Igreja usa geralmente duas afirmações de Fé : O credo dos Apóstolos e o Credo de Nicéia,  este último mais extenso. Aqui me estenderei sobre o Credo dos Apóstolos por ser o mais usado.
A primeira menção  ao Credo dos apóstolos encontramos no século IV numa obra do escritor Rufino que afirmava:” Ele se chama assim porque consta de doze artigos que teriam sido redigidos pelos doze apóstolos de Jesus após a sua morte” Porém, esta afirmativa é vista como uma lenda, não sendo aceita. A  origem deste credo é vista então como incerta.
Já o Credo de Nicéia foi elaborado no ano 325 no Concílio desta cidade. Tal Concílio foi convocado para terminar com controvérsias sobre a natureza humana ou divina do Cristo, que dividiam as autoridades eclesiásticas. Algumas palavras foram agregadas a ele em outros Concílios que vieram depois.
    Podemos então ver o Credo através de dois pontos de vista. No ponto de vista dos espiritualistas, ele nos expõe uma antiga fórmula de Cosmogênese, criação do Universo, baseada nos ensinamentos de uma entidade iluminada muito alta. Também, em sua visão, o Credo faria referência ainda a rituais simbólicos praticados por iniciados dos antigos templos de Iniciação do Egito.
    No ponto de vista da Igreja, ele faz referência à biografia de um indivíduo, no caso, o mestre Jesus. A Igreja teria –segundo os antigos gnósticos- descartado os antigos ensinamentos de cosmogênese  e ritualística, transformando e interpretando o Credo como uma biografia. Isto teria servido aos desejos da Igreja do século IV  que vivia um momento de controversas ideológicas muito graves e enfrentava crenças espiritualistas consideradas por ela como heréticas.

Jesus Essênio

   Quanto a antiga fórmula de Cosmogênese deixada no Credo (visão espiritualista), a entenderemos melhor conhecendo a trajetória de mestre Jesus. Annie Besant escreve em seu livro” O Cristianismo Esotérico”, que Jesus, um judeu, nasceu no ano 105AC. Foi educado dentro das escrituras hebraicas. Sua grande sabedoria,que não correspondia à sua idade, fez seus pais educá-lo numa comunidade  Essênia no deserto da Judéia. Quando chega aos 10 anos, passou para outro monastério  Essênio  muito frequentado  por eruditos que vinham da Pérsia, da Índia e do Egito. (lembremos que o Essenismo era a mais intelectualizada organização da sua região). Ali havia um magnífico arquivo de obras ocultas. Dali ,ele teria passado para o Egito. Foi então  preparado como Iniciado da Loja Branca (Grande  fraternidade branca). O jovem hebreu recebeu então a Unção que lhe permitia um sacerdócio público, que mais tarde viria a exercer. Na verdade, este jovem iria sobressair-se tanto por sua extraordinária sabedoria, foi também o iniciado mais puro de sua época. Assim, o consideraram digno de ceder o seu corpo a um poderoso ser de luz, de servir como intermediário à força crística, ao próprio avatar Maitreya. Este grande ser  começa a falar através dele quando ele estava na idade de 29 anos e o usa durante 3 anos.  Voltando  Jesus já assim investido do Cristo à Judeia, já ungido , instruiu os chefes da comunidade Essênia nos mistérios do reino de Deus, sobre os princípios divinos ,deixando isso em fórmulas que viriam a ser a origem do Credo cristão.
    Ao mesmo tempo ele dedicou-se a predicar em público. Era impossível expor aos seus ouvintes aqueles ensinamentos que transmitia aos Essênios. Estes, por uma longa vida de preparação ascética eram capazes de entendê-lo. Jesus prega ao público e aos seus discípulos por meio de palavras de consolo. Eram discursos inspirados por sua grande compaixão por aquela terrível atmosfera de opressão em que o povo palestino vivia. Tais discursos ficaram conhecidos como Bemaventuranças e Paracletismo. Também pregou por meio de parábolas, estórias que continham regras de conduta moral. Alguns o seguiam por querer adotá-las, outros por sua personalidade amorável e outros porque viam nele uma esperança de revolução política. Os discípulos transmitiram mais tarde seus ensinamentos em um movimento de caráter universalista.

Jesus predicando.
  
  Nas mãos dos chefes da comunidade Essênia ficaram porém os conhecimentos de cosmogênese  e ritualística reunidos em fórmulas e princípios, no que pode se considerar então a primeira legítima fonte escrita do Credo, transmitidos a eles por aquela alta  entidade crística, falando através de Jesús de Nazaré . As seitas Gnósticas depois tiveram acesso a esses conhecimentos.
    Quanto a antiga fórmula de ritual egípcia com a qual Jesus conviveu, se manifestava por meio de ritos e teatralizações para expressar suas crenças espiritualistas. Por exemplo: a descida do 2º Logos na matéria, isto é, a criação e nascimento das mônadas, essência que era chamada de “Filho Unigênito”, porque era a única essência geradora de nascimentos. Tudo teatralizado num rito egípcio. A Igreja transformou essa palavra, dentro do Credo, em” Único Filho Jesus”.
    Em respeito à deturpação e materialização encontrado no Credo, aqueles que elaboraram o Credo dos Apóstolos e os membros do Concílio de Nicéia, no afã de organizar uma igreja que necessitava afastar  dissidências causadas pelas controversas sobre a humanidade de Jesus, o fez transformando o Credo numa biografia que apenas o divinizasse. Desconsideraram qualquer outra interpretação  do Credo e da Trindade Logóica citada nele, como heresia. Por isso, na visão da Igreja do sec.IV, os gnósticos por interpretarem diferentemente o Credo , foram perseguidos. Isto impediu os cristãos de conhecer algo transcendente limitando o Credo  a uma biografia.
    Aqui, uma interpretação esotérica das 12 frases do Credo:
1-Creio em deus Pai todo poderoso, criador do céu e da terra.
Refere-se aqui a Causa de tudo, o Absoluto, que compreende os planos, as dimensões que vemos e aqueles que não vemos.
2-E em Jesus Cristo,Seu único filho, Nosso Senhor.
Aqui o Credo católico começa a transformar  as antigas fórmulas essênias e egípcias numa biografia de Jesus, citando o seu nome e estabelecendo para ele uma natureza não humana quando o chama de Único Filho de Deus. Os arquivos gnósticos nos dizem que na antiga fórmula do Credo não era citado o nome de Jesus, mas apenas o  Filho.Seria uma referência ao trabalho do 2º Logos. O 2º Logos é um dos três princípios da Trindade Divina, chamado pelos antigos sacerdotes egípcios de Filho Unigênito. O Filho Unigênito, tal como já foi dito antes, era uma substância primordial, a única capaz de gerar nascimentos e que nos primórdios da Criação gerou as mônadas ou unidades de consciência que iriam habitar em todas as formas viventes.
3-Foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria.
Aqui, outra citação a biografia de Jesus, nomeando a sua mãe e dando a ele um nascimento virginal que o distinguiria também de todos os homens, atribuindo-lhe novamente uma natureza não humana , criando um fato milagroso para uma religião que necessitava se afirmar sobre milagres.
    Na interpretação do Credo Essênio, a Virgem significava a matéria primordial do Caos  ainda não estruturada em formas .O Espírito Santo , o 3º Logos era a energia que criaria nesta matéria virgem as formas nas quais as mônadas, unidades  de consciência, viriam habitar.
4-Padeceu sobre o poder de Pôncio Pilatos
É uma adição feita propositalmente afim de estabelecer uma ligação maior à estória de vida do mestre Jesus, Nos antigas fórmulas do Credo esta frase não constava.
5- Foi crucificado, morto e Sepultado
    Aqui o simbolismo muito transcendente da Crucificação é transformado.
Sabemos que a Cruz já era estudada como um dos símbolos sagrados por inúmeros povos da Antiguidade muito antes de estar ligada aos sofrimentos de Jesus. Achados arqueológicos nos contam isto. A crucificação nas fórmulas do Credo essênio significava o descendo da substância monádica, o Filho Unigênito para à manifestação, o Filho crucificado na matéria.

Símbolo do homem crucificado na matéria.

    Leadbeater diz que todo aquele sofrimento de Jesus que está relacionado à cruz, aos cravos, sangue e mutilações eram enfatizados pela Igreja para sensibilizar as mentes  medievais. Isto impedia a apreciação do significado oculto da crucificação. A Igreja medieval se firmava sobre um apelo emocional.
    O antigo ritual egípcio teatralizava este descendo das mônadas, do Filho Unigênito à matéria. O Iniciando era levado a uma câmara subterrânea, símbolo da descida à matéria mais profunda. Ali, era posto numa cama em forma de cruz. Permanecia em transe sonolento onde em sonhos passava por provas emocionais e mentais muito fortes. Este rito chamava-se “Descida aos Infernos”. Lembremos do mito grego de Hércules que  antes de completar sua Iniciação teve que enfrentar o cão Cérbero que guardava a porta do inferno .
6- Ao terceiro dia ressuscitou entre os mortos
    Na “Descida aos infernos”, ao fim do 3º dia o Iniciando egípcio era retirado dali e levado ao lado leste do templo para que o sol nascente o despertasse de seu prolongado transe.Davam ao momento de acordar o nome de Ressurreição, isto é,a ressurreição de uma consciência. Estes três dias do rito egípcio foram transformados, na biografia de Jesus, nos três dias que Ele teria levado para fazer a ressurreição do corpo.
7-Onde estará à mão direita do pai e virá para julgar vivos e mortos.
    Aqui Leadbeater nos faz ver que a redação essênia do Credo assim dizia: “Será levado ao céu para que seja a mão direita daquele de quem procedeu, havendo aprendido a guiar os vivos e os mortos”. Assim pois, o Credo antigo gnóstico descartava um julgamento feito pelo Cristo, somente pela  má interpretação da palavra” julgar”. Não faltam provas- segundo ele- de que  na época em que estes documentos foram escritos a palavra ‘Julgar” tinha um significado muito mais amplo. Ela significava também governar, dirigir, guiar. Teria sido interpretado como julgar, mas era na verdade uma referência  aos Iniciados que ficavam aptos a guiar vivos e mortos.
8-Creio no Espírito Santo e na Santa Igreja Católica
    A crença no Espírito Santo foi aceita como a força que teria engravidado a Virgem Maria , uma força capaz de engravidar uma virgem. Ao passo que na visão do Credo primitivo egípcio, essênio e gnóstico, referia-se à força divina do 3º Logos que estrutura formas na matéria virgem primordial, nas quais viriam habitar toda espécie de mônadas, sejam elas minerais, vegetais, animais, ou humanas como já aqui explicado. Quanto ao “creio na Santa Igreja Católica” teria sido acrescentado na época dos Concílios como a afirmativa que ligaria para sempre o crente à organização Católica Apostólica.
9- Na comunhão dos santos
    Refere-se na interpretação da Igreja a uma associação íntima entre todos os santos e entre todos os cristãos que por suas virtudes possam ser considerados santos. Interpretação esta de grande valor. Porém, fugiu ao que se referia o Credo Essênio: o reconhecimento do trabalho de uma fraternidade de iniciados conhecida como a Grande Loja Branca ou Grande Fraternidade Branca, que tinha a seu cargo as Iniciações egípcias pelo tempo de Jesus.
10- No perdão dos pecados
    O Credo de Nicéia diz: “ reconheço um batismo para a remissão dos pecados”. Levando-se em conta que o batismo era um rito muito usado nas Iniciações  dos templos egípcios, conclui-se que o Credo antigo, dado por Jesus aos essênios, afirmava a estes que os ritos de Iniciações, incluindo o do batismo, eram um meio de teatralizar, simbolizar o poder que o Iniciando tinha de transmutar seus pecados, as ilusões do seu ego. Assim o interpreta Leadbeater.

Deserto da Judeia, Mar Morto.

11- Creio na ressurreição do corpo
    Aqui novamente vemos uma doutrina muito profunda cair  gradualmente no esquecimento e uma má interpretação  aparecer como o ensinamento cientificamente impossível da ressurreição do corpo. A ressurreição do corpo  foi para os essênios a crença na doutrina da reencarnação, sempre presente nas antigas escolas de Mistérios que assimilavam conhecimentos espiritualistas da índia e da Pérsia.

As fórmulas deixadas pelo Cristo, através de Jesus dentro da Fraternidade Essênia, sobre os ciclos de nascimento,  morte e novo nascimento se perverteu na crença das épocas posteriores de que um homem volveria a nascer na terra usando o mesmo corpo que largara, ressuscitando, ou como no caso único de Jesus subindo em corpo aos céus. Hoje, os ocultistas em seus estudos sobre “átomos registros” afirmam que estes são aproveitados no corpo de manifestação com que alguém se reencarna, porém este nunca será o mesmo corpo, uma vez que o material genético que utilizará será outro. A ressurreição dos mortos (como é dito no Credo de Nicéia) tinha também anteriormente na comunidade egípcia outro sentido : Era a ressurreição da consciência dos Iniciados que eram considerados mortos em seu transe sobre a cruz na câmara subterrânea, conforme já  foi descrito, porque despertavam deles atingindo o grau do 2º nascimento, uma ressurreição de consciência .
12- E na vida eterna.
    Esta afirmativa é interpretada pelo Cristianismo em geral, como  um tipo de vida boa ou ruim que será vivida no após morte (que o Credo de  Nicéia chama de vida no mundo que virá ) ao passo que os essênios a viam como uma simples declaração da imortalidade constante, eterna da alma humana.

         Helyette M. Rossi

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ancestrais

 
      Aos entrarmos nesta vida somos uma trindade de passado, presente e futuro. Trazemos do passado uma bagagem de erros e acertos. Nossos erros de vidas passadas estariam gravados naquilo que chamamos de átomos registro dos corpos inferiores. Quando uma criança nasce, o catolicismo lhe atribui um pecado original que ela traria do pecado de seu pai Adão. Para nós, espiritualistas, o pecado original são as bagagens negativas que trazemos de outras vidas.
    Quanto a bagagem positiva, a traríamos gravada num corpo superior chamado Momentum (Algoides já trabalhado). A gravação que temos neste corpo superior permanente teria sofrido já uma triagem para separar e reter nele só aquilo, instintos, emoções e pensamentos que estivessem em acordo ao nosso dharma (princípios divinos) que favorecem a nossa evolução. Enfim, o que está sendo trabalhado estaria retido nos átomos registros dos corpos transitórios inferiores, e  o que já está pronto, trabalhado, está retido  no corpo permanente superior, no Momentum.
     Quanto ao presente, é aqui que entra nossos relacionamentos com os nossos ancestrais.  Recebemos deles nossos genes, nossos fatores hereditários.
     A carga referente a nosso futuro, que trazemos, corresponde ao modelo de perfeição individual que chamamos também de átomo crístico, modelo que todos temos que alcançar, nossa meta futura a totalidade do nosso Eu Sou, da nossa individualidade. Trazemos enfim uma trindade de: bagagem cármica, fatores hereditários e arquétipo individual cuja fonte  original é o que chamamos de centelha divina, Deus em nós.
     Podemos então afirmar que nossa colocação cármica familiar e racial  nos vai fornecer o instrumental físico, emocional e mental com que trabalharemos nossos instintos, sentimentos e pensamentos. Nossos corpos inferiores sendo então  nossos instrumentos nos dado pelos nossos antepassados, nossa parte genética. Nosso livre arbítrio individual está portanto limitado tanto por uma bagagem cármica como por uma carga genética.

Família ancestral: grupo formador dos nossos fatores hereditários.
    
A gratidão à antepassados, é importante em primeiro lugar porque este nosso relacionamento com eles é regido pela lei da unicidade entre seres, onde cada um auxilia o outro a evoluir. Se nós como indivíduos, estamos por exemplo desenvolvendo o senso musical, será uma família com uma  constituição física nervosa apropriada, com uma sensibilidade tanto física como emocional para sons que nos dará o gene necessário para alcançá-lo. Se fossem as potências  do 1º raio da governança do poder que estivermos desenvolvendo seremos atraídos a grupos familiares cujos genes nos dê intrepidez, audácia, liderança.  A cada indivíduo será dado então o gene ancestral que necessita para aquilo que está desenvolvendo no momento de tornar a nascer. Os fatores hereditários nos ajudarão a purificar aquela bagagem cármica que trazemos, transformando cada erro na sua virtude correspondente. Isto é importante, prioridade de entendermos em estudos sobre carma.  Todos os erros possuem uma virtude correspondente. Isto é, aonde está o nosso erro, ali também está a energia de uma das nossas virtudes. É perguntado: se um antepassado nos dá um gene  que consideramos negativo, como teimosia timidez, etc, deveríamos ser ainda assim agradecidos a este antepassado? Sim porque seu gene  está igualmente nos beneficiando. O fator que alguém nos passa, chegamos a ele por uma lei de afinidade, de atração por aquele tipo de energia que estamos trabalhando.  Vejam bem: em nossos estudos sobre energias já ficamos sabendo que as energias se desenvolvem em graus. Por exemplo, o ódio é o grau mais baixo da energia do amor. A teimosia  o grau mais baixo da persistência . São todos apenas graus de uma mesma energia. Então, se no momento de reencarnarmos estamos desenvolvendo a energia da humildade, possivelmente seremos atraídos geneticamente a uma família que sempre tiveram orgulho de seu nome e que por erros deixaram como herança a seus filhos e netos apenas limitações financeiras. Até podemos acusar um ancestral de não ter sabido preservar seus bens, mas o que não sabemos é que estão inconscientemente nos ajudando a alcançar aquilo que viemos desenvolver: a humildade. Chegamos ao grupo familiar atraídos por qualquer resquício  de orgulho que há ainda em nós para transformar-lo em humildade.
     Um antepassado nosso  dentro desta faixa de energia pode não ter conseguido vencê-la, mas nós poderemos vencê-la.
     Na época dos Beatles, os jovens costumavam ir viver em pobreza, renunciar a riqueza dos pais porque achavam que seus ancestrais a tinham ganho ilicitamente ou explorando. Erravam. Eles teriam sido atraídos ao grupo familiar para purificar a energia do dinheiro que é uma energia de troca, de multiplicação, um bem divino. Quando eles dessem um bom uso ao dinheiro  eles não só evoluiriam individualmente mas purificariam a egrégora familiar.

A egrégora familiar é regida pela lei da unicidade entre os seres.

     A egrégora é um tipo de energia liberada por um grupo  seja familiar, racial, nacional. A egrégora atrai pessoas que estão desenvolvendo um mesmo tipo de energia. É uma  outra forma de unicidade entre os seres. Por exemplo, o nosso próprio grupo  atrai pessoas cujo raio cria uma característica grupal  indêntica. Essa característica se torna a egrégora grupal, seja ela formada por  devoção,  disciplina,  harmonia, etc.
     Todo grupo familiar tem uma egrégora, também os  países a têm, e os antepassados fornecem o mesmo tipo de energia através dos fatores legados.
     Para que a nossa individualidade vença a sua bagagem cármica negativa, precisamos  as vezes atrair fatores hereditários que nos limitem. Em situações genéticas limitativas vamos viver uma situação de polaridade entre o livre arbítrio de nossa individualidade e o determinismo genético. Porém, certos determinismos genéticos, nos limitando, vão nos fazer desenvolver humildade, paciência, perseverança, solidariedade, etc.
     Discordamos de alguns astrólogos de linha determinista quando acham que a  conjunção de astros na hora do nascimento, seu mapa astral determinará as tendências do homem, como ele agirá e será em sua vida. Na verdade, as tendências do homem, aquilo que ele já era antes de nascer é o que atrai e determina a conjunção de astros que encontrará no seu nascimento. Seu mapa natal não determina necessariamente como ele agirá dali para a frente. Seu mapa natal é válido como uma ilustração reveladora do que ele necessita trabalhar, sejam positividades ou negatividades. Seu livre arbítrio individual impulsionando-o à evolução, jamais o deixaria amarrado a um mapa natal. Também os fatores hereditários o ajudarão a vencer e desenvolver o seu mapa natal. Do contrário, ele nunca chegaria à meta futura, ao seu arquétipo.
     Os momentos mais difíceis para a nossa evolução são aqueles em que nossas limitações são todas retiradas. São aqueles em que ficamos em meio ao poder, ao renome, a lisonja, a riqueza. Por isso, se diz que se passarmos pelo 1ºraio, a energia do poder, sem criar muito carma negativo teremos conseguido a maior vitória em nossa evolução. Porém, serão muitos os antepassados que nos darão esta oportunidade de passar pelo raio do poder nos legando fatores genéticos de intrepidez, liderança e vitalidade. As vezes isto acontecendo, surpreendentemente, em situações sociais nada propícias.
     Hoje a genética está sendo muito estudada, a teoria de alguns psicólogos de que o homem é fruto de educação social já está mais fraca, pois se está descobrindo a força dos genes em nós.
     Nós  e os antepassados formamos na realidade uma grande corrente mútua entre seres. A relação bagagem cármica e fatores genéticos é bastante complexa  pois só somos  atraídos por fatores que nos é possível atrair. As doenças hereditárias geralmente são atraídas por uma fraqueza daquele que está nascendo Então uma das diferenças entre o espiritualista de linha reencarnacionista que dá ao homem já um passado e religiosos não reencarnacionistas  é esta: enquanto estes últimos dizem que o gene determina o que o homem é, o primeiro diz que  aquilo que o homem já é na hora de seu nascimento é o que determina o gene que receberá. Porque naturalmente os que não  crêem na reencarnação, não contam com a bagagem de outras vidas com a qual o nascituro inicia uma vida.
     A contribuição de nossos antepassados não diz respeito apenas aquela dada ao nosso corpo físico, mas principalmente através de dos pensamentos, planos e ideais que nos legaram.
     No chamado inconsciente coletivo, grande força mental que liga os seres pela força telepática, ali estão também os planos e idéias de nossos antepassados, que eventualmente  realizamos. Alguns romances fantasiosos sobre reencarnações nos falam em almas desencarnadas a fazerem, antes do nascimento, planos para se encarnarem em determinada família para se vingarem de desafetos. Tais fantasias estão em desacordo com os estudos esotéricos. Segundo estes, o retorno dos desencarnados não se dá por escolha de ninguém mas obedecem afinidades e atrações para com os grupos com os quais irá conviver. Obedece o estagio evolutivo em que se encontra no momento a nossa individualidade. As vezes, para completar algum trabalho em algum raio ao qual pertença. No caso de missões o ascencionado nasce num grupo genético a que pertence o seu raio.
     Quando alguém reencarna, ele entra na vida inocente, mesmo que na outra encarnação haja sido um transgressor. No período de repouso da morte, ele não retorna ao reencarne sem ter feito um intercâmbio com sua centelha divina. Isto é bem ilustrado em ritos de batismo  quando é dito “Eis aqui a branca vestimenta dos anjos, símbolo da pureza com que entrastes nesta vida”. Apenas quando a criança começa a tomar posse de sua bagagem cármica, ele começa a manifestar aquilo que entendemos por pecado original, volta a ser o que era, entra naquilo que chamamos de ”noite da vida”, mas auxiliado sempre pelos genes dos ancestrais.

Um diálogo esclarecedor (Entrevista)


     Sendo tu durante mais de duas décadas orientadora de um grupo espiritualista, a que religião pertences?

R: – A nenhuma. Há pessoas que seguem crenças e dogmas de uma religião organizada, outras que apenas vivem sentimentos religiosos. Pertenço a estas últimas.

     O que entendes por sentimentos religiosos?

R: – Minha religiosidade me faz pensar constantemente que por trás de tudo o que já existiu, existe ou existirá, está uma força, um impulso, uma inteligência geradora, mantenedora e até destruidora, a que chamo  Deus,  independentemente de eu estar enquadrada ou não à uma organização.

     Por que este afastamento das religiões organizadas?

R: – Por minha cultura, nasci cristã. Porém, conhecendo depois a história do Cristianismo mais precisamente Católico, não vejo muitas razões para ligar-me a ele. No entanto, isto não afeta o respeito, o acatamento que dou as idéias de seu líder máximo Jesus, o Cristo, e até o quero por modelo. Reconheço também que existem pessoas e missionários de vidas abnegadas, ainda ligadas à Igreja. Deixando de lado e até esquecendo as querelas de caráter político dos Concílios do séc.IV e os barbarismos da conhecida era da Inquisição, jamais concordei com os entraves que o Cristianismo seguiu impondo ao progresso civilizatório. Vejamos: Todas as vezes que a Ciência viveu seus melhores momentos e com novas revelações proporcionou à Igreja a oportunidade de rever as interpretações que esta dá a seus livros sagrados( como a Bíblia, o Evangelhos, etc.), a Igreja permaneceu intransigentemente apegada à elas. Trouxe esta intransigência para os tempos modernos. No séc.XVI, quando Copérnico, abrindo o campo para a moderna Astronomia, expôs a crença no movimento da Terra, recebeu do Cristianismo todo o empecilho possível a que fosse estabelecida. Repetiu-se o mesmo quando, já no sec. XIX o inglês Darwin após anos de investigações criteriosas, revolucionou a  Biologia
com sua teoria evolucionista. Lá apareceu novamente a Igreja para menosprezá-la, lutando ferozmente para que as verdades pesquisadas fossem abafadas.

     Então entrastes neste conflito Ciência/Religião?

R: – Não. Estou fora dele. Não sou cientista nem pertenço à Igreja. Porém, é impossível não se fazer um paralelo entre o desprendimento da Ciência, cujos objetivos eram dar à luz verdades que poderiam aumentar o conhecimento com que os homens viam sua própria existência e a visão acanhada da Igreja, querendo preservar inalterados comportamentos que perseguiam outros credos, que, por isso, embora sendo uma organização grande,  se conservava circunscrita a um grupo apenas.


     Achas que após quase 2 séculos esta intransigência ainda persiste?

R: – Sim. Segue até nossos dias porque obedece a um papado conservador, contrário ao desenvolvimento de pesquisas. Parece-me que voltamos ao tempo do estabelecimento dos dogmas. Nele, à uma proposição era dada uma palavra final, fechando à especulações, tornando-a, em sendo dogma, proibida a qualquer investigação.
    As  descobertas científicas não abalam o seu sentimento religioso?

R: – Absolutamente. Não vejo nelas nada que entre em choque com minhas crenças. Ao contrário, sou uma apaixonada pelas espetaculares aquisições científicas. A cada vez que aparece uma,  mais deslumbrada fico ante as potências desta força a que chamo de Deus, meu sentimento religioso se torna mais intenso.

    Qual a diferença que achas entre Ciência e busca espiritualista?

R: – Nenhuma. Vejo apenas dois pontos de vista focalizados sobre um mesmo objeto: Deus.

    Então, neste caso, achas que aquilo que a Ciência estuda é igualmente a Deus?

R: – Exatamente. Sem que ela se dê conta disto, é evidente. Deus é, para mim, uma Unidade.Porém, podemos contatá-IO, buscá-lO através de duas faces. Uma face manifesta e outra imanifesta. A manifesta é tudo quanto  a Ciência estuda: a natureza, o cosmos, a parte genética e biológica dos seres, nosso corpo, emoções, pensamentos e tudo o
mais que seria impossível aqui enumerar.Então concluo que dedica-se, sem dar-se conta, a entender e explicar  Deus em sua face manifesta, mesmo quando esta não  é vista ( como ,por exemplo, os pensamentos )mas que enfim se expressa, podendo ser observada e analisada, utilizando instrumentos ou observações de comportamentos para chegar a comprovações. Já a busca espiritualista volta-se a Deus imanifesto. Sua face imanifesta não representa espaços  onde fenômenos materiais  ou vitais expressam-se. Sua busca é uma interiorização voluntária e pessoal. Se a busca é bem sucedida, encontra-se o que poderíamos chamar de uma consciência interna, que nada tem em comum com os estados patológicos,  mentais em desequilíbrio, encontrados pelos analistas da Psicologia. É ,ao contrário, uma consciência que nos dá muita paz, nos facilita um intercâmbio mais equilibrado, mais harmonioso com o mundo externo. Eu não saberia explicar o que seja esta consciência ,  mas apenas senti-la. Aliás, este sentir não deixa lugar para explicações ,  porque silencia pensamentos emocionais e raciocínios.É muito forte, é apenas isto : Um sentir. A busca espiritualista para encontrar esta consciência de paz, não usa como recursos instrumentos ou observações mas pode sim, ser facilitada através de meditações e contemplações ao belo como a música, nuances de cores etc. É no silêncio, na contemplação que acalma a mente que esta face imanifesta de Deus surge. Estava aqui referindo-me a interiorização para a qual a busca espiritualista nos leva e não à crenças, em sua maioria supersticiosas e fantasiosas a que os membros  de muitas religiões e seitas estão sujeitos.


Qual das “duas faces” a científica (manifesta) ou a espiritualista (imanifesta) é a ti a mais importante?

R_ As duas são igualmente importantes. Creio numa força única, absoluta, que inclui tudo. Se fosse dizer que ela exclui,  minimiza algo, que existe algo fora de Deus , Ele deixaria de ser para mim o Absoluto.

- O que achas enfim do trabalho científico?

R_ Qualifico-o como uma tarefa sagrada porque, de acordo ao meu pensar, ela envolve um aspecto de Deus (tudo o que se refere a esta força incognoscível que move o universo, está ante os meus olhos   sacralizado) È sobretudo um trabalho imprescindível ao nosso evoluir,porém ainda incompleto pelo tanto que sempre tem à frente à pesquisar. Muitos contudo acham a Ciência ainda frustrante pois não respondeu as questões existenciais que nos  fazemos , como: De onde viemos? Por que estamos aqui? Para que vivemos? Para onde vamos? Porque afinal se costuma achar que cabe à Ciência responde-las.  Mesmo algumas afirmativas filosóficas que tentam silenciar tais indagações dizendo taxativamente: “Não existe um início, não há um porque, não há finalidade no existir”, elas não conseguiram calar tais questões essenciais. No íntimo de muitos homens elas permanecem teimosas. No entanto, não creio que cabe ao cientista nem tampouco ao espiritualista desvendar tais questões existenciais.

     Qual o caminho que em tua visão, nos tornaria capazes de desvendá-las?

R: –Aquele que nos levasse á Unidade. Isto é, aquele onde buscássemos a face manifesta de Deus através da Ciência mas ao mesmo tempo buscássemos sua face imanifesta pela experiência espiritual. Só trabalhando suas duas faces concomitantemente venceríamos esta dualidade que nos biparte, encontraríamos a nossa unidade individual, única, que tal como Deus é, nós, afinal, também somos.