sábado, 30 de abril de 2016

O Desenvolvimento da Crença em Deus - Parte II


Uma síntese baseada no livro 

“Deus” de Frederic Lenoir

Cristianismo

  O ano I do calendário cristão é marcado com a figura de Jesus tentando substituir a ideia do Ser criador rigoroso das leis mosaicas que exigia o ”olho por olho, dente por dente” por um Pai criador que pede o perdão “sete vezes sete” para os inimigos, o amor incondicional aos pecadores. Seus livros sagrados são os Quatro Evangélicos dos apóstolos Marcos, Mateus, Lucas e João e as Epístolas de Paulo.
  
Luta contra heresias (o desvio da Igreja na Idade Média)

   Em 1232, o papa Gregório IX emite uma bula que institui a Inquisição, oficializando as lutas contra heresias. Surge então vários eruditos favoráveis à Inquisição que depois se tornaram santos: Santo Inácio de Loyola, São Tomás de Aquino, St. Agostinho. Surge também um afamado rei perseguidor do persistente Politeísmo: Carlos Magno. Porém termos no Sec. XV uma voz contrária; Bartolomeu de Las Casas que luta contra a perseguição aos nativos pagãos da América do Sul.

Concílio Vaticano II

   Entre 1962 e 1065, o papa franciscano João XXIII, através do Concílio Vaticano II pede perdão aos fieis cristãos pelos erros da Igreja Medieval. Através de um dos melhores papas que a Cristandade já teve, a Igreja se reabilita. O Cristianismo conta hoje com quatro grandes ramos:
1)    A originária Igreja Católica Apostólica Romana
2)    As várias Igrejas Protestantes surgidas na Idade Média
3)    O Espiritismo kardecista
4)  O moderno Pentecostalismo com seus muitos ramos que proliferam sobremaneira no Brasil.

Islamismo

  Após 622 de nossa era, o Islã se espalha rapidamente na Arábia e para muitas outras terras tendo como chefe idealizador Maomé. Omo mestre espiritual e administrativo que foi, imprime ao Islã suas duas características: A Clemência, quando chama seu Deus único Alá de “O Clemente, O Misericordioso”, mas também o rigor de costumes, introduzindo a Jihad (Guerra santa contra infiéis).  O Alcorão é o seu livro sagrado. Os seguidores da linha de Alá, o Clemente, interpretam a Jihad, aparecida no Alcorão, como uma luta interna do homem contra seus próprios erros, mas os seguidores da Jihad, guerra santa, hoje trazem um terrorismo e uma violência que estão ensanguentando boa parte do mundo.

Misticismo

O Bahaismo e o Sufismo são duas grandes correntes da mística islâmica. A primeira perseguida dentro do Irã Xiita é de cunho universalista e espalhou-se rapidamente pelo ocidente pelo trabalho de seu mestre Baha’hullah.  Suas orações se distinguem por uma fervorosa adoração ao Criador. O Sufismo nos traz também um grande mestre: Mevelana Rumi, poeta da Pérsia medieval (Afeganistão) que introduziu a dança giratória dos Dervixes. É o místico que – segundo ele – buscou Deus em todos os lugares de peregrinações e em todos os templos e foi encontra-lo em seu coração.
   Do misticismo judaico nos vem a Cabala, nascida na Antiguidade da Caldeia e introduzida depois na Europa medieval e hoje bastante difundida em todos os países da América. Trouxe-nos o esquema precioso da Árvore da Vida cabalística que nos leva a uma gradual elevação de consciência.
   No Brasil, contamos com inúmeras Escolas místicas cristãs como o Rosa Cruz, o Martinismo a Antroposofia e outras. Os séculos XIX e XX introduziram muitas escolas espiritualistas que trouxeram as ideias orientais ao Ocidente. Entre elas a Teosofia de Blavastky, o Gnosticismo, o Budismo Zen e Tibetano e os vários ramos de Yoga.  Proliferam hoje no Brasil as academias de Hatha, os grupos de Raja e Brama yoga.

Ateísmo Moderno

No Séc. XIX temos Karl Marx se insurgindo contra qualquer religião organizada. Dizia: ”A religião é o ópio do povo”. Essas suas ideias ficaram caracterizadas e difundidas no Comunismo.
Entre os séculos XIX e XX, as teorias freudianas apregoam a não satisfação de desejos e anseios instintivos como causadores dos desequilíbrios humanos. Suas teorias não abordam, ignoram o valor da espiritualidade, das indagações existenciais que um homem se faz como fator importante na aquisição da sua tranquilidade e não o emprega em suas terapias.
  
A Crença em Deus na atualidade

 Contamos hoje com a filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt, conhecida como “A pensadora da liberdade” que se expressa sobre a crença de Deus desta forma: Em relação à afirmação de ateístas modernos de que Deus morreu, diz: “Não se trata certamente da morte de Deus, pois sabemos tão pouco sobre a sua existência”. Sem dúvida, o modo como pensamos Deus durante séculos não convence mais ninguém. Porém se algo morreu foi apenas o modo tradicional de pensa-lo (De sua obra “A Vida do Espírito”).